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Sapatadas: de Beagá a Bagdá
Criado
jogo das sapatadas em Bush
Levar sapatada não é nada bom. E tanto faz se for
em Beagá ou Bagdá...
Por Pepe Chaves
De Contagem-MG
Para
Via Fanzine.
Acerte
Bush e entre para o rank dos atiradores de sapatos.
Sapatada
à mineira
Em qualquer país no mundo, uma sapatada na cara significa
um dos piores insultos que alguém pode receber, ainda mais, quando se está em
“território alheio”. Me lembro como se fosse ontem, do último show da banda
brasiliense Legião Urbana em Belo Horizonte. Eu ouvia a apresentação transmitida ao vivo por
uma estação de rádio da capital mineira.
Surpresa ocorreu, quando o vocalista Renato Russo parou uma
música no meio, para reclamar de uma sapatada que acabara de levar na cara. Seus
óculos caíram no chão e quebraram. O legionário se irritou muito e em voz alta,
xingou os presentes, pedindo para que apontassem para o culpado. Porém, em vez
de dedurar, o público começou a vaiá-lo e show foi interrompido. Irritado,
Renato Russo se retirou do palco e foi para os camarins, seguido por um repórter
da rádio que transmitia o evento.
O ginásio Mineirinho lotado, vaiava em coro a saída de Russo e um
princípio de tumulto já se instalava no local. O repórter da rádio, na tentativa de
entrevistar Russo, adentrou seu camarim e perguntou a ele: “o que leva um fã a
jogar um sapato em seu ídolo?”. Ele respondeu: “ignorância”. Quando estava no
meio da segunda pergunta, o repórter foi repentinamente interrompido e expulso por Renato
Russo que, num acesso de fúria, bradava aos berros: “Fora do camarim, fora do
camarim, fora, fora, fora!...”. O pobre repórter saiu sem graça e reclamando
da educação do cantor que, pelo menos para ele naquele instante,
merecera a sapatada na cara. Depois Russo voltou e, bem mais amável, tocou e cantou “Que
país é esse?”, como se a protestar contra a sapatada – ainda tenho essa raridade gravada em K7.
Sapatada
iraquiana vira videogame
Mas, as sapatadas, diferem em intenções, intensidades e
força, de acordo com a latitude em que são praticadas e o alvo a que o sapato
busca. No Iraque, ninguém atiraria os próprios sapatos em seu ídolo, mas sim,
contra quem detesta. E foi este o
famoso
ritual levado a cabo por milhares de iraquianos,
que deram uma coça de sapatadas nas estátuas de Saddam, pouco antes de sua queda
do governo - para a alegria geral do governo Bush que invadira o Iraque.
Mas, eis que, também com intuito de ódio e desprezo, o
já mundialmente famoso jornalista iraquiano Muntazer al-Zaidi, atirou contra Bush, a cerca de quatro
metros de distância, o seu próprio par de sapatos no dia 14/12, em Bagdá. O impacto deste ato nada
nobre de al-Zaidi - mas que muitos classificaram como “bem feito” , iria
repercutir por todo mundo, fechando com “chave de latão” o governo Bush.
Muntazer al-Zaidi foi detido, de pés no chão, mas pelo
menos
uma das conseqüências de suas sapatadas em Bush se vingou,
com a criação
de um jogo eletrônico que reconstitui o inusitado episódio. O game
desenvolvido por internautas dinamarqueses
se chama Bush Shoe Throw (Atirando sapatos em Bush),
versão em inglês.
Na vida real, sabemos que Bush se safou das duas sapatadas,
mas no jogo dinamarquês, o competidor poderá acertá-lo e se for bom na pontaria,
poderá ter seu nome incluso no
ranking de sapatadas, exposto no site
http://bushbash.flashgressive.de/, onde os competidores devem secadastrar
para participar.
No momento, o rank de
Bush Shoe Throw
é liderado por alguém que usa o apelido
de Tom Cze (seria o músico baiano?), que até então, conseguiu acertar nada menos que 72 sapatadas no
presidente Bush. E haja sola de sapato virtual...
* Pepe Chaves é editor do
jornal eletrônico Via Fanzine.
- Imagem: Divulgação.
- Colaborou: Alberto Avelino
Cruz (BA).
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