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Tesouro

 

 

Equador:

Cueva de los Tayos: a caverna do tesouro

Padre Carlo Crespi, o verdadeiro descobridor da caverna do tesouro.

 

Por Yuri Leveratto*

De Bogotá/Colômbia

Para ARQUEOLOVIA 

12/07/2012 

 

O Padre Crespi mostra uma das muitas peças raras de sua coleção.

Não há dúvidas que sejam objetos do Antigo Mundo encontrados na América.

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Riquezas profundas

 

Na região amazônica equatoriana, chamada de Morona Santiago, há uma caverna muito profunda, conhecida por Cueva de los Tayos. A caverna, localizada a uma altitude de 800 metros acima do nível do mar, tem esse nome por ser moradia dos Tayos, pássaros quase cegos que vivem em suas profundezas.

 

Os índios Shuar ou Jivaro (que tinham o hábito de reduzir os crânios dos inimigos mortos em batalha), que vivem perto da caverna, usam essas aves como alimento.

 

As informações mais antigas da caverna remontam o ano de 1860. Naquela ocasião, o general Victor Proano enviou uma breve descrição da caverna ao então presidente do Equador, Garcia Moreno.

 

No entanto, apenas em 1969, um pesquisador húngaro naturalizado argentino, chamado Juan Móricz, explorou completamente a caverna, encontrando um verdadeiro tesouro. Da caverna ele retirou folhas de ouro com incisões hieroglíficas arcaicas, estátuas antigas em estilo meio oriental. Além disso, encontrou vários outros objetos em ouro, prata e bronze, como cetros, capacetes, discos e placas.

 

O pesquisador húngaro também realizou uma tentativa bizarra de formalizar a sua descoberta, registrando seus achados no escritório de um cartório em Guayaquil, em 21 de julho de 1969, mas sua solicitação foi rejeitada.

 

Em 1972, o escritor sueco Erik von Daniken aventou por todo o mundo a descoberta do pesquisador húngaro. Quando a notícia da estranha descoberta de Móricz foi divulgada pelo globo, muitos estudiosos e esotéricos decidiram explorar a caverna em expedições particulares.

 

Uma das primeiras expedições e a mais ousada foi realizada em 1976, pelo pesquisador escocês Stanley Hall, que contou com a participação do astronauta norteamericano Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na Lua, em 1969.

 

Disse o astronauta, que a estadia de três dias no interior da caverna foi mais significativa do que a sua legendária viagem à Lua. Também participou do empreendimento cavernista, Julio Goyen Aguado, que seria amigo próximo de Juan Móricz e teria referências sobre a localização exata das placas esculpidas em ouro.

 

Parece que Goyen Aguado, sob influência de Móricz, que não estava envolvido na questão, enganou Stanley Hall, impedindo a posse dos anglosaxões sobre os antigos achados de ouro.

 

Imagens feitas pela Expedição Moricz mostram a Cueva de los Tayos

e de uma elaborada peça encontrada nessa caverna.

 

Histórias de um tesouro

 

Outras versões da história sugerem, no entanto, que os anglosaxões saquearam o tesouro, levando-o ilegalmente do Equador. De acordo com outros pesquisadores, o descobridor dos tesouros arqueológicos da Cueva de los Tayos Móricz não era um húngaro, mas um padre salesiano, Carlos Crespi (1891-1982), natural de Milão.

 

Crespi havia instruído Móricz como entrar na caverna e como encontrar o caminho certo no labirinto que mão tem fundo em suas profundezas.

 

Quando chegou à selva amazônica equatoriana, em 1927, Carlos Crespi logo ganhou a confiança dos nativos, que entregaram a ele, em décadas seguintes, centenas de fabulosas peças arqueológicas que datam de um tempo desconhecido. Muitas dessas peças de ouro ou banhado a ouro foram magistralmente esculpidas em hieróglifos arcaicos que ninguém foi capaz de decifrar até o momento.

 

Desde 1960, Crespi recebeu permissão do Vaticano para abrir um museu na cidade de Cuenca, onde se localizava a missão salesiana. Em 1962, houve um incêndio no local e alguns dos achados foram perdidos para sempre.

