México:
Desaparecimento forçado sinaliza crise
humanitária*
O desaparecimento também é
usado como arma de coerção
por integrantes de cartéis
de drogas e grupos criminosos.
Tradicional celebração do
Dia dos Mortos no México com oferendas com pães, frutas, caveiras de
chocolate e açúcar.
Oferenda aos estudantes da Escola de Ayotzinapa mortos em assassinatos.
O envolvimento da polícia e de setores do crime organizado no
desaparecimento de pessoas no México – como o ocorrido no final de
setembro com 43 estudantes de Ayotzinapa – não é um fenômeno novo e
sinaliza a grave crise humanitária que o país atravessa, analisam
especialistas em direitos humanos.
“O problema do desaparecimento forçado no México, internacionalmente
visibilizado agora por causa do desaparecimento dos estudantes, é
recorrente no país e também se trata de um mecanismo usado por
autoridades estatais para frear os protestos sociais”, destaca à Agência
Brasil, Chasel Colorado, coordenadora da organização não governamental
(ONG) Anistia Internacional no país.
No México, os desaparecidos são geralmente raptados e mortos pelo crime
organizado ou por forças policiais, mas como os corpos nunca são achados
as vítimas não entram nas estatísticas de homicídio.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) no México tem registrados, entre
2006 e 2014, 22.322 casos de pessoas desaparecidas – número que, segundo
a Anistia Internacional, não representa a totalidade uma vez que nem
todas as denúncias são acatadas e porque não são todos os estados
mexicanos que têm o crime de desaparecimento forçado tipificado na
legislação.
“Somente 16 dos 32 estados do país têm tipificado, no Código Penal, o
crime de desaparecimento, por isso muitos casos não são registrados de
maneira correta e chegam como sequestro, pela ausência de tipificação”,
explica Chasel.
Além disso, diz ela, o uso do desaparecimento como instrumento de terror
e intimidação por autoridades do Estado, especialmente policiais e
militares, acaba por diminuir as estatísticas, uma vez que casos
envolvendo o Exército ou a polícia não são investigados.
A comerciante Maria Guadalupe Arozco, 60 anos, diz que já perdeu a
esperança de descobrir o paradeiro do filho, que desapareceu em março de
2010. Francis Alejandro García, 32 anos, proprietário de uma casa
noturna, fazia um evento na noite em que desapareceu.
As imagens gravadas pelo circuito de segurança de um estabelecimento
comercial em frente ao local em que foi capturado mostra o momento em
que ele e mais quatro pessoas foram levadas, supostamente por membros do
Exército mexicano.
Apesar dos testemunhos, inclusive o da irmã de Francis, que viu o
momento em que homens saíram das caminhonetes e sequestraram os jovens,
o Ministério Público não acatou a denúncia. “O funcionário do Ministério
Público falou que, se a ação havia sido realmente do Exército, era
melhor desistir porque não íamos conseguir nada”, relata a comerciante.
Maria Guadalupe diz que não acredita que o caso seja esclarecido. “Não
tivemos direito a registro nem a investigação”, conta. “Aqui no México a
única justiça confiável é a que não é terrena. Aqui confiamos na justiça
de Deus”, lamenta.
A Anistia Internacional disse que há muita dificuldade de ter o apoio da
população, com informações e denúncias, quando o tema é o
desaparecimento forçado. “Há ainda um problema de confiança. Se você não
acredita que um caso será julgado e se vê os próprios entes do Estado
envolvidos, você não procura o Estado”, argumenta Chasel.
O desaparecimento também é usado como arma de coerção por integrantes de
cartéis de drogas e grupos criminosos.
“Um criminoso vê uma pessoa e pensa que ela pode servir ao sistema. Só
que a pessoa é honesta e diz que não quer entrar nesse esquema. O que
eles fazem? Pressionam pelo medo, envolvem o cidadão com ameaças à
família”, diz um militar que não quis se identificar.
“Você diz não à corrupção por ser honesto, mas talvez possa dizer sim
quando ameaçam sua família. Fazer com que pessoas desapareçam é muito
fácil”, diz, apontando em direção às montanhas, local para onde acredita
que sejam levados os corpos.
