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 Sondas

   

Na borda da heliosfera:

Sondas Voyager seguem na periferia do Sistema Solar*

No final de 2012, cientistas da NASA que controlam as sondas

gêmeas anunciaram a descoberta de uma nova região espacial.

 

Por Pepe Chaves*

De Belo Horizonte-MG

Para Via Fanzine

02/01/2013

 

 

Ilustração acima mostra como a sonda Voyager 1 é banhada pelo vento solar do hemisfério sul que flui para o norte. Esse fenômeno cria uma camada dentro da fronteira da heliosfera, a bolha gigante de íons solares em torno do sol.

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Além das influências do sol

 

Já por alguns anos, dois equipamentos espaciais são os objetos de fabricação humana mais distante da Terra. As sondas gêmeas Voyager 1 e 2, lançadas pela NASA em 1977 pela Missão Voyager Interstellar (VIM) prosseguem em suas respectivas viagens solitárias. O destino de ambas é chegar o mais longe possível, alcançando regiões desconhecidas do espaço além das influências solares.

 

No final de 2012, cientistas da NASA que controlam as sondas gêmeas anunciaram a descoberta de uma nova região espacial. Com um conjunto de animações, eles mostraram a sonda espacial Voyager 1 adentrando a uma nova região no nosso sistema solar chamada de "rodovia magnética."

 

Nesta região espacial de características ainda desconhecidas, as partículas sob influência do campo magnético solar estão diretamente conectadas com as do campo magnético interestelar. Isso permite que partículas de dentro da heliosfera se misturem com distintas partículas vindas do espaço sideral.

 

A sonda Voyager 1 e sua gêmea Voyager 2 estão a viajar pelo espaço desde 1977 e puderam enviar informações preciosas de alguns dos planetas pelos quais passaram em sua trajetória dentro do nosso sistema solar. Mas, agora, em 2013, estas podem se tornar os primeiros objetos construídos pelo homem a deixar o sistema solar, segundo a NASA.

 

Quando deixarão o sistema solar?

 

Entretanto, os cientistas não sabem exatamente quando estes equipamentos deixarão a zona da heliosfera, a imensa região espacial onde se encontra o nosso sistema solar. A heliosfera é uma grande bolha de partículas carregadas pelo sol, constantemente soprada pelo vento solar em direção para fora e também ao redor de si.

 

A Voyager 1 já transita pela chamada "rodovia magnética", uma camada espacial que os cientistas acreditam ser a última entre o espaço conhecido por nós e o espaço interestelar. Assim afirmou Edward Stone, durante uma recente teleconferência com jornalistas. Stone é cientista do projeto Voyager lotado no Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena e revelou que, "Essa região não foi antecipada, pois não estava prevista por nós".

 

Portanto, de acordo com Stone, é difícil prever quanto tempo será necessário para que ambas as sondas deixem completamente o sistema solar. "Nós não sabemos exatamente quanto tempo vai demorar. Pode demorar dois meses, como pode demorar dois anos", afirmou Stone.

 

Os cientistas acreditam que até o momento, as sondas ainda não deixaram o sistema solar por conta da orientação do campo magnético que elas estão a detectar e enviar para a Terra. Segundo eles, até agora, este campo ainda corre de leste a oeste, em conformidade com o campo criado pelo sol e retorcido pela sua rotação. Fora do sistema solar, os modelos preveem que o campo magnético deverá estar orientado para a direção norte-sul.

 

Uma das sondas gêmeas Voyager.

 

Outras partículas espaciais

 

Como a Voyager 1, é a mais longínqua das duas sondas, ela está medindo as partículas de maior energia originadas além do sistema solar e as comparando com as partículas de energia mais baixa vindas do sol.

 

"As coisas realmente mudaram dramaticamente", disse Stamatios Krimigis, investigador principal para o instrumento de partículas de baixa energia, situado no Johns Hopkins Applied Physics Laboratory, em Laurel, em Maryland. Ele se refere ao ambiente em que as sondas se encontram, ao atinger as bordas da heliosfera. "As partículas de fora aumentaram muito e as de dentro... caíram um pouco", afirma Krimigis.

 

As Voyagers são as sondas espaciais da NASA por mais tempo em atividade, e deverão continuar viajando, mesmo após deixarem os domínios de nossa estrela solar.

 

No entanto, seriam necessários pelo menos 40 mil anos até que uma das sondas se aproximasse de outra estrela. Muito antes disso, as sondas devem perder toda a energia que as permitem operar os seus instrumentos científicos e enviar o resultado de suas descobertas ao centro de operações.

 

"Nós vamos ter energia suficiente para que todos os instrumentos operem até 2020, quando teremos que desligar o nosso primeiro instrumento", disse Stone. Em 2025 o último instrumento deverá ser desativado. "Temos muita sorte, pois parece haver uma compatibilidade entre a duração da nossa missão e a extensão da heliosfera", finalizou Stone.

 

Objetivos da missão

 

Segundo a NASA, o objetivo da missão da Missão Voyager Interstellar (VIM) é ampliar a exploração da NASA para além do sistema solar, atingindo as regiões de planetas exteriores da esfera sob influência do Sol. Esta prolongada missão continua a caracterizar o ambiente do sistema solar exterior e procure o limite heliopausa, os limites exteriores do campo magnético do Sol e fluxo externo do vento solar. A penetração no limite da heliopausa, entre o vento solar e o meio interestelar, irá permitir que sejam feitas medições dos campos interestelares, entendendo como as partículas e ondas não afetadas pelo vento solar.

 

A agência espacial também afirma que o principal objetivo da VIM era a exploração dos planetas Júpiter e Saturno. Mas, depois de fazer uma série de descobertas nestes planetas - como vulcões ativos em Io (lua de Júpiter) e as complexidades dos anéis de Saturno -, a missão foi prorrogada.

 

* Com informações da Nasa.

- Tradução: Pepe Chaves (MG).

 

- Imagens: NASA/JPL-Caltech.

 

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