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 Apollo 11

 

A saga dos 40 anos da Missão Apollo 11:

Do Vale do Antílope ao solo lunar Parte 5

Faz 40 anos, os primeiros seres humanos aportaram em solo lunar.

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Por Márcio R. Mendes*

De Dois Córregos/SP

Para ASTROvia_

 

A espirituosa tripulação da Apollo 10: Eugene Cernan, Thomas Sttaford e John Young:

não falo, não ouço, não vejo.

 

 

O último  ensaio

 

Sem dúvida a Apollo 8 mostrou ser possível uma viagem até à Lua, abrindo o caminho para futuras missões. Uma coisa é viajar até a Lua, outra é pousar e retornar salvo. Assim, as futuras missões deveriam ser capazes das duas coisas e, para tanto, era preciso um veículo capaz de realizar esta proeza.

 

O módulo lunar (LM) sofreu uma evolução em suas concepções, sendo construído pela Grumman Aircraft Engineering, com a colaboração de diversos outros sub-construtores associados ao projeto. Enquanto as perguntas inerentes aos programas Mercury e Gemini estavam sendo respondidas, o projeto desse novo veículo dava-lhe um formato que mais parecia uma aranha.

 

Assim, a Hamilton Standard, por exemplo, desenvolvia os sistemas de controle; a Rocketdyne o estágio de descida; a Bell Aerosystems o estágio de subida e o MIT Instrumentation Laboratory, o sistema de navegação.

 

Com uma altura de 6,37m, diâmetro de 4,27m, pesando 14,5 toneladas, o LM foi projetado para ter uma autonomia de até 3 dias e potência suficiente para subir até uma altitude de 160 quilômetros a partir da superfície lunar quando disparado o motor para seu retorno.

 

O curioso LOK, Módulo Lunar da URSS que nunca foi colocado em prática.

 

Enquanto isso, na Rússia...

 

Ao mesmo passo em que o projeto era desenvolvido e seus avanços divulgados publicamente, a União das Repúblicas Socialistas Soviética (URSS) ainda estava no páreo da corrida lunar, embora estivesse desenvolvendo os projetos em segredo. Tão grandioso quanto o foguete Saturno V,  seu concorrente era o gigantesco N-1, para o qual fora construído uma estrutura também grandiosa, envolvendo um complexo de lançamento e fábricas de combustível para o foguete. Assim, como o LM norte-americano, os soviéticos desenvolviam o “LOK” – Lunniy Orbitanlny Korabl –, que era menor que o LM da Nasa, mas com procedimentos semelhantes para colocar um homem na Lua.

 

O projeto soviético envolvia o lançamento de apenas dois cosmonautas, de forma que um deles permaneceria em órbita lunar e o outro desceria à superfície dentro do LOK. O cosmonauta usaria um traje especialmente desenvolvido, com o capacete já incorporado, de forma que o usuário entraria no traje por uma abertura nas costas. Se não fosse pelas falhas nos testes de lançamento do N-1 (todos explodiram, quando o 1° estágio ainda estava em funcionamento), muito provavelmente a bandeira com o martelo e a foice teriam sido nossos embaixadores no mundo lunar.

 

Detalhes: painéis no interior do módulo lunar dos EUA e da URSS.

 

Testando os módulos

 

Não há dúvidas de que o sucesso da Apollo 8 trouxe sérias preocupações aos soviéticos. Um voo tripulado até nosso satélite natural já representava passos à frente dos soviéticos que começaram ganhando a corrida.

 

Até então, ocorrera apenas dois voos tripulados da série Apollo, os de número 7 e 8. O voo seguinte, Apollo 9, foi planejado para levar o LM ao seu habitat, o espaço, e testar seu desempenho. Funcionaria no espaço? Seria capaz de voar, separando-se do Módulo de Comando? Seria capaz de reencontrar o Módulo de Comando e acoplar-se a ele? Entre outras questões, estas seriam respondidas pela missão Apollo 9 e, para tanto, não havia necessidade de testá-la longe de casa. Bastaria levá-la somente às órbitas terrestres.

 

Croquis comparativos entre os módulos lunares, o LM dos EUA, com capacidade

para três homens e o modesto LOK da URSS, com capacidade para dois.

 

Com exceção das missões Geminis 6 e 7, doravante, duas naves estariam em voo simultâneo durante os estágios cruciais do voo, com o Módulo de Comando e o Módulo Lunar separados. Assim, como nos tempos dos voos Mercury, as naves voltam a ser batizadas com nomes próprios, cabendo a escolha à tripulação de cada voo. Na Apollo 9, o Módulo de Comando foi batizado de Gumdrop (Bala de goma) e o Módulo Lunar, apropriadamente de Spider (Aranha).

