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Relatório - Natividade da Serra-SP
Nota do editor: Gomar e o Relatório de Natividade Pesquisador alerta o IPHAN e disponibiliza documento ilustrado com explicações do que pode se tratar de um dos mais exóticos sítios arqueológicos já encontrados no Brasil. O local, em Natividade da Serra-SP não é reconhecido oficialmente como sítio arqueológico.
Por Pepe Chaves* De Belo Horizonte Para Via Fanzine 12/12/2012
Pedras polidas atípicas que, segundo o pesquisador, não seriam do período "colonial", estão amontoadas no interior de São Paulo. Tópicos relacionados: ACESSE O RELATÓRIO ILUSTRADO DE CARLOS PÉREZ GOMAR Entrevista exclusiva com Carlos Pérez Gomar Desfazendo o equívoco da 'pirâmide' de Natividade - Por C. P. Gomar Nas supostas ruínas de Natividade da Serra - Por C. P. Gomar Especulações sobre a Ruína de Natividade - Por C. P. Gomar
Depois de fazer duas visitas à Fazenda Palmeiras, no município de Natividade da Serra-SP, com cara e coragem, o arquiteto e pesquisador arqueológico Carlos Pérez Gomar** elaborou e tornou público o seu “Relatório da segunda visita ao sítio arqueológico de Fazenda Palmeiras”.
Trata-se de um documento ilustrado apontando suas impressões com imagens mostrando detalhes do que ele já declara ser um "sítio arqueológico atípico" e que deveria merecer toda a atenção das autoridades e do público.
Ele esteve ao local por duas ocasiões e todos os custos da viagem e da pesquisa foram arcados por ele próprio. Tão logo elaborou o dito o Relatório, o pesquisador enviou uma cópia deste para o IPHAN e depois para o portal ARQUELOvia que, a título de divulgação, faz pouco mais de um ano, abriu espaço irrestrito para o pesquisador se expor. Para o nosso portal, Gomar publicou uma série de três artigos com informações inéditas, além de nos conceder uma entrevista exclusiva sobre o sítio arqueológico de Natividade da Serra.
Como ele demonstrou em sua entrevista, o descaso é total por parte do proprietário do terreno, mas este, de acordo com Gomar, não pode ser visto como o único “vilão” pela destruição daquele um patrimônio sequer pesquisado. Para ele, a depredação daquelas ruínas já vem ocorrendo desde períodos muito anteriores e possivelmente, de uma forma lenta. Segundo o pesquisador, isso pode ser constatado nas próprias pedras retiradas daquele local e espalhadas à revelia pela cercania.
O pesquisador afirma e comprova em suas imagens, que muitas dessas pedras foram claramente trabalhadas por um processo de polimento similar ao usado em outras partes da America do Sul, principalmente nos Andes, cuja característica principal é a de ficarem frequentemente com os cantos suavemente arredondados. Mas frisa que estas observações podem vir a ser retificadas com o aprofundamento da pesquisa.
Gomar frisa que, certamente, nesses últimos séculos, muitas peças da ruína foram retiradas (e continuam sendo) para uso na alvenaria da localidade, sendo encontradas até mesmo como objetos de decoração, como mostrou em fotografias na sua reportagem. Sobretudo, por causa do esfacelamento irracional dessas ruínas vem o seu inconformismo, ao alertar e travar uma luta solitária, sem o apoio da grande mídia, nem do meio acadêmico da arqueologia brasileira, que parece não estar interessado em se envolver com “novidades exóticas”, segundo afirma o pesquisador. Ele acredita que a principal causa deste desinteresse deve ter sido a de se atribuir apressadamente, a este sítio uma suposta origem “colonial”, de uma importância secundária, sem mais investigações que atestem essa informação.
Dentre as novidades apontadas, o seu Relatório também apresenta, em especial, um conteúdo de considerável envergadura: relatos colhidos em fontes primárias. São de pessoas que estiveram no local trabalhando para o proprietário da fazenda Palmeiras. Uma testemunha revelou ao pesquisador que participou do aterramento de um muro e da retirada de diversas pedras talhadas da ruína na Fazenda Palmeiras, inclusive, com o uso de máquinas pesadas.
Segundo informou essa mesma fonte, teria havido o aterramento de algumas peças que não seriam interessantes permanecer à vista para evitar problemas com organismos oficiais. Já para Gomar, a descrita ação de se enterrar pedras talhadas teria sido uma forma de o proprietário da fazenda ocultar os vestígios da dita ruína não datada e não oficializada, a qual teria sido remexida por curiosidade dele e de outras pessoas. Além disso, Gomar afirma ter constatado que o fazendeiro usou pedras do sítio arqueológico nas benfeitorias da fazenda. Além disso, o pesquisador afirma ter constado que o fazendeiro teria usado algumas das pedras em recentes benfeitorias da fazenda e até na construção de um dique de contenção para um açude.
Contudo, testemunhas que afirmam ter trabalhado trabalhado na escavação do local, também garantem que "outras coisas", além das referidas pedras talhadas, teriam sido encontradas sob o solo do lugar. A fonte disse a Gomar, que alguns desses achados eram deveras interessantes e teriam sido guardados "a sete chaves" pelo fazendeiro. Com relação a outros achados no local, uma testemunha garante ter visto um curioso objeto, com a borda quebrada, supostamente de material cerâmico e em formato de “cumbuca”, que teria sido encontrado e recolhido pelo fazendeiro.
Carlos Gomar diz acreditar que o tipo de entalhe, tratamento e padrões de blocos e lajes é similar ao visto em alvenarias incaicas do período final do império, embora seja cedo para se ter certeza disso. Mas a semelhança é muito grande, de acordo com ele.
Com relação ao destino do local, o pesquisador acredita que possa haver uma solução razoável em todos os sentidos, inclusive, beneficiando o próprio fazendeiro que está temeroso de ter problema legais.
Gomar declara que jamais pensou em lesar o proprietário do terreno, mas sim, em valorizar o achado naquela propriedade. Segundo ele, o seu único propósito nessa questão é preservar o que ainda resta e deflagrar uma urgente pesquisa de prospecção na tentativa de se saber mais sobre quem andou por aquele lugar em tempos antigos. Ele acredita que esta pesquisa teria retorno em benefícios sociais para toda a comunidade local, além de eventualmente enriquecer o panorama da arqueologia brasileira.
O pesquisador frisa que, se os estudos vierem a mostrar outro panorama diferente de tudo aquilo do que até agora está sendo sugerido, ele será o primeiro a aceitar novas conclusões, "desde que sejam frutos de uma pesquisa seriamente comprometida com este sítio".
Ele conclui dizendo que algumas observações feitas no relatório podem ser ousadas para esta fase inicial de avaliação, "mas foram feitas propositalmente, para estimular a curiosidade inteligente e a pesquisa comprometida com um panorama mais amplo e dinâmico para arqueologia nacional e sulamericana", afirmou Gomar.
Além dos tópicos sintetizados nesta nota, muitos outros detalhes reveladores sobre as ruínas de Natividade da Serra são apresentados no relatório de visita elaborado por Carlos Pérez Gomar.
ACESSE O RELATÓRIO ILUSTRADO DE CARLOS GOMAR
* Pepe Chaves é editor do diário digital Via Fanzine e da Rede VF.
** Carlos Pérez Gomar é pesquisador e arquiteto. - OBS.: Relatório originalmente datado de 23 de out/2012 e atualizado em dez/2012. Publicado posteriormente por VF/Arqueolovia em 12/12/2012.
-Foto: Arquivos de Carlos Pérez Gomar.
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