 

Crespi estava convencido de que as folhas e placas de ouro que ele conheceu e estudou mostravam, sem dúvida alguma, que o antigo mundo do Oriente Médio, antes do dilúvio, esteve em contato com as civilizações que se desenvolveram no Novo Mundo a partir de 60 milênios atrás.

 

Segundo o Padre Crespi, as incisões ou gravações dos hieróglifos arcaicos, talvez, não eram representavam simplesmente a língua materna da humanidade, falada antes do dilúvio.

 

Os resultados obtidos por Crespi eram assustadoramente semelhantes aos levantados por outros pesquisadores do mesmo período, como o esotérico peruano Daniel Ruzo, o norteamericano G. H. Williamson, o arqueólogo Constantino Cattoi e o pesquisador ítalobrasileiro Gabriele D'Annunzio Baraldi (que documentou muito bem a Pedra do Ingá).

 

O explorador Juan Moricz.

 

Revelações de Gabriele Baraldi

 

No final da década de 1970, Gabriele D'Annunzio Baraldi visitou a Cuenca de los Tayos com frequência, onde encontrou e conheceu Carlo Crespi e Juan Moricz.

 

Naquela época, Carlo Crespi revelou ao ítalobrasileiro que a caverna dos Tayos não tinha fundo, e os milhares de ramificações subterrâneas não eram naturais, mas escavadas pelo homem no passado.

 

Segundo Crespi, a maioria das peças repassadas a ele pelos indígenas viera de uma grande pirâmide subterrânea, situada em um local secreto.

 

O religioso italiano confessou a Baraldi que, por medo de saque futuro, ordenou que os índios terra cobrissem completamente a pirâmide, para que ninguém pudesse encontrá-la novamente. Segundo Baraldi, a escrita hieroglífica arcaica gravada em folhas de ouro encontrados na Cueva de los Tayos recordava o antigo alfabeto dos hititas que, para ele, teriam viajado para a América do Sul e a colonizado parcialmente, cerca de 18 séculos antes de Cristo.

 

Baraldi observou que em muitas placas e folhas de ouro havia vários signos recorrentes: o sol, a pirâmide, a serpente, o elefante. Em particular, Baraldi interpretou a placa onde uma pirâmide expõe um sol no seu topo, como uma erupção vulcânica gigante ocorrida em tempos antigos.

 

Jornal mostra imagem da expedição de Moricz, em 1969.

 

Obras desvencilhadas

 

Quando Carlo Crespi morreu, em janeiro de 1980, sua fantasmagórica coleção de arte prédiluviana foi selada para sempre, e ninguém pudera admirá-la novamente.

 

Há muitos boatos sobre o destino dos valiosos achados reunidos pacientemente durante muitas décadas pelo religioso milanês. Alguns dizem que eles foram enviados secretamente a Roma e ainda se encontram em algum lugar do Vaticano.

 

Outras fontes afirmam provar que o Banco Central do Equador adquiriu em 9 de julho de 1980, pelo valor de US$ 10.667.210, cerca de cinco mil peças arqueológicas de ouro e prata.

 

O chefe do museu do Banco Central do Equador, Ernesto Dávila Trujillo, negou categoricamente que o Estado comprou a coleção particular do Padre Crespi.

 

Independentemente da localização física real dos achados arqueológicos do Padre Crespi, existem numerosas fotografias e testemunhos de muitos estudiosos que testam a sua veracidade.

 

Parece que alguém deseja esconder as antiguidades fantásticas coletadas e analisadas ​​pelo religioso milanês. Por quê? Certamente, uma prova de que os povos antediluvianos e outros posteriores ao dilúvio, mas de regiões distintas do Oriente Médio, teriam visitado a bacia do rio Amazonas e deixado grande quantidade desses achados, revelando uma verdade desconfortável.

 

Expedicionários na porta em estilo sumério encontrada

numa profundidade de 80 metros na Cueva de los Tayos.

