O
último ensaio
Sem dúvida a Apollo 8 mostrou ser possível uma
viagem até à Lua, abrindo o caminho para futuras missões. Uma coisa é
viajar até a Lua, outra é pousar e retornar salvo. Assim, as futuras
missões deveriam ser capazes das duas coisas e, para tanto, era preciso
um veículo capaz de realizar esta proeza.
O módulo lunar (LM) sofreu uma evolução em suas
concepções, sendo construído pela Grumman Aircraft Engineering, com a
colaboração de diversos outros sub-construtores associados ao projeto.
Enquanto as perguntas inerentes aos programas Mercury e Gemini estavam
sendo respondidas, o projeto desse novo veículo dava-lhe um formato que
mais parecia uma aranha.
Assim, a Hamilton Standard, por exemplo,
desenvolvia os sistemas de controle; a Rocketdyne o estágio de descida;
a Bell Aerosystems o estágio de subida e o MIT Instrumentation
Laboratory, o sistema de navegação.
Com uma altura de 6,37m, diâmetro de 4,27m,
pesando 14,5 toneladas, o LM foi projetado para ter uma autonomia de até
3 dias e potência suficiente para subir até uma altitude de 160
quilômetros a partir da superfície lunar quando disparado o motor para
seu retorno.
O curioso LOK,
Módulo Lunar da URSS que nunca foi colocado em prática.
Enquanto isso, na Rússia...
Ao mesmo passo em que o projeto era
desenvolvido e seus avanços divulgados publicamente, a União das
Repúblicas Socialistas Soviética (URSS) ainda estava no páreo da corrida
lunar, embora estivesse desenvolvendo os projetos em segredo. Tão
grandioso quanto o foguete Saturno V, seu concorrente era o gigantesco
N-1, para o qual fora construído uma estrutura também grandiosa,
envolvendo um complexo de lançamento e fábricas de combustível para o
foguete. Assim, como o LM norte-americano, os soviéticos desenvolviam o
“LOK” – Lunniy Orbitanlny Korabl –, que era menor que o LM da
Nasa, mas com procedimentos semelhantes para colocar um homem na Lua.
O projeto soviético envolvia o lançamento de
apenas dois cosmonautas, de forma que um deles permaneceria em órbita
lunar e o outro desceria à superfície dentro do LOK. O cosmonauta usaria
um traje especialmente desenvolvido, com o capacete já incorporado, de
forma que o usuário entraria no traje por uma abertura nas costas. Se
não fosse pelas falhas nos testes de lançamento do N-1 (todos
explodiram, quando o 1° estágio ainda estava em funcionamento), muito
provavelmente a bandeira com o martelo e a foice teriam sido nossos
embaixadores no mundo lunar.
Detalhes: painéis no
interior do módulo lunar dos EUA e da URSS.
Testando os módulos
Não há dúvidas de que o sucesso da Apollo 8
trouxe sérias preocupações aos soviéticos. Um voo tripulado até nosso
satélite natural já representava passos à frente dos soviéticos que
começaram ganhando a corrida.
Até então, ocorrera apenas dois voos tripulados
da série Apollo, os de número 7 e 8. O voo seguinte, Apollo 9, foi
planejado para levar o LM ao seu habitat, o espaço, e testar seu
desempenho. Funcionaria no espaço? Seria capaz de voar, separando-se do
Módulo de Comando? Seria capaz de reencontrar o Módulo de Comando e
acoplar-se a ele? Entre outras questões, estas seriam respondidas pela
missão Apollo 9 e, para tanto, não havia necessidade de testá-la longe
de casa. Bastaria levá-la somente às órbitas terrestres.
Croquis comparativos
entre os módulos lunares, o LM dos EUA, com capacidade
para três homens e o
modesto LOK da URSS, com capacidade para dois.
Com exceção das missões Geminis 6 e 7,
doravante, duas naves estariam em voo simultâneo durante os estágios
cruciais do voo, com o Módulo de Comando e o Módulo Lunar separados.
Assim, como nos tempos dos voos Mercury, as naves voltam a ser batizadas
com nomes próprios, cabendo a escolha à tripulação de cada voo. Na
Apollo 9, o Módulo de Comando foi batizado de Gumdrop (Bala de
goma) e o Módulo Lunar, apropriadamente de Spider (Aranha).
Os tripulantes passam a ter funções bem
definidas, se comparado aos dois vôos anteriores. Neste caso, o
comandante da missão James McDivitt; o piloto do Módulo Lunar, Rusty
Schweickart (estreante) e o outro veterano, Dave Scott, piloto do
Módulo de Comando.
Nesta ocasião havia certa programação dos voos.
