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 Desarmamento no Brasil:

Um golpe fatal na Democracia*

O mais grave é verificar o silêncio quase unânime da oposição,

da imprensa, dos formadores de opinião.

 

Sarney acaba de defender a revogação do chamado Estatuto do Desarmamento, aquele que, aprovado ao apagar das luzes de 2003, ainda sobre a vigência do mensalão, prometia acabar com os homicídios, diminuir a criminalidade e desarmar os criminosos e malucos. Ele ainda vai mais longe, defende que uma nova lei seja aprovada imediatamente, proibindo qualquer possibilidade de o cidadão possuir uma arma legal.

 

O chamado Estatuto do Desarmamento falhou inexoravelmente em todos os quesitos em que se propôs a trazer melhoras. Nos últimos dados divulgados pelo Ministério da Justiça, o número de homicídios ultrapassa novamente a casa dos 50 mil mortos, a violência assola o Brasil, os malucos compram armas ilegais sem qualquer problema e os traficantes e membros do crime organizado desfilam com seus fuzis e metralhadoras.

 

Mas voltemos ao Sarney. Não se trata de qualquer um, não se trata apenas de um político demagogo querendo chamar atenção. Ele não precisa disso, afinal, de forma direta ou indireta, está no poder há mais de 30 anos ininterruptos, com democracia ou na ausência dela. Trata-se do presidente do Senado Federal, que quando fala, o faz em nome daquela casa, de seus integrantes e, no atual momento, do próprio governo federal.

 

Sarney então propõe, na prática, que o resultado do referendo de 2005 seja apagado, cancelado por decreto! Será que todos conseguirão entender a gravidade disso? O duro golpe que a nossa recém-nascida democracia irá levar? O perigo de se abrir um precedente onde o “clamor popular” é mais forte que o voto e a constituição?

 

A verdade é que não existe democracia onde o voto da maioria não é respeitado. Caminhamos para uma democracia de faz-de-conta. Uma democracia como a de Hugo Chaves e outros tantos tiranetes que infestam o mundo. Um exemplo do que não se pode fazer em uma democracia.

 

O mais grave é verificar o silêncio quase unânime da oposição, da imprensa, dos formadores de opinião. Triste Brasil, onde democracia é quando eu mando em você e ditadura é quando você manda em mim; onde o sangue de crianças em uma pobre escola de periferia, sem segurança nenhuma, é usado para escrever o AI-5 da “segurança pública”.

 

* Informações de Agência Viva Brasil (www.movimentovivabrasil.com.br).

08/04/2011.

 

*  *  *

 

Comparações trabalhistas:

Vale quanto pesa

Poderá o cortador de cana alcançar o cargo de procurador, mas ao

procurador não se admite utilizar de seus conhecimentos para cortar cana.

 

Por Caio Britto*

 

Certa vez ouvi alguém falar que um procurador deveria ganhar o mesmo tanto que um cortador de cana. Está errado! Os dois poderiam até ganhar o mesmo perdão, mas em termos materiais, isso nunca poderia ocorrer, sob pena de se massacrar o que se definiu por igualdade.

 

Em Portugal, o “vale quanto pesa” era utilizado pelos mercadores e comerciantes para definir o valor dos produtos comercializados tendo como parâmetro o peso que apresentavam.

 

Com base nisso, a considerar a necessidade de se igualar os rendimentos de um cortador de cana ao de um procurador, estabelece-se a relevância dos serviços prestados por aquele e a irrelevância dos serviços prestados por este. Será esse pensamento fruto do socialismo?

 

Esta resposta somente se dará ao se comparar as oportunidades postas à disposição do povo, ou seja, se ao cortador de cana foi dada a mesma oportunidade dada ao procurador para exercerem a mesma função.

 

Poderá o cortador de cana alcançar o cargo de procurador, mas ao procurador não se admite utilizar de seus conhecimentos para cortar cana.

        

Aqui reside o verdadeiro socialismo, ou seja, na igualdade de oportunidades, sobretudo no que tange à alimentação, transporte, saúde e educação, dentre outras definidas na CF. Todavia, essa igualdade não poderá corromper as carreiras de Estado, altamente relevantes para o desenvolvimento da nação.

 

[1] Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim.

 

[2] Lei 11.890 de 24 de dezembro de 2008.

 

Já ouviram falar na expressão “o tiro saiu pela culatra”? É basicamente isso, ou seja, a ideologia política aplicada no país poderá render péssimos frutos se não reconhecer a relevância das carreiras de Estado, inclusive e, sobretudo no que tange às suas remunerações.

 

A CF  determinou que nenhuma remuneração ou subsídio dos cargos relacionados à carreira de Estado possam ser superiores, em espécie, à dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, especificando as diferenças nos Estados e Municípios no que tange aos cargos do Executivo, Legislativo e Judiciário. Tá certo!!!

 

O que não está certo é a tentativa frustrada de mais uma vez igualar os rendimentos de todas as carreiras, na conhecida modalidade do “efeito cascata”.

 

Ministros do Supremo Tribunal Federal tem que ter o reconhecimento de suas funções com remunerações dignas, proporcional à relevância de suas atribuições, o mesmo ocorrendo com o Presidente da Republica e Presidente do Congresso Nacional e suas respectivas paridades nos Estados e Municípios, inclusive com o maior escalonamento com os demais cargos.

 

O que não se tem como razoável é que todas as carreiras se igualem em relevância, refletindo essa igualdade nas remunerações em espécie.

 

A permanecer a estrutura atual com a tentativa de se igualar o inigualável, “só por Deus”, evidenciada esta conclusão nos diversos escândalos noticiados pelo país.  Este é o cerne da igualdade.

 

Salvo melhor juízo, esta é única esperança de se imperar no país a verdadeira segurança jurídica, a esperança de se ter o povo sendo atendido por servidores verdadeiramente comprometidos e éticos, esperança de se fazer prevalecer os direitos das crianças e adolescentes, de menos normas penais, de mais cadeias, mais hospitais, mais escolas, mais transportes, enfim, de um país mais justo para se viver.

 

Se após isso, alguém não se definir com estas qualidades, “nem por Deus”...

 

* Juiz de Direito - Especialista em Direito Tributário/UFMG - Doutorando UMSA.

 

[3] Art. 37 – A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos.

 

*  *  *

 

Brasil das eleições 2010:

Terrorista e lésbica não assumida

'Daí a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus'.

 

Por Guaracy de Castro Nogueira*

 

A Igreja Católica, religião da imensa maioria do povo brasileiro, como responsável pela defesa da fé, da moral e dos princípios fundamentais da lei natural que – por serem naturais, procedem do próprio Deus e por isso atingem a todos os homens, denunciou e condenou, como contrárias às leis de Deus, todas as formas de atentado contra a vida, dom de Deus, como o suicídio, o homicídio, assim como o aborto, pelo qual, criminosa e covardemente, tira-se a vida de um ser humano, completamente incapaz de se defender. Por isto a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), recomenda a todos os cristãos e verdadeiros católicos a que não dêem seu voto à Senhora DILMA ROUSSEFF e demais candidatos que a aprovam e sustentam sua candidatura, independentemente do partido a que pertençam.

 

“Daí a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. Com esta frase, Jesus definiu bem a autonomia e o respeito, que deve haver entre a política (César) e a religião (Deus). Por isso, a Igreja não se posiciona nem faz campanha a favor de nenhum partido ou candidato, mas faz parte de sua missão zelar para o que é de “Deus” não seja manipulado ou usurpado por “César” e vice-versa.

 

Na atual conjuntura política, o PT, através de seu III e IV Congressos Nacionais (2007 e 2010, respectivamente), ratificando o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3) se posicionou pública e abertamente não só a favor da legislação do aborto, contra os valores da família e contra a liberdade de consciência. Vale dizer, é favorável ao controle e limitação da liberdade de imprensa.

 

O PT de José Dirceu, eterno presidente de fato do partido, que Dilma Rousseff esconde com muita habilidade, terá mais poder com ela do que com Lula. O PT é que vai dar as cartas e, segundo as pesquisas, está numericamente mais forte. Vai fazer uma bancada grande e experiente no Senado. Será, assim, o líder no Congresso de uma imensa tropa formada desde o PC do B ao PP do Maluf, depois de já ter transformado a CUT, o MST e a UNE em agências do governo, financiadas com gordos recursos públicos; já ter aparelhado o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, a Petrobrás, o BNDES; e estar em vias de extirpar a oposição, como disse Lula sobre o DEM.

 

José Dirceu tem razão: “a eleição de Dilma é mais importante do que a de Lula, porque é a eleição vitoriosa do projeto político”. Lula foi apenas um meio para se chegar a um fim, ao tal sonhado projeto político do PT. E viva Maquiavel!

 

E tudo com o inestimável apoio do PMDB e de outros canalhas e calhordas (os ‘cc’ que ainda dominam parte da política brasileira): José Sarney agregado ao Michel Tener. Está de volta Fernando Collor. E Renan Calheiros e Jader Barbalho. Rosana Sarney e seu irmão Sarney Filho, no Maranhão. Ideli Salvati em Santa Catarina e Martha Suplício em São Paulo. E não podemos nos esquecer dos velhacos Delúbio Soares e José Genoíno, os líderes dos bandidos “Sem Terra”, Pedro Stedille e José Rainha, além do Minc com uniforme de guerrilheiro e sequestrador. Temos no governo professores especializados em mensalinhos e mensalões, com curso intensivo como esconder dinheiro na cueca, na meia, na bolsa, ministrado por Marcos Valério, José Adalberto Vieira e José Nobre Guimarães.

 

No Brasil, estamos diante de acontecimentos inexplicáveis, como diz Arnaldo Jabor, ou melhor, explicáveis demais. Toda a verdade já foi descoberta, todos os crimes provados, todas as mentiras percebidas. Tudo já aconteceu e nada acontece. Os culpados estão fichados pela Justiça e nada rola. A verdade está na cara, mas a verdade não se impõe. A mentira é a base deste sistema político, infiltrada no labirinto das oligarquias, mas nunca a verdade foi tão límpida à nossa frente e, no entanto, tão inútil, impotente, desfigurada! Isto é uma situação inédita na História brasileira!

 

Os culpados são todos conhecidos, tudo está decifrado, os cheques assinados, as contas no estrangeiro, as provas irrefutáveis, mas o governo psicopata de Lula que nada vê, nada escuta, nega e ignora tudo!

 

E a população ignorante engole tudo e nada reclama. Como é possível isso? Simples: O Judiciário paralítico entoca todos os crimes nas garras da lentidão e da impunidade.

 

A última notícia é mais do que um grande escândalo, é uma prova de que a terrorista não assume o que ela mesma certamente considera reprovável. No vale tudo da campanha eleitoral, surge a figura de Verônica Maldonado, com dois retratos na Internet, dizendo que “Dilma Rousseff é lésbica, mas nunca quis, publicamente,  assumir o romance com ela, e diz a morena Verônica: “nós nos relacionamos durante mais de quinze anos, mas quando surgiu oportunidade em Brasília, ela nunca mais quis saber de mim”. Possui fotos, cartas e outros documentos que comprovam a relação duradoura. E diz que deixou de trabalhar, de estudar, apenas para ficar com ela. Por achar que tem direitos como qualquer outra mulher, contatou o advogado Dr. Celso Langoni Filho que lhe disse ser concreta a possibilidade de ganho, porque houve uma relação estável e duradoura fácil de provar.

 

É o fim do mundo. Está provado que Lula não gosta do Brasil, mas somente dele mesmo, quando nos empurrou esta candidata, terrorista e lésbica (não assumida!). E, ainda, teremos que tolerar o continuísmo de uma incompreensível política externa, uma vergonha para o Brasil, de braços dados com Chavez, Evo Morales, o Bispo Papão do Paraguai, Fidel Castro e seu irmão Raul Castro, amigos das FARC`s da Colômbia, para não falar do líder de um regime teocrático, violento e isolado, Ahmadinejad, do Hamas.

