M Ú S I C A  

 

Fanzine DIÁRIO

AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS

C A N A I S   V F

Editorial

 

Música

 

Literatura

 

Esoterismo

 

Ufologia

 

Entrevistas

 

Comunidade

 

Política

 

E S P E C I A L

 

THE ZOO BAND

 

PEPE ARTE VIVA

PÁGINA INICIAL

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

Leia também outras notícias musicais do Arquivo nessa página.

 

Uma vertiginosa aventura:

 U2 no Morumbi: apoteose de som e luz

Uma verdadeira maratona para assistir a um

histórico show da música pop mundial em São Paulo.

 

Por Márcio Rodrigues MENDES*

De Dois Córregos-SP

Exclusivo para Via Fanzine

 

Turnê de Vertigo teve duas apresentações no Brasil.

 

Deslocamos de Dois Córregos/SP para São Paulo, com o intuito de assistirmos a segunda apresentação da banda irlandesa U2 em sua passagem da tour de Vertigo pelo Brasil. Conseguimos um hotel e na segunda-feira, foi dia de retirarmos nossos ingressos no estádio do Pacaembu. Fizemos isso logo pela amanhã e foi tranqüilo. Finalmente chegamos na terça-feira (21/02/2006), para a assistirmos à segunda apresentação da banda irlandesa. Ouvimos muitas recomendações pela tevê - sobre confusões na fila de entrada, pessoal que acampara dias antes para o show, falavam daquilo que era recomendado levar e o que não era...

Tentamos com antecedência, mas não conseguimos hospedagem no mesmo Hotel da banda, o  motivo foi a "superlotação" no Grand Hyatt: além da acomodarem os integrantes da banda, o hotel sediava um Congresso Mundial de Oftalmologia. Ficamos num outro hotel bem próximo e um ou dois dias antes do show, nossos passeios levou-nos defronte ao Grand Hyatt: pudemos conferir a legião de fãs, esquemas de segurança e a eterna tietagem no próprio local.  

Tudo fez parte da experiência vivida e certamente constituirá boas lembranças; aliás, foi impressionante ver como o show movimentou aquele setor de São Paulo: mesmo no nosso hotel houve confusão. Estava "lotado" por conta dos fãs e participantes do congresso - havia inclusive aqueles informes sobre o "translado" de pessoal do nosso hotel para o Grand Hyatt. Tivemos alguma dificuldade em permanecer no nosso hotel: houve engano quanto ao período que permaneceríamos ali e quase que tivemos que arrumar outras acomodações... Justamente no dia do show! Felizmente tudo se resolveu bem.

 

Saímos do hotel por volta de 17h e não foi fácil chegar ao estádio. Nosso táxi teve que parar um quilômetro antes. Sob um céu que prometia alguma chuva, mas de um bonito pôr-do-sol havia inúmeros helicópteros observando toda movimentação: a passagem pela rua de um “sem número” de pessoas hora tentando comprar “ingressos sobrando”, outros tentavam vender “ingressos de última hora”. Havia ainda inúmeros ambulantes comercializando camisetas e tudo mais o que se possa imaginar relativo à banda.

 

Parte do palco e público.

 

Tudo isso foi uma constante em toda caminhada. Isso por si só, já era algo excitante.

 

'Homens engravatados olhavam detidamente os ingressos e,

finalmente, para o nosso alívio ouvirmos: ...tenham um bom show!'

 

Ao adentrar o estádio, passamos por inúmeras "conferências": uma equipe fazia uma simples olhada, e passávamos para etapa seguinte: código de barras! Até aí tudo ‘ok’, mas havia ainda enormes tendas, onde luz ultravioleta denunciaria se era genuíno ou não o bilhete de entrada. Passamos sem problemas. Enfim, homens engravatados olhavam detidamente os ingressos e, finalmente, para o nosso alívio ouvirmos “...tenham um bom show!”.

 

Que alívio! Àquela altura, confesso, uma forte emoção tomou conta. Inúmeras barreiras foram vencidas: desde os angustiantes momentos em que tentávamos via Internet e/ou telemarketing conseguir ingressos; viagem, a espera, para que eu pudesse estar ali etc. Finalmente estava consumada a expectativa de poder estar frente aos “ídolos”, enfim, tudo isso somado resulta numa experiência inesquecível a ponto de evidenciar a questão: será que sou merecedor?

 

Conseguimos nos acomodar em cadeiras numa cobertura com boa proximidade do palco. Não levei nem a filmadora, nem a máquina digital. Além das recomendações para não levar esses equipamentos, desisti também de levar binóculos.

 

Poder estar acomodado no estádio Morumbi, vendo aquele enorme palco e um “mar de gente”, já foi uma experiência e tanto. Estávamos ainda a quatro horas do início do show.

 

'Foi impossível ouvir os primeiros acordes a despeito de toda potência gerada,

pois a manifestação ensurdecedora do público para recepcionar Bono Vox

e companheiros foi um show à parte'

 

Às 20h apresentou-se a banda Franz Ferdinand. Acho que agradou, mas trata-se daquelas bandas cujas músicas tem uma toada só. Depois de ouvir três ou quatro daquelas, parecia-me todas iguais. Um bom jogo de luzes, telões e uma potência de som que enchia o estádio. Uma hora e meia de show. Ao término, um batalhão de técnicos, faxineiros e sabe-se lá mais o que, tomaram o palco e mudaram tudo. Após as mudanças pareceu-me um outro lugar, maior e mais aberto...

 

Como mostra o DVD dessa turnê Vertigo, os protagonistas se apre-sentam na abertura e imaginei que a estrutura do Morumbi não deveria suportar tanta vibração. Foi impossível ouvir os primeiros acordes a des-peito de toda potência gerada, pois a manifestação ensurdece-dora do público para recepcionar Bono Vox e companheiros foi um show à parte.

Iniciada a apresentação, o som explode com uma iluminação totalmente renovada e ao ritmo frenético da banda, justifica-se o porque de serem considerados uma das maiores bandas da atualidade. Impossível ficar indiferente ou não se contagiar.

 

'O estádio permanecia totalmente às escuras e uma quantidade astronômica

de celulares ligados constituíam uma vasta constelação de luzes mortiças'

 

O show evolui com alternância de músicas novas, incluindo as “velhas e consagradas”, além de muita “conversa interativa” e evoluções do Bono Vox, tão características. Ele é uma verdadeira ‘figurassa’! A certa altura do show, dando continuidade à letra de uma das canções, o estádio em peso cantou para a banda (que  permaneceu atônita): “Ai, ai, ai-ai... está chegando a hora...”. Foi muito engraçado! Não sei como tudo começou, mas marcou a apresentação. Foi uma inversão e tanto: a banda assistira às pessoas ali presentes, em sua totalidade, cantarem-lhes uma “saudação” brasileira...

 

Nas músicas lentas e melodiosas, o estádio permanecia totalmente às escuras e uma quantidade astronômica de celulares ligados constituíam uma vasta constelação de luzes mortiças. Aquilo foi um espetáculo sem par, rompido ao final por outra seqüência de músicas mais agressivas. Tudo muito bem arranjado e planejado. Até a interação com a platéia próxima, parecia coisa ensaiada.

Curioso também é comparar a agitação de toda galera no Morumbi ao que pode ser visto em DVD da mesma turnê, como por exemplo, a apresentação de Anaheim/2005. A recepção/manifes-tação/agitação no Morumbi pareceu-me ser muito mais calorosa, participativa e ruidosa, sem nenhuma margem de dúvida. Bono Vox, com certeza, levou boa impressão de sua fama no Brasil. 

A saída do pessoal da banda foi interessante: você sabia que o show terminara,  mas era difícil colocar-se em movimento para ir embora. Na verdade, custa a crer que terminou.

 

'Alguém que ainda sonha em salvar o Mundo ou tentar consertá-lo,

deve ser um sonhador...'

 

Porém, na volta, tivemos de andar madrugada adentro, ladeados por inúmeras pessoas, sem termos a menor idéia da direção em que se está indo, não foi uma sensação nada agradável. Passamos até por mato! Havia milhares de táxis, mas nenhum disponível! Foi uma sensação ruim, tivemos que andar muito para conseguir um. Nem oferecendo pagar três vezes o valor da corrida no taxímetro se conseguia um deles. Isso já era esperado. Ao chegarmos no hotel, um banho, comida decente e ver o meu pequeno Daniel em seu sono ingênuo foi a coroação do dia. Enfim, valera a pena todo o esforço de “ir e vir” para assistir ao vivo à histórica apresentação de Vertigo no Brasil.

 

Após toda essa maratona, muita coisa passa pela cabeça. A figura do líder do U2 é forte. Acho-o um sonhador. Sim, alguém que ainda sonha em salvar o Mundo ou tentar consertá-lo, deve ser um sonhador... Contudo, trata-se de alguém que não está parado. Ele faz alguma coisa pelo Mundo e seus semelhantes. A música é sua ferramenta; boa ferramenta! Gostei.

 

O Senhor 'ilustre desconhecido'

 

Márcio R. Mendes*

 

Palco da turnê Vertigo: bandeiras ao fundo.

 

Devido ao longo tempo em que permanecemos no estádio, as pessoas próximas e ao nosso redor foi a princípio sempre "renovada". Era um tal de "guardar lugar" para fulanos que saíam e voltavam, enquanto outros nunca mais voltavam. Lugares estes que eram freqüentemente disputados. Isso foi uma constante, até que o show do U2 começasse, pois a partir daí todos realmente se acomodaram.

 

Ao lado da cadeira da minha irmã havia um dos "lugares vagos" mais disputados do pedaço, até que um "ilustre desconhecido" ocupou o lugar. Era um tipo "gente boa": camiseta larga, bermudão, bastante agitado, falando freqüentemente ao celular, parecia dar as coordenadas a alguém sobre sua localização. Conversava muito com todos ao seu redor e não que pudesse fazer muito, mas o que estivesse ao seu alcance, para ajudar alguém, ele faria.

 

Quando o show começou, foi um dos que mais se agitou por ali. Praticamente cantou todas as letras das músicas, em coro com o próprio U2. Nos primeiros minutos do show, ao perceber que fazíamos fotos, implorou por "uma só", de forma que o mostrasse com  a banda ao fundo. Uma figura: mãos justapostas, implorava pela foto, como se fosse a "foto da sua vida", acompanhado de pedidos para receber a foto via Internet. Minha irmã fez a foto, para deleite do Senhor "ilustre desconhecido" e a vi tomando nota de alguma coisa (provavelmente o telefone do sujeito). Creio que a essa altura, ele já deva ter recebido seu "prêmio".

 

O fato é que acabou "lançando moda" no pedaço, pois muita gente se preocupou em seguida em fazer fotos nessas condições: com a banda e o bonito visual do estádio lotado como fundo.

 

Num dos poucos momentos em que a banda fez aquele "intervalinho" - acenam para todos, saem do palco e retornam minutos depois - o Senhor "ilustre desconhecido", em sua agitação característica, nos confidenciou: "Sabem como entrei aqui? Negociei um jaleco do pessoal que vende água e refrigerante, entrei e devolvi o jaleco para seu dono!". Um autêntico "bicão"! Com as inúmeras barreiras, não creio que houvesse muitos deles, mas pensando nisso, creio que o número de pessoas naquele estádio deve ter sido ligeiramente maior do que o número oficial de pagantes.

 

* Márcio  Rodrigues  Mendes  é  físico,  professor,  astrônomo  amador  e  articulista dos portais Via Fanzine e UFOVIA (www.viafanzine.jor.br).

 

- Ilustrações: “U2”, Fotomontagem e desenho por Fábio Vieira,

   exclusivo para Via Fanzine.

 

- Fotos: Arquivo Via Fanzine.

 

- Nota do Editor: O presente texto foi enviado a mim em forma de correspondência pessoal pelo amigo e colaborador Márcio Mendes. A meu pedido e com seu consentimento, este texto sofreu devido trabalho de edição. Márcio assistiu à apresentação do U2 em companhia de sua esposa, sua irmã e amigos de Belo Horizonte.

 

- Produção: Pepe Chaves. 

 

*  *  *

 

 

U2 no Brasil:

U2 se reunirá com Dilma antes de shows no Brasil*

A banda U2 pretende se encontrar na sexta-feira com Dilma em Brasília.

 

 

 

 

Em sua passagem anterior pelo Brasil, o U2 incendiou São Paulo.

 

A banda irlandesa U2, que  fará três shows em São Paulo nesse mês de abril de 2011, se reunirá nesta semana com a presidente Dilma Rousseff, informou nesta segunda-feira o jornal "Folha de S.Paulo".