Em seu livro, Collins explica algumas dessas definições acerca dos
objetivos e das tripulações: “Apollo 11 estava registrado nos livros
como o primeiro voo de pouso lunar, mas isso era fazer muitíssimas
suposições. O LM ainda não voara com homens, e se desandasse os testes
da Apollo 9, o pouso provavelmente passaria para a Apollo 12. A Apollo
10 deveria ser um ensaio para a 11 e também poderia apresentar
problemas...”.
Com relação à tripulação, as definições foram
mais complicadas ainda. Collins descreve que seu afastamento do programa
(devido a uma cirurgia ortopédica) acabou alterando algumas tripulações
nos primeiros voos da Apollo, sendo que ele mesmo perdeu sua chance na
tripulação da Apollo 8. Via de regra, toda tripulação tem seus reservas
e estes constituirão a tripulação principal após os dois voos seguintes.
Estes esclarecimentos ficam muito melhor nas
próprias palavras de Collins: “A tripulação de apoio da Apollo 8 fora
composta por Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Fred Haise (Fred substituía
Lovell, que substituíra a mim). Pelo sistema de Deke, a tripulação de
apoio da Apollo 8 contaria pular 9 e 10 e apanhar a 11. Como eu também
fora membro da Apollo 8 em certa ocasião, entretanto, era claro que um
argumento podia ser apresentado em favor de que se removesse Haise na
Apollo 11... Afinal de contas, eu era um Quatorze, Fred Haise um
Dezenove, e estivera esperando minha vez por dois anos a mais que ele.
Além disso, eu contava com a experiência de voo em Gemini, o que não era
seu caso”. Aqui, Collins refere-se aos números “Quatorze” e
“Dezenove” relacionado à ordem de voos dos astronautas selecionados em
cada grupo. Portanto, o grupo dos “Quatorze” precedeu o “Dezenove” e ele
conseguiu, por direito, mais tarde, o seu lugar na tripulação da Apollo
11, quebrando as expectativas de Haise.
A aprovação das tripulações das missões Apollo
ocorria na sede da Nasa, em Washington. Contudo, para Collins, isso
nunca passou de um endosso das recomendações feitas em Houston. De
qualquer maneira, quando a Apollo 9 levou o LM pela primeira vez ao
espaço, os nomes de Armstrong, Aldrin e Collins, para a Apollo 11, já
eram conhecidos em Janeiro de 1969. No entanto, a definição de a Apollo
11 proceder como a primeira a alunissar, ainda era uma dúvida que
dependeria do desempenho das missões 9 e 10.
Apollo
9: da esquerda para a direita: o comandante J. McDivitt; o piloto do
Módulo de Comando D. Scott e na extrema direita o piloto do Módulo
Lunar, R. Schweickart. Ao lado eles voam com o Módulo Lunar, tendo a
terra de fundo.
A foto foi tomada do
Módulo de Comando; ambos desacoplaram e se acoplaram em órbita
terrestre.
Apollo 9
O lançamento da Apollo 9 ocorreu em 3 de março
de 1969, sendo este o ano com mais lançamentos do projeto Apollo,
totalizando quatro lançamentos. É notável que o ano tenha se iniciado
com muitas dúvidas, além dos testes com o Módulo Lunar e se encerrado
com o segundo pouso na Lua, executado pela Apollo 12.
Embora fosse um vôo que chamasse menos a
atenção do público - afinal, a Apollo 8 já tinha ido até os arredores da
Lua -, era totalmente necessário. Entretanto, revestia-se de certa
complexidade e eminente risco, se comparado ao voo antecessor.
O lançamento foi adiado em dois dias, pois a
tripulação submeteu-se a um trabalho árduo de simulações e entrou em
esgotamento. Como não havia necessidade de “janelas de lançamento”
(relação espacial entre Terra/Lua), diferenciando-o de um voo até a Lua,
foi possível prorrogar o início da missão.
Para surpresa de muitos e felicidade geral dos
envolvidos, o lançamento foi perfeito e a confiança no grande Saturno V
foi majorada. Logo que a órbita pretendida foi alcançada, iniciou-se uma
série de testes de componentes dos Módulos de Comando e de Serviço. O
Módulo Lunar, “Aranha”, ainda encontrava-se no interior de seu
receptáculo, de forma cônica, montado no topo do terceiro estágio do
Saturno V. Este estágio seria disparado apenas se o voo tivesse destino
à Lua.
