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 Noticiário

 

 

Itaúna:

Íris Léia é transferida da SUAPI para APAC

Mais de um mês detida, ela presta depoimento ao Ministério Público.

Entenda a novela envolvendo o prefeito afastado Eugênio Pinto e sua ex-namorada.

 

Da Redação

 Via Fanzine

BH-22/01/2013

 

Íris e Eugênio: a fórmula de um desastre administrativo.

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Uma novela real

 

Os episódios envolvendo a ex-namora e ex-chefe de Gabinete do prefeito afastado de Itaúna tem rendido ares de um verdadeiro folhetim ou uma novela mexicana.

 

No início de seu segundo mandato, o então prefeito Eugênio Pinto nomeou Íris Léia Rodrigues da Cruz como a sua chefe de Gabinete, também sua namorada na época.

 

Acomodada no poder, Íris Léia passou a exercer grande influência no segundo mandato do prefeito cassado por improbidade. Assumindo a condição de “primeira dama” (após divórcio do então prefeito), ela passou a circular nos meios da alta sociedade e até recebeu reiterados troféus oferecidos às “personalidades locais” por um jornal da cidade.

 

Criando o seu perfil de figura política, Íris se envolveu em diversos eventos públicos, nos quais foram gastas altas cifras em materiais publicitários que, posteriormente, o MP acusou de ter cunho promocional à imagem do ex-prefeito e sua ex-namorada.

 

A meia-noite de Cinderela

 

Mas, a pretensão de Íris de ser eleita a um cargo eletivo ou ser efetivada através do apostilamento falhou. O seu primeiro desgosto na política local foi ver o MP em Itaúna se manifestar contra a sua pretensa candidatura ao Executivo e, depois, ao Legislativo.

 

No entanto, ela ignorou as possibilidades de ter a candidatura anulada por manter vínculos com o prefeito. Partiu para a luta: fez campanha, gastou alto em publicidades, fez contatos com deputados e alianças com alguns políticos locais. Tudo isso para ter a sua candidatura ao legislativo indeferida pela Justiça local, depois nas instâncias superiores, pelo TJMG e TSE, o que a impediu de assumir de uma cadeira legislativa conquistada com quase mil votos nas urnas.

 

Alvos da Operação Narcisa (MP/Polícia Civil), após as eleições, Íris Léia juntamente com o seu colega de governo e ex-secretário da Administração Pinto, Afonso Custódio Nascimento, foram denunciados pelo MP e o ex-secretário acaba preso preventivamente por quase dois meses, após ser flagrado em escuta, segundo o MP, arquitetando a destruição de documentos oficiais na Prefeitura de Itaúna.

 

Nascimento foi ouvido pelo promotor do Ministério Público e, após permanecer em cárcere por 58 dias na cadeia local, ao ser liberado no dia 17/12/2012, Íris Léia teve a sua prisão decretada nessa mesma data.

 

Acusada pelo MP de chefiar uma quadrilha que praticava corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e que desviada recursos da Prefeitura de Itaúna, a ex-servidora pública foi conduzida e à penitenciária feminina Pio Canedo, na vizinha cidade de Pará de Minas.

 

APAC/Itaúna confirma que Íris foi acolhida

 

Em Pará de Minas, Léia teria permanecido durante um mês e cinco dias, até ser reconduzida, na segunda-feira, 21/01, novamente a Itaúna, sendo acolhida na APAC feminina. O diário digital Via Fanzine entrou em contato por e-mail com a APAC/Itaúna que nos retornou, informando que a ex-chefe de gabinete está mesmo detida naquela instituição.

 

"Em resposta ao e-mail podemos informar que é verdadeira a informação de que a recuperanda Iris Leia se encontra provisoriamente na APAC feminina de Itaúna, e por enquanto não temos informações de como ficará sua situação, vez que hoje prestou declarações para o Ministério Público sobre a transferência novamente para o presídio de Pará de Minas", afirmou a Assessoria de Comunicação da APAC/Itaúna.

 

A informação que obtivemos na cidade é de que a ex-chefe de Gabinete foi vista chegando às dependências da APAC/Itaúna com uma escolta de policiais da SUAPI (sistema prisional estadual). De acordo com as nossas fontes locais, Íris Léia deverá permanecer isolada em uma ala exclusiva da APAC feminina.

 

Segundo informações que obtivemos em Itaúna, Íris Léia prestou depoimento nesta terça-feira, 22/01, ao promotor Fábio Galindo Silvestre, do Ministério Público de Minas Gerais. Galindo é o principal coordenador da Operação Narcisa, ação do MP e Polícia Civil no combate aos crimes cometidos contra os interesses da Prefeitura de Itaúna. Ele deverá ainda ouvir outros envolvidos nas ações criminosas detectadas durante a gestão de Eugênio Pinto.

 

Enquanto permaneceu detida em Pará e Minas, Íris teria se dirigido por pelo menos duas vezes a um hospital de Belo Horizonte para tratar de problemas relativos a uma cirurgia reparadora que havia se submetido alguns dias antes de sua detenção.

 

Boatos na cidade

 

Em Itaúna, como uma boa novela, os episódios envolvendo a ex-namorada do prefeito têm ganhado toques de humor e até mesmo de sarcasmo. Vários boatos e informações extraoficiais correm a cidade dando conta de ocorrências envolvendo o ex-prefeito ou sua ex-namorada.

 

O prefeito afastado Eugênio Pinto, que há muito não é visto na cidade, não sai da boca do povo. Conversas a boca miúda e em paralelas dão conta que, ao liberar Íris Léia, o ex-prefeito também deverá ser preso preventivamente a pedido do MP. Outros acreditam que o prefeito afastado já teria "fugido do país".

 

- Foto: PMI/Arquivo VF.

 

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