Lua
Pouso perfeito: China pousa Chang'e-4 no lado oculto da lua* A cratera de Von Kármán, onde a Chang'e-4 pousou está localizada dentro da bacia do Polo Sul-Aitken, onde um antigo impacto lunar pode ter exposto o manto lunar.
O lado oculto da Lua, por ser silencioso e abafado, se faz um dos melhores lugares do Sistema Solar interno para aplicações científicas como a radioastronomia. Leia também: China leva plantas e animais para a Lua Símbolos e bandeiras humanas em Marte EUA querem retomar viagens tripuladas Ficção e realidade: Um mundo e dois sóis Viagem espacial é oferecida por operadora Nasa: Ártico encolhe e Antártida se expande Sondas Voyager estão deixando a Heliosfera
Foi um feito espacial que nenhuma nação realizou até agora: a nave chinesa Chang'e-4 pousou com sucesso no outro lado da Lua. A mídia estatal chinesa anunciou que a combinação lander-rover pousou às 10h26, horário de Pequim, em 3 de janeiro de 2019 (02:26 UTC, 22:26 EST, 2 de janeiro).
A cratera de Von Kármán, onde a Chang'e-4 pousou está localizada dentro da bacia do Polo Sul-Aitken, onde um antigo impacto pode ter exposto o manto lunar. Ao estudar diretamente esta região, a Chang'e-4 conhecerá mais sobre o Sistema Solar primitivo e a Terra.
Além de seu valor como um alvo de exploração científica, o lado oculto da Lua, por ser silencioso e abafado, se faz um dos melhores lugares do Sistema Solar interno para aplicações científicas como a radioastronomia. Mas como o lado oposto nunca se volta para a Terra, as missões exigem um satélite para a retransmissão de dados. A China resolveu esse problema lançando o satélite relé Queqiao em maio de 2018.
Sistema de comunicação da China para enviar sinais à Terra, à partir do lado oculto da Lua.
Lançado em 8 de dezembro de 2018, a Chang'e-4 entrou na órbita lunar quatro dias depois, quando os controladores da missão passaram 22 dias testando os sistemas da espaçonave, esperando que o Sol subisse no local de pouso. Agora, a Chang'e-4 saiu da órbita e aterrou com sucesso. Uma de suas primeiras tarefas será implantar um robô (rover) semelhante ao Yutu, que acompanhou Chang'e-3 na Lua em 2013.
O Jipe robô Yutu2 desceu a rampa da Chang'e-4 e vai iniciar seu trabalho de exploração lunar.
A China anunciou formalmente a missão em dezembro de 2015, como parte de seu ambicioso programa lunar Chang'e, iniciado em 2007 e que culminará na missão para coleta de amostras em 2019.
O satélite de retransmissão Queqiao também trouxe duas SmallSats chamadas Longjiang-1 e 2 com destino à órbita lunar. Mas, apenas a Longjiang-2 foi bem sucedida e enviou para casa algumas fotos fenomenais, incluindo uma nova imagem da Terra se pondo na Lua.
Chineses levam vida à Lua
Uma curiosidade desta missão é que a espaçonave contém sementes de batata, agrião, repolho e mostarda, além de ovos de bicho da seda. A ideia é que as plantas apoiem os bichos-da-seda com oxigênio, e por sua vez, os bichos-da-seda forneçam às plantas o dióxido de carbono e os nutrientes necessários através de seus resíduos.
Os pesquisadores observarão as plantas cuidadosamente para ver se realizam com sucesso a fotossíntese e cresçam e floresçam no ambiente lunar, segundo informações da agência de notícias estatal chinesa Xinhua.
* Informações de Jason Davis/Planetary Societ/Xinhua, com tradução e edição de Pepe Chaves para Via Fanzine. 03/01/2019
- Imagens: Missão Chang'e-4.
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- Extra: Página oficial do projeto Cassini-Huygens
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