 

* Guaracy de Castro Nogueira é genealogista e historiador mineiro. Foi reitor da Universidade de Itaúna e vice-prefeito da cidade.

 

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Apagão de 10/11:

E fez-se a escuridão...

Todos nós sabemos que a energia elétrica é fundamental.

 

  

Por Ana Vargas*

Para Via Fanzine

 

Pelo menos milhões de nós não conseguiram ou conseguiriam imaginar a vida sem a possibilidade de uma luz sempre acesa, de um computador sempre acessível, de informações televisivas sempre renovadas etc. Todos nós lemos tanto, muito, incessantemente; sobre a maravilha que é viver em meio a tanta modernidade, tantas facilidades tecnológicas – “o mundo ao alcance das mãos”, nos dizem as propagandas; “ a vida em um segundo”, “em um clique!” nos diz alguém em outro comercial – todos nós podemos viajar para o extremo do mundo porque os aviões são tão seguros e é possível comprar a passagem pela internet (mesmo que você vá para a Turquia! Isso, absolutamente, não importa!); aliás, é possível comprar tudo pela internet, até pessoas (que o digam os dados relacionados ao tráfico humano neste milênio).    

 

No meio de tanta contemporaneidade – o mundo urbano moderno é clean e belo como um sonho cinzento, mas doce – nos esquecemos que esta modernidade tem um preço. Estamos no meio da máquina consumista, mas não conhecemos de fato, seu centro; e não nos demos conta por exemplo, que a água que bebemos não “nasceu” naquela garrafa de plástico e o mesmo vale para o leite; que a caixinha não produziu por sua própria vontade.

 

Estamos alheios aos processos de produção, apenas consumimos e consumimos.  

 

Mas, e quando há uma pane em uma das grandiosas empresas de energia (uma das maiores do planeta) que impede que a roda continue girando? E quando a fagulha que permite que todas as conexões se façam de forma adequada; simplesmente para. Estanca? Em um segundo – um clique – toda a modernidade urbana desaba no vazio e mal enxergamos nossos pés!  

 

São Paulo mergulhada na escuridão: trens parados cheios de gente (apesar de não ser horário de pico), plataformas lotadas, pontos de ônibus às escuras, pessoas perdidas no cinza chumbo das ruas e tentando usar celulares que não funcionavam; semáforos cegos, um horizonte de edifícios semelhantes a esculturas tenebrosas, como rochedos pontudos em noites de tempestade.   

 

E o pior: de repente percebemos ‘claramente’ (um paradoxo) que o céu urbano não tem estrelas, que as camadas de poluição constantemente lançadas na atmosfera encobriram-nas e transformaram este céu em uma massa de cor indefinível, nem marrom nem cinza – feia, apenas.  Ver a maior cidade do Brasil às escuras é uma experiência que faz pensar o quão pequenos somos nós, o quanto a modernidade não resiste a uma queda de energia e todas as discussões sobre acesso à Internet, avanços tecnológicos, googles e derivados, são nada, diante do fato de que é preciso energia para que tudo isso funcione (e para que viajemos, tenhamos a água e o leite, a tevê nos contando do “apagão”: - isso não é bizarro?!).   

 

A energia é o anima da modernidade, mas nada sabemos sobre ela e seus intrincados processos de produção (talvez não sejam assim tão intrincados) até que nos falte. Cegos, como personagens de Saramago, dormimos, em meio a toda modernidade que fomos (e somos) capazes de produzir ( enquanto houver energia).

 

* Ana Claudia Vargas é jornalista, mineira de Dores do Indaiá. Seu e-mail de contato é vargas.anac@gmail.com.

 

*  *  *

 

A segurança em voo:

Aviação: o destino preso por um parafuso

Quando a tecnologia faz com que a vida de centenas de pessoas

dependa cada vez mais de pequenos microchips de 10 dólares.

 

Por Fábio Bettinassi*

De Araxá-MG

Para Via Fanzine

 

Painéis do Airbus 330.

 

Ao ver acidentes como este voo 447 da Air France  imagino quantos universos deixaram de existir numa fração de segundos, universos pessoais formados pela experiência adquirida ao longo de uma vida de esforços e renúncias, momentos felizes e amores vividos. Universos que compunham o filme da vida de todas as pessoas que lá estavam.

 

Diante tamanho acontecimento chocante, eu, particularmente, prefiro acreditar que fatos como estes seguem desígnios divinos baseados em leis do karma e do destino, as quais cada pessoa está predestinada ao evento. Porque não raro são os casos onde sobreviventes de tragédias saem ilesos em condições ‘miraculosas’, seja na aviação, em incêndios ou explosões, nas navegações marítimas e até o caso de um físico russo que estava presente no momento da explosão do reator de Chernobyl e vive até hoje, mesmo tendo recebido uma quantidade enorme de radioatividade.

 

Independente da ação de uma força divina, dos possíveis desígnios de um karma coletivo, ou qualquer outra explicação impressa pelo prisma das crenças, fato é que a tecnologia da aviação atingiu um ponto de extrema complexidade, tornando-se dependente de uma ampla quantidade de sistemas e componentes. Todo este aparato tecnológico, a qualquer momento, pode entrar em pane, provocando um ‘shutdown’ em cascata e fatalmente levar uma aeronave ao colapso. Isso mostra que a tecnologia está fazendo com que a vida de centenas de pessoas dependa cada vez mais de ‘pequenos microchips de 10 dólares’, o que, em termos humanistas, se traduz na imagem da própria desvalorização da vida.

 

É muito triste constatar que o acidente da TAM, no aeroporto de Congonhas, ceifou mais de cem vidas por causa de um parafuso que travou o mecanismo do reverso do motor. Mais triste ainda foi o destino do Boeing da Gol se chocou com um Legacy, apenas porque um piloto não apertou determinado botão e não ouviu a ordem do rádio de elevação de altitude, ou seja: nossos amigos e parentes estão morrendo por causa de relés, parafusos e botões desligados. Afora uma infinidade de pequenos problemas em termos de segurança, que não vemos e nem ouvimos falar, mas que podem ser configurados como ‘potenciais acidentes’ que ainda não ocorreram.

 

Quem assiste ao clássico programa May-Day exibido no National Geographic Channel, pode ter uma idéia da complexa rede de sistemas interoperando em harmonia, envolvendo os sistemas aviônicos da aeronave, satélites, sistemas redundantes, regras de voo e todo um extenso e maçante protocolo de comunicação que faz parte do mundo da aviação comercial. A dúvida começa a incomodar quando vemos que toda esta tecnologia que requer atenção e comprometimento, passa a ser operada por profissionais estressados, sob pressão de uma companhia, massacrados pela burocracia interna e com as capacidades psicofísicas alteradas, somados os problemas naturais do cotidiano. São fatores que abalam a plenitude dos sentidos e do raciocínio rápido.

 

Isso tudo me faz crer que a aviação moderna precisa urgentemente ser repensada em sua totalidade, envolvendo não só a tecnologia de aeronaves, como toda a estrutura aeroportuária e a forma que o público se relaciona com este meio de transporte fantástico.

 

É um absurdo que, após altas cifras gastas em desenvolvimento, acidentes como estes façam desaparecer centenas de vidas num piscar de olhos. Afinal, neste mundo, ninguém pode ser substituído, pois quem é capaz de substituir um bondoso pai ou a mãe dedicada? Ou mesmo substituir um grande músico como Bach ou um pensador com Einstein?

 

A aviação necessita de uma reengenharia total, levando em consideração não só o presente como o futuro das gerações. Já se torna necessária nova tecnologia em propulsão; aeronaves menos complexas e com combustíveis diferentes; outros materiais para fuselagem, bem como design completamente diferente das aeronaves convencionais da atualidade, que envolveria não só uma nova visão de engenharia e arquitetura como também o estudo de uma nova física de materiais.

 

Algo assim, seria o maior projeto em conjunto já feito pela humanidade e levaria décadas para ser implementada em totalidade, pois exigiria uma avançada cooperação internacional, conectando institutos de pesquisa, universidade e cientistas de todos os ramos. Além disso, seria necessária uma completa reforma nas leis da aviação global, bem como um giro de 180 graus na concepção de aeroportos e a localização destes. Com a expansão da aviação comercial, o voo de baixa altitude sobre grandes centros urbanos, se faz cada vez mais um grande risco.

 

O investimento será alto e a trilha muito dura, mas os benefícios que vão surgir para a aviação mais segura serão enormes, o que por si só já compensa o esforço, pois para quem cruza os céus apressadamente, não há nada mais gratificante do que a certeza de um outro dia.

 

* Fábio Bettinassi é publicitário, pesquisador em assuntos aeroespaciais e co-editor do portal UFOVIA.

 

*  *  *

 

Crença e lei:

Estuprar está permitido: só não pode abortar!

Quem poderá nos dizer o que são pecadinhos e pecadões?

 

Por Rita Shimada Coelho*

De São Paulo-SP

Para Via Fanzine

                                                          

Em meio a correntes, campanhas e repasses de mensagens na internet sobre as atitudes intransigentes do Arcebispo de Olinda, não pude deixar de escrever sobre minha opinião diante desse ocorrido.

 

Quando vi a primeira entrevista, a frase que mais me chocou foi: “As leis humanas quando vão contra as leis de Deus, vão contra Deus”. Embora me trouxesse a memória às tantas leituras que fiz sobre a Inquisição, onde a Igreja Católica usava o nome de Deus para impor seu poder até mesmo sobre os soberanos, me contive, mesmo sabendo que as leis humanas tiveram como base e inspiração os dez mandamentos.

 

Mas, quando ouvi esse senhor dizer que “o aborto é pior que o estupro”, eu não pude me aguentar! Me questionei o que homens que vivem em celibato sabem sobre sexo. Homens que não se casam por suposta devoção, acreditam  poder opinar ou formar opinião sobre sexo e casamento. Justamente esse homens que em números só aumentam, são acusados de abuso sexual e pedofilia. E não sou eu quem está afirmando, esse fato é noticiado todos os dias.

 

Mais estarrecida eu fiquei ao assistir o documentário da BBC de Londres Sexo e o Vaticano, mostrando em países onde a Igreja Católica domina, crianças sendo violadas, se engravidando e sendo exigidas a terem os bebês. No México uma criança de oito anos foi estuprada e seus pais optaram pelo aborto, mas foram também excomungados pelo líder religioso local. Na África, o índice de gravidez por estupro e a AIDS cresce descontroladamente, pois a própria igreja proíbe o aborto e o uso de preservativos, sob alegação ignorante: a camisinha possui micro poros que permitem a passagem do vírus HIV. O que se pode compreender quanto a isto? Os homens podem deflorar quantas mulheres quiserem e podem ser infiéis, e as mulheres não devem exigir proteção, pois não adianta? É isso?

 

'Gostaria de entender que pensamento é esse que acredita

existir um poder masculino sobre a vontade das mulheres'

 

E a afirmação desse senhor de que aborto é pior que estupro latejava em minha mente. E a história de influência dessa religião através dos tempos me fez ter mais convicção do poder nocivo que ela causa à sociedade. No dia Internacional da Mulher, não pude escrever uma mensagem decente pela realidade absurda que as mulheres vivem em pleno século XXI. A Mulher, ao longo de nossa história, sofre todo tipo de preconceito e podemos ver de onde a semente vem sendo proliferada.

 

Gostaria de entender que pensamento é esse que acredita existir um poder masculino sobre a vontade das mulheres. Que pensamento é esse de homens que acreditam poder possuir e violar o corpo da mulher quando bem deseja, sem levar em conta a vontade dela? Não me generalize alguém o comportamento da mulher baseando-se na postura vulgar de algumas poucas que foram condicionadas a acreditar que para serem alguma coisa é preciso ser submetidas a caprichos... A mulher nasce com sensualidade, beleza, doçura à flor da pele e até hoje é mal interpretada por homens que só conseguem pensar com aquilo que balança entre as pernas.

