Lagoa Santa-MG:
Museu Peter Lund vai reunir descobertas
paleontológicas do século XIX *
Prédio de três
andares será inaugurado na sexta (21) pelo príncipe herdeiro da
Dinamarca.
Memória: o imóvel onde viveu o cientista, no centro da cidade, a 42
quilômetros da capital.
Visitas ilustres: o príncipe herdeiro Frederik, acompanhado de sua
mulher,
Mary (abaixo), e o retrato de Peter Lund (alto).
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Era uma vez, em um reino muito distante, o filho de um
próspero comerciante de artigos de lã. Formado em medicina pela
Universidade de Copenhague, na Dinamarca, ele gostava mesmo era de
biologia. Certa feita, em 1825, visitou um império do outro lado do
oceano, chamado Brasil, onde ficou fascinado por uma curiosa espécie de
bicho-preguiça. Depois de um breve retorno à Europa, decidiu que viveria
no tal país, dedicando
o resto de sua vida ao estudo dos mamíferos. Essa é a história de Peter
Lund (1801-1880), o cientista dinamarquês que pôs Lagoa Santa, a 42
quilômetros da capital, no mapa da paleontologia.
Na próxima sexta (21/09), ele será homenageado com a
abertura do Museu Peter Lund, um prédio de três andares e 1850 metros
quadrados de área construída, ao lado da Gruta da Lapinha, que abrigará
uma coleção de oitenta fósseis inéditos no Brasil, parte do acervo do
Museu de História Natural de Copenhague. A inauguração do espaço, no
qual o governo estadual investiu 5,3 milhões de reais, contará com a
presença do herdeiro do trono da Dinamarca, o príncipe Frederik, e de
sua mulher, a princesa Mary.
Foi o próprio Lund quem enviou à Dinamarca os fósseis que
agora retornam ao Brasil. Era a primeira descoberta de fósseis humanos
nas Américas, e seu achado, em 1840, quebrou os paradigmas da época.
"Graças a Lund, partiu daqui uma revolução científica e cultural",
afirma o professor Cástor Cartelle, curador da coleção de paleontologia
da PUC Minas. Cientistas daquele tempo defendiam a teoria do
catastrofismo, segundo a qual as espécies exterminadas por catástrofes
naturais, como as enchentes, não conviveram com seres humanos.
As descobertas de Lund, porém, mostraram que os mineiros
antigos tinham sido contemporâneos de no mínimo cinco espécies extintas,
entre elas uma anta gigante, um grande cavalo e o gliptodonte, um
herbívoro semelhante ao tatu, mas do tamanho de um Fusca. O trabalho do
dinamarquês foi citado, dezenove anos depois, no livro A Origem das
Espécies, do inglês Charles Darwin (1809-1882), a principal referência
para a hoje chamada teoria da evolução.
Em Lagoa Santa: prédio de três andares
vai abrigar oitenta peças que estavam em Copenhague.
Lund liderou escavações em mais de 800 grutas calcárias,
quase todas em Minas. Conheceu Ouro Preto, Curvelo e atravessou o Rio
São Francisco de canoa. Suas descrições eram detalhadas e exaustivas,
ele catalogou 39 espécies de mamíferos atuais, como tatus, tamanduás,
gambás e preguiças, e 54 extintas, incluindo um urso brasileiro e o
tigre-dentes-de-sabre.
Presidente da
Câmara de Comércio Dinamarquês-Brasileira
e idealizador do novo museu, Jens Olesen tem Lund como um herói. "Ele
viajou com apenas três pessoas e alguns cavalos para descobrir em um
país estrangeiro coisas inéditas no mundo", diz. Olesen espera que o
museu seja mais um atrativo para que turistas visitem Lagoa Santa e
conheçam o trabalho do ilustre conterrâneo. Pela Gruta da Lapinha
passam, a cada ano, 20 000
visitantes.
Museu Peter Lund. Estrada Campinho Lapinha, quilômetro 6,
Lagoa Santa.
Te. (31)
3689-8592. De terça a domingo, das 9h às 16h. R$ 15,00
(a entrada dá direito a visitar também a Gruta da Lapinha). A partir de
sábado (22).
*
Informações de Cedê Silva / Veja BH.
17/09/2012
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