Manifestantes fizeram bonecos que simbolizam os mortos.
Pais de estudantes desaparecidos no México esperam notícias e cobram
justiça
Desde o desaparecimento do filho, a dona de casa Isabela Arcaráz, 50
anos, não dorme direito. “Quando, enfim, consigo dormir, eu acordo
assustada com o meu filho gritando o meu nome, no escuro”, diz a mãe de
Bernardo Flórez, 21 anos, um dos 43 estudantes desaparecidos em setembro
no México, em um episódio até agora não esclarecido e que chocou o
mundo.
"Agora, que tivemos o Dia dos Mortos, foi uma sensação de desespero ver
as oferendas para os que já se foram, porque não queremos acreditar que
nossos filhos morreram. A gente ainda espera que eles regressem com
vida”, conta, enquanto ajeita as oferendas com flores, frutas e pães
deixadas para estudantes da Escola Normal Rural de Ayotzinapa mortos em
massacres em anos anteriores.
No dia 26 de setembro, alunos deixaram a escola rumo à capital do país
para participar de uma marcha, marcada para o dia 2 de outubro. A
atividade marcaria o aniversário do Massacre de Tlatelolco, em 1968,
quando de 200 a 300 estudantes foram mortos pela polícia durante um
protesto.
Para ir à Cidade do México, eles “apreenderam” um ônibus privado – que
também serviria para arrecadar subsídios (comida e dinheiro) para
atividades acadêmicas. Quando passavam pelo município de Iguala, os
alunos foram surpreendidos por uma violenta ação da polícia local.
Testemunhas afirmam que civis encapuzados – homens ligados ao grupo
criminoso Guerreros Unidos – também participaram da repressão aos
estudantes. No episódio, seis pessoas morreram, 25 ficaram feridas e 43
jovens desapareceram.
O caso chocou os mexicanos e chamou a atenção da comunidade
internacional. Dias depois, 22 policiais foram presos acusados de terem
participado da ação.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) assumiu a investigação sobre o
desaparecimento dos jovens e acusa o ex-prefeito de Iguala José Luis
Abarca e a mulher dele, Maria de los Ángeles Pineda, de serem os
mentores do crime. As investigações apontam que o ex-prefeito e a mulher
temiam um protesto de estudantes em evento planejado pela primeira-dama.
Os jovens que sobreviveram ao ataque negam interesse em fazer uma
manifestação na cidade, mas têm duras críticas ao prefeito, a quem
acusam de ter matado, em maio deste ano, Arturo Hernández Cardona, líder
de oposição na região.
Abarca e sua mulher foram presos na primeira semana de novembro,
acusados de formação de quadrilha, sequestro e homicídio culposo.
Integrantes do Guerreros Unidos foram presos e, de acordo com o
Ministério Público, confessaram a participação no assassinato dos jovens
dizendo que os corpos foram enterrados em “narcofossas” - covas
clandestinas próximas a Iguala.
A PGR diz que a investigação segue aberta e que os jovens ainda são
considerados desaparecidos. Já os pais e as mães dos alunos estão
dispostos a continuar as buscas pelos filhos vivos, enquanto os corpos
não forem encontrados.
Desde o desaparecimento dos jovens, os pais, a maioria camponeses da
região, passam boa parte do tempo na escola rural. Um grupo compõe uma
comissão que assumiu a função de interlocutora com a sociedade civil e o
governo do México.
Isabela, mãe de Bernardo, fica sempre na escola. “A parte de ir às
audiências e reuniões para falar do meu filho fica com meu marido”, diz.
O casal deixou os outros filhos com parentes no pequeno sítio em que
vivem para investigar o paradeiro de Bernardo. Ela mostra a foto do
rapaz e, orgulhosa, diz que ele era trabalhador. “Ele estava muito feliz
de estudar aqui porque já estava aprendendo coisa útil. Nas férias, ia
para casa para ajudar o pai a semear e gostava de ensinar as coisas que
aprendeu aqui”, relembra.