 

Que tipo de pessoa é essa que determina que um estupro não seja pior do que um aborto? É por isso que as mulheres estupradas além de viverem suas vidas estigmatizadas pela vergonha e trauma dessa experiência brutal, ainda assim são discriminadas?

 

Onde estão os bispos e arcebispos para excomungar estupradores, políticos corruptos, médicos negligenciadores, pedófilos, assassinos, ladrões, exterminadores? Seria preferível assistir uma criança inocente perder a vida por causa dos atos bestiais de um adulto descontrolado, a poupar-lhe a vida? E quem trabalhou por isso é que merece punição? É impressionante: já trabalhei no Censo e muitas pessoas sem religião definida respondem serem católicas apenas 'para constar'. Já vi traficante se declarar católico e frequentar assiduamente terreiros de Umbanda e missas e nenhum dos dois lados o excomunga!

 

Eu cresci assistindo a hipocrisia católica, principalmente em época de Carnaval, onde durante três dias são permitidos todo tipo de sandice sodomista e depois basta um dia de missa para expurgar os pecados.

 

'Acabei de receber comunicado de uma campanha onde várias pessoas

estão enviando e-mails para o arcebispo de Olinda pedindo excomunhão'

 

E estão aí os donos da verdade, pretensas vozes de Deus na Terra dizendo quem deve ser punido e quem não deve... Que estuprador merece participar de missas, mas quem luta por vida merece o inferno. Prova disto são as senhoras de bem das

Comissões Pastorais dos Direitos Humanos que defendem os infratores de nossas leis que colhem as consequências de seus atos, após assassinar e violar a vida de pais mães de família que não recebem nenhuma assistência.

 

Crianças são estupradas e abusadas todos os dias e compreendo que sob proteção desta igreja que releva e justifica estupros e atos impensados, mas pune atos em prol da vida. As atitudes desse senhor, assim como de outras religiões são a causa da injustiça ter tanto poder!

 

Acabei de receber comunicado de uma campanha onde várias pessoas estão enviando e-mails para o arcebispo de Olinda pedindo excomunhão e aplaudi de pé essa atitude. Pois acredito piamente que aquilo que é nocivo e traz morte e destruição, não provém de Deus. E ninguém perde nada renunciando uma religião que prega com imposição que as pessoas devem manter-se sujeitas a todo tipo de opressão. Onde a mulher é vista como objeto e fossa de dejetos... Como uma preocupação secundária... Como causadora de uma situação e não vítima...

 

Após o dia internacional da mulher, ela ainda é colocada na fogueira e no lago de enxofre para arder até a alma. O estuprador, o marido que agride e espanca, o assediador, o macho que acredita numa falsa superioridade é sempre poupado, enquanto a mulher continua sendo válvula de escape, saco de pancada e artifício para justificar a extrema ignorância de pessoas que utilizam o que acreditam ser mais fraco para se impor.

 

Até quando as mulheres precisarão usar a desculpa da dor de cabeça para que os homens compreendam que elas tem vontades e são elas quem determinam quando devem usar ou não os próprios corpos? Até quando fazer sexo será uma moeda de barganha ou uma obrigação? Até quando estupro será entendido como resultado de uma insinuação ou provocação? E ficar quieta vendo um pretenso dono da verdade dizer que um aborto é pior do que um estupro? Esse senhor tem noção da imbecilidade que disse? Ele sabe o que é um estupro?

 

'Está escrito: 'Não julgueis para que não sejam julgados'.

O juízo final ainda não veio para que as sentenças sejam estabelecidas'

 

Para qualquer arcebispo que exista, não se dê o trabalho de me excomungar! Já fiz isso por mim ainda criança, quando soube que minha mãe antes de mudar de religião decidiu por mim ainda bebê e me banhou nas águas cheias de pecado desta tal igreja! Eu sempre renunciei e abominei a igreja católica e a excomunguei de minha vida.

 

E ao ser levada forçada para participar de cultos da nova religião que minha mãe escolheu, eu também me expulsei dela depois de várias vezes que fui punida por questionar e me mostrar indignada com as duras leis impostas que infringem qualquer direito do cidadão declarado por lei. A outra igreja que pregava a hipocrisia, que tem seus membros afirmando para todo lado que são salvos e por isso se acham dignos de condenar as pessoas ao inferno. Os salvos, os ditos santos, são aqueles que discriminam, que fazem acepção, que humilham, que vandalizam, que oprimem!

 

Eu sou revoltada contra religiões? Isso não é trauma, é inconformismo mesmo. Basta viver alguns anos enfiados em uma igreja para saber que ela é quem mais infringe as leis de direitos humanos. Uma pessoa merece ser expulsa por cortar o cabelo? Por se depilar? Por beijar o namorado? Por usar calça? Por pintar os cabelos? Por ser estuprada aos nove anos e abortar o filho do próprio padrasto?

 

Religião só é boa quando trabalha em prol do bem comum. Religião só é boa quando segue à risca os passos de Jesus, que não condenou uma prostituta e se sentou com os rejeitados da sociedade para se alimentar. Religião só é boa quando luta pela vida, independente de que corpo ela habite.

 

Repudio qualquer religião que se imponha forçosamente e não respeite a crença que cada vida faz segundo seu entender e visão. A verdade é identificada assim: ela jamais será uma obrigação e nunca será imposta.

 

Está escrito: “Não julgueis para que não sejam julgados”. O juízo final ainda não veio para que as sentenças sejam estabelecidas.

 

Se uma religião medir pecados e determinar o que é pecadinho e pecadão e ainda por cima determinar métodos de expurgação de pecados, abra o olho e saia correndo!

 

Mal é mal, não se mede! Pecado é pecado, não tem tamanho e profundidade!

 

* Rita Shimada Coelho é artista plástica, poetisa e escritora.

 

 

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Reforma ortográfica:

Uma questão ortográfica em  Bom Despacho

Neste momento, quando iniciamos uma Reforma Ortográfica, registra-se em pequena cidade

de Minas Gerais uma curiosa questão que pode ser resolvida pela Academia Brasileira de Letras,

numa das próximas edições do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.

 

Por Jacinto Guerra*

De Brasília-DF

para Via Fanzine

 

 

Em meus escritos e, principalmente, no livro Gente de Bom Despacho – histórias de quem bebe água da Biquinha (Thesaurus, Brasília, 2003), adotei, por razões diversas, o adjetivo pátrio bondespachense, de uso consagrado pela tradição em minha cidade, no lugar de bom-despachense, duas palavras separadas por hífen, como registram alguns dicionários.

 

O professor Aires da Mata Machado, notável escritor, natural de Diamantina e um dos maiores estudiosos da Língua Portuguesa, de quem fui aluno na Faculdade de Letras da UFMG, afirma em seu livro A Palavra é de Ouro – termos que dispensam gramática e dicionário: “Ao uso local cabe decidir qual a forma correta do gentílico ou pátrio de cada localidade”. Em seguida, o ilustre mestre pede ao leitor que lhe comunique “o modo como se chamam os naturais do lugar onde mora, se possível, com elementos colhidos na imprensa da região ou em livros”. 

 

A língua é um instrumento de cultura que se transforma ou se conserva, pelo uso do povo e dos escritores. O gramático e o dicionarista registram, divulgam e ensinam o que o povo, os escritores e a mídia consagram pelo uso.

 

Em Bom Despacho, é clara a preferência pelo bondespachense, uma só palavra, tanto que um dos nossos melhores jornais foi a Tribuna Bondespachense, fundada e dirigida por Itamar de Oliveira, experiente jornalista e professor universitário com pós-graduação na França.

 

O termo bondespachense, como adjetivo pátrio que existe para designar os naturais de Bom Despacho e os moradores da cidade da Senhora do Sol, está registrado oficialmente na denominação de instituições históricas do lugar: Cia. Industrial Aliança Bondespachense, pioneira dos serviços de energia elétrica e de nossa indústria de tecidos; Rádio Difusora Bondespachense, primeira emissora de rádio da cidade, além da Associação Atlética Bondespachense, da simpática Associação Bondespachense dos Escoteiros  – e da Abap – Associação Bondespachense de Amparo e Proteção Social,  uma Organização Não-Governamental que presta inestimáveis serviços na melhoria das condições de vida do povo.

 

Entre os escritores que usam aquela forma de adjetivo pátrio para designar os cidadãos de Bom Despacho, encontra-se Pedro Rogério Moreira, da Academia Mineira de Letras, principalmente em sua crônica “Retratos na Parede”, quando, inspirado num poema de Drummond, o escritor lembra “retratos de homens e mulheres da boa grei bondespachense”.  Outro exemplo é autor deste artigo e de alguns livros, entre os quais O gato de Curitiba – crônicas de viagem (Thesaurus, 2004, 2ª edição, premiado pelo BDMG Cultural/Banco do Desenvolvimento de Minas Gerais).

 

A idéia que defendemos é simples: o Novo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa poderia adotar, em suas novas edições, também o termo bondespachense como adjetivo pátrio do povo e da terra de Nossa Senhora do Bom Despacho, conciliando, assim, a opinião do dicionarista com a tradição de uma pequena cidade do globalizado mundo da Língua Portuguesa.    

 

* Jacinto Guerra, mineiro de Bom Despacho e morador de Brasília, é professor de Língua Portuguesa, formado em Letras pela UFMG.   

 

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Oriente Médio: 

Prêmio Nobel de Guerra para Shimon Peres

Presidente de Israel é um confesso matador de crianças palestinas.

Peres, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1994, devia trocá-lo pelo Nobel da Guerra.

 

Por Pepe Chaves*

Para Via Fanzine

 

Peres: onde está a paz que justifique o seu Nobel?

 

O presidente de Israel, Shimon Peres, ex-prêmio Nobel da Paz, desafia o bom senso global e continua a desferir ataques covardes ao povo da Palestina. É certo que o lançamento de foguetes contra Israel é também um ato de covardia, já que irá atingir inocentes na certa.

 

No entanto, declarar à imprensa internacional que “tem morrido muitas crianças em Gaza” e não em Israel, "porque os israelenses cuidam bem de suas  crianças", é a maior hipocrisia do mundo político a que já pude ouvir.

 

Morrem crianças em Gaza justamente porque citado estadista israelense, trocando em miúdos, está assassinado-as. E se não estão morrendo crianças israelenses agora – felizmente -, não quer dizer que num futuro breve, elas também não sejam mutiladas pelo mesmo ódio que o seu governo move com os inocentes de Gaza.

 

É um absurdo que um presidente afirme em público, que promove matança de crianças. Longe de saber quem está certo ou errado nesta guerra que remonta décadas, o fato é que inocentes estão morrendo por causa de questões diplomáticas mal resolvidas entre as duas partes envolvidas no conflito.

 

É inadmissível que a Organização das Nações Unidas (ONU) não tenha tomado nenhuma medida efetiva para cessar a matança que já ultrapassa 600 palestinos e oito israelenses em apenas 12 dias de conflito. Esta não é mais uma questão de terra, fronteiriça, de interesses materiais ou de rivalidade entre duas etnias; esta se tornou uma questão humanitária.

 

Nada justifica uma ação de guerra, realizada por ar e por terra, de forma tão desproporcional como a esta que assistimos com indignação. Não são foguetes "terroristas" que podem matar uma ou outra pessoa, que vão justificar a invasão do território palestino e o transtorno moral, psicológico e emocional a que foi submetido toda a população da estreita e povoada Faixa de Gaza.

 

E esperamos que cessem a hipocrisia dos líderes nacionais que, sob a penumbra da democracia ou do humanitarismo, pedem ao Hamas para cessar o conflito, quando se sabe que, na verdade, as forças isralenses são muito maiores estão mandando 100 vezes mais neste conflito.

 

Shimon Peres, que nasceu em 02 de agosto de 1923, é ex-membro e co-fundador do Partido Trabalhista israelense e ganhou o Prêmio Nobel de Paz em 1994. Ele foi primeiro-ministro de Israel nos períodos de 1984 a 1986 e 1995 a 1996 do Partido Trabalhista israelense (1968). Shimon Peres foi eleito e tomou posse em junho de 2007 para exercer o cargo de presidente de Israel.

