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 Apollo 11

 

A saga dos 40 anos da Missão Apollo 11:

Do Vale do Antílope ao solo lunar Parte 2

Faz 40 anos, os primeiros seres humanos aportaram em solo lunar.

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Por Márcio R. Mendes*

De Dois Córregos/SP

Para ASTROvia_

 

 Von Braun com cinco dos sete primeiros astronautas. Da esquerda para direita: Walter Schirra (falecido), A. Shepard (1° astronauta

americano, falecido); John Glen (1° astronauta americano a entrar em orbita ), Scott Carpenter (só um voo na Mercury),

e Gordon Cooper (último a voar na Mercury, falecido). Von Braun está na extrema direita, se destacando do grupo.

 

 

Herança de Peenemünde

 

A história da conquista da Lua reservou posições de honra aos astronautas N. Armstrong, E. Aldrin e M. Collins; no entanto, não se pode negar que houve um verdadeiro exército de pessoas que contribuíram para esse feito. Não seremos capazes de citá-los todos, nem ao menos situar uma época em que a viagem realmente tenha começado. Esta tarefa parece ser agora muito difícil, senão impossível.

 

Praticamente todo viajante vale-se de um veículo e no caso da viagem à Lua os veículos cresceram assustadoramente em complexidade. Ao viajarmos pelo ar, pelo mar ou sob as águas, ou ainda por regiões inóspitas do planeta, temos o conforto de estar em nosso mundo. Viajar à Lua e além, significa romper todos os vínculos com o planeta natal e adentrar em ambiente terrivelmente mais complicado.

 

Para tanto, devemos ser capazes de atingir grandes velocidades; saber lidar com bruscas e grandes variações de temperaturas; enfrentar altas doses de radiação; estar operante sem nenhuma comunicação direta com seus semelhantes; dominar a orientação e demonstrar a validade de nossa Matemática, Física e outras Ciências, onde o preço a ser pago pode ser a própria vida. Dito assim, embora soe descabido, não há nenhum exagero. O exagero existe sim, neste artigo, a partir da extrema redução à simplicidade com que os problemas estão sendo citados.

 

Superior: Von Braun ao lado do Saturno V; com Walter Disney; nos anos 70.

Inferior: Braun com oficiais alemães, quando trabalhava na Alemanha de Hiltler;

com a esposa Maria e o casal de filhos.

 

O surgimento dos foguetes

 

Em 23 de março de 1912, nascia em Wirsitz, no seio de uma família aristocrática, um de seus mais ilustres representantes, Wernher Von Braun. Por volta de 1925 tomou conhecimento da obra de outro visionário, Hermann Oberth, tratando da problemática da construção de foguetes. Havia nesta obra umas das primeiras alusões à possibilidade do uso de foguetes para transportar, em segurança, um ser humano. Talvez este tenha sido o estopim para a mente jovem de Wernher.

 

Já em 1934, defendia sua tese de doutorado que ampliava as possibilidades dos foguetes, pois o domínio do combustível líquido, permitiria viajar no espaço, já que a queima desse combustível poderia ser controlada. Os combustíveis sólidos uma vez iniciado a queima, só terminará quando este se esgotar.

 

Para Wernher, a Ciência era destituída de “dimensões morais”, o que o levou a participar das facções que detinham algum poder e meio para avanços nesta nova Ciência. Como produto, e sob seu comando, foram produzidos os foguetes A-4, rebatizados pelo Ministro da Propaganda nazista Joseph Goebels, de V-2 - também conhecida como “arma do terror”. Estes foguetes tiveram berço em Peenemünde e foram produzidos em larga escala, vitimando milhares de vidas das forças aliadas.

 

Ao final da Segunda Guerra, após a derrota da Alemanha, W. Von Braun e outros 130 colaboradores, em maio de 1945, foram enviados para os Estados Unidos. Apesar de sua participação no regime nazista, Wernher parece ter tido sucesso em demonstrar que não se importou em usar os meios para atingir suas finalidades, afinal, foi poupado de um julgamento oficial e moral após o fim da guerra.

 

Em 1955 chega a se naturalizar cidadão norte-americano e em plena guerra fria, dá continuidade às suas pesquisas, junto à sua equipe, com participação decisiva para o primeiro satélite artificial americano, o Explorer I.

 

Em 1961, o presidente dos Estados Unidos, J.F. Kennedy, convida Wernher Von Braun para coordenar o Programa Apollo, envolvendo mais de 20 mil empresas, centenas de departamentos públicos e mais de 400 mil pessoas, com custos que totalizaram 24 bilhões de dólares.

 

Uma vez vencida a “corrida para Lua”, o Projeto Apollo sofreria sucessivos cortes, incluindo o cancelamento os últimos três voos programados à Lua, que seriam as missões Apollo 18, 19 e 20. Em 1970, Von Braun é nomeado Diretor de Planejamento, mas, afastou-se da Nasa em 1972. Veio a falecer em 16 de Junho de 1977, em Alexandria, Virgínia.

 

Em sua obra “Space Frontier”, publicada no Brasil pela IBRASA, em 1969, há dois pontos do Prefácio que merecem transcrição. Finalizando uma rápida apresentação da obra, consta:

 

No momento em que este livro vai à impressão, nosso programa de voo espacial tripulado, já teve sua primeira tragédia. Gus Grisson, Ed White e Roger chaffe deram suas vidas por uma causa... - referindo-se à tragédia ocorrida na precursora Apollo 1 - A morte de nossos três astronautas da Apollo impõe a todos nós a obrigação de prosseguir nessa tarefa com toda determinação que pudermos reunir. Eles não esperariam menos de nós”.  Wernher Von Braun – Diretor do Centro de Voo Espacial George C. Marshall.

 

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* Márcio Mendes é físico, professor em Dois Córregos/SP, astrônomo amador membro da REA (Rede Astronômica Observacional) e consultor de Astronomia para Via Fanzine.

 

- Fotos: Nasa/divulgação.

 

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