 

Os tripulantes passam a ter funções bem definidas, se comparado aos dois vôos anteriores. Neste caso, o comandante da missão James McDivitt; o piloto do Módulo Lunar, Rusty Schweickart (estreante) e o outro veterano, Dave  Scott, piloto do Módulo de Comando.

 

Nesta ocasião havia certa programação dos voos. Em seu livro, Collins explica algumas dessas definições acerca dos objetivos e das tripulações: “Apollo 11 estava registrado nos livros como o primeiro voo de pouso lunar, mas isso era fazer muitíssimas suposições. O LM ainda não voara com homens, e se desandasse os testes da Apollo 9, o pouso provavelmente passaria para a Apollo 12. A Apollo 10 deveria ser um ensaio para a 11 e também poderia apresentar problemas...”.

 

Com relação à tripulação, as definições foram mais complicadas ainda. Collins descreve que seu afastamento do programa (devido a uma cirurgia ortopédica) acabou alterando algumas tripulações nos primeiros voos da Apollo, sendo que ele mesmo perdeu sua chance na tripulação da Apollo 8. Via de regra, toda tripulação tem seus reservas e estes constituirão a tripulação principal após os dois voos seguintes.

 

Estes esclarecimentos ficam muito melhor nas próprias palavras de Collins: “A tripulação de apoio da Apollo 8 fora composta por Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Fred Haise (Fred substituía Lovell, que substituíra a mim). Pelo sistema de Deke, a tripulação de apoio da Apollo 8 contaria pular 9 e 10 e apanhar a 11. Como eu também fora membro da Apollo 8 em certa ocasião, entretanto, era claro que um argumento podia ser apresentado em favor de que se removesse Haise na Apollo 11... Afinal de contas, eu era um Quatorze, Fred Haise um Dezenove, e estivera esperando minha vez por dois anos a mais que ele. Além disso, eu contava com a experiência de voo em Gemini, o que não era seu caso”. Aqui, Collins refere-se aos números “Quatorze” e “Dezenove” relacionado à ordem de voos dos astronautas selecionados em cada grupo. Portanto, o grupo dos “Quatorze” precedeu o “Dezenove” e ele conseguiu, por direito, mais tarde, o seu lugar na tripulação da Apollo 11, quebrando as expectativas de Haise.

 

A aprovação das tripulações das missões Apollo ocorria na sede da Nasa, em Washington. Contudo, para Collins, isso nunca passou de um endosso das recomendações feitas em Houston. De qualquer maneira, quando a Apollo 9 levou o LM pela primeira vez ao espaço, os nomes de Armstrong, Aldrin e Collins, para a Apollo 11, já eram conhecidos em Janeiro de 1969. No entanto, a definição de a Apollo 11 proceder como a primeira a alunissar, ainda era uma dúvida que dependeria do desempenho das missões 9 e 10.

 

 Apollo 9: da esquerda para a direita: o comandante J. McDivitt; o piloto do Módulo de Comando D. Scott e na extrema direita o piloto do Módulo Lunar, R. Schweickart. Ao lado eles voam com o Módulo Lunar, tendo a terra de fundo.

A foto foi tomada do Módulo de Comando; ambos desacoplaram e se acoplaram em órbita terrestre.

 

Apollo 9

 

O lançamento da Apollo 9 ocorreu em 3 de março de 1969, sendo este o ano com mais lançamentos do projeto Apollo, totalizando quatro lançamentos. É notável que o ano tenha se iniciado com muitas dúvidas, além dos testes com o Módulo Lunar e se encerrado com o segundo pouso na Lua, executado pela Apollo 12.

 

Embora fosse um vôo que chamasse menos a atenção do público - afinal, a Apollo 8 já tinha ido até os arredores da Lua -, era totalmente necessário. Entretanto, revestia-se de certa complexidade e eminente risco, se comparado ao voo antecessor.

 

O lançamento foi adiado em dois dias, pois a tripulação submeteu-se a um trabalho árduo de simulações e entrou em esgotamento. Como não havia necessidade de “janelas de lançamento” (relação espacial entre Terra/Lua), diferenciando-o de um voo até a Lua, foi possível prorrogar o início da missão.

 

Para surpresa de muitos e felicidade geral dos envolvidos, o lançamento foi perfeito e a confiança no grande Saturno V foi majorada. Logo que a órbita pretendida foi alcançada, iniciou-se uma série de testes de componentes dos Módulos de Comando e de Serviço. O Módulo Lunar, “Aranha”, ainda encontrava-se no interior de seu receptáculo, de forma cônica, montado no topo do terceiro estágio do Saturno V. Este estágio seria disparado apenas se o voo tivesse destino à Lua.