 

* Pepe Chaves é editor do jornal Via Fanzine.

- A opinião do editor não representa necessariamente a opinião deste jornal.

 

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São Paulo:

Estado diminui aulas de História e Geografia

SP retira aulas de História por causa da editora Abril*

 

Júlio César Lourenço*

Sinsesp - Sindicato dos Sociólogos de São Paulo

 

A Secretaria da Educação de São Paulo, cortou aulas de História, Geografia, Educação Física, Artes por causa de uma disciplina estranha, chamada "Apoio Curricular", que tem o absurdo de 6 aulas no terceiro ano (para 2009) e o material desta estranha matéria criada por Serra, são cadernos inúteis e duvidosos de qualidades, fabricados, não pela gráfica oficial do Estado, mas por ninguém menos que a Editora Abril e pelo grupo Rede Globo.

 

O jornal folha de São Paulo mente e desvirtua o assunto quanto a diminuição das aulas de história na grade curricular do ensino médio.

 

O grande problema da retirada das aulas de história, (mas de geografia, educação física e artes no terceiro ano também) não é culpa da sociologia nem da filosofia, que tem reles 4 aulas na grade do ensino médio para o ano de 2009, e sim uma certa disciplina, chamada "apoio curricular", criada no governo José Serra, que não tem propósito nenhum.

 

Ninguém sabe para que serve a tal "apoio curricular", e que na grade curricular de 2009 ficou com o absurdo de 6 aulas por semana, no terceiro ano do ensino médio.

 

Essa disciplina, sem propósito nem objetivo, que retirou as aulas de outras matérias, principalmente as de humanidades, enquanto as de "exatas" ficaram intocáveis, como química, física e etc.

 

A Folha de São Paulo, em matéria de Fabio Takahashi, publicada no dia 6 de dezembro de 2008, com o título "São Paulo corta aulas de história para pôr sociologia no currículo", é mentirosa e tendenciosa, e diz que a inclusão da sociologia é uma lei sancionada pelo "PT", essa uma lei, é a LDB, lei nacional da educação, e não foi criada pelo "PT" e sim por um movimento de 11 anos de luta para incluir o ensino de Sociologia em pé de igualdade com outras disciplinas não mais importantes que a sociologia e a filosofia.

 

Essa lei, que o jornalista insinua como sendo do "PT", foi aprovada pela câmara dos deputados e pelo senado federal, e foi sancionado pelo presidente em exercício na época, José Alencar (já que a matéria quer buscar culpados por quem sancionou essas disciplinas). Sociologia e Filosofia levam os alunos a refletirem sobre diversidade, a cultura, crítica, cidadania e etc, não são as únicas que promovem estes temas, mas são as essenciais para tratarem sobre eles.

 

Cidadania, desenvolver capacidade de crítica, entender a cultura, são conceitos que aparecem na proposta curricular do ensino médio de São Paulo, de forma destacada, mas na hora de colocar as disciplinas centrais que tratem sobre este assunto, elas são retiradas da grade, são excluídas, e o pior, colocadas como culpadas, quando na verdade a ignorância veio direto do gabinete da secretária da educação Maria Helena, ao propor a diminuição das ciências humanas no currículo do ensino médio paulista.

 

O que a Folha de São Paulo não diz,e o senhor Fabio Takahashi também não, é que a verdadeira culpada, pelas míseras aulas de sociologia, filosofia ( 4 por semana), pela diminuição da carga  horária de história e geografia, artes e educação física é uma tal disciplina desconhecida e inventada para o terceiro ano, chamada de "apoio curricular", que ganhou 6 AULAS no terceiro ano de 2009 (em 2008 eram duas), e com a desculpa de preparar os alunos para o vestibular(será que a escola media deve virar cursinho pré-vestibular, porque não fazem isso fora do horário normal de aulas ?) e com material produzidos pela Editora Abril, e pelo grupo rede globo, sendo que existe a gráfica oficial do estado para isso.

 

Essa questão é de interesse da Editora Abril e de outros grupos empresariais, interessados em pegar um vasto mercado (são centenas de escolas no ensino médio no estado inteiro, que vão receber material da Editora Abril) para venderem seu peixe para o Estado de São Paulo, não aparece na matéria escrita por Takahashi  da Folha de São Paulo, jornal que é ligado ao grupo "todos pela educação", que são mega empresários prontos para ganharem dinheiro com a educação pública, vendendo milhares de suas apostilas medíocres e caras, bem caras para o Estado gastar com isso, e a Fiesp é que vai sair ganhando, com o governo PSDB de José Serra.

 

A grande intenção de Serra, e seus amigos pessoais dos editoriais Folha de São Paulo, foi criar disputa e conflitos entre os professores de humanas com a retiradas de aulas de geografia e história.

 

Agora, como um grande corvo, Serra diz que a grade curricular para o ensino médio de 2009 está suspensa, devido aos protestos de sindicatos, inclusive o dos sociólogos, contra a retirada das aulas de História.

 

Mexer na disciplina fictícia "apoio curricular" que vai encher os bolsos da editora abril, fabricando cadernos de péssima qualidade, com o absurdo de 6 aulas no terceiro ano, isso ele não fala, muito menos este jornal medíocre e ultrapassado chamado Folha de São Paulo.

 

Se o governo de São Paulo quisesse daria sim para colocar todas as áreas em perfeito equilíbrio, exatas e humanas, e matemática e português, como prioridades, normalmente com a maior parte das aulas.. Mas o interessa não é este, o interesse é criar conflitos para não mexer nos ganhos da Editora Abril em cima da educação pública paulista.

 

São os interesses empresariais, de lucro sobre a miséria educação pública paulista, que estão determinando essa questão.

 

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Santa Catarina:

 Furtos de Donativos: sórdido demais

Os furtos de donativos para as vitimas de Santa Catarina,

escandaliza a opinião publica e deixa uma questão antiga em foco:

Até onde vai a falta de ética? Qual é o limite para a falta de vergonha?

 

Por Antônio Siqueira*

Do Rio de Janeiro-RJ

Para Via Fanzine

 

Num ponto a mídia moderna funciona e muito bem: quem tem uma câmera à mão, oculta ou aberta e está no lugar certo, na hora certa pode, na maioria das vezes, prestar um serviço de grande valia para a sociedade como um todo. Os flagrantes de furtos de donativos envolvendo voluntários da Central de Recepção e Distribuição de Donativos de Blumenau (SC) foram registrados por uma emissora de TV gaúcha. Tais atos, enojaram a opinião publica e abriram uma questão que envolve profundamente a sociedade: até onde vai a falta de ética e vergonha na cara?

 

O casal que foi flagrado por esta mesma emissora ao levar mantimentos doados para os desabrigados, resolveu devolver o que retirou da central de recepção da Vila Germânica. O gesto, certamente, servirá para atenuar a pena, mas o crime e as péssimas intenções já ocorreram e correram mundos pelos jornais e tevês. Sabe-se que se trata de voluntários de classe média, cadastrados. Pagando ou não pelo que fizeram, tiveram suas caras estampadas para o grande público. Provavelmente, se transformaram nos indivíduos mais impopulares de Santa Catarina. Simplesmente horrorizaram a todos. Não somente os citados, como também militares, aparecem em outras imagens feitas com câmeras ocultas. Deixaram a central de distribuição com as mochilas abarrotadas de roupas, tênis e até sutiãs.

 

'Restou o que somos ou o que eles são; um bando de almas martirizadas

e barbarizadas por uma casta de valores consumistas'

 

Alguns, debochavam com brincadeiras imbecis, enaltecendo seus feitos. Jovens soldados sorriam como se estivessem fazendo compras: “Aí, você tá levando o meu tênis!”...  “Esse sutiã eu vou levar para a minha mãe!”. Doações que deveriam ser entregues por eles aos desabrigados, acabaram sendo tratadas desta forma ignóbil depois de uma das maiores catástrofes naturais da historia do país, ter quase varrido do mapa cidades inteiras de Santa Catarina.

 

Estamos, realmente, num beco sem saída. Justamente no dia em que a ONG Transparência Internacional, com sede em Genebra na Suíça, idealizadora da “competição” divulga o ranking dos 10 países mais corruptos entre os 22 mais ricos do mundo. Na avaliação lançada ontem, o Brasil ficou com um honroso 5º lugar. Nosso territorialmente grande país empatou com a pequena e poderosa Itália, que já fora várias vezes campeã dessa disputa. Mas derrotamos vilões, meu melhor, rivais de peso como Taiwan e Coréia do Sul. Nesta nada honrosa competição, o Brasil só não superou Rússia, China, México e Índia.

 

A corrupção, na acepção da palavra, pode aglutinar e gerar toda sorte de desgraças sociais em um só termo. É onde colide o bom senso e a falta dele, a canalhice, a sordidez humana em toda a sua plenitude. É onde reside toda a sorte de infortúnios éticos. A coisa está se tornando patológica sintomática e com contornos trágicos para um futuro nada distante.

 

Discutir esses fundamentos básicos para a formação do caráter humano, tornou-se uma batalha sem vencedores ou vencidos. Restou o que somos ou o que eles são; um bando de almas martirizadas e barbarizadas por uma casta de valores consumistas. É um trabalho sociológico, mas que precisa ser focado antropologicamente em suas origens mais profundas.

 

*Antonio Siqueira é pesquisador musical, cronista e correspondente de Via Fanzine no Rio de Janeiro/RJ.

 

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Preconceito racial:

Dia da “inconsciência” negra

O dia da consciência negra deveria ser todo dia e não apenas o dia 20 de novembro.

 

Por Pepe Chaves*

Para Via Fanzine

 

Minha mãe conta que sua avó era uma escrava negra que fora trazida para o interior de Minas Gerais a cerca de um século e meio. Segundo me contou, sua avó sofrera muito, inclusive, trazia marcas que franziram sua pele, resultado de “castigos” promovidos pelos antigos senhores mineiros. Tais atos bárbaros ocorriam corriqueiramente em meados do século 19, diga-se, poucas décadas antes da abolição da escravatura em 1888. Época em que os negros eram trazidos da África, sob a força das armas para trabalhar na agricultura.

 

Por isso, reconheço e admiro o sangue negro que carrego nas veias, misturado pelo passado da minha estirpe ao do português e do índio brasileiro. Sempre assumi meus traços negros, de homem mestiço e também mantive saudáveis contatos com pessoas negras ao longo da minha vida. Aprendi a admirá-las e amá-las, não pela cor de suas peles ou feições físicas, mas por suas personalidades. O talento, o caráter e a boa índole não escolhem cor de pele para se abrigar.

 

No Brasil, o negro se fundiu a outras raças, ainda que existam em menores escalas, grupos que ainda preservem a legitimidade africana. O negro brasileiro de hoje já se misturou com raças vindas de todas as plagas da Terra, aqui neste caldeirão racial em forma de país. E o resultado da fusão negra com outras raças que se encontravam na América do Sul é o mais variado em termos genéticos e isso só poderia ocorrer após a grande quantidade de indivíduos negros que fora trazida forçadamente para cá.

 

De um continente para outro, foi exportada uma raça, claro, por motivos nada nobres. E assim, no Brasil, como noutros países, que usufruíram da mão-de-obra escrava, as raízes desse povo permaneceu e frutificou nestas terras. Muitos sofreram e ainda sofrem até hoje pelo simples motivo de ter a pele escura, isso é fato.

 

Apesar de casos isolados, sobretudo, por haver também a Lei de “crimes raciais”, prevendo punições, bem como pela convivência entre as raças, o preconceito no Brasil contra os negros, segue de forma relativamente branda. No entanto, os próprios negros também geram preconceito contra outras raças e em alguns casos, de forma até mais requintada. A simples criação de grupos negros, que cerceiam a entrada de brancos, seja de cunho cultural, religioso ou outro, é uma forma declarada de preconceito.