 

U2 pretende se encontrar na sexta-feira com Dilma em Brasília, um dia antes de se apresentar no primeiro dos três shows no Brasil, segundo o jornal.

 

No entanto, fontes da Presidência disseram à Agência Efe que não têm confirmação da suposta reunião da governante com os artistas.

 

Dentro da turnê "U2 360º", a banda irlandesa, liderada pelo vocalista Bono, se apresentará nos dias 9, 10 e 13 de abril no estádio do Morumbi em São Paulo.

 

Em 2006, em outra visita ao país, Bono se reuniu com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o qual abordou diversos assuntos sociais.

 

Dilma, por sua parte, recebeu a cantora Shakira no dia 17 de março, que lhe pediu apoio para o projeto social da Fundação América Latina Solidária, que ela incentiva junto com outros artistas latino americanos.

 

O U2 realiza uma turnê mundial e na semana passada, durante sua passagem pela Argentina, Bono foi recebido na sede do Governo pela presidente Cristina Fernández.

 

* Informações da EFE.

- Ilustração: Fábio Vieira/Arquivo VF.

 

*  *  *

 

Rio:

Arnaldo Brandão lança ‘Amnésia Programada

Novo CD do ex-líder do Hanoi-Hanoi traz suas novas composições.

 

Da Redação

Via Fanzine

 

Arnaldo Brandão está com novo CD.

 

O cantor e compositor Arnaldo Brandão está promovendo o lançamento nacional do seu novo CD “Amnésia Programada”. O evento está programado para a quinta-feira (09/11), no Hipódromo UP, na Praça Santos Dumont, Gávea, Rio.

 

“Numa rede viciada em informações, estados alterados de consciência navegam em alta velocidade no córtex do sistema. Bem vindos ao mundo de Amnésia Programada!”, afirma Brandão no flyer de divulgação.

 

O baixista e vocalista Arnaldo Brandão se tornou conhecido após gravar com diversos nomes de destaque a MPB. Ele liderou a banda Hanoi-Hanoi que fez grande sucesso nos anos 80 e 90, na qual gravou algumas de suas parcerias com o parceiro Tavinho Paes.

 

O evento conta com as participações especiais de Ana Élle, Tavinho Paes, Beatriz Provasi e Álamo Leal. Arnaldo Brandão será acompanhado pelos músicos Eliza Schinner (baixo), Robson Riva (percussão) e Pedro Augusto (teclados).

 

- Valor da entrada: R$ 20,00

- Mais informações: planod@arnaldobrandao.com.br

 

- Leia também:

 Entrevista histórica de Arnaldo Brandão ao VF

 

*  *  *

 

Música mineira:

Compositor Fernando Oly lança o seu site*

Seus trabalhos já estão disponibilizados para audição e download na sessão "Acervo".  

 

Fernando Oly.

 

Fernando Oly, compositor e instrumentista mineiro, acaba de lançar um site dedicado inteiramente à produção de músicas via Internet, além de disponibilizar todo o seu trabalho musical, gratuitamente, na Web.

    

Está lançando on-line seu novo trabalho de nome "Pintanto Música", que já conta com três músicas disponibilizadas, dentro da proposta da "Música da Nascente", conceito que envolve muitos aspectos, dentre eles, o oferecimento das músicas ao público, sem passar por intermediários. É a música que vem direto da fonte.

    

Seus trabalhos já realizados estão disponibilizados para audição e download na sessão "Acervo", tais como o disco "Tempo Pra Tudo" de 1981 e o CD "Caminho Azul" de 2002, além de fotos e, futuramente, contará com vários outros atrativos.

    

Além disso, conta com a Banda Pleyon, à qual vários músicos e compositores são convidados a integrar, em um trabalho livre e criativo, além da possibilidade de realizá-lo e divulgá-lo através da Internet.

    

Há também uma rádio que irradia entrevistas, músicas, bons papos com amigos e pessoas ligadas à arte em geral, bem como tem o propósito de integrar a região onde se encontra o estúdio Exoflora, pequeno grande estúdio, dotado de equipamentos de qualidade e situado no Município de Ouro Preto.

    

Para saber mais, acesse: www.fernandooly.com.br e participe.

 

* Informações e imagem da Equipe Fernando Oly.

 

- Mais informações: contato@fernandooly.com.br

 

*  *  *

 

Música brasileira:

Revista Rolling Stone destaca trabalho de SR&G

Álbum do trio está entre os 10 melhores de março.

 

Por Pepe Chaves

para Via Fanzine

 

Sá, Rodrix & Guarabyra

 

O álbum "Amanhece um Outro Dia", de Sá, Rodrix & Guarabyra está entre os 10 melhores, segundo a revista Rolling Stone de março.

 

Com sua originalidade, o trio marcou a música brasileira nos anos 70. Com a saída de Zé Rodrix no final da década de 70, Sá e Guarabyra, como dupla, gravou diversos discos dos anos 80. Com o retorno de Zé Rodrix o trio foi refeito e se apresentou em diversas localidades do Brasil.

 

Em 2009, ano da morte de Zé Rodrix, o trio SR&G gravou o álbum Amanhã que, por causa da morte do músico, permaneceu arquivado.

 

Agora este álbum está sendo lançado e tem como destaque "Amanhece um Outro Dia", em que o trio revisita a sonoridade do passado.

 

- Saiba mais sobre Sá, Rodrix & Guarabyra:

Minha vida com o Zé  - artigo de Luiz Carlos Sá

Entrevista exclusiva com Luiz Carlos Sá

- Clique aqui para ver os 10 melhor de março da Rolling Stone

 

*  *  *

 

Divinópolis:

Trio presta tributo ao músico Túlio Mourão

Nascido em Divinópolis, Túlio Mourão tem uma bela trajetória pela música brasileira.

 

Túlio Mourão

 

A música mineira tem uma expressiva participação no reconhecimento da cultura brasileira em outros países. O músico Túlio Mourão faz parte do acervo de competentes artistas que colaboraram para que a visibilidade das manifestações artísticas nacionais fosse conquistada para além de nossas fronteiras.

 

Nascido em Divinópolis, Túlio Mourão tem uma bela trajetória pela música brasileira. Sua caleidoscópica diversidade o leva do rock dos Mutantes às partituras barrocas do filme “O Viajante”, das Congadas de Minas ao “Free Jazz”, do Pannis Angelicus orquestrada para Milton Nascimento aos tambores ancestrais de Mandinga.

 

Mourão também esteve ao lado de uma das memoráveis apresentações de Milton Nascimento, se apresentando com o músico inglês Jon Anderson (do grupo Yes), quando de sua passagem por Belo Horizonte na década de 1990.

 

Esta diversidade o leva ainda a ser um compositor gravado por nomes expressivos e de estilos musicais completamente diferenciados. O músico ainda tem em sua bagagem os discos solo: Trilhos, Jasmineiro, Carioca, Jorge um Brasileiro, Teia de Renda, Eterno de Vez em Quando, Mandinga, Cine Popular, Silence 12, O Vestido, e é também detentor dos mais importantes prêmios brasileiros para trilha de cinema, entre eles: Kikito (Festival de Gramado), Prêmio Festival de Brasília, APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) e Festival de Cinema de Natal.

 

Em reconhecimento a este grande nome da música brasileira, o show Túlio Por Um Trio faz uma bela homenagem a Túlio Mourão e suas obras.

 

O permanente resgate de nossas sonoridades permite simultaneamente a manutenção da memória da cultura brasileira e a produção de novos significados sobre nossas expressões artísticas vivas e em rápida construção.

 

Desta forma, um harmonioso show, apresentado pelo trio Rodrigo Rios (bateria), Aulus Mourão (piano) e Vagner Faria (baixo), traz convidados de renome como a nova revelação da música brasileira Vander Lee.

 

O show conta também com as participações de Beto Lopes, Gê Lara e Lemão, Anthonio, Luiza Lara, Bernardo Rodrigues, Jairo de Lara, Violeta Campos, Sérgio de Castro, Grupo Pharmácia e Paulinho Trompete os quais irão interpretar as clássicas canções de Túlio Mourão em uma nova roupagem.

 

O projeto de Rodrigo Rios tem direção musical e arranjos de Aulus Mourão e produção executiva de Roberta Machado.

 

SHOW: TÚLIO POR UM TRIO e convidados

DATA: 11/03/2010 - quinta-feira

HORÁRIO: 20h30

LOCAL: Teatro Municipal Usina Gravatá - Divinópolis.

 

Ingressos antecipados na Sorveteria SLEP (Divinópolis)

- Informações: 3222-6000  ou e-mail: rms_producao@yahoo.com.br.

 

 

*  *  *

 

Beatles:

‘Ganham milhões cantando mal’

Assim, a revista brasileira ‘Visão’ descrevia The Beatles, em 1964,

quando o grupo estava prestes a ser reconhecido em todo o mundo.

 

Por Vermelho*

De Belo Horizonte

Para Via Fanzine

 

The Beatles

 

Sim, foi um texto com esse mesmo título, com a mesma foto que li, se não me engano, na revista Visão (uma espécie de IstoÉ ou Veja da década de 60). Eu, como muitos outros jovens da época, estávamos fascinados com a música e tudo mais que os Beatles traziam de novo em beleza, energia musical e mudança de costumes, além dos sonhos de mudar o mundo.

 

Sei que a maioria de vocês sequer sonhava nascer naquela época... Mas, podem estar certos que todos nós um dia teremos ou tivemos 15 anos, porém, o tempo vai passar e um dia teremos cinqüenta e tantos e continuaremos a valorizar muita coisa boa que gostaremos para sempre.

 

E Beatles, Stones e outros, me abriram um mundo novo, ainda mais eu, que vinha de um colégio onde tocava órgão, acompanhando pela partitura, obras de Palestrina, Praetorius, Bach, Haendel, Mozart, Beethoven, Schumann, Wagner etc.

 

Quando fui estudar em Belo Horizonte, mudou tudo – além do governo militar: a gente via nas bancas de revistas fotos dos Beatles e suas músicas tocavam o dia inteiro nas rádios. Nem sei mais qual me encantou primeiro, se foi Please, please, I wanna hold your hand ou She loves you, mas todas mostravam uma energia, uma capacidade musical incrível, seja na composição como na execução. Sobretudo, os vocais, ate hoje insuperáveis, principalmente, John Lennon e Paul McCartney, grandes cantores solo que, cantando juntos com Harrison, faziam um vocal harmonioso, rico e cheio de vida.

 

Voltando ao título acima, que vi quando ainda estudava num colégio de padres alemães, onde interpretávamos canto gregoriano e eu tocava órgão durante as infindáveis missas e preces, pude ter acesso a estes Mestres que citei acima.

 

Um dia me deparei com esta foto, exatamente a mesma, e um artigo onde o articulista (se não me engano Sílvio Lancelloti – posso estar sendo injusto, pois infelizmente não guardei a reportagem) dizia que “Ganham milhões cantando mal” – se referindo aos Beatles que estavam começando a ganhar os Estados Unidos e o mundo com sua música contagiante.

 

Bem, sem mais detalhes. Existe até crítica construtiva e muita gente que entende o que está ouvindo e escrevendo sobre. Mas muitas vezes, eles escrevem verdadeiras asneiras, como esta.

 

Mas isto tudo passa e a boa música, como a dos Beatles permanece, inclusive, sendo apreciada pelas novas gerações. Este CD é muito interessante, pois contém muitas músicas que chamávamos de “lado B” - os discos compactos da época eram lançados com duas musicas, geralmente, porque a gravadora acreditava ter mais probabilidade de se tornarem um hit nas rádios. Acontece que, muitas vezes, a faixa do outro lado era tão boa que caia no gosto do público e as rádios acabavam seguindo. E com os Beatles tudo era surpresa, e sempre sucesso.

 

Apesar de Lennon ter certa razão quando disse que “O sonho acabou” - o sistema escravizou o mercado da música - e o que se ouve hoje em geral é música de péssima qualidade, ainda há esperança.

 

Muita música boa está acontecendo ou vindo por aí - mesmo que as emissoras de rádio e tevê ignorem - muita gente nova está interessada em música, seja estudando, compondo, se apresentando ao vivo, ouvindo e aprendendo. E, claro, sonhando com um mundo melhor. Também acreditamos nisso, que nossa Terra seja um Planeta Sonho para todos nós.

 

Na próxima vez, vou escrever sobre minha paixão pelos Rolling Stones que, se não eram tão sonhadores quanto os Beatles, tinham uma energia impressionante e continuam até hoje como a maior banda de rock’n’roll de todos os tempos.