 

O projeto de voo, ainda em sua fase de planejamento, teve muito debate quanto à manobra seguinte. Alguns defendiam ideias complicadas para que o “nariz” do Módulo de Comando fosse engatado no Módulo Lunar, sem que o primeiro perdesse o vínculo com o restante do veículo. Em outras palavras, o Módulo Lunar encontrava-se montado no corpo do foguete, atrás do Módulo de Serviço (e de Comando, portanto). Deveria então desligar-se do corpo restante do foguete, já livre do 1° e 2° estágio, para girar 180° e acoplar-se ao Módulo Lunar, puxando-o de seu receptáculo. Todas as ideias envolvendo cabos do tipo “umbilical” ou hastes telescópicas foram abandonadas em favor da habilidade em manobrar o Módulo de Serviço e o de Comando, livres de todo o restante do veículo, para assim, acoplar-se ao Módulo Lunar.

 

Módulo de Comando da Apollo 9 com a escotilha aberta e o seu piloto, D. Scott com metade do corpo para fora.

Neste caso ele não fez nenhuma caminhada espacial, apenas abriu a escotilha para fotografar, ser fotografado.

 

Embora a técnica para acoplamento e desacoplamento já tivesse tido êxito nos tempos da Gemini, não fora testada ainda com o Módulo Lunar.

 

Outro teste programado seria o funcionamento do motor do estágio de descida e de subida do Módulo Lunar. Para isso, o LM deveria estar livre e ao acionar seu motor, implicaria em um afastamento do Módulo de Comando.

 

Assim, o comandante J. McDivitt e R. Schweickart abriram a passagem entre o Módulo de Comando Gumdrop e o Módulo Lunar Spider, entrando no novo veículo espacial e separando-se poucos metros. O Spider foi rotacionado para que D. Scott o observasse em seus aspectos gerais, fotografando-o. São fotos únicas, pois todo restante do programa foram divulgadas somente as fotos do Módulo Lunar contrastando com o fundo da Lua e nunca com as paisagens branco-azuladas da Terra (exceto a Apollo 13 que se serviu do seu Módulo Lunar para retornar a Terra, mas não havia intenções de fotos assim).

 

O Spider parecia comportar-se muito bem. O teste do motor também foi satisfatório, levando a “Aranha” a mais de 100 quilômetros do Módulo de Comando. Neste momento, havia duas naves totalmente independentes em órbita da Terra. O passo seguinte seria testar a antena e os sistemas de direção do Spider, no retorno e no acoplamento deste com o Módulo de Comando. Caso a manobra desandasse, McDivitt e Schweickart estariam em maus lençóis, pois o Spider não fora projetado para reingressar na atmosfera. Se fosse tentado, ele se queimaria por completo.

 

Para esse fim, o estágio de descida foi descartado e o motor do estágio de subida acionado. Em caso de falha, havia planos para D. Scott, no Gumdrop, vir em socorro. Tal não aconteceu e todos os testes com o Módulo Lunar mostraram-se satisfatórios. A Lua ficava cada vez mais perto.

 

Neste voo de 10 dias, coube ainda à R. Schweickart uma EVA (Atividade Extra Veicular), ou seja, realizou um passeio fora da nave. O objetivo era testar o traje – outro item novo no projeto – ainda não testado, bem como a mochila das costas, com todo o aparato para sobrevivência em solo lunar.

 

Simulação da descida e da decolagem do Módulo Lunar Spider na Lua.

  

Apollo 10

 

Em seu livro, Collins faz uma colocação interessante, ocorrida naqueles dias de 1969: “Quando a Bala de goma finalmente caiu no Atlântico, ao lado do Guadalcanal – o mesmo porta-aviões que recolheu J. Young e á mim, no Gemini 10 – os planejadores da Nasa se viram diante de uma questão fascinante: se o Módulo de Comando e o Lunar haviam passado por suas provas de voo; se a Nasa já voara uma vez à Lua, por que não deixar que a Apollo 10, em voo seguinte, procurasse efetuar o pouso na Lua? A Apollo 10 estava programada para maio, e nela, Tom Stafford e Gene Cernan separariam seu LM e desceriam a cinqüenta mil pés, antes de regressarem à John Young em seu Módulo de Comando. Se iam se aventurar por um quarto de milhão de milhas, dizia o arrazoado, era loucura deixá-los chegar a cinqüenta mil pés da meta nacional, em espaçonave de pouso capacitada, sem chegar a pousar de verdade. Eu compreendia tal lógica e, em segredo, concordava com ela, mas...”.

 

Depois do trágico acidente da Apollo 1, a cautela parece ter voltado à moda na Nasa, muito embora seja difícil considerar o que seja ou até onde se deve ir com cautela. Na verdade, como também justifica em seu livro, havia os arrazoados na Nasa, com fortes argumentos contrários à idéia da primeira alunissagem ocorrer com a Apollo 10.