 

É isso que quero tratar. O próprio dia da consciência negra se torna um ato de preconceito por parte da raça negra brasileira. Escolher um dia apenas, para ser o da “consciência negra”, é discriminar o negro durante os outros 364 dias do ano. Ora, o negro está presente todos os dias na vida brasileira, se antes nos campos, produzindo alimentos, hoje nas mais distintas áreas e posições sociais.

 

O negro no Brasil atual exerce uma força inestimável na economia, nos esportes, no jornalismo, na política e nas mais diversas profissões e ofícios, todas elas, altamente essenciais para rodar a engrenagem do país. Quando vejo indivíduos negros “comemorando” o dia da consciência negra, vejo o quanto de preconceito ainda existe neles próprios. Vejo o quanto ainda se distinguem dos brancos e dos mestiços que perfazem a maior parte dos brasileiros.

 

Distinguir uma raça apenas, entre as quatro básicas (Vermelha, Amarela, Negra e Branca) e enaltecê-la perante às demais, se torna, antes de qualquer boa intenção, um ato de assumido preconceito racial. Em diversos casos, nem os próprios negros se respeitam, como vemos, diversas mulheres negras, à base de produtos químicos, alisam seus cabelos, para fazê-los se assemelhar aos de outras raças. O negro, por vezes, nega o seu cabelo e somente não nega a cor da sua pele, porque quanto a isso, não tem como se expressar.

 

Considero as mulheres negras das mais belas do mundo, por isso, não entendo porque grande parte delas renega seus genuínos cabelos crespos, numa espécie de “mania racial” contra um item de seu corpo. Este é apenas um exemplo, de como determinados indivíduos da raça negra se comportam e eles mesmos, negam a si próprios, ainda que venham a fazer parte ou participar de comemorações que enalteçam a raça negra.

 

Penso que, raças existem para se misturar. Apesar de distintas cores de pele, todos os homens da Terra têm sangue vermelho. Todos sentem dor, prazer, fome e tem suas necessidades orgânicas e fisiológicas, de forma idêntica. O homem, é o homem, não é o negro, branco, vermelho ou amarelo. Até porque, estas quatro raças, ao longo dos tempos, estão desaparecendo e a parte genuína de cada uma delas se torna cada vez menor; nalguns casos, raras.

 

Tenho absoluta certeza que a fusão dessas raças humanas, um dia, num futuro longínquo culminará numa raça única e uniforme que pisará sobre a Terra e quem sabe, promoverá um mundo melhor que o atual.

 

Mas, se surgiram ao acaso de Darwin ou se alguém - conforme alegam os criacionistas - colocou estas quatro distintas raças aqui na Terra, discute-se. O que parece certo é que a fusão de tais raças é algo eminente dentro da espécie e o seu efeito se dará, efetivamente, somente ao longo dos séculos, dos milênios e sob os pontos de vista genético e anatômico dos indivíduos.

 

Mas, até lá, enquanto ainda temos que conviver com infinitas gamas de ramificações raciais, passaremos por eventos e situações que, futuramente, com toda certeza, serão vistos como gestos de atraso, preconceito e distinção racial, como o próprio "dia da consciência negra".

 

* Pepe Chaves é editor do jornal Via Fanzine.

 

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Dinheiro:

O seu FGTS e a hidrelétrica

O que o seu fundo de garantia tem a ver com os atritos entre

o governo do Equador e a Construtora Odebrecht?

Por Pepe Chaves*

Para Via Fanzine

 

O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) foi criado para compensar a perda da estabilidade no emprego e para oferecer uma garantia financeira ao trabalhador demitido sem justa causa. Consiste em depósito feito mensalmente pela empresa em nome do trabalhador e corrigido de forma absurda, ou seja, 3% ao mês mais o índice da “TR”, que confere um rendimento anual de aproximadamente 6%. Em suma, esta é a pior aplicação que pode existir no Brasil, mas como é dinheiro do trabalhador, gerido pelo governo, não era de se esperar coisa melhor.

 

Argumenta-se que o rendimento é baixo porque os recursos são aplicados na construção de habitações para a população e financiamentos com correções módicas? Bom, não conheço ninguém que tenha um financiamento que pague apenas 6% de juros ao mês. Ainda assim, engolimos mais esta e procuramos tentar entender os nobres motivos que levam este fundo a ter este ridículo índice de correção.

 

Mas, gostaria de demonstrar mesmo o meu espanto ao ouvir a notícia sobre o conflito entre o Brasil e o Equador envolvendo a construção de uma usina hidrelétrica naquele país pela Construtora Odebrecht, empresa brasileira. Segundo as informações, a Odebrecht construiu a hidrelétrica e a mesma teve de ser paralisada por problemas estruturais, sendo que o Governo do Equador informou que não arcaria com o compromisso de pagar pela obra o valor combinado de 273 milhões de dólares.

 

Sem entender, e como se deve proceder nestes casos, li uma reportagem um pouco mais completa e entendi que o pagamento que o Equador não irá realizar será para a Construtora e não para o governo do Brasil. Então, presumi que não se tratava de um problema diplomático ou nacional, mas de direito internacional, envolvendo comércio exterior.

 

Mas afinal o que tem a crise Brasil/Equador/Odebrecht, a ver com o comentário relativo ao FTGS?

 

Tem tudo a ver e aí é que entra qualquer pessoa que trabalha no Brasil: segundo a reportagem, para construir a hidrelétrica no Equador, a construtora obteve recursos do FGTS, através do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDS) que, em tese, serve para amparar o trabalhador e em outras funções mais nobres, como moradia e saneamento.

 

Fiquei atônito com tal informação, pois, como pode um Fundo que tem uma remuneração ridícula, ter seus recursos utilizados para que uma construtora privada de grande porte assuma negócios com outros paises lucrando em milhões de dólares à custa do Fundo de Garantia dos trabalhadores brasileiros? Como trabalhador eu me sinto indignado e em momento algum autorizei ninguém a utilizar meu pobre dinheirinho para aumentar lucro de grandes empresas.

 

É um tremendo paradoxo, vez que eu que sou o dono do dinheiro não posso nem pensar em tocar nele, a não ser em situações especialíssimas, no entanto, grandes empresários podem se utilizar dele da forma como melhor lhe convier, inclusive, em negócios de risco.

 

E o pior disto tudo é que se o governo do Equador bater o pé e não pagar, provavelmente o governo brasileiro é que deverá assumir a divida da construtora, possivelmente, perdoando-a e não exigindo que a mesma, pelo menos, devolva o dinheiro que pegou “emprestado” junto ao BNDS.

 

* Pepe Chaves é editor do jornal Via Fanzine.

 

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Itaúna:

Jornalista veste batina e dá uma de advogada

Moradora de Divinópolis usa jornal de Itaúna e dá mostras de falta de respeito ao povo da cidade.

 

Por Pepe Chaves*

Para Via Fanzine

 

Uma jornalista de Divinópolis-MG vestiu a camisa do padre, ou seja, a batina, e dando uma de “advogada” do mesmo, partiu para o ataque contra quem se opõe a esdrúxula idéia (dela e do padre) de retirar a banca de revistas da Praça da Matriz de Itaúna. Inexplicavelmente, esta senhora que nem conhecemos e vem palpitar de forma tão íntima no seio de Itaúna, deve ter muitos ofícios para desempenhar em sua Divinópolis, mas ainda assim, se mostra preocupada com uma questão exclusiva da cidade vizinha. Aliás, cidade esta, a qual ela jamais teve a mínima participação social ou sequer, detém alguma justificativa que convença às suas missivas desaforadas, cínicas e irônicas contra o povo de Itaúna, qual ela nem conhece – desempenhando exatamente a mesma “linha” de seu amigo padre que, por sinal, também não é itaunense.

 

Como boa advogada, a jornalista arrota uma refinada pseudo-intelectualidade, ao vir defender o padre que a levou de carona a escrever no mesmo jornal em que ele é colunista. E parece que também ela, tomou gosto pela coisa. Como toda boa intelectualóide, esta senhora cita até Dom Quixote e afirma que, doravante, pegará na espada do mesmo, para levantá-la em defesa do padre.

 

Talvez, esteja faltando jornais em Divinópolis e por isso, esta senhora busca se projetar “profissionalmente” em jornal de Itaúna. Inclusive, ela deve ser uma profissional muito participativa em seu município, considerando que a única referência à dita jornalista que encontrei nos buscadores da internet, se refere a um elogio de sua autoria (em meio a tantos outros) a um artigo da revista Veja Online, onde não assinou como jornalista, mas cobriu esta publicação de loas rasgadas, contrastando fortemente com as missivas agressivas, desrespeitosas e desaforadas que ela manda publicar na imprensa itaunense. Como jornalista, ela me pareceu uma atriz mediana.

 

Entretanto, sem que ao menos a tivéssemos citado, esta senhora nos ataca nas entrelinhas de sua nota publicada pelo jornal Brexó do último fim de semana, nos acusando de estarmos promovendo "reforma urbana", por defendermos a permanência da banca de revistas na praça. Em seus ataques (à pessoa que ela não conhece) julga-se praticar um cinismo inteligente, refinado, mas, em verdade, bem típico de jornalista frustrada ou pior, desempregada, do tipo que vive catando jornais e revistas que tenham coragem de publicar o seu “pensar”, no afã de se projetar.

 

Segundo ela, Itaúna não pode ter sua banca de revistas na praça da matriz porque a mesma é de propriedade particular. Neste caso, em vez de atacar pessoas que trabalham, ela deveria enviar a sugestão de um projeto à Câmara Municipal de Itaúna, pedindo que a prefeitura instale uma banca de revistas pública na praça da matriz. Mas, em vez disso, a dona jornalista prefere atacar aqueles que trabalham para construir uma cidade da qual ela ignora inúmeros detalhes, sobretudo, humanos, históricos e comunitários. Sua participação na grandeza de Itaúna, se restringe a uma pequena nota de jornal, onde, no cúmulo do surrealismo, critica o povo de uma cidade (que não é a dela), por permitir o funcionamento de uma banca de revistas em praça pública. E não poupa ataques a quem seja contrário às suas idéias de desapropriação do referido comércio de impressos.

 

Estou por entender o seu interesse em tal questão, mas, somos obrigados a reconhecer que se trata de uma heroína, pois, ainda que ela deva ser muito atarefada na resolução dos problemas de sua própria terra, a próspera Divinópolis, cidade esta que, infelizmente, já está repleta de favelas e vem sofrendo com a falta de infra-estrutura básica (esta tem sido uma reclamação constante de alguns daqueles munícipes), a competente e dedicada palpiteira profissional ainda encontra tempo para se preocupar com os problemas urbanos da cidade vizinha.

 

O padre, natural de Carmo do Cajuru, pelo menos, diz que paga imposto em Itaúna (IPTU) e por isso, se julga no direito de faltar com respeito ao povo da cidade, como notoriamente o fez, ao imprimir seus escárnios de cunho católico apostólico retrógrado contra a dita banca de revistas e os seus "opositores". No entanto, até onde sabemos, esta senhora que se diz jornalista, não detém o menor subterfúgio para justificar suas grosserias, sua falta de respeito em público e seu aguçado espírito de enxerida na cidade alheia.

 

Até piadinha ela fez com o título de “Cidade Educativa”, concedido pela UNESCO em 1974 à cidade de Itaúna, ao afirmar que a banca de revistas da matriz deveria ter sido o prêmio por essa conquista do município... Prêmio maior para a cidade educativa do mundo, seria se gente como essa "jornalista" nos deixasse em paz e voltasse a escrever para a sessão de cartas da revista Veja, onde a projeção para quem deseja aparecer sem méritos próprios, sem dúvida, é muito mais evidente.

 

* Pepe Chaves é editor do jornal Via Fanzine.

 

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Celibato, sexo e política:

Os ‘pedófilos-políticos’ da

Igreja Católica em Minas Gerais

A hipocrisia envolve o rebanho que não a reconhece. 

