Buenos Aires:
Sindicatos convocam manifestação contra
Kirchner*
A convocação se segue à grande
paralisação de 20 de novembro,
que bloqueou Buenos Aires, e à ocupação
da Praça de Maio.
Cristina Kirchner
Sindicatos da Argentina contrários à presidente Cristina
Kirchner convocaram na noite desta terça-feira uma grande manifestação
para o próximo dia 19 de dezembro, na histórica Praça de Maio, para
exigir a redução dos impostos sobre os salários.
"Fazemos uma convocação a todos os trabalhadores da
Argentina que tenham a intenção de expressar esta exigência ao governo",
disse em entrevista coletiva Hugo Moyano, líder da ala opositora da
Central Geral dos Trabalhadores (CGT).
A convocação se segue à grande paralisação de 20 de
novembro, que bloqueou Buenos Aires, e à ocupação da Praça de Maio por
milhares de trabalhadores contra as políticas fiscais e salariais de
Kirchner, no dia 10 de outubro.
Outro protesto, contra a reeleição de Kirchner e a
insegurança em Buenos Aires, paralisou a capital argentina no dia 8 de
novembro.
*
Informações da AFP.
05/12/2012
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Buenos Aires:
Apagão afetou Buenos Aires e sua periferia*
O problema de energia elétrica também
afetou temporariamente prédios públicos,
incluindo a Casa Rosada (governo) e o
Congresso, localizados no centro da capital.
Cerca de 450 mil moradores de Buenos Aires e sua periferia
ficaram sem luz na noite desta quarta-feira, em um apagão causado pela
queda de duas linhas de alta tensão, informaram as empresas de energia
em comunicado à imprensa.
"Cerca de 450 mil clientes ficaram sem energia em bairros
da capital e em seu entorno", disse à empresa Edesur, no final de um dia
de muito calor, com temperaturas de 36 graus centígrados que multiplicou
o consumo energético.
O problema teve origem em duas linhas de alta tensão, disse
a empresa Edenor, que não pode informar a razão do problema nos
sistemas.
Quase 14 milhões de pessoas vivem no conglomerado urbano da
capital e sua periferia.
O problema de energia elétrica também afetou
temporariamente prédios públicos, incluindo a Casa Rosada (governo) e o
Congresso, localizados no centro da capital.
O colapso total durou duas horas e meia, até que o
fornecimento começou a retornar a alguns bairros.
*
Informações da AFP.
08/11/2012
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Buenos Aires:
Senado argentino aprova expropriação da
YPF*
A Espanha anunciou represálias e deixou
de importar
quase um bilhão de dólares de biodiesel
argentino.
Cristina Kirchner
O Senado argentino aprovou na madrugada desta quinta-feira
o projeto da presidente Cristina Kirchner para expropriar o controle
acionário da espanhola Repsol sobre a petroleira YPF, e enviou o texto à
Câmara dos Deputados.
Governistas, aliados e as principais forças da oposição
votaram a favor do projeto, que obteve 63 votos. Três senadores foram
contra e quatro se abstiveram.
O texto foi enviado na madrugada desta quinta-feira à
Câmara dos Deputados, cujo plenário votará a medida em uma semana,
também sob o apoio do peronismo governista, aliados e das principais
forças da oposição, incluindo social democratas e socialistas.
O projeto estabelece que o Estado argentino controlará 51%
da YPF - divididos entre o governo (26,03%) e as províncias (24,99%). O
grupo Petersen mantém 25,46%, a própria Repsol fica com 6,43% e as
demais ações (17,09%) permanecem no mercado.
O líder do bloco governista (peronismo kirchnerista),
Miguel Pichetto, encerrou o debate no Senado com um discurso no qual
assinalou que "ninguém vai derramar uma lágrima pela Repsol na Espanha,
porque estão fazendo investimentos fora da Espanha e estão confundindo
uma empresa com um país".
A YPF produz 34% do petróleo e 25% do gás da Argentina, e
responde por 54% do refino para o mercado, segundo o Instituto Argentino
do Petróleo (IAP).
O projeto avança no legislativo em meio a fortes críticas
por parte de Espanha, União Europeia, Estados Unidos e alguns organismos
internacionais.
A Espanha anunciou represálias e deixou de importar quase
um bilhão de dólares de biodiesel argentino.
Alegando falta de investimentos na Argentina por parte da
petroleira espanhola, o governo da presidente Cristina Kirchner anunciou
na segunda-feira passada a nacionalização da YPF, após sua privatização
em 1999.
