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Brasil
Brasil Antigo: Algumas Hipóteses Numa outra lógica de interpretação possível da trajetória brasileira, teríamos que remontar a milênios passados.
Por Paulo Roberto Santos* De Divinópolis-MG Para Via Fanzine 19/08/2012
A arqueóloga Niede Guidon defende a tese – bem fundamentada – de que o Brasil já era habitado pelo menos cerca de sessenta mil anos atrás. Leia também: Nas supostas ruínas de Natividade da Serra - Por C. P. Gomar A antiguidade dos registros rupestres do Brasil - Por J.A. Fonseca Cueva de los Tayos: a verdadeira caverna do tesouro - Por Yuri Leveratto Você sabe o que é Arqueologia? - Por Paulo R. Santos
Nas aulas de história convencional, principalmente aquelas ministradas no ensino formal, vemos um Brasil verde e cheio de indígenas 'primitivos', posteriormente 'civilizados' pelos europeus, principalmente portugueses, a partir do século XVI, ou mais precisamente a partir de abril do ano de 1500, quando supostamente Cabral teria chegado à terra de Pindorama, e tomado posse em nome do reino de Portugal.
Além de politicamente conveniente, simplificadora demais, essa história distorce os fatos, com todas as consequências para um entendimento mais razoável sobre a trajetória do país que ganhou o nome de Brasil, por causa de um tipo de madeira e seu respectivo corante. É a história das elites, dos vencedores, dos criadores de herois, de datas importantes, dos criadores de uma história sem povo.
Numa outra lógica de interpretação possível da trajetória brasileira, teríamos que remontar a milênios passados. Desde o 'homem de Lagoa Santa', em Minas Gerais, extinto há cerca de 12 mil anos, passar pelos criadores dos sambaquis, isto é, montes artificiais feitos com conchas por um povo sobre o qual quase nada se sabe. Os sambaquis estão aí pela orla marítima brasileira.
Além disso, prováveis visitas lá pelo Nordeste de navegantes fenícios (talvez no século II a.C.), e dos Vikings, no século XI, com o capitão Leif Erikson, até onde hoje é o Rio de Janeiro, com seu retorno via costa americana, até o Canadá e de volta às suas terras de origem, do outro lado do Atlântico, provavelmente para onde hoje é a Noruega.
Não se pode descartar as muito prováveis expedições e talvez tentativa de colonização do norte amazônico pelos maias. Também merece alguma reflexão e pesquisas, as comprovadas expedições incas até o planalto central brasileiro e, certamente, até o noroeste de São Paulo. Os indígenas brasileiros podem ter vindo pelo mar, milênios atrás das ilhas do Pacífico, e não pelo estreito de Behring, atravessando o Canadá e Estados Unidos, uns vinte mil anos atrás. Uma tese da qual eles não abrem mão pelos aspectos ideológicos que contém.
A arqueóloga Niede Guidon defende a tese – bem fundamentada – de que o Brasil já era habitado pelo menos cerca de sessenta mil anos atrás, pelas descobertas feitas no Nordeste, nos sertões piauienses e adjacências. Na longa faixa de terras que vai da parte central do Nordeste até a Argentina, existiu o imenso império tupinambá.
Como se não bastasse, há notícias em antigos escritos chineses (séculos II ou III - ou mais tarde - de nossa era) de imensas embarcações chinesas de casco duplo passando pelo litoral sul do Brasil. Uma possibilidade que não se pode descartar considerando a inventividade e criatividade dos chineses.
Por aí se vê que há muito a se estudar, pesquisar, rever, reavaliar, no que se refere à história e pré-história brasileira. Inclusive acabar com o mito da descoberta em 1500. Por essa época, não há dúvidas, já existiam brancos convivendo com os indígenas, e os espanhois subiam o rio Amazonas em busca do El Dorado e das amazonas, mulheres guerreiras. Essas sim, quem sabe, fruto da imaginação e do medo dos aventureiros.
* Paulo Roberto Santos é professor e sociólogo, seu blog é http://animalsapiens.blogs.sapo.pt/.
- Foto: Télérama.
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