Mural pintado após as
mortes dos estudantes.
Na escola, as aulas foram suspensas e os alunos acompanham os pais dos
estudantes desaparecidos nas manifestações e na peregrinação para tentar
esclarecer os fatos e encontrar os rapazes.
No dia em que a Agência Brasil visitou a escola, uma parte dos pais
havia viajado a Chilpancingo, capital do estado de Guerrero. A
reportagem acompanhou a viagem e, na cidade, o clima também era de
protesto, com a praça central ocupada por professores acampados.
“Estamos aqui pelos alunos que desapareceram. E estamos paralisados até
que o governo assuma a responsabilidade pelo que aconteceu”, afirmou o
professor Saturnino García.
A Escola Normal Rural de Ayotzinapa é gratuita e tem cerca de 500 alunos
em regime de internato. Para conseguir subsídios para manutenção da
escola, os alunos fazem o que chamam de “arrecadação” - saem em grupo
para conseguir dinheiro e mantimentos com comerciantes locais.
Os alunos dizem que a ação não é coercitiva. “Não usamos armas, mas
pressionamos em grupo porque precisamos disso para manter a escola
funcionando”, conta um estudante.
Outra prática comum nas atividades realizadas para arrecadar alimentos e
fundos é o uso de ônibus de empresas privadas da região. “Nós paramos os
ônibus e conversamos com os motoristas. Pedimos para os passageiros
descerem e o motorista nos leva onde precisamos ir”, explica um aluno da
escola.
Memorial em homenagem a estudante da escola em Ayotzinapa, morto em
2011, mostra que casos como os dos 43 estudantes já ocorreram antes
(Leandra Felipe/Agência Brasil)
“Se as empresas perdessem dinheiro, com certeza, já teriam procurado a
Justiça. Mas isso nunca foi feito”, diz Javier Monroy, da Oficina de
Desenvolvimento Comunitário e diretor do Comitê de Familiares e Amigos
de Sequestrados, Desaparecidos e Assassinados em Guerrero.
A camponesa Magdalena Olivares, 40 anos, mãe de Antonio Santana, 20
anos, aluno do 1º ano, está com os filhos pequenos na Escola de
Ayotzinapa à espera de notícias sobre o paradeiro do filho. “Já disseram
que eles foram assassinados, mas queremos respostas e a punição de quem
fez isso”, destaca. “Nada justifica o que fizeram com eles”, condena.
Magdalena diz que Antonio gostava muito de trabalhar e que, antes de
chegar à escola, tinha atuado como padeiro e pedreiro. “Ele passou no
exame daqui e o sonho dele era ser professor agrícola. É um menino
honesto e inteligente”, defende.
Para ela, o episódio com os estudantes foi a “gota d’água” de uma
situação que sempre se repete. “Já faz tempo que vivemos em uma terra
sem lei. No México já aconteceram muitas coisas e ficamos calados. É
hora de lutar por um México melhor.”
* Informações de Leandra Felipe/Agência Brasil/EBC
21/11/2014
- Fotos: Leandra Felipe/Agência Brasil.
* * *
ONU:
América Latina é a região mais urbanizada
do mundo*
O número de cidades na região aumentou
seis vezes em 50 anos.
Cerca de 90% da população do Brasil e do resto do Cone Sul
viverá em cidades em apenas oito anos, enquanto em toda a América
Latina, a região mais urbanizada do mundo, a taxa de população urbana
chegará a 89% em 2050, segundo um estudo da ONU divulgado nesta
terça-feira.
"A América Latina é a região mais urbanizada do mundo, mas
também uma das menos povoadas em relação ao seu território. Quase 80% de
sua população vive em cidades, uma proporção superior à do grupo de
países desenvolvidos", afirma um relatório da ONU-Habitat, o programa da
ONU para Assentamentos Humanos.
O Cone Sul, do qual o Brasil faz parte, é a zona onde há
mais proporção da população vivendo em cidades, seguido pelos países
andinos e pelo México - com uma taxa de população urbana de 85%
atualmente -, e depois é seguido por Caribe e América Central.