O grupo Repsol advertiu no início da semana que processará
qualquer empresa que aproveitar a expropriação da YPF para investir na
petroleira argentina.
"Nós nos reservamos o direito de empreender ações legais
contra qualquer investimento na YPF ou em seus ativos ilegalmente
expropriados da Repsol", declarou à AFP o porta-voz da empresa Kristian
Rix.
O presidente do grupo espanhol, Antonio Brufau, anunciou
que exigirá "uma compensação através da arbitragem internacional" que
deverá "ser no mínimo igual" ao valor da participação da Repsol na YPF,
estimada em 10,5 bilhões de dólares.
*
Informações da AFP.
26/04/2012
- Tópicos associados:
Argentina amplia
expropriação da YPF
Argentina
se isola com decisão de Cristina
Petrobras terá reunião 'decisiva' com
Argentina sobre concessão
Repsol quer
indenização de 8 bilhões de euros
Cristina Kirchner quer expropriar espanhola YPF
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Buenos Aires:
Argentina se isola
com decisão de Cristina
A decisão, vista
por muitos como “populista”, lembra as estratégias protecionistas
do presidente
venezuelano Hugo Chávez, repercutiu muito mal no exterior.
Da Redação*
Via Fanzine
BH-17/04/2012
Num momento em que a Argentina busca apoio para a retomada
do território das Ilhas Malvinas, a decisão da presidente Cristina
Kirchner de expropriar o controle acionário da petrolífera YPF, vem
isolar definitivamente o seu país no cenário político internacional.
Alegando falta de investimentos por parte da Repsol -
empresa espanhola que controla a YPF após sua privatização durante o
governo de Nestor
Kirchner, ex-marido de Cristina - ocasionando a necessidade de
importar combustível, a presidente conta com o apoio de grande parte dos
políticos argentinos.
Visando retomar o
controle da produção petrolífera no país e, sem apontar novos caminhos
de investimento próprio, o projeto enviado pela presidente ao congresso nacional
prevê que o governo federal argentino passe a deter 51% do controle
acionário da companhia, que terá posse dos outros 49% de participação.
A decisão, vista por muitos como “populista”, que lembra as
conhecidas estratégias protecionistas do presidente venezuelano Hugo
Chávez, repercutiu muito mal no exterior, atraindo a desconfiança de
investidores internacionais colocando em xeque a ingerência do governo
argentino sobre a economia e o seu empresariado nacional.
Repúdios e críticas de imediato
Explicitando a instalação de uma crise diplomática, o
governo da Espanha repudiou a decisão da presidente e a vê como uma
agressão à livre iniciativa, em especial, à empresa espanhola que
investe na Argentina. O governo espanhol também enfatizou que, em
diversas outras questões, sempre prestou apoio à Argentina.
O presidente do México, Felipe Calderón, taxou como
"hostil" e também repudiou publicamente a decisão argentina, afirmando
que o incremento das atividades comerciais – e não o protecionismo - é
que poderia reverter a situação do país e que a decisão de expropriação
da YPF irá somente agravar a economia do país. Para Calderón, a decisão
deverá despertar a desconfiança e posterior distanciamento dos
investidores internacionais com relação à Argentina.
Se poucas horas antes de anunciar tal decisão, a presidente
Cristina Kirchner abandonou a cúpula americana, num ato de irritação ao
entender que faltava apoio dos demais países à sua questão com as
Malvinas, agora, o país se isola ainda mais quanto à pretensão de reaver
o seu antigo território, atualmente de posse do Reino Unido e, diga-se
de passagem, também rico em petróleo.
Para alguns analistas internacionais, a
decisão consiste numa clara intrusão governamental sobre a natureza do
mercado e uma afronta às "regras do jogo democrático". A maioria
criticou a medida, vista de maneira acentuadamente negativa nestes
tempos em que a necessidade de atração dos investimentos internacionais
mais se evidencia em todo o mundo.
Nessa terça-feira, 17/04, um dia após o anúncio da
nacionalização da YPF pelo governo da Argentina, as ações da Repsol
caíram mais de 8% na Europa.
*
Com agências internacionais.
- Foto: divulgação.
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indenização de 8 bilhões de euros
Cristina Kirchner quer expropriar espanhola YPF
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Atlântico sul:
Os mal vindos
A coroa envia às Malvinas um comboio com
o príncipe Harry, dando a entender
que está disposta a promover uma nova
guerra que custe novamente
quase tantas vidas como o número de
habitantes dessas ilhas.