Sei bem o que isto significa, pois, sem pretensão de nos compararmos a ninguém, temos o nosso estilo próprio, e vamos comemorar 30 anos de 14 Bis nesse ano. Temos planos de gravar um DVD com nosso amigo Flávio Venturini, que juntamente comigo, teve o sonho de fundar essa banda, reconhecida tanto pela nossa geração, quanto pela linda juventude de hoje.

 

* Vermelho é compositor e instrumentista, membro da banda 14 Bis e colaborador do jornal Via Fanzine. Seu blog é http://vermelho14bis.blogspot.com.

 

- Foto: Arquivo VF.

 

- Produção: Pepe Chaves.

© Copyright 2004-2009, Pepe Arte Viva Ltda.

 

*  *  *

 

67 anos de Hendrix:

Sony relança obra de Jimi Hendrix

James Marshall Hendrix, originalmente John Allen Hendrix,

teria completado 67 anos em novembro de 2009.

 

Por Antonio Siqueira

& Sandra Britto

do Rio de Janeiro

para Via Fanzine

  

Guitarrista denunciou a matança de jovens dos EUA na Guerra do Vietnã.

 

A Sony Music informou através de seu site que comprou os direitos autorais da obra do guitarrista, cantor e compositor Jimi Hendrix durante um período de oito anos, a partir de 1º de janeiro de 2010.

 

Em comemoração aos 40 anos da morte do músico em 2010, a gravadora afirma que vai reeditar na íntegra toda a obra do “guitarrista dos guitarristas” e que serão lançados, também, DVDs de apresentações de Hendrix no Royal Albert Hall, em Londres, entre 18 e 24 de fevereiro de 1969.

 

Além disso, a grande expectativa fica por conta da reedição em formato digital, dos três álbuns “clássicos” do power trio The Jimi Hendrix Experience: Are You Experienced? (1967), Bold as Love (1967) e Electric Ladyland (1968) e ainda das coletâneas extraídas do acervo do selo Dagger Records.

 

Se estivesse vivo, Hendrix teria completado seus 67 anos em 27/11/2009. Faz 39 anos, ele eternizou sua obra, irremediavelmente marcada por sua morte precoce. E assim, Jimi Hendrix, com a perfeição da mistura eclética de blues, rock e jazz, constituiu o seu estilo inigualável. Hedrix is Hendrix... is anyone else.

 

Johny Allen Hendrix nasceu em Seattle, Washington em 1942. Depois teve o seu nome mudado por seu pai para James Marshall Hendrix, pouco depois que sua mãe o abandonou e morreu.

 

Notando o amor de seu filho pela música, seu pai, Al, lhe deu uma guitarra pequena guitarra quando ele tinha cinco anos. Aprendeu a tocar guitarra com 14 anos de idade, começou a compor antes de ler e escrever, decorando tudo. Hendrix foi capaz de pegar uma sequência numa guitarra acústica, que o inspirou e tocar como Muddy Waters e Lightnin'Hopkns. Ele aprendeu a tocar de ouvido e a praticar horas intermináveis de Chuck Berry.

 

Depois de um curto período no serviço militar, foi dispensado por ser um soldado não combatente, porque tinha adquirido uma lesão na perna devido a um salto de paraquedas, mas tudo o que ele queria fazer era tocar guitarra.

 

Ao deixar o Exército, ele se mudou para Nashville, onde tentou montar uma banda que pudesse acompanhar seu estilo, só passou a tocar em clubes negros, mas aspirava por algo mais. Mudou-se para Nova York, Greenwich Village e foi descoberto por um produtor que, eventualmente, assistiu sua apresentação e o convidou para tocar em Londres.

 

Em 1967, já no Reino Unido,  regravou "Hey Joe", que logo foi sucesso. Lançou outras duas canções que havia escrito e que também foram ‘número um’ em vendas. Hendrix é considerado o pai do blues/rock.

 

Hendrix e sua inseparável Fender 'Stratocaster'.

 

Após sua volta aos Estados Unidos em 1969, Hendrix foi participação vip no legendário Festival de Woodstock. Sua performance tocando o hino americano, com aqueles barulhos de explosões e bombas, se tornou um clássico da música mundial. Depois do protesto, ele ainda fez um culto às drogas, um símbolo de Woodstock e da cultura hippie.

 

A apresentação de encerramento de Hendrix, diante de um público estimado em “apenas” 40 mil pessoas ocorreu até a manhã de segunda-feira e se tornou um dos momentos icônicos do festival. Apesar disso, o co-fundador de Woodstock, Michael Lang, tentou ao máximo colocar o guitarrista diante de um público maior. Mas, o empresário de Hendrix insistiu até o fim que ele deveria fechar o Festival de Woodstock. Jimi Hendrix, também cantou "The Star-Spangled Banner", canção-símbolo da grande resistência contra a Guerra do Vietnã - que já eliminara inúmeros jovens americanos.

 

De volta a Londres em 1970, aos 27 anos, Hendrix foi encontrado morto em seu apartamento no hotel depois de tomar uma pílula para dormir. Aparentemente foi uma overdose de álcool e barbitúricos e dada à vontade de viver e a felicidade do grande momento que atravessava, descartou-se a hipótese de suicídio.

 

Jimi Hendrix era neto de um índio cherokee. Além de roupas extravagantes, ele se distinguia por seus longos cabelos crespos. Era particularmente notável como cada percepção acústica, como o som de uma maçaneta da porta ou passagem do automóvel, se transformado em percepção óptica. Seu feedback  (solos pesados e melodias alucinógenas) ajudou a definir a década psicodélica de 1960 e foram eternizados, assim como todo o seu estilo ímpar. Hendrix cresceu e se tornou uma lenda da guitarra, do rock’n blues ao rock n’roll. A guitarra se tornou uma extensão de seu corpo, num passeio elegante entre cordas, melodias e acordes. Dispensava as famigeradas paletas, solava sua guitarra com os dedos, nas costas, deitado e de pé, além de toca-la com a boca (usando a língua) em suas performances quase que surreais.

 

Um amigo disse: “Se eu tivesse que escolher ser outra pessoa, um músico, talvez, seria provavelmente Jimi Hendrix. Ele cruzou a divisão racial, atraiu fãs de todo o mundo. Inesquecível. A assinatura mais fiel em um estilo diferente de qualquer outra coisa na época".

 

* Antônio Siqueira e Sandra Britto são correspondentes de Via Fanzine no Rio.

 

- Fotos: Arquivo VF.

 

- Leia também: Woodstock acabou?

 

- Leia outras matérias do autor:

www.viafanzine.jor.br/express.htm

 

- Produção: Pepe Chaves.

© Copyright 2004-2009, Pepe Arte Viva Ltda.

 

 

*  *  *

 

Rock Progressivo:

Phil Collins diz que parou de tocar bateria

Por causa de problemas ortopédicos, música pop perde um dos maiores bateristas da história.

 

Por Pepe Chaves

para Via Fanzine

 

Phil Collins

 

O músico britânico Phil Collins, declarou na segunda-feira (19/10) que vai abandonar as baquetas. Ele afirmou que por causa de um problema de saúde, não tem mais condições de tocar bateria. O músico que se revelou no Genesis é considerado um dos mais ousados bateristas da música pop.

 

A declaração de abandonar a bateria foi feita em entrevista de Collins ao jornal alemão 'Hamburger Abendblatt'. Faz algum tempo, agências internacionais de notícias anunciaram que o músico estaria ficando surdo, por causa de problemas de audição adquiridos por longas exposições a altos decibéis.

 

Na entrevista ao jornal alemão, onde declara passar por problemas ortopédicos, Collins disse que após passar por uma cirurgia em abril para reparar uma vértebra deslocada no pescoço, não tem mais sensibilidade nos dedos. Ele afirma que não tem mais forças para fechar os punhos e segurar as baquetas. Segundo ele, a única maneira que conseguiria tocar bateria, seria se 'colassem as baquetas nas mãos'.

 

Exímio baterista e denodado vocalista, Phil Collins é uma das lendas vivas do chamado Rock Progressivo, estilo musical que tomou conta do cenário inglês no final da década de 70. Ele foi co-fundador do Genesis, grupo progressivo surgido no Reino Unido em 1967. Collins se iniciou como mero baterista, para depois assumir os holofotes principais do microfone e a liderança da banda.  

 

Com a saída de Peter Gabriel em meados dos anos 70, Collins, além de gravar as baterias em todos os álbuns do Genesis, também assumiu os vocais. Além disso, comandou uma modernização no som e na temática da banda, que a permitiu se manter no topo das paradas por longos períodos.

 

Depois de muito sucesso e muita estrada ao lado dos também remanescentes do Genesis, Tony Banks (teclado) e Mike Rutterford (Baixo e guitarras) e de transformar a banda num ícone da música pop, no final dos anos 90, Collins resolve abandoná-la e empreender sua carreira solo. Ele foi substituído na banda, mas o álbum sem sua participação, “Calling all stations” (1999), apesar de muito bom, foi considerado um fracasso comercial.

 

Apesar de seus problemas ortopédicos, o músico planeja para 2010 um novo álbum. Neste novo trabalho, Phil Collins deverá dar nova roupagem a 30 canções do selo de música soul Motown.

 

Feliz de quem o viu tocar bateria ao vivo.

 

* Com informações do jornal 'Hamburger Abendblatt' (Alemanha).

- Tradução do autor.

- Foto: Virgin Media.

- Leia mais sobre o Genesis: www.viafanzine.jor.br/monstros.htm

 

*  *  *

 

São Paulo:

Tavito faz pré-lançamento seu CD “Tudo”

Músico mineiro se apresenta com banda em shopping paulista.

 

Por Pepe Chaves

para Via Fanzine

 

 

O cantor e compositor mineiro Tavito já está com o seu CD “Tudo” sendo vendido em todas as lojas do país. No entanto, por motivos pessoais, o músico ficou impossibilitado de fazer o lançamento oficial do mesmo.

 

Ele anuncia o lançamento oficial para setembro de 2009, quando será apresentado um big-show em quatro capitais, São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Recife. “Mas antes disso, haverá um tira-gosto pra moçada ligada”, afirma Tavito.

 

Tavito estará fazendo o pré-lançamento do CD “Tudo” no espaço da Saraiva MegaStore do Shopping Center Morumbi, em São Paulo, às 19h30 de 15 de agosto (sábado). O músico vai estar acompanhado pela banda "Ananeu & os Precários". Haverá noite de autógrafos e venda do CD por preço especial. A entrada é franca.

 

Espirituoso, no convite enviado ao seu círculo de amigos, Tavito grafou: “O I Ching, que certa vez tive o saco de ler inteirinho, deixou-me um precioso ensinamento de 3.000 anos que me é de grande valia nos dias de hoje: os fatos são soberanos e imutáveis. Só se curvam a um valor maior - o da VIDA, que continua sempre e sempre, inexorável em seu propósito fundamental de nos deixar doidinhos da silva (vide o austero senado brasileiro e seus capitães - ou serão cafetões?)”.

 

Tavito é um dos maiores ícones da música mineira. Participou da legendária banda Som Imaginário, tocando ao lado de Zé Rodrix, Wagner Tiso, Fredera, Robertinho Silva, Nana Vasconcelos e integrando o movimento do "Clube da Esquina". É autor de um dos maiores hits, o clássico flashback “Rua Ramalhete”, em que narra detalhes de sua infância em Belo Horizonte.

 

Zé Rodrix era mais pop/rock (confiram o fulgurante solo de órgão em Para Lennon e McCartney) e já Wagner Tiso, mais bossa-nova. Mas, ambos tinham um grande conhecimento de jazz, erudito e, junto com a viola de 12 do Tavito, a guitarra do Fredera e a fantástica ‘cozinha’, composta por Robertinho Silva na batera, Naná Vasconcelos na percussão e Luis Alves no baixo. Formavam uma banda de riqueza sonora diversificada e incrível, a ponto de criar um verdadeiro “som imaginário”.

 

Mais que um músico compositor, Tavito é um maestro que domina toda a harmonia musical e a transforma em emoções poéticas.

 

São Paulo:

- Pré-lançamento do CD “Tudo” no espaço da Saraiva MegaStore do Shopping Center Morumbi, às 19h30 do sábado, 15 de agosto.

 

- Foto: Divulgação.

Colaborou: Luiz Carlos Sá.

- Clique aqui para ouvir "Rua Ramalhete"

 

*  *  *

 

Música mineira:

Flávio Venturini lança seu novo DVD

Trabalho será lançado no Palácio das artes com participações especiais de músicos mineiros.