Por Pepe Chaves

De Itaúna-MG

Para Via Fanzine

www.viafanzine.jor.br

 

 

Temos visto que uma das principais tradições negativas da Igreja Católica, tem sido a prática da pedofilia pelo seio do clero. Em diversas nações do globo, sacerdotes católicos são flagrados diariamente na companhia de crianças ou adolescentes, em situações de envolvimento sexual.

 

E, assim como sabidamente ocorrem em outros estados brasileiros, Minas Gerais, um dos mais destacados da União, não poderia ficar de fora desta tradicional “mania” dos maus profissionais da Igreja Católica. Devemos entender que uma pessoa que pratica tal ato, deve ser vista como um hipócrita criminoso e, à parte as crenças religiosas, deve ser julgado pelos ditames da lei, sem sofrer influências externas de quem quer que seja.

 

No Centro, Triângulo Mineiro, Zona da Mata, regiões Sul, Norte e, claro, aqui no Centro-Oeste de Minas, diversos padres foram acusados e até presos por prática de pedofilia nos dois últimos anos (2006/2007), como é mostrado pela imprensa do país e, inclusive, pelo buscador Google (pesquise: “Padre pedófilo em Minas Gerais” no www.google.com.br).

 

Um recente caso ocorrido com um padre de Carmópolis de Minas, cidade aqui do Centro-Oeste mineiro dá a mostra da hipocrisia de determinados membros ativos da Igreja Católica: ele foi flagrado pela polícia na companhia de uma pessoa de 13 anos de idade em um hotel de Belo Horizonte. Foi detido e ainda assim, ao retornar à sua cidade, recebeu todo o apoio da comunidade, crente que o mesmo fora vítima de uma “armação” – palavra usada por ele próprio para se defender. Este é o povo que vota; este é o povo que elege no Brasil, o mesmo que contesta provas criminais e cuja ignorância lega as mais deformadas figuras políticas.

 

Tenho visto também, determinados padres buscarem a mídia para “pagar lição de moral” ao rebanho. Seja criticando políticos, partidos ou atitudes pessoais de alhures. Geralmente, são padres declaradamente petistas, naqueles moldes mais nojentos dessa incestuosa relação do PT com a Igreja Católica no Brasil. São padres que não têm onde colocar suas línguas e fecham seus olhos diante aos absurdos praticados por sua própria classe.  De cima do tapete onde esconde suas próprias sujeiras, eles vêm debater as mazelas e vícios do mundo em páginas de jornal.

 

Falo de padre que nada fez ou fará de EFETIVO ao social, para que seja tratado como pessoa séria. Mas, ainda assim, vem demonstrar o seu descontentamento, trazer suas cobranças sociais, chorar soluções políticas ou quiçá, destilar em papel a ira reprimida por sua castidade clerical. E isso, seja em relação às questões fúteis ou às mais “relevantíssimas” da sociedade... Sacerdote católico não tem moral para vir a público apontar seu dedo acusador e atingir a reputação e a liberdade de quem quer que seja. Ou, pelo menos, enquanto não age da mesma forma justa: assumindo seus erros; procurando repará-los e, por que não, também sendo transparente ao vir debater suas mazelas em público, nos mesmos moldes que costuma empregar aos terceiros.

 

Com efeito, temos visto que o silencioso corporativismo clerical é parte destacada da hipocrisia praticada pela igreja e vem enganar uma grande massa de ignorantes, mas não as pessoas que tenham um mínimo de consciência. Não há nada mais anti-ético, nojento e fora de senso, quando um padre se aproxima de políticos, seja para adulá-los ou expeli-los e, se ele ainda usa a mídia para acentuar publicamente atos desse calibre, se torna ainda mais baixo do que podemos imaginar.

 

Padre não tem que discutir política, senão rezar o pai-nosso-de-cada-dia e cumprir sua literal função de pastor. Mas que pastor da Igreja Católica é esse que, “metido a velho comunista radical”, não vê que o clichê “cheguevarense” a que pertencia já evaporou e agora se vive o mundo da globalização; dos bites, celulares, computadores e outras soluções? Acostumado na "oposição", como agora casar idéias arcaicas de sofríveis anos da ditadura com a modernidade atual da situação? Este é o paradoxo desafiador, levado a cabo por determinados padres católico-petistas em Minas Gerais, completamente destituídos de senso de justiça e que, além de tudo, se extravasam escancaradamente ao fazer mentiras rústicas parecer verdades tenras, além de virem auto-afirmar uma pseudo-moral do alto de seu "limpérrimo" tapete de pelúcia. Entendo que, aquele que se porta de tal forma excede os limites da ética humana e profissional.

 

Da mesma forma que padre não tem que se meter com sexo, não deve também se meter com política, com aquilo que é "público ou privado" e, tampouco, criticar em público outros credos. Pode até o fazer, sob garantia da Constituição, no entanto, tal garantia não certifica seu ato como genuinamente ético, porque ele carrega o peso da batina. Qualquer "pastor" que se preze deve ter o mínimo de educação, de bom senso, de respeito às idéias e comportamentos alheios, de limite da sua liberdade. Não deve proceder como um "escroto ditador católico" parido pela democracia nacional, apenas porque tem a liberdade constitucional assegurada para assim sê-lo.

 

Pelo menos até onde sei (e se entendi bem...), a função de um padre seria única e deveria ser a de levar conforto humano ou pelo menos teoricamente, “abrir os horizontes espirituais” das pessoas. Padre que não age assim, em verdade, não passa de um inútil social e não fica tão distante dos pedófilos que citamos no início, pois, a falsidade ideológica emana da mesma fonte, sendo mantida pelo mesmo corporativismo. E, inclusive, sugiro às pessoas que se sentirem atingidas publicamente por qualquer tipo de falsa ideologia ou manifestação exagerada praticada por algum padre católico, que procurem os seus direitos junto ao código penal da República Federativa do Brasil, onde serão amparadas. Além disso, devem denunciar formalmente tal indivíduo junto à direção da diocese católica a que ele pertence. Padre não é santo.

 

Portanto, na atualidade, nenhum padre católico que se preze tem a mínima autoridade para subir sobre o tapete que camufla a sujeira de sua própria casa e julgar atos alheios. Até porque, se um dia este tapete voar, a sujeira que tal padre gerou escondidamente por tanto tempo poderá se espalhar à sua volta...

 

* Pepe Chaves é editor do jornal eletrônico Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br).

 

- Ilustração: http://diganaoaerotizacaoinfantil.wordpress.com

 

 

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Estatística:

O caráter individualista e

pouco solidário do brasileiro

 

Dejalma Cremonese*

De Ijuí-RS

Para Via Fanzine

 

O Informe do Latinobarômetro 2007, estudo realizado em 18 países da América Latina, demonstrou que, entre 2003 e 2007, o desempenho econômico e social dos latino-americanos tem melhorado nos últimos 25 anos. Houve uma redução da pobreza, diminuição do desemprego, melhor distribuição de renda, redução da inflação e um aumento no nível de consumo da população. Por outro lado, os percentuais ligados à dimensão da solidariedade têm piorado. O estudo demonstra que, ao examinar as atitudes individuais efetivamente da região, ela se situa como pouco solidária e individualista (as pessoas têm-se ocupado apenas com seus próprios problemas e não tratam de ajudar os outros). Há uma evidente tensão entre as atitudes coletivas e as atitudes individuais. Entre os mais solidários, encontram-se os venezuelanos e porto-riquenhos. Os chilenos, equatorianos e paraguaios são os mais individualistas. Os brasileiros ocupam a 11ª colocação no quesito solidariedade, ficando abaixo da média dos demais países do continente.

Aliás, este caráter pouco solidário do brasileiro não chega a ser novidade. Já nos meados do século passado, Oliveira Vianna havia percebido tal característica. O autor considerou o insolidarismo como o traço mais marcante de nossa gente, razão pela qual defendia o papel coativo e educador do Estado na formação do que ele chamava de um comportamento culturológico, capaz de sobrepor-se ao espírito insolidarista. Vianna escreveu Instituições políticas brasileiras (1955), no qual efetuou, na segunda parte, intitulada Morfologia do Estado, um estudo pertinente sobre o significado sociológico do anti-urbanismo colonial (gênese do espírito insolidarista).

Para o autor, o espírito insolidarista tem sua origem nos primórdios da “colonização”. Dessa maneira, criou-se, no Brasil o homo colonialis, tendo como característica fortes traços de individualismo e desconfiança: “um amante da solidão, do deserto, rústico e anti-urbano”. Na questão do trabalho, o homem brasileiro, comparado com outros homens do mundo, caracterizou-se pelo particularismo e individualismo: “O trabalho agrícola, em nosso país – ao contrário do que aconteceu no mundo europeu – sempre foi essencialmente particularista e individualista: centrifugava o homem e o impelia para o isolamento e para o sertão” (p.151). Não houve a formação da solidariedade social, hábitos de cooperação e de colaboração, nem mesmo espírito público. O que houve, na verdade, foi uma solidariedade social negativa. Em relação a outros povos latino-americanos, e também na formação social e econômica, o brasileiro é, segundo Vianna, essencialmente, individualista, não necessita da ajuda comunitária e vive de forma isolada. Estas manifestações têm raiz na tradição cultural. O que existe, no Brasil, é apenas uma solidariedade parental, isto é, desde que se mantenham os interesses fechados entre as famílias dominantes: “Esta solidariedade inter-familiar e clânica é, assim, peculiar e exclusiva à classe senhorial” (p.272).

No âmbito do comportamento político-partidário, percebe-se, igualmente, a carência de motivações coletivas. Além disso, são muitas as citações em que Oliveira Vianna queixa-se da inexistência da cooperação do povo do Brasil, da sua pouca participação na vida pública (que se mantém desde o Império até a República) e, por que não dizer, até os nossos dias.


Por fim, o pioneirismo dos estudos de Oliveira Vianna, mais os dados do Informe do Latinobarômetro 2007 evidenciam que práticas individualistas e insolidárias persistem nas relações interpessoais dos brasileiros. Sem a dimensão da solidariedade, do civismo e do espírito público, o projeto da construção de um Estado-nação estará sendo novamente adiado, ou, na pior das hipótese, suplantado.

 

*Cientista Político, professor do Departamento de Ciências Sociais e do
Mestrado em Desenvolvimento da Unijuí – RS
Site Pessoal: www.capitalsocialsul.com.br

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Energia elétrica:

Lucro da CEMIG = Prejuízo do Consumidor

Cemig anuncia recordes em lucros, mas nenhum benefício aos consumidores.

 

Marcelo Malagoli da Silva*

De Belo Horizonte

Para Via Fanzine

 

Vem sendo divulgado aos quatro cantos que a Companhia Energética de Minas Gerais - Cemig apresentou um lucro líquido de R$ 2,003 bilhões em 2005. A divulgação vem sendo feita com estardalhaço e muito festejada. A pergunta é o que nos consumidores e cidadãos ganhamos com isto?

 

Nada! Seria uma ótima resposta, mas a resposta correta é: nos só perdemos com este resultado extremamente positivo da Estatal Mineira de Energia.

 

A explicação se dá porque uma boa parte deste “lucro” não é proveniente da boa atuação da empresa no mercado e sim foi conseguido a custa de reajustes de preços muito acima do necessário para manutenção dos custos da mesma.

 

Ora, não é que o Estado foi idealizado para servir ao cidadão, pelo menos na teoria? Temos uma Estatal que se preocupa com o lucro a qualquer custo, mas que deveria proporcionar uma energia a custos menores visando inclusive a atração de empresas e o desenvolvimento do Estado, mas a meu ver não é o que acontece.

 

Fico indignado por ser consumidor, não ter opção de escolha e agora ter que engolir mais um reajuste na conta de energia, que conforme foi divulgado pela impressa será de aproximadamente 5 %, com o “intuito de cobrir os custos de manutenção da empresa”.

 

A pergunta que eu faço é: lucro é custo de manutenção de uma empresa pública? E temos como explicação que a Cemig é uma empresa de economia mista, que tem o Governo de Minas como principal acionista, mas é preciso remunerar melhor os acionistas da iniciativa privada.