Por Isaac Bigio*
ESPECIAL, de Londres
Para
Via Fanzine
Tradução: Pepe Chaves
13/02/2012
Cristina Kirchner deve aproveitar o
momento político
e econômico para buscar mais concessões
às Malvinas.
A Argentina reclama várias ilhas no Atlântico sul ao Reino
Unido, que afirma seguir controlando estes territórios, porque assim
pedem os seus próprios habitantes. As Malvinas têm três mil habitantes,
na Georgia do Sul vivem menos de 30 pessoas e as ilhas Sanduíches do Sul
estão desabitadas.
Enquanto Cameron refere-se a Buenos Aires como uma
‘potência colonial que quer pisotear a autodeterminação desse povo (das
ilhas)’, é útil comparar essa atitude com a que adotou Londres ante o
seu atual território britânico do Oceano Índico. Já faz mais de quatro
décadas, expulsaram forçadamente toda a população nativa (que então era
similar em número à das Malvinas) para alugar, até 2016, o atol de Diego
García para fins bélicos
aos EUA.
Esta base militar norte-americana encontra-se em um lugar
estratégico, abaixo das Maldivas e da Índia e no meio do oceano com
maior presença muçulmana, voltada à África, ao sul da Ásia, Indonésia e
Austrália. Este local tem desempenhado um importante papel no xadrez
estratégico contra Moscou e Pequim. E, depois, nas diferentes guerras do
Afeganistão e Iraque, se tornou um dos lugares nos quais são
transladados e interrogados prisioneiros islâmicos, sob condições mais
escusas e menos supervisionadas que as de Guantánamo. Dali partirão e
podem partir, expedições para vários palcos de guerra, como os do Vietnã
e outros do sudeste asiático, Sri Lanka, Paquistão, Bengala, Himalaya,
Golfo Pérsico, Somalia, etc.
A fim de militarizar Diego García (batizada com o nome do
navegante espanhol que a visitou no século XVI), os EUA necessitaram que
o Reino Unido realizasse uma limpeza total de todos seus nativos (os chagasianos), descendentes de pescadores, coletores de coco e escravos
africanos, além de malaios que ali chegaram muito antes que os antepassados dos
atuais pastores de ovelhas e marinheiros brancos britânicos às Malvinas.
Apesar da corte ter decidido que foi ilegal a expulsão dos chagasianos e que eles têm direito a retornar às suas terras, os
sucessivos governos britânicos seguem vetando sua volta ao local de
origem.
Enquanto a coroa britânica envia às Malvinas um comboio com
o príncipe Harry, dando a entender que está disposta a promover uma nova
guerra que custe novamente quase tantas vidas como o número de
habitantes dessas ilhas localizadas ao extremo oposto do planeta, os
chagasianos, por serem negros, descendentes de escravos e um estorvo
para um milionário arranjo militar com os EUA, não podem regressar aos
seus lares, pois eles agora são os verdadeiros ‘mal vindos’.
Nova disputa pelas Malvinas
A tensão entre Buenos Aires e Londres vem se aprofundando
não só pelo 30º aniversário da guerra das Malvinas, mas pelos anúncios
de explorações petrolíferas naquelas ilhas.
O cenário tem mudado muito nestas últimas três décadas. Em
1982, a Argentina tinha uma impopular ditadura militar que estava
desgastada depois de uma crise econômica e dezenas de milhares de mortos
e torturados. Por isso, o ataque sobre o arquipélago serviu como uma
válvula de escape que não funcionou e que depois precipitou sua própria
queda.
Então, as juntas chilena e argentina discutiam regiões da
Terra do Fogo, quando Pinochet ajudou à sua aliada Margareth Thatcher, que
devolveu a ele o favor, evitando que fosse julgado, depois que foi
detido em Londres.
Hoje, a região em crescimento é a América Latina e a que está
em crise é a Europa; o Reino Unido tem mais frentes de guerra (como
Afeganistão, Iraque e Líbia e as que podem se abrir ainda na Síria ou
Irã) e suas forças armadas vêm sofrendo com cortes de verbas; a Casa
Rosada tem um regime constitucional e legalizado, interna e
internacionalmente; Cristina Kirchner é a primeira presidente do mundo a
ser reeleita, é muito popular e conta com o respaldo de toda a sua
região (inclusive, Chile e Brasil); os EUA têm Obama como mandatário -
um democrata que não quer inimizades no seu “quintal” e que não mantém o
pulso bélico dos republicanos de Reagan que, em 1982, financiava os
‘contras’ nicaraguenses e planejavam invadir Granada.