 

 

O músico, compositor e intérprete Flávio Venturini está fazendo lançamento nacional de seu novo CD/DVD, “Não se apague esta noite”, no dia 31/07, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte (Av. Afonso Pena, 1537 - www.palaciodasartes.com.br). Ex-integrante das bandas O Terço e 14 Bis, Flávio Venturini é um dos expoentes da música mineira em todos os tempos.

 

Autor de várias canções conhecidas nacionalmente, Flávio seguiu em carreira solo após gravar sete álbuns com o 14 Bis. Sua apresentação no Palácio das Artes contará com as participações especiais de seu irmão Cláudio Venturini (14 Bis), do guitarrista Toninho e Horta, entre outros.

 

“Não se apague esta noite”, DVD de Flávio Venturini*

Por Julio Moura

 

 

“Não se apague esta noite”, novo CD/DVD de Flavio Venturini, reforça a velha máxima de que o palco é a extensão da casa do artista. Gravado entre o Museu das Artes da Pampulha – a casa de todos os mineiros – e a própria sala de estar de Venturini, o álbum percorre uma trajetória devotada à busca da melodia perfeita.

 

Seja qual for o ambiente, o compositor se encontra ativo, em permanente reconstrução, alinhando novos temas aos sucessos que há gerações transbordam de sua nascente musical. Há cinco anos, Venturini trocou o Rio de Janeiro – depois de quase três décadas – por um regresso feliz a Belo Horizonte. É lá que a imensidão das montanhas emoldura a inspiração sonora de sua nova Casa Encantada.

 

Em casa ou no palco, Flavio recebe novos amigos com a mesma hospitalidade devotada aos antigos companheiros de estrada. A começar por sua banda, formada por jovens músicos mineiros, onde perfilam a guitarra e as cristalinas cordas vocais de Kadu Vianna; o baixo de Aloísio Horta; os teclados de Ricardo Fiúza e a bateria de Arthur Resende.

 

Para que nossas noites nunca se apaguem, Mantra da criação, parceria com Ronaldo Bastos, legitima a crença em um mundo melhor, sob a bandeira fincada na esquina mais musical do planeta. Uma balada-rock com ecos do Terço e do 14 Bis – duas de suas escolas sonoras - em registro mais grave que o habitual, sem perder a ternura. Se o “futuro está na criação”, Venturini jamais desiste da beleza.

 

“A luz que deu a luz ao universo conspira a seu favor”, decretam os versos de Ronaldo que fazem de Recomeçar uma destas evidências. Outras e novas parcerias luminosas: Minha estrela (com Ronaldo), O melhor do amor (com Ronaldo e Torcuato Mariano), Romance (com Juca Filho) – esta com a presença do irmão camarada Claudio Venturini, na guitarra -, Verão nos Andes (com Aggeu Marques); além de Morro branco e Alegria, com participação do violonista Nando Lauria.

 

Flavio joga limpo com quem vem depois. Compartilha a intimidade dos hits com três novas vozes femininas: Mart´nália ambienta o Pierrot – parceria com Murilo Antunes – na ginga carioca. Luiza Possi flutua estilosa em Beija-Flor, enquanto Marina Machado expressa prazer e privilégio em Noites com sol, ambas feitas com Ronaldo Bastos.

 

Dos estertores setentistas estão Não se apague esta noite, de Lô Borges, lançada no chamado disco do tênis, e a versão em voz e piano de Criaturas da noite, parceria com Luiz Carlos Sá nos tempos de contracultura e lançada pelo Terço. Alma de balada, feita com Murilo Antunes para o álbum “Porque não tínhamos bicicleta”, de 2004, homenageia o baterista Luiz Moreno, companheiros dos tempos dos cabelos compridos, calças boca-de-sino e música lisérgica.

 

Das estações pop do anos 80, Flavio embarca no Trem do Amor, com letra de Ronaldo, para o álbum “Andarilho de luz”. Dali para as estações atemporais, Céu de Santo Amaro realiza a alquimia de tornar a sonata de Bach – escrita no século XVIII – numa das mais inspiradas canções brasileiras contemporâneas. O futuro – e também o passado - está na criação.

 

Já diz o I-Ching que se ao andarilho a perseverança traz boa sorte, o suave alcança o centro no exterior. E Flavio voou para Paris ao encontro do supremo xamã dos templos sonoros de Minas. No estúdio Davout, juntou-se a Milton Nascimento no dueto de Música.

 

Sob o piano de André Mehmari, os parceiros aproximam o canto da aurora ao espírito da cidade luz. A solenidade da cerimônia evoca uma vaga sagrada que bebia cachaça nas andanças pelo Brasil distante dos anos 70.

Flavio, entretanto, não se lembrava da vaca, para a surpresa de Bituca: “Mas como é que pode esquecer uma coisa dessas?”. Conversa de compadre no tempo em que se via televisão de cabeça pra baixo.

 

De Paris a São Paulo, é a vez de encontrar Toninho Horta, no estúdio Monteverdi, de Mehmari. Em trio, recriam a eterna Nascente (de Flavio e Murilo Antunes) e proseiam até o sol esconder a clara estrela.

 

A direção do show é de Ronaldo Bastos e Leonel Pereda, com roteiro de Hudson Vianna, produção de Fabiane Costa e direção musical de Chico Neves e Flavio Venturini. “Não se apague esta noite” é uma co-produção da Caramelo Produções com o Canal Brasil.

 

Faixa a faixa, por Flavio Venturini

 

1. Não se apague esta noite – “Sempre gostei desta música, de um disco clássico de Lô Borges: o disco do tênis, que ele gravou logo depois do “Clube da Esquina”. Já havia escrito um arranjo pra ela e achei a letra forte o suficiente para dar nome ao novo trabalho”.

 

2. Recomeçar – “Escrevi com Ronaldo Bastos nos anos 90 e a reencontrei recentemente enquanto remexia meus arquivos em busca de canções inéditas. Lembra as baladas de Paul McCartney, eu a canto como uma homenagem a ele”.

 

3. O melhor do amor – “Iniciei a melodia, tempos depois o Torquato Mariano compôs uma parte diferente e o Ronaldo letrou. Foi feita na Bahia, tem uma sensualidade de que gosto muito”.

 

4. Pierrot – “Soube que Martinália gostava desta canção e a convidei para cantá-la comigo. Minha relação com o samba e a bossa começou depois que fui morar no Rio e achei legal chamar uma personalidade tão carioca para gravar na minha casa em Minas”.

 

5. Noites com sol – “A sugestão de Ronaldo foi que eu gravasse coisas novas e chamasse convidados para interpretar antigos sucessos. Chamei Marina Machado, ótima cantora da atual cena de Belo Horizonte, de quem me aproximei muito depois que voltei a morar na cidade”.

 

6. Minha estrela – “Esta eu canto sem instrumento, feito crooner. Costumo falar pouco em cena e é uma oportunidade de olhar nos olhos das pessoas, chegar mais perto do público. Me levar mais pra frente do palco foi outra idéia de Ronaldo”.

 

7. Céu de Santo Amaro – “Outra que fiz na Bahia, na festa de Reis de Santo Amaro da Purificação. Acompanhei a procissão e escrevi a letra ao ouvir uma interpretação do violonista espanhol Steve Erquiaga para esta ária de Bach, numa bela noite de lua de janeiro”.

 

8. Beija-flor – “Um grande sucesso, com participação de Luiza Possi. Eu a conhecia pouco, mas já a admirava pela delicadeza e técnica, na escola de sua mãe, Zizi. Fiquei muito feliz com o resultado”.

 

9. Alegria – “Há anos quero gravar um disco todo instrumental, mas como até agora não fiz, aproveito para colocar um ou dois temas em cada novo trabalho. Foi feita logo depois que voltei a Belo Horizonte, com participação do violonista Nando Lauria, que tocou na banda de Pat Metheny”.

 

10. Romance – “A letra é de Juca Filho, com quem tenho apenas quatro ou cinco parcerias, mas adoro todas. Foi gravada pelo 14 Bis e convidei meu irmão, Claudio, para participar, como uma homenagem à banda. Tem um sabor acústico, um lado folk de que gosto muito”.

 

11. Alma de balada – “Outra que fiz na Bahia, onde costumo compor muitas vezes. Sempre que viajo consigo dar uma desligada e as músicas vem naturalmente. Tem um som mais pop, com letra do Murilo sobre o ofício do baladista, originalmente lançada no disco Quando não tínhamos bicicleta”.

 

12. Verão nos Andes – “Conheci Aggeu Marques em um estúdio de Belo Horizonte e me encantei com sua música. Um cara super talentoso, totalmente Beatles. Lancei o disco dele pelo meu selo, Trilhos.Arte, e nos tornamos parceiros”.

 

13. Trem do amor – “É do Andarilho de Luz, meu segundo disco solo, todo ele influenciado por uma viagem que fiz a Machu Pichu, nos anos 80. Adoro o humor e a disponibilidade expressados na letra do Ronaldo”.

 

14. Criaturas da noite – “Da época do Terço, quando comecei a me descobrir como cantor e a compor de uma maneira pop. Eu dividia um apartamento em SP com o Luis Carlos Sá e a fizemos numa noite muito fria. No DVD eu fiz um improviso, sem preparar nada, tudo na hora”.

 

15. Mantra da criação – “Numa noite cheia de estrelas cadentes na Bahia, alguns amigos discutiam sobre o momento delicado que o planeta atravessa. Criei a melodia na hora e passei para Ronaldo fazer a letra. Pedi que ele a escrevesse como um mantra, em que o poder da palavra está na repetição”.

 

16. Morro branco – “Outro tema instrumental, feito numa praia cercada de falésias e areias coloridas, no Ceará, um lugar que me deu muita inspiração. Chamei o Nando Lauria para participar também desta”.

 

17. Nascente – “Nascente é minha música mais conhecida, são mais de 20 gravações diferentes. Chamei Toninho Horta, com quem tenho grande cumplicidade musical, e gravamos no estúdio de André Mehmari, na Serra da Cantareira. André reúne técnica e sensibilidade num nível altíssimo”.

 

18. Música – “Milton é uma das minhas maiores influências e eu queria muito tê-lo no DVD. Ele estava em Paris e decidi ir até lá para encontrá-lo. Gravamos em um estúdio histórico, o Davout, com André Mehmari no piano. Foi um momento emocionante, místico. Uma homenagem à música”.

 

* Informações e fotos de www.flavioventurini.com.br.

 

*  *  *

 

Heavy Metal:

Iron Maiden de passagem pelo Brasil

A 'Donzela de Ferro' faz apresentações históricas em seis capitais brasileiras.

 

Da Redação*

Via Fanzine

 

Liderado por Bruce Dickinson, o Iron Maiden vai abalar seis capitais brasileiras.

 

Considerada a mais original banda de heavy metal em vida, o Iron Maiden se tornou uma lenda viva no mundo da música. Sua atual passagem por seis capitais brasileiras está mobilizando todos os seus fãs no país.

 

Manaus (12/03), Rio de Janeiro (14/03), São Paulo (15/03), Belo Horizonte (18/03), Brasília (20/03) e Recife (31/03) são as cidades que receberão os shows dessa consagrada banda londrina. A produção é da Mondo Entretenimento, produtora de alguns dos maiores nomes da música mundial e responsável pela atual turnê do Iron Maiden ao Brasil.

 

Em Belo Horizonte o show será realizado no dia 18/03 (quarta-feira) no ginásio Mineirinho e os ingressos tem valores entre R$180,00 a R$400,00. Mais informações no site www.livepass.com.br.

 

Confusão em Bogotá

 

O show do Iron Maiden em Bogotá, Colômbia, foi marcado por tumulto e choque com a polícia. Os portões do Parque Simón Bolivar, na capital colombiana, foram abertos à tarde, já que também estavam marcados shows de bandas locais e dos norte-americanos Anthrax, mas a confusão começou mais tarde, quando o grupo comandado por Bruce Dickinson apareceu.

 

O empurra-empurra teve início no momento em que um grupo de fãs pulou a grade que separava a pista normal da vip e fez de tudo para chegar o mais próximo possível do palco. Além disso, outros que não haviam conseguido ingresso tentaram entrar à força no local, mas foram contidos pela polícia. Isso não impediu, no entanto, que houvesse troca de socos e pontapés com os policiais. Várias pessoas foram presas e o caso deflagrou um debate para analisar se a Colômbia voltará a receber shows de heavy metal no futuro.

