A sua plataforma de embarque para a Astronáutica, Astrofísica e Astronomia 

Com a qualidade jornalística  Via Fanzine

 

 Telescópio Espacial James Webb

 

James Webb:

Uma nova concepção do Universo

O telescópio espacial James Webb capturou mais de 25.000 galáxias em uma área aproximadamente comparável a um grão de areia a um braço de distância. Seus novos e desafiadores dados poderão mudar nossos livros de Ciências em breve.

 

Da Redação*

ASTROvia

11/07/2025

  

 Por operar fora da luz visível, o Webb pode enxergar através de nuvens de gás, localizando objetos que não seriam avistados pelo Hubble.

Leia também:

Sonda InSight pousa em Marte

EUA querem retomar viagens tripuladas

Ficção e realidade: Um mundo e dois sóis

Viagem espacial é oferecida por operadora

Nasa: Ártico encolhe e Antártida se expande

Sondas Voyager estão deixando a Heliosfera

MCPV, o substituto do ônibus espacial

Cápsula Dragon cumpre missão oficial

 

Reajustando as noções do espaço

 

O Telescópio Espacial James Webb (JWST, do inglês) está mexendo com toda a comunidade astronômica, podendo propor uma revisão em toda a atual visão cosmológica. Assim, pode ser que tudo o que sabemos até agora - pelo prisma científico - acerca da grandeza do Universo, sua idade e nascimento, entre outros dados, seja passado a limpo.

 

O equipamento que se encontra na órbita solar prometia olhar o espaço mais profundamente do que nunca, sendo considerado um novo amanhecer para a astronomia. E agora, o JWST revela seu segredo mais impressionante, uma descoberta que redefine nossa compreensão do tamanho real do universo.

 

O último lançamento de dados do JWST apresenta imagens e observações espectroscópicas de uma área do espaço que está além do alcance do Telescópio Espacial Hubble.

 

Os astrônomos apontaram o JWST para o que parecia ser uma parte vazia do céu, assim como o Hubble havia feito com seu icônico "Campo Ultra Profundo". Mas onde o Hubble viu vislumbres distantes de galáxias primitivas, o Webb viu uma multidão completa — milhares de galáxias até então invisíveis, que remontam a apenas algumas centenas de milhões de anos após o Big Bang.

 

Como afirma a Dra. Lina Serrano, astrofísica da Agência Espacial Europeia, "Costumávamos pensar que tínhamos uma boa noção do tamanho do Universo. Mas o James Webb nos mostrou que estávamos apenas arranhando a superfície".

 

Galáxias antigas e densas

 

O que é ainda mais surpreendente é a densidade dessas galáxias antigas. No que os astrônomos estão começando a chamar de "Mosaico do Infravermelho Profundo", o JWST capturou mais de 25.000 galáxias em uma área aproximadamente comparável a um grão de areia a um braço de distância. E não são pequenas manchas — algumas delas são galáxias adultas, com padrão espiral, que existiram muito, muito antes de se pensar que fosse possível.

 

Isso levanta algumas questões profundas. Como estruturas complexas se desenvolveram tão rapidamente após o Big Bang? Será que nossas teorias sobre o Big Bang, a formação de galáxias e a matéria escura podem estar incompletas ou até mesmo erradas?

 

O Universo seria muito além do que supomos?

 

Talvez a implicação mais surpreendente das novas descobertas do JWST seja a possibilidade de que o universo observável — já com uma extensão inimaginavelmente grande de 93 bilhões de anos-luz — seja apenas a ponta de um iceberg.

 

Se a densidade de galáxias nas imagens de Webb for representativa de todo o espaço, então o número de galáxias no universo pode ser de trilhões, e não dos 200 bilhões que os cientistas haviam estimado anteriormente. E isso, por sua vez, significaria mais estrelas, mais planetas e talvez mais oportunidades para a vida do que qualquer um jamais sonhou.

 

“Estamos falando de um aumento de escala difícil de expressar em palavras. O Universo não ficou apenas maior em termos de espaço. Ficou maior em possibilidades”, disse o Dr. Raj Patel, do Caltech.

 

Digerindo a grandeza cósmica

 

O Telescópio James Webb foi construído para levantar grandes questões e agora está fornecendo grandes respostas. Com seu olhar infravermelho, ele consegue enxergar através da poeira cósmica, observar os primeiros momentos da formação de galáxias e ver a luz mais fraca emitida há um bilhão de anos.

 

Mas, como acontece com toda grande descoberta científica, essas respostas apenas despertam mais perguntas. O que existe além das galáxias mais distantes que Webb consegue ver? Existe um limite para a estrutura do Universo ou ele é realmente infinito? Que forças ou física desconhecidas podem estar moldando o que só agora começamos a observar?

 

O Telescópio Espacial James Webb não apenas abriu nossa perspectiva sobre o universo, como também ampliou nosso senso de admiração. Ao nos revelar a verdadeira extensão do Cosmos, ele expandiu os limites da nossa imaginação e reacendeu a maravilha infantil que existe em cada observador do céu noturno.

 

Se há uma coisa que aprendemos com esta última descoberta, é o seguinte: o Universo é muito maior, mais complexo e mais belo do que jamais tivemos a coragem de imaginar. E, graças ao JWST, estamos apenas começando a ter uma visão completa de tudo o que se encontra lá fora.

 

Por que o Webb vê mais longe?

 

O Hubble opera principalmente na luz visível e ultravioleta, enquanto o Webb se concentra na luz infravermelha, permitindo-lhe observar objetos mais distantes e frios, como as primeiras estrelas e galáxias.

 

Além disso, por operar fora da luz visível, o Webb pode enxergar através de nuvens de gás, localizando objetos que não seriam avistados pelo Hubble. O Webb também possui um espelho muito maior do que o Hubble, o que lhe confere maior sensibilidade e resolução.

  

* Com informações de Nasa/Caltech; das agências e tradução de Pepe Chaves para Via Fanzine e ASTROvia.

  

- Imagem: JWST / Nasa.

 

   Leia também:

  Sonda InSight pousa em Marte

  Ficção e realidade: Um mundo e dois sóis

  NASA presta informações sobre ‘descoberta’ em Marte

  Viagem espacial é oferecida por operadora

  Nasa: Ártico encolhe e Antártida se expande

  Sondas Voyager estão deixando a Heliosfera

  Revista da NASA publica artigo sobre satélite SABIA-Mar

  Ubatuba: da sala de aula para o espaço

  Inpe auxilia alunos municipais a lançar satélite

  AAB promove concurso para mini-satélites

  Satélite ROSAT cai no Oceano Índico

  Satélite alemão cairá na superfície

  Especial: Lixo espacial em queda - TV FANZINE (vídeo)

  Hayabusa: Cápsula retorna de um asteróide

  JAXA confirma que partículas são de asteroide

  MCPV, o substituto do ônibus espacial

  Nasa comemora sucesso da sonda Messenger

  Descoberta água no planeta Mercúrio

 

- Produção: Pepe Chaves.

©Copyright, 2025, Pepe Arte Viva Ltda. Brasil.

 

Leia outras matérias na

www.viafanzine.jor.br/astrovia.htm

©Copyright, Pepe Arte Viva Ltda. Brasil.

 

 

 

DORNAS DIGITAL