Enquanto o cenário atual é mais favorável a Buenos Aires
que em 1982, as possibilidades de se promover uma guerra agora são
menores. Um possível novo ataque às Malvinas encontraria um Reino Unido
mais preparado e armado. Além disso, militarizaria a Argentina,
colocando em risco sua recuperação econômica e poderia abrir uma caixa
de Pandora que, no final, poderia consumir à própria Cristina.
Kirchner não tem necessidade de arriscar um ‘tudo ou nada’
para promover uma desesperada retomada do território. Ela sabe que
ganharia mais através de pressão diplomática, mostrando superioridade em
argumentos legais e pacíficos esgrimidos por uma popular mandatária
eleita e respaldada por sua região, diante de uma Londres que deseja
festejar em paz o 60º aniversário da rainha e as Olimpíadas. Assim, a
presidente argentina tem como finalidade abrir uma brecha entre
Washington e Londres, se aproveitar da crise europeia e do conflito no
Oriente Médio para seguir buscando concessões.
Se a tensão aumentar, poderá atingir parte do debate
eleitoral pela prefeitura de Londres que, em maio, decidirá entre o
atual burgomestre tory Boris Johnson e o pró-chavista Ken Livingstone
que, recentemente, recordou a este articulista sobre sua oposição à guerra
das Malvinas.
* Isaac Bigio é professor e analista
internacional em Londres.
- Leia outros artigos de Isaac Bigio em
português:
www.viafanzine.jor.br/bigio.htm.
* * *
Buenos Aires:
Cristina Kirchner tem câncer e será
operada*
Exames de rotina no
dia 22/12 que revelaram um
"carcinoma papilar
no lóbulo direito da glândula tireoide".
Cristina Kirchner
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, será operada
de um câncer de tireoide no próximo dia 4 de janeiro, informou nesta
terça-feira o porta-voz Alfredo Scoccimarro.
Cristina Kirchner realizou exames de rotina no 22/12 que
revelaram um "carcinoma papilar no lóbulo direito da glândula tireoide",
disse o porta-voz.
Scoccimarro acrescentou que a presidente "já realizou
exames pré-cirurgicos que indicaram a ausência de compromisso dos
ganglios linfáticos e a ausência de metástase".
A cirurgia será realizada no próximo dia 4, no hospital
privado Austral, onde Kirchner permanecerá "internada durante 72 horas".
O período de "convalescença será de 20 dias", segundo o
porta-voz.
O vice-presidente argentino, Amado Boudou, assumirá a
direção do país entre os dias 4 e 24 de janeiro, acrescentou Scoccimarro.
A operação será realizada pelo doutor Pedro Saco, chefe do
departamento de Cirurgia do Hospital Austral e do Serviço de Cabeça e
Colo do Instituto de Oncologia 'Dr. Angel H. Roffo', da Universidade de
Buenos Aires.
A presidente manterá sua agenda normal nesta quarta-feira,
e receberá pela manhã, na Casa Rosada, os governadores das províncias.
Mais tarde, no Salão Branco, presidirá a cerimônia de entrega de
insígnias aos oficiais superiores do Exército, Marinha e Força Aérea,
revelou o porta-voz.
Kirchner, 58 anos, vinha sofrendo de quadros de hipotensão,
que a obrigavam a suspender, por breves períodos, as atividades
oficiais. A última crise ocorreu no dia 11 de outubro passado, 12 dias
antes das eleições presidenciais.
Em abril passado, Kirchner ficou 48 horas de repouso pelo
mesmo problema, e precisou adiar uma visita oficial ao México.
Cristina Kirchner reassumiu o poder em 10 de dezembro para
mais quatro anos de mandato, após vencer as eleições de 23 de outubro,
com 54,11% dos votos.
Seu marido e antecessor, Néstor Kirchner, morreu no dia 27
de outubro de 2010, aos 60 anos, vítima de um ataque cardíaco.
A líder argentina se soma à lista de presidentes e
ex-presidentes da região afetados pelo câncer, que inclui Luiz Inácio
Lula da Silva, com um tumor na laringe, e a atual presidente do Brasil,
Dilma Roussef, que superou um câncer no sistema linfático descoberto em
2009.
O chefe de Estado do Paraguai, Fernando Lugo, conseguiu
vencer um câncer linfático, enquanto o presidente da Venezuela, Hugo
Chávez, combate com quimioterapia um tumor na próstata.
*
Informações de Juan Mabromata/AFP.
28/12/2011
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