 

A banda

 

O Iron Maiden é uma banda inglesa de heavy metal, formada em 1975 pelo baixista Steve Harris, ex-integrante das bandas Gypsy's Kiss e Smiler. Originária de Londres, considerada uma das principais bandas do movimento musical que ficou conhecido como NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal). O nome "Iron Maiden" foi inspirado em um instrumento de tortura medieval que aparece no filme O Homem da Máscara de Ferro. Esse também era o apelido da ex-primeira ministra britânica Margaret Thatcher, que aparece nas capas dos compactos Women in Uniform e Sanctuary.

 

Com mais de três décadas de existência, 14 álbuns de estúdio, seis ao vivo, 14 vídeos e diversos compactos, o Iron Maiden é uma das mais importantes e bem sucedidas bandas de toda a história do heavy metal, tendo vendido mais de 100 milhões de álbuns registrados em todo o mundo. Seu trabalho influenciou diversas bandas de rock e metal. Eles são citados como influência por bandas como Hazy Hamlet, Slayer, Metallica, Slipknot, Anthrax, Angra, Helloween, Death, Megadeth, Dream Theater e Umphrey's McGee, entre muitos outros.

 

Em março de 2001, a banda recebeu o prêmio Ivor Novello Award em reconhecimento às realizações em um parâmetro internacional como uma das mais bem-sucedidas parcerias de composição da Inglaterra. Durante a turnê americana de 2005, foi adicionada à Calçada da Fama de Hollywood. A banda também está presente nas principais listas de maiores bandas de rock de todos os tempos.

 

O Maiden já encabeçou diversos grandes eventos, entre eles Rock in Rio, Monsters of Rock em Donington, Ozzfest ao lado do Black Sabbath, Wacken Open Air, Gods of Metal, Lollapalooza, Download Festival e os Festivais de Reading e Leeds.

 

A banda tem diversas canções baseadas em lendas, livros, histórias e filmes, entre as quais The Wicker Man, The Prisoner, Stranger in a Strange Land - que é um romance de ficção científica de 1961, escrito por Robert A. Heinlein, Murders In The Rue Morgue, Flight of Icarus, Where Eagles Dare, Rime of the Ancient Mariner - baseada no poema de Samuel Coleridge -, To Tame a Land - da série de ficção científica Duna, de Frank Herbert - e The Trooper - canção baseada no romance The Charge of The Light Brigade.

 

Outros temas bastante recorrentes nas músicas da banda são o ocultismo, assassinatos e o “escuro”.

 

* Referências e mais informações sobre o Iron Maiden:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Iron_Maiden

http://www.metalclube.com/content/view/6876/2/

 

- Fotos: Divulgação.

 

*  *  *

 

Inglaterra:

Richard Wright, do Pink Floyd,

morre de câncer aos 65 anos

Co-fundador e tecladista do Pink Floyd foi um

dos grande ícones da música pop no século passado.

Por Pepe Chaves

de Contagem

para Via Fanzine

Richard Wright

  

O tecladista inglês Richard Wright, membro do Pink Floyd morreu na segunda-feira (15/09), aos 65 anos, de câncer. No final dos anos 60 ele fundou o grupo Pink Floyd, juntamente com o guitarrista Sid Barrett (falecido), o baixista Roger Waters e o baterista Nick Mason.

 

Richard Wright, como músico e compositor, participou da maioria dos álbuns lançados pelo Pink Floyd, mas esteve de fora da trilha sonora de um dos maiores clássicos do grupo, a ópera-rock “The Wall” (1978).

 

Após um desentendimento com os demais membros, Roger Waters abandona o Pink Floyd no início dos anos 80. O grupo retornaria sem ele e os demais membros originais, em meados dos anos 80, o que gerou uma celeuma judicial, já que Waters tentou impedir que eles se apresentassem com o nome de Pink Floyd.

 

Wright lançou três álbuns solo e fez participação especial em trabalhos de outros músicos, dentre eles, David Gilmour, guitarrista do Pink Floyd. A música pop não perde somente um tecladista, mas sim um dos maiores compositores do século passado que, como cantor, possuía um timbre de voz único.

 

- Foto: Arquivo VF.

*  *  *

 

Rio de Janeiro:

O Terço: a volta do bom gosto de sempre

Banda progressiva dos anos 70 retorna em grande estilo e grava DVD histórico.

 

Por Antônio Siqueira*

Do Rio de Janeiro-RJ

Para Via Fanzine

 

Palco do novo show do grupo O Terço.

 

Maior banda progressiva do Brasil nos anos de 1970, O Terço, que revelou grandes feras da MPB contemporânea, marca seu retorno, após uma pausa de 32 anos, apresentando um excelente DVD com participações mais que especiais.

 

O projeto já era antigo. Em 2001 já se profetizava e se cogitava a volta da maior banda de rock progressivo das Américas, logo após o evento em que se comemorou os 50 anos de Flávio Venturini no extinto Direct TV Hall em São Paulo. A melhor formação de O Terço se reunia depois de quase 30 anos para reverenciar o compositor e instrumentista mineiro que ajudou a imortalizar o grupo.

 

Agradeçam a Alexandre Maraslis, jovem arranjador, compositor e produtor, com a bagagem já cheia de realizações quase que despercebidas do grande público consumidor graças às forças ocultas culturais. O rapaz de 32 anos formou um caldeirão de influências no seu primeiro cd instrumental, Awakening, que vão de bandas progressivas como Pink Floyd, Gênesis, King Crimsom e Premiata a grandes nomes do jazz fusion como Jean Luc-Ponti e Mahavishnu Orchestra. Coisa luxuosa. E sua iniciativa conjunta com a formação mais importante e bem sucedida de O Terço, foi mais suntuosa ainda. Flávio Venturini (teclados e violão), agora aparece acompanhado de três Sérgios: Sérgio Hinds (guitarras e violão), Sérgio Magrão (baixo) e, eventualmente, Sérgio Melo (magnífico baterista que substitui o imortal Luiz Moreno - in memoriam - com competência e eficiência extremas). Foi o que de melhor aconteceu no cenário musical brasileiro nos últimos anos.

 

Com um cenário “floydiano” (uma esfera reproduzindo imagens e vídeos dos melhores momentos da banda e a melhor iluminação que já vi em um show de rock), com direção musical e roteiro impecáveis, a gravação deste ótimo DVD teve momentos de nostalgia e emoções fortes. Bastava reparar no semblante de cada um, dos remanescentes de 1974 a 1976 e da satisfação do jovem baterista Sérgio Melo, que pertence a uma escola mais recente de grandes bateristas. O cara toca e muito. Luiz Moreno, lá do outro lado, deve ter sorrido e suspirado satisfação.

 

O DVD

 

Flávio revisitava um tempo mais alternativo e de certa independência de estereótipos que o mercado da música brasileira exige e impinge ao artista; solto, criativo, improvisador, dinâmico, virtuoso e de voz límpida e afinadíssima. Um Sérgio Magrão eficiente como aquele majestoso baixista que reinou por uma década como melhor do rock nacional e um Sérgio Hinds viajante, elevando o progressivo ao ápice das grandes maravilhas sonoras com belos rifs e guitarra.

 

Hinds Iniciou a carreira em 1969, quando formou o grupo.  Sempre foi um dos guitarristas mais requisitados do país, participou de shows e gravações de vários artistas da MPB, como Jorge Benjor, Walter Franco, Ivan Lins, Marcos Vale, entre outros. Em 1979, com a saída de Flávio Venturini e, logo em seguida, Sérgio Magrão, o grupo se dissolveu e ele lançou-se em carreira solo com o disco "Sérgio Hinds". Neste trabalho ele mesclava ao rock elementos de reggae e samba. Porém, três anos depois, reativou o grupo e só retornaria a fazer outro trabalho solo, em 1996, quando lançou pelo selo Velas o CD Compositores, no qual interpretou obras inéditas de compositores da MPB, como Pixinguinha e Ivan Lins.

 

Magrão comentou com este escriba por telefone, comovido e feliz com o belo resultado do trabalho sobre o grande retorno: “Há 30 não tocávamos juntos, foi muito bacana participar desse projeto e também matar a saudade dos bons anos 70, onde os temas eram ricos em melodia, harmonia e ritmo, bons textos. Isso durou até o começo da década de 90, depois, com raras exceções a coisa mudou muito”.

 

Antiga formação: Hinds, Moreno, Venturini e Magrão,

na capa da coletânea "para sempre" (EMI).

 

Outra celebridade do progressivo nacional que se pronunciou para esta coluna foi Vermelho, tecladista e um dos fundadores do grupo 14 Bis que, inclusive, participou dos pré-ensaios em São Paulo e na regência e orquestração, “Foi a banda que defendeu ‘Espaço Branco’, música minha e do Flávio, que ganhou, na interpretação deles, o Festival Universitário da Canção de 1969, aqui em BH. Além do prêmio, nos trouxe prestígio com a moçada da música de BH, principalmente do Clube da Esquina. Ficamos amigos dos carioca Vinícius Cantuária, Jorge Amiden e Sérgio Hinds (que na época tocava baixo). Nos encontramos na casa do Flavio, saboreando comida mineira e eu e Flávio tocando dois violões e cantando; eles gostaram muito. Tempos depois quando precisaram de um tecladista chamaram o Flávio (a banda já estava com outra formação) e eu me mandei para Bahia, fui tocar com o Bendegó, também ótima banda que não teve o merecido sucesso, a não ser alguns ótimos shows e a gravação de ‘Canto do povo de um lugar’, com Caetano Veloso, que foi um experiência ótima, a de  tocar com um artista que surfava na frente da onda”. Vermelho é parceiro de Flávio em Cabala (a letra é de Murilo Antunes) um dos maiores hits do TERÇO e anda ás voltas com as incessantes viagens do 14 BIS e a produção do seu primeiro trabalho solo.

  

O Show

 

A abertura não poderia ser mais apoteótica, a suíte instrumental “1974”, autoria de Venturini e considerada a musica mãe do progressivo brasileiro, ganhou uma super produção do Royal Ballet de Montreal, encenada pela primeira vez em 1979, na cidade de Porto Alegre. Após a estréia, este espetáculo ganhou o mundo e se tornou num dos grandes hits que fizeram essa formação decolar e escrever seu nome na história da música pop. A desenvoltura do quarteto é impressionante, demonstrando ali, que ninguém perdeu a mão. A emoção era evidente no semblante de cada um nos mais de nove minutos de peso e harmonia na medida certa. Neste trabalho, o gênio criativo de Venturini recebe uma releitura magnífica.

 

Em seguida, Tributo ao Sorriso de Hinds e Jorge Amidem, trouxe de volta O Terço que começa a introduzir elementos do som progressivo às suas obras. Maravilhosamente interpretada, vocais impecáveis, fez jus a uma das poucas vezes em que o popularesco grupo Roupa Nova foi feliz na sua escolha de repertório (o RN gravou essa canção em 1979); não ficou nada a dever. Hinds também emenda seu belíssimo instrumental, Guitarras, onde Venturini se solta no teclado como nos velhos tempos. Na seqüência, PS Apareça, surge como belíssima balada trazida do farto nipe de belas composições de Venturini e Murilo Antunes.

 

 Magrão, Flávio Venturini e Sérgio Hinds: O Terço de volta ao mundo lunar.

 

Um dos momentos mais emocionantes, com certeza, é quando essa turma se reúne para uma viagem há um tempo em que o lirismo e a poesia se sobrepunham a tudo. Em Pássaro de Sá e Guarabyra, a participação de Irinéia (esposa de Luiz Moreno) e do competente Ruria Duprat foram dos momentos mais belos e emocionantes desta noite épica. Venturini, Hinds e Magrão, engrenam com Casa Encantada, belíssima balada folk mineiríssima de Venturini e Sá. Essa luz sempre acesa aguardou 30 anos para receber seus ilustres habitantes. Os vocais e a prorrogação dos temas (os originais são mais curtos) empolgaram o público e adicionaram um tom bucólico e romântico ao show.

 

Daí para frente foi porrada da melhor. O Terço mostrou já nos idos setentistas que o Rock Progressivo Made in Brasil não devia tanto aos seus originais criadores. Foi a banda do gênero que mais fez sucesso no Brasil até hoje e, pela lotação do Canecão, deixou saudades nos fãs e admiradores quarentões e, ainda por cima, amealhou uma rapaziada que, quando bateu às portas do mundo, O Terço já havia encerrado as atividades da grande formação de 1974.