O número de cidades na região aumentou seis vezes em 50
anos. Metade da população urbana, cerca de 222 milhões de pessoas, vive
em cidades com menos de 500 mil habitantes, e 14% (65 milhões de
pessoas) vive em megacidades, indica o relatório, intitulado "O estado
das cidades da América Latina".
Mas ultimamente o crescimento demográfico e a urbanização
perderam força, assim como a migração do campo à cidade, e "a evolução
demográfica das cidades tende a se limitar a um crescimento natural",
afirma.
"As migrações são agora mais complexas, e ocorrem
principalmente entre cidades, às vezes através de fronteiras
internacionais", sustenta a ONU.
O relatório destaca com preocupação que as cidades são cada
vez menos compactas e seguem se expandindo fisicamente, apesar da
desaceleração demográfica, de uma maneira que "não é sustentável".
As 40 principais cidades da América Latina produzem
anualmente um PIB de mais de 842 bilhões de dólares e são verdadeiros
motores da economia regional. A população urbana pobre, no entanto,
caiu, mas 124 milhões de pessoas - uma em cada quatro em áreas urbanas -
vivem na pobreza, segundo a ONU.
*
Informações da AFP.
21/08/2012
* * *
Combustíveis:
Petrobras terá reunião 'decisiva'
com Argentina sobre concessão*
Nesta terça-feira,
durante palestra no Rio de Janeiro, a presidente da Petrobras reafirmou
que foi surpreendida
pela decisão da
província, e destacou que a estatal cumpriu o plano mínimo de
desenvolvimento da área.
A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, terá na
próxima sexta-feira uma reunião "decisiva" com representante do governo
da Argentina para discutir a recente cassação da concessão de uma área
operada pela estatal brasileira no país vizinho.
A província de Neuquén, maior produtora de gás natural da
Argentina, suspendeu no início do mês a concessão da área argumentando
que a empresa não fez investimentos suficientes para aumentar a
produção.
Nesta terça-feira, durante palestra no Rio de Janeiro, a
presidente da Petrobras reafirmou que foi surpreendida pela decisão da
província, e destacou que a estatal cumpriu o plano mínimo de
desenvolvimento da área.
A decisão foi tomada num momento em que as autoridades
argentinas buscam um maior investimento das empresas petrolíferas que
operam no país, cujo declínio da produção nos últimos anos obrigou o
governo a fazer milhões de dólares em importações, que acabaram por
minar a sua balança comercial.
A reunião, segundo a executiva, estava previamente
agendada, e não tem relação com o anúncio da expropriação pela Argentina
da YPF, companhia petrolífera do país vizinho controlada pela espanhola
Repsol.
A assessoria de imprensa da Petrobras não confirmou
imediatamente o local da reunião. Mas segundo o Ministério de Minas e
Energia o encontro será no Brasil.
Graça Foster, como ela prefere ser chamada, vai se
encontrar primeiramente com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão,
e posteriormente com uma autoridade da área energética da Argentina.
"Não creio que haja qualquer problema com a Petrobras na
Argentina... Não tenho nenhum temor... Seguiremos na normalidade", disse
o ministro Lobão, ao ser questionado por jornalistas na saída do Senado.
*
Informações de Leila/Reuters, com reportagem adicional de Maria Carolina
Marcello.
17/04/2012
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* * *
Síria:
Dois jornalistas morrem em Homs*
Marie já havia sido ferida em 2001,
durante cobertura de combates
em Sri Lanka, quando então, ela perdeu a
visão do olho direito.
Marie Colvin, de 56 anos, era jornalista do jornal britânico Sunday
Times.
Dois jornalistas foram mortos em Homs, na Síria na
quarta-feira, 22. As vítimas são a repórter americana Marie Colvin de 56
anos do jornal britânico Sunday Times e Remi Ochlik, 28 anos, fotógrafo
francês da revista Paris Match.
Detalhes das circunstâncias das mortes ainda estão sendo
investigados. Segundo relatos de outros repórteres naquele país, os
jornalistas estavam em “sala de imprensa” improvisada que foi atingida
por bombas e foguetes.