 

Isto explica o comportamento da empresa em perseguir aumentos sucessivos a custa do consumidor.  

 

Mas entendo que há uma outra explicação, e está se encontra no âmbito de arrecadação do Estado, é que o ICMS da energia elétrica é de 30% (trinta por cento) para consumo residencial.

 

30% (trinta por cento), é o absurdo dos absurdos, pois nem mesmo produtos considerados supérfluos como, por exemplo: cigarros, produtos de tabacaria, bebidas alcoólicas, armas, munições, fogos de artifício e perfumes são tributados a esta escorchante  alíquota. A propósito a alíquota destes produtos é de 25%.

 

É desta forma fica realmente fácil de compreender que é interessante o máximo de aumento para a energia, pois a arrecadação aumenta consideravelmente, sem haver qualquer preocupação do governo, pois a arrecadação fica na mão de uma única empresa o que facilita bastante a fiscalização.

 

Para a população fica a demagogia do governo fazendo propaganda sobre a redução de impostos sobre mais de 100 produtos, mas que na verdade em sua maioria são produtos onde a arrecadação era insignificante e o custo de fiscalização muito alto, situações inclusive que o governo queria ver se livre.

 

Será que queremos manter estatais como a citada acima ou em outro exemplo, a Copasa que apresentou lucro de 600 milhões nas nossas costas, empresas estas mantidas pelo Governo com finalidade de utilização política e de arrecadação?

 

Entendo que não. O que a população quer é pagar o preço justo pela utilização dos serviços públicos, inclusive sem ser extorquida pelo Estado com impostos tão aviltantes.

 

* Marcelo Malagoli da Silva é advogado em Belo Horizonte/MG.

 

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Transações clandestinas:

Malas de reai$ e cuecas de dólare$

 

Por Pepe CHAVES*

 

Nada mais dantesco que um partido que sempre foi de oposição, sempre pautou pela moralidade, pela transparência, passar a governar e ser associado a episódios infelizes da vida social, moral e política do país. A roubalheira vaza para todos os lados. Basta você abrir qualquer torneira que sairá dela um corrupto. A “festa” se fez geral e praticamente todas as siglas representativas da política brasileira, estão agora, envolvidas de alguma forma a algum processo de corrupção, ao pagamento de propinas, à lavagem de dinheiro, aos esquemas ilícitos de arrecadação, instalados nos seios das grandes máquinas administrativas do Governo Federal do Brasil.

 

E, contudo, ainda vem um bando de debilóides - saídos da agonizante ignorância do povo brasileiro - a bradar pela volta da ditadura, como se isso fosse colocar solução aos larápios, que através das palavras, pastoreiam seus eleitores fiéis. Um erro não conserta o outro. No entanto, o que vemos nos dias atuais em termos de política e governabilidade no Brasil é de fato uma lástima! E isso vale para todas as direções geográficas, do Oiapoque ao Chuí. Desde deputados envolvidos com esquemas de propinas até “assessores” e políticos viajando com dinheiro não declarado pelo mundo afora.

 

Se agora pegaram um, ou dois, quantos mais saíram impunes de seus esquemas com cinturões de dinheiro? Com suas cuecas carregadas de dólares? Com suas descaradas malas abarrotadas de dinheiro de origem duvidosa, promovendo ainda mais, dinheiro de origem duvidosa... CPI pra isso, CPI praquilo, cada dia surge um novo escândalo, cada dia surge um novo nome, nova investigação. Houve quem propôs a CPI das CPIs, a “Cepeizôna”! Parece até engraçado, mas lamentavelmente, estes acontecimentos político-sociais se manifestam como um cancro ativo cobrindo aos poucos, a imensa trama de rendas que compõe as esferas administrativas públicas. Este monstro cancerígeno atroz, às vezes, surpreende, ao fazer “apodrecer” certos perfis políticos, outrora limpos e sadios; esbravejantes, opositores, justos e honestos, mas que hoje, se encontram inutilizados, pois foram corroídos pelos vermes da falta de escrúpulos.

 

Nunca vamos saber, de fato, quem se salva nesse mar de lamas. Nunca saberemos se o acusador de uma CPI tem de fato moral para estar ali cobrando, pois amanhã, ele poderá estar sentado no banco de réus... Já vimos isso antes. Nunca saberemos quão mínima fração compõe aquele grupo de cidadãos íntegros de verdade, que frente à política, representa com honradez e honestidade os demais cidadãos que o designaram a um cargo eletivo.

 

Simultaneamente, enquanto aparecem os podres, há de verificar com positividade pelo menos uma coisa em tudo isso: o belo trabalho feito pela Polícia Federal e demais órgãos investigativos do Brasil. Ainda que este tipo de trabalho não seja perfeito, torna-se imprescindível e louvável. Os profissionais das investigações públicas no Brasil têm desbaratinado bandos, descoberto falcatruas e chegando em “peixes graúdos” da política nacional. Doravante, caberá à Justiça brasileira, após investigações, apurações e relatórios de CPIs e demais documentos, aplicar à lei cada caso, para que estes tristes episódios jamais acabem em pizza, assim como os demais que já presenciamos em outrora.

 

* Pepe Chaves é editor de Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br);

Mala$, maleta$

e malote$.

Gustavo DOURADO*

 Os mala$ estão

na ordem do dia.

Mala$ cheias de corrupção.

Mala$ que levam a grana des.lavada.

A verba que se lava à contra-mão...

 

Fraudam as licitaçõe$

Fal$ificam o numerário

A grana desaparece

Dilapidam o Erário

Enquanto o povo vive:

Com fome e sem salário...

 

Droga$, jatinhos, caviar

Cinematográficas mansões

Orgia$ melodramáticas...

 

Tem grana até na cueca

Do assessor de "puta" do

O político desalmado:

Desfalca a educação

A saúde sem dinheiro:

Vai tudo pro "Mensalão"...

 

Tem ladrão de todo tipo:

Com mandato, engravatado

Burocrata, executivo

Dirigente de partido:

Ministro, juiz, dele.gado

Presidente de empresa

Governa.dor de estado.

 

Larápios do patrimônio

Malfeitores do poder

Enganadores do povo

Que só sabem perverter...

 

CC-5: Dólares aos bilhões

Verbas da Imprevidência

Privatizaram a consciência:

Escandalizam a Nação...

 

A  ju$tiça des.engana

Proteje o endinheirado

Paga-se uma fian$a:

Jamais será condenado...

 

A "lei" alguns favorece 

Torna tudo desigual

Paga-se e fica livre

É um sistema desleal

Levam nosso tesouro

Ao paraí$o fi$cal...

 

Não esqueço do Lalau

E do desem.bar.gador

Tesoureiro partidário

De "puta" do - sena.dor

Essa gente que só sabe

Provocar tristeza e dor...

 

É preciso uma faxina

Na sujeira national

Retomar nosso dinheiro

Da escola, do hospital

Trancafiar os corruptos

Em presídio federal...

 

 

*Gustavo Dourado é

 poeta e escritor em

Brasília/DF.

 

 

Comparativo:

Flores, flores para los muertos

Por Fernando Gabeira*

 

Sempre que os fatos ganham velocidade, costumo comprar um bloco de notas. Anoto frases, idéias, intuições e deixo que se decantem com o tempo. Volto a elas, depois, para rejeitá-las ou desenvolvê-las. A primeira frase que me veio à cabeça foi a da vendedora de flores que encerra um filme.

 

O pequeno bloco também tem idéias. Por exemplo: comparar a ditadura com o governo Lula. Uma neutralizou o Congresso pelo medo; o outro, pelo pagamento de mesada.

 

Ditadura e governo Lula compartilham o mesmo desprezo pela democracia, ambos violentaram a democracia reduzindo o Parlamento a uma ruína moral.

 

Os militares prepararam sua saída de forma organizada.

Nem muito devagar para não parecer provocação nem muito rápido para não parecer que estavam com medo.

 

Já o núcleo duro do governo Lula parece perdido, batendo cabeça, ou melhor, enfiando-a na areia, sem perceber que a polícia está chegando e, daqui a pouco, alguém vai gritar na porta do Planalto: "Se entrega, Corisco".

 

Quando era menino e vivia em Juiz de Fora, fazíamos rodas de capoeira, bastante rudimentares, confesso. Mas cantávamos: "A polícia vem, que vem brava/quem não tem canoa, cai n'água".

 

Tudo isso jorra aos borbotões na minha caderneta. Anotei: chamar alguém do "Guinness", o livro dos recordes, para saber se algum tesoureiro de qualquer partido do mundo se desloca com batedores de motocicleta e carros clones para iludir perseguidores; se algum tesoureiro partidário se desloca com jatos particulares, semanalmente; se introduz no palácio associação de empreiteiros que receberam R$ 1,1 bilhão de dívidas.

 

'Não sabia que dias tão cinzentos ainda viriam pela frente.

Que seria liderado por um homem que achava

que Maurício de Nassau era um deputado de Pernambuco'

 

Os militares batiam, davam choques e insultavam na sessão de tortura, mas vi muitos dizendo que me respeitavam porque deixei um bom emprego para combatê-los com risco de vida. Eles viam ideais no meu corpo arrasado pelo tiro e pela cadeia.

 

O PT queria que eu abrisse mão exatamente da minha alma, e me tornasse um deputado obediente, votando tudo o que o Professor Luizinho nos mandava votar.

 

Os militares jamais pediriam isso. Desde o princípio, disseram que eu era irrecuperável e limitaram-se à tortura de rotina. Jamais imaginei que seria grato aos torturadores por não me pedirem a alma. Não sabia que dias tão cinzentos ainda viriam pela frente. Que seria liderado por um homem que achava que Maurício de Nassau era um deputado de Pernambuco.

 

Logo eu, que sou admirador de um deputado pernambucano chamado Joaquim Nabuco.

 

Foram os anos mais duros de minha vida. No meu caderno anoto frases e indicações da semelhanças da luta contra a ditadura e da luta contra este governo, desde que comecei a criticá-lo, com a importação de pneus usados. As pessoas têm suas carreiras, seus empregos, sua racionalizações. É preciso respeitá-las, atravessar o deserto sem ressentimentos.

 

Agora, sobretudo, é preciso respeitar o sofrimento dos vencidos. Outro dia, quando me referi a um núcleo na Casa Civil como um bando de ladrões que atentava contra a democracia, uma jovem deputada do PT estremeceu. Senti que não estava ainda preparada para essas palavras cruas.

 

E fui percebendo pelas anotações que talvez esteja aí, para o escritor, o mais rico manancial de toda essa crise. Como estão as pessoas do PT? Como se ajustam a essa nova realidade, que destino tomaram na vida?

 

Procuro não confundir, entre os que ainda defendem o governo, aqueles que são cínicos cúmplices e os outros que apenas obedeceram a ordens sob a forma da aplicação do centralismo democrático. Alguns defendem porque ainda não conseguiram negociar com sua própria dor. Não podem suportá-la de frente. Mas terão de fazer algum dia, porque, por mais ingênuos que sejam, já perceberam que a mãe está no telhado. Vamos ter de encarar juntos essa realidade. A grande experiência eleitoral da esquerda latino-americana, admirada por uma Europa desiludida com Cuba e Nicarágua, a grande novidade que verteu tintas, atraiu sábios, produziu livros e seminários, vai acabar na delegacia como um triste fato policial de roubo do dinheiro público e suborno de parlamentares.

 

Só os que se arriscarem a ir até o fundo dessa abjeção, compreendê-la em todos os seus detalhes mórbidos, têm chances de submergir para continuar o processo histórico. Por incrível que pareça, o Brasil continua, e a vontade de mudar é mais urgente do que em 2002. Por isso proponho agora um curto e eficaz trabalho de luto.

 

Anotação final: começa o espetáculo da CPI, secretárias e suas agendas, ex-mulheres e suas mágoas, arapongas, tesoureiros e seus charutos, vossa excelência para cá, vossa excelência para lá, sigilos bancários, telefônicos, emocionais.