 

Polêmicas e alegações

 

Muitos historiadores têm descrito o Padre Crespi como um impostor ou simplesmente, um visionário que não mostrou a verdadeira folha de ouro, mas falsificações ou cópias de outras criações artísticas do Oriente Médio.

 

Minha opinião sobre os imensos tesouros da Cueva de los Tayos é que eles são autênticos e vieram do Oriente Médio. No entanto, devemos distinguir que, entre os achados, há os que foram esculpidos hieróglifos e outras representações de arte que podem ser de origem suméria, assíria, egípcia e hitita.

 

Estou convencido que antes do dilúvio, as pessoas que viviam no na plataforma continental da atual África (que mais tarde seria submerso) mantiveram contatos frequentes com os povos que viviam no atual Brasil há mais de 60 milênios.

 

A Pedra do Ingá, situada no Estado da Paraíba, Brasil, foi minuciosamente estudada por Gabriele Baraldi e descrita por mim em janeiro de 2010. Esse imenso petróglifo atesta que os povos antigos descreveram um evento muito importante para eles (talvez, o dilúvio?).

 

Utilizando um método arcaico da escrita depois de ter atingido o atual Brasil, descrevem um evento fortuito.

 

Também é útil recordar também a estatueta encontrada do interior do Brasil, que continha gravado um alfabeto arcaico. A estatueta de basalto negro foi entregue pelo escritor Rider Haggard ao explorador Percy Fawcett.

 

Esse alfabeto é muito semelhante aos sinais gravados nas placas de ouro encontradas na Cueva de los Tayos. Neste sentido, podemos reconhecer e descrever algumas inscrições arcaicas descobertas caverna Tayos como pertencentes à língua Nostratic.

 

O Padre Crespi mostra uma peça em formato de lua minguante.

 

Joias de uma outra era

 

Quanto aos outros achados, remontam possível origem do Oriente Médio pósdiluviano e, parece correto considerá-las como restos de várias expedições ocasionais, realizadas a partir do terceiro milênio a.C. pelos sumérios e, posteriormente, pelos egípcios, fenícios e cartagineses.

 

Estas conclusões são não só corroboram o fato de terem encontrado restos de folhas de coca em múmias egípcias, mas, especialmente, em relação às mais recentes descobertas arqueológicas nos planaltos andinos, como a Fonte Magna e o Monólito Pokotia.

 

Resta o mistério do por que de todos estes objetos estarem reunidos num imenso tesouro depositado em labirintos nas profundezas da caverna dos Tayos.

 

Em minha opinião, é possível que restritos grupos antediluvianos tenham sobrevivido ao mega desastre global e, uma vez que tenham desembarcado na América do Sul, eles desejam salvar suas relíquias preciosas ali reunidas, destarte, escondendo-as em uma profunda caverna, considerada segura.

 

Quanto aos povos pós-diluviano do Médio Oriente, referindo-se particularmente aos sumérios, egípcios, fenícios e cartagineses, é possível que qualquer viagem de um grupo tais insígnias especiais de sua raça e origem, se perderam e se erradicaram, no curso dos anos em determinadas regiões dos Andes - como a que foi encontrada a Fonte Magna.

 

Tempos depois, é possível que os antepassados ​​dos índios locais, Suhar, encontraram essas relíquias na Caverna dos Tayos, considerando-os então, objetos sagrados que deveriam permanecer obrigatoriamente reunidos em um local considerado de tradição e magia.

 

* Yuri Leveratto é italiano e atualmente está radicado em Bogotá, Colômbia. É pesquisador arqueológico e de antigas culturas.  Seu portal oficial é http://www.yurileveratto.com/po/.

 

- Tradução: Pepe Chaves.

 

- Imagens: Cedidas por Claudio Cacchi / Reprodução vídeo Padre Crespi / Reprodução Expedição Moricz.

 

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- Extra:

    Vídeo mostra o Padre Crespi e parte de sua coleção de peças

 

- Produção: Pepe Chaves.

© Copyright 2004-2012, Pepe Arte Viva Ltda.
 

 

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