Os dois jornalistas mortos eram veteranos de coberturas de
guerras. Ainda na terça-feira, Marie Colvin dava entrevista ao repórter
da CNN, Anderson Cooper falando do perigo, dos riscos e das tragédias
vistas por ela na Síria. Marie já havia sido ferida em 2001, durante
cobertura de combates em Sri Lanka, quando então, ela perdeu a visão do
olho direito.
Remi, recebeu um prêmio em 2012 no World Press Photo por
uma imagem de um combatente rebelde líbio. Ele cobriu a Primavera Árabe
na Tunísia e no Egito e a guerra civil na Líbia no ano passado.
As identidades das vítimas foram confirmadas pelo ministro
francês da Cultura, Frédéric Mitterrand. O ministro francês afirmou que
as mortes “mostram a degradação da situação” na Síria e “a repressão
cada vez mais intolerável” das forças de segurança, segundo CNN.
As mortes ocorreram durante bombardeios das forças
pró-Assad ao bairro de Baba Amr. Outros três jornalistas ficaram
feridos, segundo declarações do militante Omar Chaker a Reuters.
Homs, cidade localizada no centro do país é principal
reduto da oposição ao presidente Bashar Al-Assad, é alvo de uma ofensiva
militar desde o início do mês.
Uma testemunha disse à Reuters por telefone que bombas
atingiram a casa onde eles estavam e um foguete os atingiu enquanto
tentavam escapar.
Além dos jornalistas, outras 35 pessoas morreram na
quarta-feira durante ataques das forças Pró-Assad contra dissidentes.
Dos mortos, 20 foi em Homs, oito em Hama, dois em Idlib, um em Daraa,
dois em Aleppo e dois em Damascus, de acordo com CNN.
As forças de segurança tentam retomar bairros que passaram
para o controle de ativistas e desertores do exército.
Para dar um fim a violência, o Conselho Nacional Sírio (CNS),
principal órgão da oposição, pediu nesta quarta-feira à comunidade
internacional a criação de "zonas de proteção" na Síria.
"Estamos perto de enxergar esta intervenção militar como a
única solução. Há dois males: uma intervenção militar ou uma prolongada
guerra civil", disse Basma Kodmani, uma autoridade do Conselho, em
entrevista coletiva em Paris.
A outra solução, disse Basma, é pedir à Rússia, que vetou
uma resolução contra o governo da Síria no Conselho de Segurança da
Organização das Nações Unidas (ONU), que ajude a persuadir o governo
sírio a garantir a passagem em segurança de comboios humanitários.
O Conselho também pedirá ajuda ao Grupo de Amigos da Síria,
para restringir o acesso ao Canal de Suez para qualquer navio
transportando armas para o regime sírio.
Desde o começo do conflito, quase 9.000 pessoas já morreram
na Síria conforme informações do grupo da oposição Comitê de Coordenação
Local da Síria.
*
Informações de Val Green/The Christian Post (Portugal).
* * *
Roma:
Vítimas de naufrágio receberão R$ 32,2 mil
Costa Cruzeiros pagará R$ 32,2 mil a
passageiros do Costa Concórdia*
A companhia Costa Cruzeiros pagará 14 mil euros (R$ 32,2
mil) a cada passageiro, incluindo crianças, que viajavam no Costa
Concordia, o cruzeiro que naufragou dia 13 de janeiro na ilha italiana
de Giglio.
O pagamento será de 11 mil euros (R$ 25,3 mil) de
ressarcimento, mais outros 3 mil euros (R$ 6,9 mil) para cobrir as
despesas.
Este é o acordo feito pela empresa italiana e o Comitê de
Náufragos do Costa Concordia, formado entre outros por várias
associações italianas de consumidores, segundo um comunicado conjunto.
Para aqueles que sofreram danos físicos ou no caso das
vítimas serão realizadas negociações individuais, diz a nota.
"É um acordo histórico, que põe o ponto final em um
episódio dramático. Uma ação resolvida fora dos tribunais e que dá um
ressarcimento também pelo estresse sofrido e por férias completamente
estragadas", explicou em uma nota o presidente da Associação de Defesa e
a Orientação dos Consumidores (ADOC), Carlo Pileri.