O projeto de voo, ainda em sua fase de
planejamento, teve muito debate quanto à manobra seguinte. Alguns
defendiam ideias complicadas para que o “nariz” do Módulo de Comando
fosse engatado no Módulo Lunar, sem que o primeiro perdesse o vínculo
com o restante do veículo. Em outras palavras, o Módulo Lunar
encontrava-se montado no corpo do foguete, atrás do Módulo de Serviço (e
de Comando, portanto). Deveria então desligar-se do corpo restante do
foguete, já livre do 1° e 2° estágio, para girar 180° e acoplar-se ao
Módulo Lunar, puxando-o de seu receptáculo. Todas as ideias envolvendo
cabos do tipo “umbilical” ou hastes telescópicas foram abandonadas em
favor da habilidade em manobrar o Módulo de Serviço e o de Comando,
livres de todo o restante do veículo, para assim, acoplar-se ao Módulo
Lunar.
Módulo de Comando da Apollo 9 com a
escotilha aberta e o seu piloto, D. Scott com metade do corpo para fora.
Neste caso ele não fez nenhuma caminhada
espacial, apenas abriu a escotilha para fotografar, ser fotografado.
Embora a técnica para acoplamento e
desacoplamento já tivesse tido êxito nos tempos da Gemini, não fora
testada ainda com o Módulo Lunar.
Outro teste programado seria o funcionamento do
motor do estágio de descida e de subida do Módulo Lunar. Para isso, o LM
deveria estar livre e ao acionar seu motor, implicaria em um afastamento
do Módulo de Comando.
Assim, o comandante J. McDivitt e R.
Schweickart abriram a passagem entre o Módulo de Comando Gumdrop e o
Módulo Lunar Spider, entrando no novo veículo espacial e separando-se
poucos metros. O Spider foi rotacionado para que D. Scott o observasse
em seus aspectos gerais, fotografando-o. São fotos únicas, pois todo
restante do programa foram divulgadas somente as fotos do Módulo Lunar
contrastando com o fundo da Lua e nunca com as paisagens branco-azuladas
da Terra (exceto a Apollo 13 que se serviu do seu Módulo Lunar para
retornar a Terra, mas não havia intenções de fotos assim).
O Spider parecia comportar-se muito bem. O
teste do motor também foi satisfatório, levando a “Aranha” a mais de 100
quilômetros do Módulo de Comando. Neste momento, havia duas naves
totalmente independentes em órbita da Terra. O passo seguinte seria
testar a antena e os sistemas de direção do Spider, no retorno e no
acoplamento deste com o Módulo de Comando. Caso a manobra desandasse,
McDivitt e Schweickart estariam em maus lençóis, pois o Spider não fora
projetado para reingressar na atmosfera. Se fosse tentado, ele se
queimaria por completo.
Para esse fim, o estágio de descida foi
descartado e o motor do estágio de subida acionado. Em caso de falha,
havia planos para D. Scott, no Gumdrop, vir em socorro. Tal não
aconteceu e todos os testes com o Módulo Lunar mostraram-se
satisfatórios. A Lua ficava cada vez mais perto.
Neste voo de 10 dias, coube ainda à R.
Schweickart uma EVA (Atividade Extra Veicular), ou seja, realizou um
passeio fora da nave. O objetivo era testar o traje – outro item novo no
projeto – ainda não testado, bem como a mochila das costas, com todo o
aparato para sobrevivência em solo lunar.
Simulação da descida e
da decolagem do Módulo Lunar Spider na Lua.
Apollo 10
Em seu livro, Collins faz uma colocação
interessante, ocorrida naqueles dias de 1969: “Quando a Bala de goma
finalmente caiu no Atlântico, ao lado do Guadalcanal – o mesmo
porta-aviões que recolheu J. Young e á mim, no Gemini 10 – os
planejadores da Nasa se viram diante de uma questão fascinante: se o
Módulo de Comando e o Lunar haviam passado por suas provas de voo; se a
Nasa já voara uma vez à Lua, por que não deixar que a Apollo 10, em voo
seguinte, procurasse efetuar o pouso na Lua? A Apollo 10 estava
programada para maio, e nela, Tom Stafford e Gene Cernan separariam seu
LM e desceriam a cinqüenta mil pés, antes de regressarem à John Young em
seu Módulo de Comando. Se iam se aventurar por um quarto de milhão de
milhas, dizia o arrazoado, era loucura deixá-los chegar a cinqüenta mil
pés da meta nacional, em espaçonave de pouso capacitada, sem chegar a
pousar de verdade. Eu compreendia tal lógica e, em segredo, concordava
com ela, mas...”.
Depois do trágico acidente da Apollo 1, a
cautela parece ter voltado à moda na Nasa, muito embora seja difícil
considerar o que seja ou até onde se deve ir com cautela. Na verdade,
como também justifica em seu livro, havia os arrazoados na Nasa, com
fortes argumentos contrários à idéia da primeira alunissagem ocorrer com
a Apollo 10.