 

Em o Vôo da Fênix, o quarteto mudou quase nada dos arranjos originais, preservando a batida arrojada e agora um pouco mais pesada com a presença de um baterista especialista quando o assunto é rock’n roll. Melo emendou um som fantástico com suas baquetas nervosas, após a maravilhosa instrumental Ponto Final de Moreno, o inspirado baterista compositor de instrumentais como Solaris do lendário álbum Casa Encantada (1976), que teve lugar neste belo DVD. Todos esses instrumentais de Moreno têm no baixo de Magrão um diferencial de virtuosismo. Melo, por fim aplica K, uma homenagem a Keith Emerson, ex-Emerson, Lake & Palmer e leva o publico ao delírio.

 

O espetáculo embeleza-se ainda mais com Sentinela do Abismo de Venturini e do “nerudeano” Márcio Borges, acompanhada pelo talentoso Quarteto Uirapuru, e segue ao gran finale com Flávio chamando ao palco ninguém mais do que Marcus Vianna para dar o tom sagrado a este Terço de grandes surpresas. Junta-se às feras também, Ruria Duprat, sobrinho de Rogério, o homem que revolucionou os arranjos na Musica Brasileira Contemporânea e criou a sonoridade personalizada de grupos como O Terço, 14 Bis e tantos outros nomes da nossa música regidos pelogrande maestro. Ruria seguiu esses mesmos passos para o infinito dos sons e da harmonia universais.

 

Criaturas da Noite ao violino de Marquinhos Viana foi das coisas mais lindas que ouvi. Logo em seguida, a linda instrumental Suíte quebra tudo, com a genialidade de todos ao palco (a guitarra de Sérgio Hinds com o violino de Marcus Viana criou algo insólito).

 

O show finaliza com a mística Cabala (Vermelho, Venturini e Murilo Antunes), uma das mais aplaudidas, marcando a cara do verão carioca: lindo, emocionante, nostálgico e gratificante. A apresentação mostrou que é possível recuperar o que se perdeu com o tempo, transformando todo o marasmo cultural em que mergulhou a cultura pop nacional numa grande Casa Encantada, onde todos possam beber da fonte do mesmo bom gosto de sempre.

 

* Antônio Siqueira é cronista e correspondente de Via Fanzine no Rio.

 

- Fotos: Carlos Vaz / Divulgação.

 

- Vídeo indicado: "1974" (instrumental):

http://br.youtube.com/watch?v=Iyfg1tLFNPs (parte 1)

http://br.youtube.com/watch?v=NsrBSU0jYCQ&feature=related (parte 2)

 

- Leia outras matérias do autor:

www.viafanzine.jor.br/express.htm

 

- Produção: Pepe Chaves.

© Copyright 2004-2008, Pepe Arte Viva Ltda.

 

 

*  *  *

 

Música mineira:

A importância do disco Milton,

Anterior ao álbum Clube da Esquina, esta obra reúne a nata da música mineira.

 

Por Vermelho*

De Belo Horizonte-MG

Para Via Fanzine

 

Muitas pessoas, entre as quais me incluo, consideram o álbum Milton, gravado com a grande banda que era o Som Imaginário e os memoráveis shows que realizaram, a grande virada na carreira de Milton Nascimento, que viria, logo a seguir, com o Clube da Esquina, somando tantos talentos individuais, como Lô Borges, Beto Guedes, Toninho Horta, e no segundo disco, Flavio Venturini, Vermelho, Tavinho Moura, Paulinho Jobim e muitos outros.

 

No site do Clube da Esquina é reconhecida a importância deste disco Milton: “Porém, é em seu disco ‘Milton’, de 1970, que Milton e os rapazes do Clube da Esquina passam a trilhar um caminho sonoro totalmente próprio, autêntico e mais independente do passado da música brasileira. Esse disco tem como banda de apoio o Som Imaginário, mais Lô Borges e Naná Vasconcelos. Nele, o Clube se faz mais presente nas composições dos irmãos Lô e Márcio Borges e da sonoridade que funde recursos diversos existentes na MPB – como guitarras distorcidas – e inovações – como o uso determinante da percussão na música “Pai Grande”. A percussão não faz mais o papel de acompanhante rítmico: agora é a de criadora de um evento que corre concomitantemente à voz e ao violão e com um volume maior que o usual das gravações”.

 

A importância deste álbum Milton – gravado com o Som Imaginário, que era uma banda que fez shows com o Milton por todo o país, apresentando “ao vivo” o repertório do LP “Milton” e mais algumas músicas-surpresas – lançando, inclusive, dois ou três álbuns.

 

No álbum Clube da Esquina, por outro lado, tocaram juntos vários artistas talentosos, que mais tarde tiveram grande sucesso em suas carreiras individuais - mas que não eram, na verdade, uma banda. Por isso não fizeram shows de lançamento do disco Clube da Esquina, ao contrario desse Milton, gravado com o Som Imaginário. Era uma banda coesa, com estilo próprio e original, misturando rock com jazz; bossa-nova com maracatu; barroco mineiro com influências das guarânias paraguaias que tanto se refletem na música mineira.

 

'O disco Milton, é um dos meus preferidos e tem para mim, a mesma importância

que o Rubber Soul ou Revolver dos Beatles, em relação ao Sgt. Pepper’s'

 

Era uma época difícil, o governo militar tinha exilado os mentores do tropicalismo (Caetano e Gil), sem falar de Chico Buarque e Vandré, que também foram para o exílio. Milton teve várias de suas músicas censuradas, mas seguiu em frente, mantendo acesa a chama da boa música, se apresentando por todo o país, às vezes, apresentando canções com letras ousadas, que a censura dos órgãos de repressão muitas vezes nem entendia... Sorte nossa.

 

O fato é que eu e Flavio (Venturini) assistimos quase todas as apresentações deles no Teatro Marília, em Belo Horizonte. O repertório era tão genial, que começava com um tema instrumental maravilhoso (acho que, gravado depois no Matança do Porco – disco do Som Imaginário). Passava por Durango Kid (linda canção de Toninho Horta) e por A Felicidade (Tom Jobim-Vinícius de Morais) com Milton sozinho com seu violão, numa interpretação digna da beleza da música e de sua voz privilegiada. Mergulhava no crepuscular e wagneriano tema cinematográfico de Os Deuses e os Mortos para surgir de repente na ensolarada canção de Simon & Garfunkel, The Only Living boy in New York.

 

Mais tarde, ouvi a gravação original com essa dupla, comparável, talvez, a Lennon & McCartney. Se não me engano, é uma das faixas do disco que traz America, além do grande sucesso que foi Brigde over troubled Waters – uma das mais belas e bem sucedidas (comercialmente) canções jamais escritas.

 

Mas, se gosto muito da interpretação deles, do arranjo e da voz angelical de Garfunkel, não me esqueço de como me impressionou essa música interpretada pelo Milton.

 

O disco Milton, é um dos meus preferidos e tem para mim, a mesma importância que o Rubber Soul ou Revolver dos Beatles, em relação ao Sgt. Pepper’s, que é considerado o mais original e, talvez, a obra-prima dos Beatles. O mesmo vale para esse Milton em relação ao Clube da Esquina.

 

Mas, são todos excelentes e eu amo a musicalidade, a poesia e o que representam todos eles...

 

* Vermelho é músico e compositor profissional, integrante e co-fundador do grupo 14 Bis.

- OBS.: O grupo Som Imaginário era formado pelos músicos: Tavito, Zé Rodrix, Luiz, Frederico, Wagner Tiso e Robertinho.

- Visite o blog do Vermelho: www.vermelho14bis.blogspot.com.

*  *  *

Rock'N Roll:

A volta do Led Zeppelin

Lenda do rock retorna aos palcos para apresentação na Inglaterra.

Pepe Chaves

Para Via Fanzine

Led Zeppelin

 

Uma das mais consagradas bandas do cenário do rock mundial volta a se apresentar. O Led Zeppelin se reúne para uma apresentação em Londres no dia 26/11. Fundada no final da década de 60 esta banda arrebatou uma imensa legião de admiradores por todo o mundo.

 

Com o falecimento do baterista John Bonham na década de 70, a banda entrou em inatividade. Para esta apresentação de novembro serão reunidos os membros remanescentes do antigo Led, Robert Plant (vocal), John Paul Jones (baixo), Jimi Page (guitarra). O baterista falecido será substituído por seu filho Jason Bonham, que em outras oportunidades já se apresentou com a banda.

 

Na Inglaterra, cerca de 20 milhões de pessoas já disputam os 20 mil ingressos que serão colocados à venda, ao custo unitário de cerca de R$ 500.

 

- Leia matéria exclusiva sobre o Led Zeppelin:

http://www.viafanzine.jor.br/monstros.htm

 

*  *  *

 

Syd Barret:

Morre uma Lenda

Uma Lenda. É o mínimo que se pode dizer de Syd Barret.

 

Por Sílvio MOSER*

De São Leopoldo (RS)

para Via Fanzine

Syd Barret 

 

Um dos mais criativos músicos da psicodelia britânica, influenciou artistas do porte de David Bowie, compôs praticamente sozinho obras como o primeiro disco do Pink Floyd, “The Piper at The Gates of Down” que foi mencionada por Paul McCartney como sendo o melhor disco de rock psicodélico já gravado, teve hits que foram gravados e re-gravados pelos mais diversos artistas das mais diversas vertentes do rock.

 

Este foi Syd, um ícone da história do rock que, vítima de complicações de diabetes, nos deixou na última sexta-feira dia 07 de Julho para entrar no hall das grandes personalidades influentes da música.

Seu gênio extremamente inventivo talvez tenha decretado seu próprio inferno pessoal, com o abuso de drogas e conseqüente demissão por parte de seus companheiros de grupo.

 

Ao Louco Diamante,

Syd Barrett (1946-2006)

Por Marcelo Simas (RJ)

Enfim, esvaeceram-se os buracos-negros de teus olhos,

Agora o que nos resta é este Universo de astros opacos,

Com brilhos fugazes, que ardem sem paixão,

Por fim, o teu viver intenso recompensou-se em suave morte,

Já nem mais importam os poemas que deixastes,

Junto às inimagináveis melodias que ouvias em teu mundo,

Ora partes, rumo à dimensão de tua natureza,

E o pranto dos poetas, loucos, e visionários, sulca vales pelo mundo,

E a dor dos teus órfãos se faz sentir no silêncio de suas almas,

O que ora nos resta, é fazer do teu escuro, chama eterna,

E nela nos guiarmos rumo à paixão verdadeira;

Único lugar onde se vive.

 

 O Pink Floyd tinha recém conseguido sua primeira excursão pela América quando seus costumes de viver completamente sem limites forçou os outros integrantes a substituí-lo em definitivo por David Gilmour

.

Em 1975 o Pink Floyd lançou “Wish You Were Here”, um disco em homenagem ao seu ex-integrante, que

apesar de ter a ingrata tarefa de substituir o grande “Dark Side of The Moon”, contém na música título um dos maiores sucessos da banda.

 

Uma grande e lamentável perda.

 

Shine On, Syd, wherever you are.

  

* Sílvio Moser é profissional liberal e colecionador do Pink Floyd.

- Fotos: The Jerusalem Post. 

 

*  *  *

 

 Música mineira:

Beto Guedes: o Homem Música

O sentimento humano é a máquina de qualquer realização, a intuição,

 por si só é um fenômeno de cunho pessoal; música, voz, instrumento, raízes profundas com diversificados estilos, simplicidade e ousadia. Se falarmos de música, com esses elementos e aspectos, estaremos falando do compositor,

cantor e multi-instrumentista Beto Guedes.

 

Por Antônio SIQUEIRA*

 

BH CITY - Para alguns mortais como eu, chegar a Belo Horizonte de carro, ônibus ou avião, é ingressar no coração da música no Brasil. Lá ainda se garimpa, sem muita dificuldade, espaços nos quais se ouve boa música, assiste-se a uma boa peça teatral e boas performances (assim como em Porto Alegre), a poesia é quase um moto-contínuo da efervescência cultural de uma cidade que entre os anos 60, 70 e final dos 80, expôs ao mundo, mineiramente, um prisma musical luxuoso, abraçando diversos estilos e trabalhado com extremo carinho e bom gosto por seus expoentes, gerando assim, uma forte sedução ao primeiro flerte.

O movimento Clube da Esquina conseguiu reunir compositores que gravaram na história da MPB momentos sem igual e Beto Guedes ajudou a escrever como poucos essa história.