Pileri afirmou que foram levados em consideração o código
de turismo italiano e outras normativas internacionais, já que no
cruzeiro naufragado havia passageiros de várias nacionalidades.
A Costa Cruzeiros divulgará este acordo em vários idiomas
para que todos os passageiros possam aderir, acrescenta a nota.
A companhia se compromete a liquidar o ressarcimento uma
semana depois que o passageiro aceitar a oferta e lembra que, por
exemplo, um casal com duas crianças receberá 50 mil euros: 44 mil de
compensação pelo acidente e cerca de 6 mil pelo valor que foi pago no
cruzeiro.
A Costa Cruzeiros emitiu um comunicado no qual desmente
algumas informações transmitidas nos últimos dias sobre o oferecimento
de descontos para viajar em novos cruzeiros aos passageiros envolvidos
no naufrágio do Costa Concordia.
Já a Associação de Consumidores italiana Codacons convidou
os passageiros a não aceitar esta oferta que considerou como uma
"esmola".
A Codacons anunciou em seu site que começará de Miami com a
colaboração de dois escritórios americanos uma ação legal coletiva para
pedir a Costa Cruzeiros uma indenização de 125 mil euros para cada
passageiro.
"Trata-se de um acidente de gravidade inédita e todos os
que estavam a bordo do navio têm o direito não apenas de serem
ressarcidos pelos danos materiais ou físicos, mas também os morais, como
o medo e o terror que sofreram", explica o presidente de Codacons, Carlo
Rienzi.
O cruzeiro Costa Concordia, no qual viajavam 4.229 pessoas,
sendo 3.209 passageiros, encalhou na frente da ilha de Giglio, no mar
Tirreno, na noite de 13 de janeiro.
Os mortos do naufrágio são por enquanto 16, entre eles um
espanhol e um peruano, e continua a busca por 22 pessoas que estão
desaparecidas.
A empresa admitiu que o naufrágio aconteceu depois que o
capitão do cruzeiro, Francesco Schettino, atualmente em prisão
domiciliar, decidiu sem autorização se aproximar do litoral da ilha e
nesta manobra colidiu contra um empecilho que provocou a ruptura do
casco do navio.
*
Informações da EFE.
27/01/2012
* * *
Afeganistão:
Talibãs armaram
emboscada para derrubar helicóptero
Helicóptero
americano derrubado após informações falsas dos talibãs.*
O helicóptero dos Estados Unidos que caiu no sábado no
Afeganistão, matando 30 militares americanos, foi derrubado pelos
talibãs, que criaram uma armadilha para as forças especiais com
informações falsas, informou uma fonte do governo afegão à AFP.
O incidente foi o mais letal para a coalizão desde o início
do conflito no Afeganistão há quase 10 anos.
"Confirmamos que o helicóptero foi derrubado e que caiu em
uma emboscada executada por um líder talibã, Qari Tahir", declarou a
fonte governamental, que pediu anonimato.
A informação não foi confirmada até o momento pela Otan nem
pelo Exército americano.
"Deram informações falsas aos americanos, ao afirmar que
havia uma reunião dos insurgentes talibãs em um complexo de residências.
Sabiam o itinerário que os helicópteros seguiriam e tomaram posição com
seus homens no vale", disse a fonte.
Quando o helicóptero se aproximou foi alvo de disparos de
morteiros e armas antiáereas.
O helicóptero transportava forças especiais que dariam
reforço às tropas americanas na operação contra o complexo suspeito.
*
Informações de Peter Parks/AFP.
* * *
Nairóbi:
Somália passa por crise de fome, diz ONU
ONU declara situação de crise de fome em
2 regiões do sul da Somália.*
As Nações Unidas
declararam nesta quarta-feira oficialmente situação de crise de fome em
duas regiões do sul da Somália, Bakool e Baixo Shabelle, circunstância
que não ocorreu neste país nas últimas duas décadas.
