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 Polícia Federal

 

 

Operações simultâneas em Estados:

PF faz 'espetáculo' ineficaz, diz criminalista;

pesquisador vê resposta do MP*

 Operação conjunta entre Ministério Público, Polícia Federal e Ministério Público

Federal cumpre mandados de busca e apreensão e de prisão em 12 Estados.

 

Na foto, PF faz busca e apreensão em Votuporanga (SP).

 

As megaoperações realizadas nos últimos anos pela Polícia Federal funcionam como "espetáculo" e não tem eficácia, na avaliação do advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakai.

 

A operação deflagrada nesta terça-feira (9) pela PF e pelo Ministério Público de 12 Estados para desarticular suspeitos de desvios de verbas públicas prendeu 92 pessoas em menos de quatro horas. Ao todo, foram cumpridos 333 mandados de busca e apreensão; o total de órgãos investigados chega a 112. Somente no Estado de São Paulo, foram 78 prefeituras investigadas e 13 prisões efetuadas.

 

Operação contra a corrupção

 

- SP: Ação contra empreiteiras que estariam manipulando licitações públicas com ajuda de agentes públicos

- RN: Ação contra esquema de fraude na contratação de shows

- BA: Ação contra esquema de fraude na contratação de shows

- CE: Ação contra o alto escalão da Prefeitura de Quixeramobim, onde aconteceria um esquema de fraudes

- RO: Ação contra ex-prefeito de Porto Velho, vice e mais dois acusados de desvio de verbas públicas e superfaturamento

- MS: Ação contra três irmãos acusados de vender CNHs (Carteiras Nacional de Habilitação)

- RJ: Ação contra traficantes e suspeitos de suborno e tráfico de drogas na Mangueira

- MG: Ação contra esquema de sonegação fiscal de empresas que comercializam café em RJ, MG e ES

- ES: Ação contra esquema de sonegação fiscal de empresas que comercializam café em RJ, MG e ES

- PR: Ação contra delegado e investigadores acusados de cobrar propina de fabricantes de produtos piratas

- MT: Ação contra envolvidos em tentativas de compra de decisão judicial para a liberação de traficantes

- PE: Ação contra desvio de verbas em hospital de Guaranhuns e contra superfaturamento na contratação de eventos por empresa ligada ao esquema do RN

 

O balanço da operação foi apresentado no final da manhã de hoje em Porto Velho pelo presidente nacional do Grupo de Combate ao Crime Organizado dos Ministérios Públicos nacionais, o procurador-geral de Justiça de Rondônia, Hewerton Aguiar, segundo o qual o total de desvios chega a R$ 1,14 bilhão.

 

"As investigações têm um quê de espetacular, aparentam ser muito efetivas, mas não chegam a um objetivo. No final, quando saem da mídia, quase sempre não têm efetividade. As pessoas são presas, sofrem busca e apreensão, e as operações não geram nem denúncias", disse o advogado.

 

Para Kakai, a PF erra ao optar por fazer operações amplas e longas, em detrimento de investigações objetivas e direcionadas. "São operações que não terminam nunca e geram outras operações "filhotes". Eles perdem o foco principal. A PF precisa de operações objetivas: faz uma operação x, se for necessário, faz outra."

 

O advogado criminalista questiona ainda a exposição a que os investigados são submetidos nas operações da PF, muitas das quais há o acompanhamento da mídia no momento dos flagrantes. "A regra é a espetacularização: a casa, os filhos e a família dos investigados são expostos. É necessária uma lei que acabe com isso e responsabilize os vazamentos."

 

Segundo Kakai, a forma como os policiais federais conduzem as operações acabam por minar as investigações. "A grande maioria das operações é anulada pelo judiciário. Daí, a PF e os procuradores aparecem como heróis e depois os tribunais superiores ficam com a imagem de lenientes com a corrupção."

 

"Ação ajuda a combater a corrupção"

 

Para o cientista político Leonardo Avritzer, que coordena um grupo de estudos da corrupção na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), as operações são positivas para que "a população reconheça que há órgãos do Estado que coíbem a impunidade".