 

Viu, Duda, que cenas finais melancólicas quando um mercador tenta aplicar à complexidade da política a singeleza do vendedor de sabonetes?

 

* Fernando Gabeira é escritor e deputado federal pelo PV.

- Colaborou: Ana Mäder

 

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21 de abril:

Inconfidência: sentimento de liberdade

‘Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós

e que a voz da igualdade seja sempre a nossa voz...’

 

Por Pepe CHAVES*

 

O dia 21 de abril é uma data guardada com muito carinho pelo povo brasileiro e, sobretudo, mineiro. No entanto, muitos não vêm a refleti-la dentro de seu verdadeiro significado e por que, realmente deve-se comemorar este feriado nacional.

 

Imbuídos na correria do dia a dia, poucos têm a oportunidade de se inteirar sobre fatos históricos, datas e personagens que marcaram o país em seu passado, contribuindo para que, hoje tenhamos a liberdade que detemos, a soberania nacional, o respeito internacional e um nome autônomo: Brasil.

 

'Em vez da cruz, a forca;

em vez do túmulo, o esquartejamento'

Tiradentes

 

Muitos nomes vêm à baila quando pensamos em “heróis nacionais”, mas poucos foram como Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que no Estado de Minas Gerais, comandou um movimento revolucionário com o intuito de derrubar a corte portuguesa. Traído, por um de seus inconfidentes – Joaquim Silvério dos Reis – foi paradigma de Jesus Cristo na história dos homens, ao qual Judas também entregou de mão beijada.

 

Em vez da cruz, a forca; em vez do túmulo, o esquartejamento e os pedaços do seu corpo, sarcasticamente foram espalhados nos principais pontos de Minas Gerais, como mostra do poderio da corte portuguesa.

 

Os inconfidentes desejam – antes de tudo – um Brasil autônomo e livre, tal como o temos hoje, mas agiram numa época em que foram vítimas e exemplo para outros que ousassem sonhar com a liberdade nacional.

 

Enquanto algumas datas comemorativas de outros movimentos acontecidos no passado de alguns Estados brasileiros se voltam a outros interesses, seja de uma classe, seja por independência local - dentre outros motivos -, a Inconfidência Mineira foi um movimento fundamentalmente libertário que faliu, é verdade – como falem os grandes sonhos -, mas foi suficiente para escrever a palavra “liberdade” na bandeira do Estado.

 

A Inconfidência Mineira deve ser reconhecido como um dos mais nobres gestos civis de nossa pátria e por isso, devemos nos orgulhar: por estes homens de rara coragem no passado da nossa nação. O sangue de Tiradentes ainda circula por Minas. 

 

* Pepe Chaves é editor de Via Fanzine www.viafanzine.yan.com.br

- Foto: http://commons.wikimedia.org

 

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Crença:

A fabricação de “milagres”

 Milagres, das duas uma: farsa ou manifestação de

inteligência superior. Para saber, é preciso provar.

 

Por Pepe CHAVES*

editor

www.viafanzine.jor.br

 

O que poderíamos definir por “milagre”? A constatação de algo que não temos consciência de como se dá? Um milagre, ao meu ver pode ser duas coisas: a primeira, a manifestação de uma alta tecnologia, incompreensível aos nossos sentidos e, portanto, impossível de ser explicada ou traduzida por nossos sentimentos; a segunda, uma grande farsa, montada ao redor de um fato ou fator que gere a impressão de que algo “milagroso” (incrível e sem explicação) esteja acontecendo, com o intuito de impressionar e fazer todos crerem naquilo.

 

Quando os europeus nestas terras aportaram, trazendo em suas bagagens a pólvora, os índios americanos que aqui residiam acreditavam que eles faziam milagres, porque tinham o poder de fabricar o fogo. Para eles, os invasores eram os “milagrosos peles claras”, com seus “poderes” incompreensíveis. No entanto, a pólvora e outras invenções que impressionaram os povos indígenas outrora, na realidade, se tratavam todos de combinações químicas ou físicas, avanços tecnológicos, criados após a realização de várias experiências e pesquisas.

 

O ilusionismo levou e leva muita gente a crer em milagres. Existem truques altamente desenvolvidos a ponto de se criar verdadeiras catarses coletivas. Muitas são as fraudes que sustentam “milagres”, nalgumas das quais, realmente, ninguém jamais conseguirá comprovar o contrário. Bom exemplo da “fabricação de milagres” foi expresso na antiga novela “Roque Santeiro”, produzida pela Rede Globo. A teledramaturgia global mostrava um personagem que teria morrido e que foi tido como santo após sua morte; porém, na realidade, não havia morrido e jamais poderia ser visto em vida pelas pessoas do lugarejo, já que teria se tornado santo milagreiro, morto! Esta é apenas uma sátira à ignorância do povo de tantos lugares deste planeta, onde foram forjadas aparições de santos e de outras “entidades” incompreensíveis ao discernimento humano. Tratados como ignorantes, e obrigados a engolirem goela-abaixo a versão católica, tais populares passam então a defender o milagre acontecido em sua terra natal, sem ao menos prová-lo, ou cobrar provas de tal, tudo porque, dentro de seu limite humano, de sua cobiça e ignorância, crê que tal fato trará investimentos econômicos à sua cidade.

 

E, o mais interessante é que, geralmente, a Igreja Católica apóia e valida os milagres apresentados por seus fiéis e - o que é mais sério, sem ao menos estudá-los, ou esclarecê-los cientificamente. Se houve fraude ou se tal fato fora realmente, manifestação de alguma espécie de consciência superior, apenas declaram-no milagre e fim de papo! Fatos desse tipo presenciamos aqui em Itaúna, desde que nascemos, onde teria aparecido uma santa nos anos 50 e a Igreja Católica apenas deu sua versão, sem JAMAIS, estar aberta para falar oficialmente desse caso, sob uma ótica científica, ou pelo menos, sensata. O que fizeram, foi calar as testemunhas e fazê-las dizer a todos que “a igreja está estudando o caso”. Nenhuma explicação plausível fora dada ao público, ao contrário, este foi tratado como gado, ao ter que engolir a versão católica de que “ali apareceu uma santa, semelhante à Maria”. Será? Até hoje não provaram que foi santa católica mesmo que apareceu naquele local, pelo menos para mim...

 

Agora, que isso venha gerar turismo e emprego para a cidade “contemplada”, é verdade, pois Aparecida do Norte/SP  é uma cidade que tem sua economia à base do turismo gerado pelos milagre$ da santa homônima. Há ali um grande templo da igreja católica que leva anualmente ao local, centenas de milhares de fiéis de toda parte do país. Naquela cidade, os fiéis ocupam hotéis, pensões, usam serviços diversos, levando considerável renda para a economia municipal. Porém, penso que, em nome do bom senso, a verdade dos fatos deveria vir à tona, antes que boatos a transformem numa mentira irreversível, plausível, aceitável, a ponto de fazer da própria “verdade” um péssimo negócio para todos! Na realidade, os interesses comerciais podem se tornar mais fortes e evidentes que o próprio “milagre”, que carecerá de maiores estudos, porém, os tendo, estará sujeito a ser desnudado e ser explicado, terminando aí com o "mistério", e conseqüentemente, com o círculo vicioso de visitações turísticas aos “locais sagrados”. E o que reparamos, é que a igreja se mostra puramente marqueteira, no sentido de se tratar de uma milenar multinacional, e saber tão bem administrar e validar seus milagres e canonizações (estas também rendem turismo às cidades natais dos canonizados) que ocorrem nos quatro cantos da Terra.

 

Mas que milagres são estes que não são explicados cientificamente? Talvez, por que se forem, deixam de ser milagres... Tantas cidades da Europa e das Américas, principalmente, tornam-se sagradas após alegações de aparições marianas e outras semelhantes. Esses fatos se tornaram grandes geradores do turismo nestes locais e da manutenção da igreja católica através dos últimos séculos. E ressaltamos novamente, o mais interessante é que tais fatos recebem toda "assessoria modelo” dos altos escalões da igreja, transportando-os à visão e ao discernimento exclusivamente catolicista, sem jamais permitir que novas descobertas sejam feitas acerca do fato em questão.

 

 * Pepe Chaves é editor do jornal Via Fanzine.

 

*  *  *

 

                     Quem foi Tio Sam?*                         

 

Os historiadores não sabem ao certo quem foi ou quem criou "Uncle Sam" (Tio Sam), porém a teoria que prevalece é sobre um homem chamado Samuel Wilson.

Wilson nasceu em Arlington, Ma em 13 de setembro de 1766 e mudou para Troy, NY em 1789.

Durante a guerra de 1812, Wilson, que possuia um matadouro, fornecia grandes quantidades de carne para o exército americano (US Army) em barris com as iniciais "U.S.". Supõe-se que alguém que viu as iniciais teria sugerido (talvez como brincadeira) que as mesmas seriam de "Uncle Sam" Wilson ("Tio Sam" Wilson em inglês).

A sugestão de que os carregamentos de carne partiam de "Uncle Sam" (Tio Sam) levaram à idéia de que Uncle Sam (Tio Sam) simbolizaria o governo federal americano.

* Fonte: http://www.tiosam.com/tiosam.asp

 

 

 

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Crônica:

Seu lixo, sua personalidade

Reflita sobre o que seu lixo pode revelar de você para outras pessoas...

 Por Armando Sérgio de SOUZA*

            Se não fosse um incidente ocorrido, eu nunca haveria pensado nisto. O que a principio se imagina é que aquilo jogado no lixo não serve para nada mais (pelo menos pra quem joga). Ledo engano! O lixo pode ser aproveitado, por um cachorro, um ser humano, ou reciclado.

Para viver é preciso alimentar-se. Logo, todo vivente se alimenta. E quem se alimenta defeca. Uma casa também se nutre: de comidas, papeis, produtos de limpeza, uma parte aproveitada, outra eliminada. Um carro ingere: gasolina, álcool... Mas também não solta gases? A ração de um computador é os dados, os elementos de entrada, os quais ele processa (metaboliza), defecando informações, textos, gravuras... Para nos mantermos vivos, precisamos de ar, e até de impressões. O resíduo destas são os nossos gestos, nossos escritos, nossa fala. “A Arte são as fezes da alma”.

Até Deus se alimenta: dos louvores, das adorações. Seríamos nós, o Universo e toda a Sua Criação os Seus dejetos?...

Houve um dia em que eu joguei no meu lixo um vidrinho de fortificante. Uma senhora passou, revirou ali as coisas, comentando finalmente que eu usava o mesmo remédio que o seu marido.

Daí por diante, eu meditei: quem se der ao trabalho de escarafunchar o lixo de cada família, saberá exatamente o que ela come, o que ela bebe, os produtos de limpeza que ela usa, se é econômica ou esbanjada, o padrão de vida que leva, seus deslizes morais (caixinhas de preservativos, calcinhas da amada, perfumes estranhos...), o grau de religiosidade (retratos de líderes, restos de velas para macumbas ou despachos...). Na maneira de amarrar o saco (de lixo) o cidadão mostra a sua personalidade. Há sacos maiores, menores, mais limpos, mais fedorentos...

Uma esposa pode descobrir traições do marido, um filho pode esquecer um guimba de maconha, a filha, pedaços de carta de um namorado, detestado pelos pais. Um mal intencionado pode descobrir, no seu lixo, um telefone, uma senha bancária, ou, no mínimo, por curiosidade para saber o que está se passando na sua família.

           Um pouco de nós permanece em tudo o que fazemos. Até mesmo no lixo que, ao contrário de ficar sem valor e esquecido, como sempre pensamos, é ainda um documento, do acervo de nossa história. Portanto, vai aqui uma advertência: Curiosos e malfeitores é o que não falta. É preciso muita cautela, conferir bem as coisas antes de jogar fora. Papéis relativos à sua privacidade devem ser queimados, jamais os jogue no lixo!

* Armando Sérgio de Souza é professor, músico, tradutor e escritor.

 

Armando Sérgio. Estúdio Portrait/Arquivo Via Fanzine.

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