 

A tripulação da Apollo 10 estava constituída só por veteranos. No comando, com dois voos pela Gemini, Thomas Stafford; como piloto do Módulo Lunar, Gene Cernan (um voo pelo Gemini) e John Young (dois voos pelo Gemini) como piloto do Módulo de Comando. Uma tripulação bastante experiente faria outra incursão à Lua, levando desta vez o Módulo Lunar e repetindo a experiência do voo anterior em outro ambiente. A característica mais descontraída dessa tripulação tem como reflexo a escolha dos nomes de batismo de suas naves: o Módulo de Comando seria “Charlie Brown” e o Módulo Lunar seria o simpático “Snoopy”.

 

O ex-vice-presidente Spyro Agnew segura um boneco no Snoopy e ri com os astronautas da Apollo 10 , Cernan,  Sttaford eYoung. Eles batizaram de Snoopy o Módulo Lunar que testaram no espaço para a Apolo 11 descer na Lua.

 

O comandante Thomas Stafford era considerado um gênio dos encontros espaciais e em técnicas de acoplamentos de naves em órbita. Ele poderia ser o primeiro homem a pisar na Lua, mas seu parecer clínico sobre a questão acabou pesando a favor deste voo da Apollo 10 como o “último ensaio”.

 

Os mais variados problemas geravam ainda questões a serem respondidas e, entre elas, podemos citar o fato de que o Módulo Lunar e Módulo de Comando estariam voando em condições de iluminação totalmente diferente do voo ensaiado pela Apollo 9. Outro detalhe, mais decisivo, é que o Spider da Apollo 9 tinha uma massa inferior à versão do Módulo Lunar a ser usado nas alunissagens.

 

Para uma nave com uma órbita estabelecida, colocar alguns quilos a mais, não faz muita diferença; mas, passa a ser um item importante a ser considerado quando se trata da massa do estágio de subida do Módulo Lunar.

 

Tripulação da Apollo 10 parte para o embarque e saúda

um boneco do Snoopy com uma funcionária da Nasa.

 

Finalmente, os “mascons” (contração da expressão “concentração de massa”) lunares acabaram por definir mais este ensaio. A Lua não tem uma distribuição uniforme em sua massa e sabemos que sobre as regiões mais planas, também conhecidas como “mares”, o solo tem uma densidade maior de forma que acima dessas regiões o “puxão gravitacional” é um pouco maior.

 

Para duas naves sobrevoando a Lua na mesma órbita (mesma altitude) os efeitos desse “puxão gravitacional” é igual para as duas; mas para o Módulo Lunar que fica pousado e o Módulo de Comando, que passa repetidas vezes por esses pontos, acabaria apresentando um efeito cumulativo do puxão gravitacional excedente, complicando o encontro das naves quando o Módulo Lunar retornasse à órbita lunar.

 

Até que ponto os mascons poderiam influenciar não era bem conhecido, pois apenas a Apollo 8 havia provado esses puxões gravitacionais. Naquela altura dos acontecimentos, com as dúvidas que persistiam, acabou-se optando por mais esse ensaio, onde o Snoopy seria levado a não mais que 50 mil pés (pouco mais de 16 quilômetros da superfície).

 

Bela imagem tomada do Módulo de Comando Charlie Brown da Apollo 10,

mostra o Módulo Lunar Snoopy voando contra a superfície  lunar ao fundo.

 

Enfim, a missão Apollo 11 estava definida como a primeira a tentar o pouso lunar, bem como sua tripulação já tinha os nomes anunciados: Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins. Os simuladores de voo da Nasa, usados febrilmente pela tripulação principal da Apollo 10, ficava cada vez mais disponível para as tripulações da 11.

 

Mais uma vez, Collins em seu livro, narra antes de entrar de vez nos acontecimentos da Apollo 11: “(...) ainda assim, se fosse minha decisão, acho que teria retardado a Apollo 10 uns dois meses, dando à tripulação um pouco mais de treinamento e deixando-os pousar. Homem, ir a uma distância de cinqüenta mil pés, e depois acenar para a lua, despedindo-se, é demais”.

 

Mais uma vez o voo do gigantesco Saturno V, suas espaçonaves, suas manobras e desempenho ocorreram de forma inteiramente satisfatória aos propósitos estabelecidos por Kennedy no início daquela década. O projeto estava pronto para execução, mas máquinas haviam sido testadas de todas as formas e os homens aprendido o suficiente para um dos maiores feitos da humanidade: reaprender a dar passos, mas, em um outro mundo.

  

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* Márcio Mendes é físico, professor em Dois Córregos/SP, astrônomo amador membro da REA (Rede Astronômica Observacional) e consultor de Astronomia para Via Fanzine.

 

- Fotos: Nasa/JPL/Roskosmos/divulgação/do Arquivo de M. R. Mendes.

 

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