 Beto Guedes

Beto tem ligação antiga com a música desde sua infância, pois com cinco ou seis anos assistia aos ensaios da simpática bandinha de jazz do seu pai, o excelente músico e excepcional compositor, Godofredo Guedes. “O meu pai, Godofredo Guedes, lá em Montes Claros fez de tudo: foi pintor de placas comerciais, trabalhou em farmácia, restaurou imagens de santos, mas tudo isto sem deixar de lado a sua paixão maior, que era a música”, conta um Beto com admiração perene pelo pai: “meu pai tocava pra caramba”.

 

Do legado do velho Godô, composições singelas e de beleza ínfima foram gravadas por Beto ao longo de sua carreira; “Um Sonho”, “Noite sem Luar” e a linda e famosíssima “Cantar”, produzida e executada com enorme sucesso na voz de Beto.  Tavinho Moura também a gravou e em sua formação, tem o samba e o choro como elementos imperativos, sendo cantada com a letra na íntegra, incluindo a belíssima segunda parte, que foi cortada na versão de Beto Guedes. Pode-se ver essa obra-prima em sua total compleição no DVD que Beto comemora seus cinqüenta anos, gravado em 11 de setembro de 2001, coincidindo com a data do maior atentado terrorista da história do mundo. Logo Beto Guedes que, ao longo de sua carreira, cantou o amor e a paz sem ser piegas.

 

AMIZADES MUSICAIS - Beto viveu até seus nove, dez anos em Montes Claros, indo para a capital mineira com a família. Pouquíssimo tempo se passou para que fizesse amizade com ninguém mais que Lô Borges (alguns meses mais jovem), cuja amizade rende belas risadas como a história de um certo patinete construído por “Seu” Godofredo que encantou Lô e, por sua vez, propôs uma troca possivelmente por uma bola de futebol que, mais tarde, não agradou muito ao pequeno Beto. Resultado: até hoje, mais de 40 anos depois, Beto com seu jeitão hilário, reclama da troca, segundo ele, mal sucedida para o seu lado. Histórias contadas deliciosamente por Marcio Borges, uma espécie de “motor literário” da música mineira contemporânea, além de irmão e principal parceiro de Lô Borges no Sítio Museu Clube da Esquina (www.clubedaesquina.com.br). Escritor e poeta, Márcio Borges escreveu belíssimas letras encantadas pelo gênio harmônico e criativo de Beto, as quais marcaram profundamente sua carreira, tais como “Contos da Lua Vaga”, “Quatro”, “Caso Você Queira saber”, “Quem Viveu no Mar”, entre outras.

 

FESTIVAIS E GRAVADORAS O “vírus musical” contaminou Beto prematuramente: “o meu grande medo aqui em BH, quando fui para a escola, era do pessoal pegar no meu pé, me chamar de capiau, estas coisas (rísos...). Foi uma fase muito difícil. Mas a música ajudou muito, éramos fissurados com os Beatles e chegamos até a formar um conjunto, o ‘The Bevers’, com repertório dedicado a eles, logicamente. Participavam o Lô, o Yé  Borges, o Márcio Aquino e eu. Tocávamos em festinhas infantis, em alguns programas de rádio, de televisão, mas chegou uma hora em que aquilo começou a atrapalhar o estudo dos meninos, a mãe deles deu uma dura (risos...) e então o conjunto acabou. Depois então, formei outro conjunto, os Brucutus. E com ele nos apresentamos muito, inclusive em Montes Claros, nas férias, onde a gente animava festas para a moçada no Automóvel Clube de lá”. Logo Beto se viu amigo de outros “meninos” geniais como Fernando Brant, Ronaldo Bastos, Milton Nascimento, Toninho Horta, Novelli e o gênio criativo se manifestou de uma maneira fantástica: “Com o tempo, fomos compondo juntos, amadurecendo mais, entrando em festivais, que eram muito comuns na época. Compus com o Márcio Borges ‘A Quem viveu no Mar’, que foi minha primeira canção e com a qual fomos finalistas de um festival. E em 1969, se não me engano, junto com o Lô e também com o Márcio, fiz ‘Equatorial’, que tirou o quinto lugar no Festival Estudantil da Canção e por aí afora”. Aos 17 anos, surgiu Feira Moderna, um dos grandes referenciais do “Homem Música”, partilhada excepcionalmente com Lô Borges e Fernando Brant e uma das finalistas do FIC - Festival Internacional da Canção de 69.

 

Conta Beto que “aquilo para nós foi uma coisa extraordinária, porque ainda éramos muito novos, fomos finalistas e as portas começaram então a se abrir. Lembro-me que o Bituca (Milton Nascimento), nos deu uma força muito grande lá no Rio e nos aconselhou, sabiamente, que deixássemos o Som Imaginário [banda mineira] defender a música. Ouvimos a opinião dele e acabou dando certo. Três anos depois, em 1971, ele me convidou também para participar do álbum Clube da Esquina. E aquela também foi uma grande chance. Tanto que, em 1973, a Odeon resolveu gravar um álbum no qual estavam juntos, além de mim, o Danilo Caymmi, Novelli e Toninho Horta. Quatro anos depois, em 77, eu gravei o meu primeiro álbum solo ‘A Página do Relâmpago Elétrico’". 

 

Beto Guedes dos anos 70:

o jovem gênio musical que saiu do Norte de Minas

para fazer sucesso nos grandes centros do país.

 

 

ABRINDO A FOLHA DO LIVRO - Depois de participações verdadeiramente significativas no movimento musical mineiro, da confecção quase que perfeita do antológico álbum “Clube da Esquina”, assinado por Milton Nascimento e do então “prodigioso guri” Lô Borges que aos 18 anos (assim como o próprio Beto) já começava a escrever seu nome na galeria dos gênios criativos da MPB moderna, Beto Guedes foi convidado pela Gravadora EMI Odeon para gravar seu primeiro trabalho solo. Suas performances anteriores como multi-instrumentista e compositor, impressionaram tanto o público como a crítica, abrindo as portas para um disco autoral que é, com certeza, um dos mais “Chapantes” das décadas passadas: “A Página do Relâmpago Elétrico”, tocado e “abençoado” por uma turma de músicos de fazer tirar o chapéu de sol, naquele fim de década. Reuniu-se nesse trabalho uma galera remanescente de diversos segmentos da música nacional como Flávio Venturini (na época, recém saído de O Terço), Vermelho e Hely Rodrigues, que faziam parte do Bedengó, grupo que fazia shows constantes pelas capitais e interior. Toninho Horta, Luiz Alves, Robertinho Silva, Tavinho Moura, estão entre outros excelentes músicos que também colaboraram nesta obra-prima. A descontração das gravações revelariam-se nas fotos de encarte do álbum, incluindo uma tarde regada à deliciosas rodadas de cerveja nos Intervalos das mesmas, mostrando a amizade dos gênios que encantaram os anos apaixonados da MPB, nos quais a era hippie e as revoluções culturais balançavam o planeta. Tempos de uma criatividade desenfreada e um charme especial num momento de mudanças profundas na música pop universal.

 

Com direção artística de Milton Nascimento e produção de Ronaldo Bastos, que foi parceiro de Beto Guedes em suas mais famosas composições, “a pagina do relâmpago” surpreendeu aos magnatas da EMI e ao próprio Beto com as vinte cinco mil cópias vendidas naquele ano de 1977.  “Naquele disco eu toquei em todas faixas, Beto é meu amigo de anos. Invariavelmente nos visitamos e paramos para ouvir peças clássicas e ele se solta a cantá-las com perfeição. O cara conhece tudo de música”, declarou-me recentemente o tecladista e compositor Vermelho, do 14 Bis.

 

FORTES COMPOSIÇÕES - O primeiro disco solo-autoral de Beto Guedes traz composições fiéis ao estilo mineiro de se fazer música. Algumas faixas são bastante experimentais, como “Choveu”, canção de um lirismo impressionante, com duas estrofes escritas por Ronaldo Bastos, poucas e bem colocadas palavras que antecipam-se a um arrojado instrumental, aonde o contra-baixo de um fantástico Luiz Alves - por onde andará essa fera? Beto toca um bandolim virtuoso, destacando-se também, um piano elétrico muito bem encaixado pelo competente Vermelho. Fica evidente as influencias do Jazz e do Clássico nas frases desse primoroso arranjo. Nesse álbum, que poderíamos considerá-lo como um documento histórico, encontramos a primeira gravação de “Maria Solidária” de Milton Nascimento e Fernando Brant. Composta para um musical, ela acabou na voz de Beto. O arranjo nos lembra aquelas bandinhas maravilhosas que animam os domingos nas praças dos interiores desse imenso e paradoxal país e o que Toninho Horta faz com a guitarra nessa gravação é de tirar o fôlego. Os teclados de Vermelho e Venturini dão um show à parte. Regravada por Beto em 98, no álbum “Dias de Paz”, acabou virando tema de abertura da novela “Coração de Estudante” da Rede Globo, virando sucesso entre os pequeninos.

 

Outras pérolas desse disco são “Chapéu de Sol” - instrumental que denuncia a competência criativa de Beto com a parceria iluminada de Flávio Venturini,  a belíssima “Tanto” de Beto e Ronaldo e “Nascente” que, segundo Murilo Antunes, outra fera poética das Gerais e igualmente parceiro freqüente de Beto, era uma linda e inspirada de Flávio Venturini, só que sem a letra. A letra foi encomendada num telefonema de Flávio a Murilo ficou pronta no dia marcado para a gravação e se tornou um dos maiores êxitos fonográficos da música brasileira. “Lumiar”, que é um dos referenciais do “Homem Música”, tem aqui sua gravação original e mais bela. Gravada com muita beleza pelo grupo Roupa Nova, ganhou o Brasil como hino da juventude hippie contestadora “passar o dia moendo cana, caçando lua, clarear de vez, Lumiar”, é o sonho de qualquer mortal em férias e, inspirada na verdejante cidadezinha serrana situada na região de Friburgo, no interior do Estado do Rio de Janeiro, é mais um grande sucesso da dupla Beto Guedes e Ronaldo Bastos.

 

Fechando a “Página do Relâmpago Elétrico”, deliciamo-nos com o lindo choro “Belo Horizonte” do genial Godofredo Guedes. Posteriormente, Beto gravaria as mais lindas canções do velho Godô em seus outros seis álbuns consecutivos. Sem dúvida, Beto Guedes teve um início de discografia brilhante, predestinando um dos mais brilhantes artistas da MPB contemporânea.

 

*Antônio Siqueira (Rio de Janeiro/RJ) é cronista e articulista de Via Fanzine.

 

- Leia outras matérias do autor:

www.viafanzine.jor.br/express.htm

 

- Fotos: Arquivo do autor.

- Visite ARTE VITAL : http://arte.vital.zip.net  O BLOG DA ARTE UNIVERSAL

- Edição final: Pepe Chaves.

 

*  *  *

A Música das três Américas

Com Lili Angel & Mariô.

 

A Música das Três Américas é uma das mais ricas experiências do planeta, fusionando os diversos estilos, que são tão diferentes em sua multiplicidade, mas nas raízes, no coração, seguem os mesmos caminhos que fizeram do nosso continente uma inesgotável fonte de Arte para o mundo.

 

Lili Angel começou a se interessar pela música com 5 anos de idade, quando ganhou sua primeira gaita de boca.  Com 8 anos partiu para os Estados Unidos, onde participou do coral de uma igreja de negros americanos, em Los Angeles, onde cantava o soul e os “spirituals”.  De volta ao Brasil, na Bahia,  ficou  encantada pela bossa-nova e o samba, somando esses estilos a sua bagagem.

 

 

 

 

 

 

 

Lili Angel & Mariô desenvolvem um trabalho de

uma qualidade indiscutível. Os músicos têm

se apresentado em diversas cidades brasileiras.

 

Em território nacional tem realizado shows em diversas cidades como São Paulo, Salvador, Ilhéus, Porto Alegre, Rio de Janeiro e outras.  Internacionalmente, trabalhou em Nova Iorque e na capital andina da Colômbia, Bogotá, com Mariô, com quem fusionou os vários estilos, como o Jazz, o Blues, a Bossa Nova, o Samba, os sons latinos e outros, que compõem a Música das Três Américas.

 

Mariô, (Mário Sérgio Santos) iniciou sua vida artística aos 17 anos, viajando e tocando durante anos pela América Latina em festivais e casas noturnas. De volta ao Brasil, tornou-se músico profissional em 1982 e a partir daí, atuou em várias produções.

 

Nesta  apresentação,  Lilie Angel & Mariô fazem um mosaico da riqueza musical das três Américas e, além disso, expõem composições próprias, compondo o panorama artístico da dupla, que será acompanhada pelo percussionista  Fabrício.

