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 Estação Espacial Internacional - ISS

 

 

Drama nas alturas:

Estação espacial poderá ser abandonada

Empreendimento poderá se tornar inoperante até o final de 2011,

caso a Rússia não seja capaz de retomar os voos tripulados para o seu foguete Soyuz.

 

Por Pepe Chaves*

De Belo Horizonte

Para ASTROVIA

30/08/2011

 

Sob determinadas condições, a estação espacial é vista da Terra

como um ponto brilhante a transitar rapidamente no céu.

 

A Estação Espacial Internacional (ISS) pode estar prestes a ser desativa, informou Nasa nesta semana. A única obra arquitetônica habitável construída pelo homem fora de seu ambiente natural é um complexo modular, montado em órbita da Terra ao longo de três décadas, situado a uma altitude média de 370 quilômetros.

 

Um consórcio de 15 países mantém a estação espacial, mas somente dois deles, EUA e Rússia, estavam sendo responsáveis pelo transporte humano - e por quase totalidade das cargas – até o laboratório orbital.

 

Com a retirada dos ônibus espaciais da Nasa de circulação, somente os russos poderiam levar astronautas à estação espacial, através de seus veículos Soyuz. No entanto, agora, a vida humana pode se retirar temporariamente da Estação Espacial Internacional antes do final deste ano, caso a Rússia não seja capaz de retomar os voos tripulados para o seu foguete Soyuz, após a recente falha durante o lançamento de um veículo cargueiro à estação.

 

Falha foi incisiva

 

A falha do foguete Soyuz foi um verdadeiro balde de água fria no que ainda restava de possibilidades à manutenção das viagens tripuladas à órbita terrestre. Esta falha (uma explosão) que, felizmente ocorreu com um veículo cargueiro e não com um tripulado, pode mudar de maneira imprevista e até drástica, os desígnios de trabalhos desenvolvidos a partir da estação espacial.

 

O foguete Soyuz explodiu após decolar a partir do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão. A agência espacial russa (Roskosmos) criou um conselho para investigar as causas e recomendar ações corretivas, enquanto outros grupos foram incumbidos de analisar os planos de implementação para o programa espacial tripulado da Rússia e verificar a qualidade de fabricação em toda a indústria espacial russa.

 

Este acidente  foi o segundo fracasso consecutivo de foguete russo. Dias antes, um satélite de comunicação lançado em 17 de agosto por um foguete Proton foi colocado em órbita errada, devido a uma anomalia com o estágio superior da missão Breeze M.

 

Interior da Estação Espacial Internacional: parafernálias analógicas e digitais.

Clique aqui para ver a imagem ampliada e seus detalhes.

 

Tripulação atual

 

O comandante da estação espacial, Andrey Borisenko, o cosmonauta russo Alexander Samokutyaev e o engenheiro de voo da Nasa, Ronald Garan, chegaram ao complexo espacial em 04 de abril e pretendem retornar à Terra em 08 de setembro.

 

O restante da atual tripulação é composto pelo engenheiro de voo da Nasa Michael Fossum, o cosmonauta russo Sergei Volkov e astronauta japonês Satoshi Furukawa. Os três devem retornar em 16 de novembro e, caso não sejam substituídos, deverão ser os últimos homens a habitar a estação espacial.

 

A nave Soyuz TMA-21 pode ficar acoplada à estação espacial por até 210 dias. Sua vida útil expira no final de outubro.

 

Caso a estação espacial seja abandonada pelos astronautas, o imenso complexo desabitado deverá permanecer em órbita durante os próximos anos. Neste caso, centros de controle da estação espacial situados em Houston e Moscou estão equipados para monitorar e operar o laboratório (de valor estimado em 100 bilhões dólares) a partir do solo. No entanto, com a desativação da estação espacial, seriam encerradas promissoras pesquisas médicas em andamento, além de quebrar uma sequência de quase 11 anos de contínuas operações tripuladas.

 

A Rússia espera apresentar um plano de recuperação nesta semana, delineando datas provisórias para um novo lançamento do foguete Soyuz com cargueiro Progress, até o final de final de outubro.

 

Enquanto isso, a manifesta escassez de recursos dos governos dos Estados Unidos e da Rússia para manter de pé os seus programas espaciais tripulados vem somente aquecer o desenvolvimento de espaçonaves cargueiras e, futuramente, tripuladas, produzidas por empresas privadas americanas em parceria com a Nasa – como já foi recentemente anunciado.

 

* Pepe Chaves é editor do diário digital Via Fanzine e do portal  ASTROvia.

  - Com informações da Nasa e tradução do autor.

 

- Imagens: Nasa.

 

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