A tripulação da Apollo 10 estava constituída só
por veteranos. No comando, com dois voos pela Gemini, Thomas Stafford;
como piloto do Módulo Lunar, Gene Cernan (um voo pelo Gemini) e John
Young (dois voos pelo Gemini) como piloto do Módulo de Comando. Uma
tripulação bastante experiente faria outra incursão à Lua, levando desta
vez o Módulo Lunar e repetindo a experiência do voo anterior em outro
ambiente. A característica mais descontraída dessa tripulação tem como
reflexo a escolha dos nomes de batismo de suas naves: o Módulo de
Comando seria “Charlie Brown” e o Módulo Lunar seria o simpático “Snoopy”.
O ex-vice-presidente
Spyro Agnew segura um boneco no Snoopy e ri com os astronautas da Apollo
10
, Cernan, Sttaford eYoung.
Eles batizaram de Snoopy o Módulo Lunar que testaram no espaço para a
Apolo 11 descer na Lua.
O comandante Thomas Stafford era considerado um
gênio dos encontros espaciais e em técnicas de acoplamentos de naves em
órbita. Ele poderia ser o primeiro homem a pisar na Lua, mas seu parecer
clínico sobre a questão acabou pesando a favor deste voo da Apollo 10
como o “último ensaio”.
Os mais variados problemas geravam ainda
questões a serem respondidas e, entre elas, podemos citar o fato de que
o Módulo Lunar e Módulo de Comando estariam voando em condições de
iluminação totalmente diferente do voo ensaiado pela Apollo 9. Outro
detalhe, mais decisivo, é que o Spider da Apollo 9 tinha uma massa
inferior à versão do Módulo Lunar a ser usado nas alunissagens.
Para uma nave com uma órbita estabelecida,
colocar alguns quilos a mais, não faz muita diferença; mas, passa a ser
um item importante a ser considerado quando se trata da massa do estágio
de subida do Módulo Lunar.
Tripulação da Apollo 10
parte para o embarque e saúda
um boneco do Snoopy com
uma funcionária da Nasa.
Finalmente, os “mascons” (contração da
expressão “concentração de massa”) lunares acabaram por definir mais
este ensaio. A Lua não tem uma distribuição uniforme em sua massa e
sabemos que sobre as regiões mais planas, também conhecidas como
“mares”, o solo tem uma densidade maior de forma que acima dessas
regiões o “puxão gravitacional” é um pouco maior.
Para duas naves sobrevoando a Lua na mesma
órbita (mesma altitude) os efeitos desse “puxão gravitacional” é igual
para as duas; mas para o Módulo Lunar que fica pousado e o Módulo de
Comando, que passa repetidas vezes por esses pontos, acabaria
apresentando um efeito cumulativo do puxão gravitacional excedente,
complicando o encontro das naves quando o Módulo Lunar retornasse à
órbita lunar.
Até que ponto os mascons poderiam influenciar
não era bem conhecido, pois apenas a Apollo 8 havia provado esses puxões
gravitacionais. Naquela altura dos acontecimentos, com as dúvidas que
persistiam, acabou-se optando por mais esse ensaio, onde o Snoopy seria
levado a não mais que 50 mil pés (pouco mais de 16 quilômetros da
superfície).
Bela imagem tomada do
Módulo de Comando Charlie Brown da Apollo 10,
mostra o Módulo Lunar
Snoopy voando contra a superfície lunar ao fundo.
Enfim, a missão Apollo 11 estava definida como
a primeira a tentar o pouso lunar, bem como sua tripulação já tinha os
nomes anunciados: Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins. Os
simuladores de voo da Nasa, usados febrilmente pela tripulação principal
da Apollo 10, ficava cada vez mais disponível para as tripulações da 11.
Mais uma vez, Collins em seu livro, narra antes
de entrar de vez nos acontecimentos da Apollo 11: “(...) ainda assim,
se fosse minha decisão, acho que teria retardado a Apollo 10 uns dois
meses, dando à tripulação um pouco mais de treinamento e deixando-os
pousar. Homem, ir a uma distância de cinqüenta mil pés, e depois acenar
para a lua, despedindo-se, é demais”.
Mais uma vez o voo do gigantesco Saturno V,
suas espaçonaves, suas manobras e desempenho ocorreram de forma
inteiramente satisfatória aos propósitos estabelecidos por Kennedy no
início daquela década. O projeto estava pronto para execução, mas
máquinas haviam sido testadas de todas as formas e os homens aprendido o
suficiente para um dos maiores feitos da humanidade: reaprender a dar
passos, mas, em um outro mundo.
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*
Márcio Mendes
é físico, professor em Dois Córregos/SP, astrônomo amador
membro da
REA
(Rede Astronômica Observacional) e consultor de Astronomia para
Via Fanzine.
- Fotos:
Nasa/JPL/Roskosmos/divulgação/do Arquivo de M. R. Mendes.
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- Produção:
Pepe Chaves.
Do Vale do Antílope ao solo lunar
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