 

Para ouvir  o trabalho de Lili Angel e Mariô, acesse os links abaixo:

www.grupoaa.com/lili/1CD-Bambas.wma

www.grupoaa.com/lili/2CD-Bogota.wma

www.grupoaa.com/lili/3CD-Tootsli.wma

 

- Contatos para shows: (021) 2548-1726 / 9343-5504

- E-mail: angelil2000@yahoo.com.br.

 

*  *  *

Clube da Esquina:

Um museu do presente

Movimento musical mineiro ganha página exclusiva na web.
                                                                                                            Por
Pepe CHAVES

 



O movimento musical mineiro conhecido como Clube da Esquina, comemora a partir desse mês de dezembro o lançamento de seu portal oficial. O museu do Clube da Esquina é um portal que abriga histórias e diversas passagens dos integrantes do mais popular movimento musical do Estado.

Falando conosco recentemente, o escritor Márcio Borges, letrista do movimento e fundador do museu, garante que ele não será um museu voltado ao passado, mas ligado no presente e fundamentado no futuro, a fim de mostrar às novas gerações, os verdadeiros tesouros artísticos de Minas.

O Clube da Esquina trouxe à cena da MPB nomes expressivos, tais como Milton Nascimento, Beto Guedes, Flávio Venturini, Lô Borges, Toninho Horta, Wagner Tiso, membros do 14 Bis, dentre tantos outros. O museu procura registrar e resgatar um pouco da participação de cada um deles nesse movimento que levou o nome de Minas a todo o país e também para fora dele.

Há de se ressaltar, a importante participação da cantora Elis Regina no movimento. A partir da gravação da canção "Travessia" de Milton Nascimento e Fernando Brant, apresentada no II Festival Internacional da Canção, no Rio de Janeiro em 1967. Milton foi premiado como melhor intérprete e ganhou o segundo lugar com "Travessia". A partir daí, abria-se o caminho para a emergência do Clube e a enxurrada de históricas e belíssimas canções que vieram a ser compostas através das mais brilhantes parcerias.

Lô Borges surgiu em carreira solo logo após co-participar com Milton Nascimento de dois álbuns intitulados "Clube da Esquina" I e II, estes trabalhos foram o estopim que fundamentou o movimento. Depois vieram outros compositores, como o maestro Wagner Tiso, o multi-instrumentista Beto Guedes, o exímio Toninho Horta e diversos outros. Os letristas do movimento tinham um estilo quase que único de escrever, tratando das palavras como se fossem notas musicais e abordando de forma muito bem arquitetada e, por vezes, o sentido destas, com sua sonoridade.

E como mostra dessa fabulosa e inspirada música mineira, a qual serviu de escola para tantos outros músicos brasileiros, de tantas outras regiões distintas, temos hoje esta precisa e autêntica fonte de informação, que é o Museu do Clube da Esquina, patrocinado e tido como de utilidade pública pela Petrobrás, Governo do Estado de Minas Gerais e Copasa.
 

- Foto: Museu Clube da Esquina.


- Acesse o museu:
http://www.museuclubedaesquina.org.br/

 

- Leia entrevista exclusiva concedida por Márcio Borges a Via Fanzine:

http://www.viafanzine.jor.br/entrevista_musical.htm

 

*  *  *

 

Música Popular Brasileira:

Marcos Damasceno lançou seu primeiro CD

 Os Momentos Felizes de um grande compositor.

 Comentários de

 Antônio Siqueira

do Rio de Janeiro

 

O meu amigo Marcos Damasceno é uma espécie de patrimônio do lugar em que nasceu, cresceu e plantou a sua semente artística: Campo Grande, bairro cravado nas cercanias da antiga zona rural da cidade do Rio de Janeiro, sempre foi um nascedouro de grandes artistas na música, literatura, artes plásticas e cênicas.

Mas Marquinhos tem um carisma e uma força mística sem igual e sem dúvida foi isso que se viu no Teatro Artur Azevedo, no dia 04 de dezembro de 2004.

 MARCOS DAMASCENO

Teatro esse que o Marcos conhece bem, pois foi lá a sua mais importante contribuição a arte, para a região: o  BAR 51 onde ele era o Diretor musical, considerado o maior projeto cultural que aconteceu  na Zona Oeste no  ano de 1993 a 1994 no Teatro Arthur Azevedo e no ano de 1996 na Lona Cultural Hermeto Pascoal em Bangu. O projeto era apresentado por ninguém menos fantástico... Nada mais nada menos que a nossa tempestade cultural, Dalberto Gomes.

 

Damasceno encantou o público que já lhe via com intimidade e conquistou um novo público que estava sendo-lhe apresentado naquela noite repleta de simplicidade e consistência.

 

Brilhou com seus olhos cheios do lamento desta existência, o seu violão e a voz de veludo. O show não queria acabar! Se não pelo contrato feito com o nosso teatro _ que nunca, diga-se de passagem, foi um espaço livre _ tentando diluir o calor que existiu entre o artista e a sua platéia.

 

Podíamos até ver certas “fadinhas iluminadas” sobre o homem que caminha com sua canção por três décadas e, apesar do desconhecimento total da mídia, fez escola e foi mestre de muitos que estão por aí na estrada elevando a arte. Instrumento e canto num casamento perfeito e perene. Marcos Damasceno vai se tornando eterno.

 

'Exalta os bons valores do homem, que, diga-se de passagem, deve ter nascido provavelmente de um inconsciente coletivo que exibia canções para registrar

seu cotidiano, na África, somado à busca de força em seu interior'

 

 “Momentos Felizes” é um cd puramente intimista, como foi na maioria das vezes a carreira deste poeta. Damasceno destila toda sua ternura e lirismo, ficando à vontade para abraçar vários estilos. É um apanhado de dez belíssimas canções que ele compôs ao longo de sua caminhada, pontuada por bons e maus momentos, pois problemas com sua saúde, fora às pedras que encontramos no caminho detendo-nos, amarraram a decolagem desse gênio de simplicidade e singeleza que encantam o seu público: “A Noite chegou p’ra cobrir, o canto triste que cantei e o pranto que não evitei...” O estilo harmônico de Marcos é a canção de todas as manhãs.

 

Exalta os bons valores do homem, que, diga-se de passagem, deve ter nascido provavelmente de um inconsciente coletivo que exibia canções para registrar seu cotidiano, na África, somado à busca de força em seu interior, para suportar a história que lhes foi imputada pelos vários colonizadores, mas é música brasileiríssima em toda sua amplitude. “Momentos Felizes” foi o auto-retrato do autor de tão rica obra, retirada do fundo do baú, pela sua fiel companheira e admiradora Sandra Conceição, que nos proporcionou esse belíssimo presente. Abrindo o show, Damasceno entoa os primeiros acordes de “Ela”, problemas técnicos quase atrapalharam a performance do nosso cancioneiro, porém, a mínima boa vontade dispensada,

 

Ajudou e muito para que o espetáculo transcorresse com a dignidade que sempre foi marca registrada nessa figura formidável; “Ela que me fez passar momentos felizes, fico a desejar que volte no tempo...”, a voz passeia por esse samba-canção, intima e deliciosamente, fazendo o público sorrir intuitivamente. As pedras fazem tropeçar, mas não impedem-no de chegar.

 

Na seqüência, “P’ra Você” _ linda canção, linda letra _, “Ponto de Vista”, em parceria com Antônio Peres, “Tudo é Nada”, essa, com certeza, a mais ácida criação de Marcos, dão uma idéia de sua criatividade. Bebendo da fonte de gênios como Jackson do Pandeiro, Noel Rosa, Cartola, João Bosco e Milton Nascimento, Marquinhos criou um estilo único e, mesmo que ele não saiba, atual se olhado do ponto de vista estético. Sua música é de uma plástica perfeita, o violão bem elaborado, dão luz própria as suas composições. “Triste Destino” é  mais um lamento, uma homenagem a um amigo que se foi: “Um triste destino, um caminho curto; levaste a tua vida tão além...”  e além, muito além destes versos curtos, vai seguindo a obra de Damasceno.

 

A seguir, ouvimos a canção que, talvez seja a obra mais conhecida do autor, que com boas palavras, mostra-nos o que é possível na cumplicidade de dois seres: “Você que me canta as canções, que eu fico ouvindo para me ninar, eu ouço: que voz tão bonita, estou cansada, eu vou descansar.” Essa música já quase faturou dois festivais, sendo um deles, o da canção da zona oeste, realizado em 1999 no Teatro João Caetano, no qual Marcos Damasceno foi aplaudido de pé por uma platéia que até então não conhecia seu trabalho. “Nega Marina” é o referencial do compositor. Fechando o cd, “Humanidade”, Olha”, “P’ra Direção” e “Canto do Trabalhador”, são belíssimas e mostram sua veia politizada, do homem que não fica indiferente aos problemas sociais e ambientais que assolam o país e o planeta.

 

Foi um belo show de lançamento e, aguardamos com ansiedade, outros deste porte. Marcos Damasceno vai reescrevendo a sua história no cenário musical, que, com certeza, tem uma vaguinha lá, ao lado de feras da MPB. Hebert Viana, guitarrista e líder dos Paralamas do Sucesso o viu tocar a alguns anos atrás e não conseguiu ficar indiferente; deu-lhe de presente a sua guitarra Lês Paull  e se confessou admirador da voz e do violão deste que, sem sombra de dúvidas, é o artista com a obra mais bela de toda a zona oeste e, quiçá, das mais belas da música popular brasileira. Marcos Damasceno vai deixando as pedras para trás num caminho de pétalas que o aguarda daqui p’ra frente.

 

O disco:

 

"MOMENTOS FELIZES"

De Marcos Damasceno

  

Produção Executiva: Marcos Damasceno

Produção Musical: Leonardo Alcantara

Produção Artística: Sandra Conceição

 

   Faixas

 

1) Prá Você (Marcos Damasceno)

2) Ela (Marcos Damasceno)

3) Ponto de Vista (Marcos Damasceno/Antonio Peres)

4) Tudo e Nada (Marcos Damasceno)

5) Triste Destino (Marcos Damasceno)

6) Nega Marina (Marcos Damasceno)

7) Humanidade (Marcos Damasceno)

8) Olha (Marcos Damasceno)

9) Prá Direção (Marcos Damasceno)

10) Canto do Trabalhador (Marcos Damasceno)

 

- Contatos para shows: (21) 3157-3224 / (21) 9204-1429.

- Foto: Divulgação.

- Colaborou: Sandra Britto.

 *  *  *

 

Música na Internet:

Caiu na rede é peixe

A instituição da pirataria pode gerar falências

de corporações que investem pesado na música.

 

Por Pepe CHAVES

Editor de

www.viafanzine.jor.br

 

Através da criação e uso dos samplers, nos anos 80, a música já perdera um pouco de sua paternidade, para se encontrar hoje, totalmente órfã. O sampler (espécie de copiador eletrônico de sons) veio literalmente “roubar”, canções, sons musicais e “marcas registradas”, de vozes históricas, vinhetas e músicas clássicas, buscando a introdução destes – remanipulados, ou não - em canções contemporâneas.

 

Mais recentemente, após o advento do MP3, revolucionário formato musical que facilitou o tráfego de arquivos com extensão musical pela Internet, a música passou a ser produto fácil e até descartável, em qualquer parte do mundo Neste processo “copiativo”, a criação artística cada vez mais é desprezada na música (e nas artes em geral), relegando seus  autores ao segundo plano e os seus produtos à venda, sem autorização do proprietário - em bancas de camelôs de todo o mundo ou sites “especializados” da rede.

 

Como afirmou Bono Vox, vocalista do U2 à Reuters, após seu último álbum vazar para a rede antes de ser lançado: o fato de você fazer cópias caseiras não implica em crime, mas sim, se você passar a comercializar um produto de terceiro, em grandes quantidades e com intuito de obter retorno puramente financeiro.

 

A ganância e o oportunismo de algumas pessoas, verdadeiros piratas do Século XXI, vem desestimular investimentos e muita das vezes, falir grandes corporações do ramo musical, as quais geram milhares de empregos por todo o globo. A desmedida ação de comercializar o produto alheio sem a devida autorização, infelizmente, se globalizou e já criou uma sólida indústria global da pirataria, onde produtos falsificados são vendidos até dez vezes mais baratos que os originais.

 

*  *  *

 

   
 

Via Fanzine

 

Designed by: pepechaves@yahoo.com.br

© Copyright 2004-2008, Pepe Arte Viva Ltda.

PÁGINA INICIAL

 
Motigo Webstats - Free web site statistics Personal homepage website counter