"A cada dia que nos
atrasamos em emprestar assistência é, literalmente, questão de vida ou
morte para as crianças e suas famílias nas áreas afetadas pela crise de
fome", assegurou hoje em entrevista coletiva realizada em Nairóbi,
capital do Quênia, o coordenador de Assuntos Humanitários da ONU para a
Somália, Mark Bowden.
"Se não agirmos agora,
a crise de fome se estenderá às oito regiões do sul da Somália nos
próximos dois meses devido às pobres colheitas e aos surtos de doenças
infecciosas", disse Bowden.
Além disso, o
responsável humanitário da ONU para a Somália advertiu que esta crise
representa a mais grave situação de insegurança alimentícia que há hoje
no mundo, com os índices de desnutrição mais altos do planeta, de até
50% em algumas zonas do sul do país.
Os dados divulgados
pelas Nações Unidas mostram que quase a metade da população da Somália,
cerca de 3,7 milhões de pessoas, se encontra em crise humanitária, dos
quais 2,8 milhões estão no sul do país.
O sul da Somália está,
praticamente em sua totalidade, sob o controle da milícia
fundamentalista islâmica Al Shabab, vinculada à Al Qaeda.
Segundo números das
Nações Unidas, a seca e seus devastadores efeitos no Chifre da África
mantêm em situação crítica pelo menos dez milhões de pessoas da região.
No entanto, a ONU prevê
que a crise de fome não irá além do sul da Somália, apesar da situação
de grave crise alimentícia que padecem o sul da Etiópia e o norte do
Quênia.
*
Informações da EFE.
* * *
Caracas:
TV Estatal mostra chegada de Chávez à
Venezuela
Presidente Hugo Chávez chega à Venezuela,
mostra TV estatal.*
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, chegou nesta
segunda-feira ao aeroporto de Maiquetia, nos arredores de Caracas, e foi
recebido por ministros do governo ao retornar de Havana, em Cuba, onde
recebeu tratamento para um câncer, mostraram imagens na TV estatal
venezuelana.
A emissora também exibiu imagens de Chávez se despedindo do
líder cubano Raúl Castro.
*
Informações de Andrew Cawthorne/ Reuters.
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Chávez assume que luta contra um câncer
* * *
Washington:
EUA interrogam viúvas de Bin Laden*
O porta-voz do Pentágono, coronel David Lapan, confirmou
que representantes
do governo dos EUA conseguiram interrogar as mulheres,
mas se negou a
especificar que agência as autoridades representavam ou a
repassar detalhes.
Autoridades norte-americanas no Paquistão interrogaram três viúvas de
Osama bin Laden nesta sexta-feira, mas conseguiram poucas informações
novas, disse uma autoridade dos Estados Unidos.
Bin Laden, mentor dos ataques de 11 de setembro de 2001 contra Nova York
e Washington, morreu numa operação este mês contra seu complexo no
Paquistão, realizada por uma equipe de forças especiais da Marinha
norte-americana.
Além da morte do líder das Al Qaeda, os EUA confiscaram o que
autoridades norte-americanas descreveram como sendo um tesouro de
material de inteligência.
Autoridades agora estão tentando decifrar elementos importantes sobre a
vida do líder da Al Qaeda, inclusive como ele chegou a viver na cidade
de Abbottabad, no norte do Paquistão, e com quem ele se encontrou antes
de sua morte.
"Os EUA interrogaram as viúvas de Bin Laden, mas elas ainda não estão
sendo particularmente comunicativas", disse uma autoridade
norte-americana com conhecimento da investigação, sob condição
anonimato.
O porta-voz do Pentágono, coronel David Lapan, confirmou que
representantes do governo dos EUA conseguiram interrogar as mulheres,
mas se negou a especificar que agência as autoridades representavam ou a
repassar detalhes.
O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, também confirmou que os EUA
tiveram acesso às viúvas, mas não deu nenhum detalhe sobre os
interrogatórios.
Autoridades norte-americanas estão trabalhando junto com o Paquistão
para conseguir maior acesso às viúvas.
O Paquistão disse que iria repatriar as três mulheres e suas crianças.
Uma é do Iêmen e as outras duas da Arábia Saudita.
O governo paquistanês se irritou por não ter sido informado da operação
que matou Bin Laden, e está sob pressão para explicar como o líder da Al
Qaeda conseguiu viver tão perto da principal academia militar do país.
Sua presença aprofundou as suspeitas de que a agência de espionagem e
inteligência do Paquistão pode ter tido laços com Bin Laden e outros
membros da Al Qaeda.
* Informações de Mark Hosenball e David Alexander/Reuters.
* * *
Tóquio:
Terremoto de magnitude 7,4 atinge o Japão*
Incidente gerou alerta de tsunami que já
foi cancelado.
Um forte terremoto de magnitude 7,4 atingiu o nordeste do
Japão nesta quinta-feira, 07/04, motivando um alerta de tsunami,
informou a agência metereológica japonesa.
O tremor, que ocorreu às 23h32 locais (11h32 de Brasília),
teve magnitude de 7,4 graus, de acordo com Serviço de Geofísica dos
Estados Unidos (USGS), e foi localizado a 66 quilômetros ao leste de
Sendai.
Segundo a agência, as pessoas que vivem no litoral da
província de Miyagi tiveram que fugir para lugares mais elevados
prevendo a chegada das ondas gigantes.
A província de Miyagi já foi afetada em 11 de março por um
tremor de magnitude 9, o mais poderoso já registrado no Japão, seguido
de um tsunami de mais de 10 metros que devastou tudo em sua passagem. A
catástrofe causou mais de 28.000 mortos e desaparecidos.
*
Informações da AFP.
* * *
Washington:
EUA anunciam imposição de sanções contra
Líbia*
O anúncio das
medidas ocorre apenas uma hora depois que um avião com os últimos
cidadãos americanos
partiu da Líbia, incluindo os últimos diplomatas presentes no país.
O Governo dos EUA vai impor sanções unilaterais contra a
Líbia e tentará coordenar sanções internacionais perante o uso da
violência por parte do regime de Muammar Kadafi, anunciou hoje a Casa
Branca.
Em entrevista coletiva diária, o porta-voz da Casa Branca,
Jay Carney, indicou que entre outras coisas os Estados Unidos congelaram
a venda de armas à Líbia e a "limitada" cooperação militar existente
entre os dois países.
Além disso, os Estados Unidos coordenam a imposição de
sanções multilaterais com seus aliados, indicou Carney. Entre as medidas
que consideram para fazer com que o regime de Kadafi "preste contas"
estão incluídos a imposição de um embargo de armamento e o congelamento
de fundos do regime.
Dentro do processo de coordenação, o presidente americano,
Barack Obama, se reunirá na próxima segunda-feira com o secretário-geral
da ONU, Ban Ki-moon, na Casa Branca, anunciou o porta-voz.
O anúncio das medidas ocorre apenas uma hora depois que um
avião com os últimos cidadãos americanos partiu da Líbia, incluindo os
últimos diplomatas presentes no país.
Após a partida deste avião e a chegada a Malta de um barco
com a maioria dos cidadãos americanos evacuados, a Embaixada dos EUA em
Trípoli foi "fechada", indicou o porta-voz, até que se restabeleça a
normalidade no país.
Na quinta-feira, o Departamento de Estado pediu aos
cidadãos americanos que abandonasse a Líbia de maneira imediata.
Sobre a simultaneidade da evacuação com o anúncio de
sanções, o porta-voz presidencial insinuou que a Casa Branca adiou a
imposição de sanções até ter a segurança de que seus cidadãos estavam a
salvo.
"Está em nossa obrigação garantir a segurança dos cidadãos
americanos e de nos assegurar que as medidas que tomamos são as
apropriadas. Estes foram os princípios que guiaram" o comportamento do
Governo americano desde que começou a crise líbia há 11 dias, explicou.
Segundo ele, "Kadafi perdeu a confiança de sua gente, está
impondo uma violência brutal contra seu povo e perdeu toda legitimidade
aos olhos das pessoas". EFE
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Informações da EFE.
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