 

"É uma ação importante na formação de uma cultura contra a impunidade. As operações têm ajudado muito no combate à corrupção no país", afirmou Avritzer. O cientista político acredita que o Judiciário, em suas diversas instâncias, colabora para a recorrência dos casos de corrupção.

 

"Os problemas aparecem quando começa o processo no Judiciário. A cultura jurídica brasileira permite que as pessoas fiquem soltas até o processo transitar em julgado [quando não se pode mais entrar com recursos]", disse.

 

Avritzer vê na operação de hoje uma resposta do Ministério Público às ações na Justiça que pretendem tirar do órgão poder de investigação – o STF (Supremo Tribunal Federal) deve julgar em breve um pedido desse tipo. "O MP mostrou que o poder de investigação dele pode ser relevante para a sociedade."

 

* Informações de Guilherme Balza/UOL (SP).

 

- Foto: PF-SP/ Divulgação.

 

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Operação Durkheim:  

Polícia Federal descobre segunda quadrilha de roubo de dados*

Para a polícia, desde 2007, funcionários do escritório de Priscila Corrêa da Fonseca,

conhecida advogada no ramo de família, compraram informações sigilosas.

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Ao investigar por compra de dados sigilosos, a Polícia Federal chegou a uma advogada conhecida como "rainha do divórcio" e a uma segunda quadrilha, e descobriu um grupo especializado em envio ilegal de dinheiro para o exterior, do qual faziam parte agentes policiais.

 

Para a polícia, desde 2007, funcionários do escritório de Priscila Corrêa da Fonseca, conhecida advogada no ramo de família, compraram informações sigilosas. Professora da Faculdade de Direito da USP, ela ganhou dos alunos o apelido de "Priscila, rainha do divórcio".

 

A advogada está entre os 57 indiciados pela Polícia Federal na Operação Durkheim. Segundo a Polícia Federal, era a secretária de Priscila, Miriam Machado do Carmo, a responsável pela compra dos dados, entre eles declarações de Imposto de Renda, que seriam usados em processos, como os de divórcio.

 

É a pedido do escritório de Priscila, segundo a polícia, que Eliane Francisca Pereira, uma das detetives presas na operação, levanta dados de Imposto de Renda de uma mulher que estava se divorciando. Em um e-mail, Eliane pede a um intermediário: "Capricha aí. esse serviço é conjugal, o objetivo é provar que ela tem como se sustentar financeiramente".

 

Em outra mensagem, uma detetive combina com um servidor o envio de dois documentos sigilosos: "Quanto você vai me fazer os dois?". O servidor responde: "2 mil com informações, detalhadamente e tudo o mais... tá bom?".

 

Os valores cobrados pelos criminosos para vender informações sigilosas variavam de R$ 30 por um extrato bancário, por exemplo, até R$ 7 mil por uma escuta telefônica. A investigação mostrou que 10 mil pessoas podem ter sido vítimas da quadrilha, incluindo o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que teve seu sigilo telefônico quebrado.

 

Além de Kassab, foram espionados o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo no Senado, o ex-ministro da previdência Carlos Eduardo Gabas, os desembargadores Luis Fernando Salles Rossi, do Tribunal de Justiça do estado de São Paulo, e Julio Roberto Siqueira Cardoso, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

 

Durante as investigações, a PF descobriu uma segunda quadrilha que praticava crimes financeiros. Itamar Ferreira Damião e José Carlos Ayres, para a polícia, agiam como intermediadores de sete grupos de doleiros. Um agente da policia federal é acusado de participar do esquema.

 

Segundo a polícia, eles enviavam recursos de clientes para o exterior e também parte do dinheiro arrecadado com a venda de informações sigilosas. O dinheiro ia principalmente para 20 contas em Hong Kong, na China, e, de lá, para diversos países. Com a quadrilha, a polícia aprendeu 29 carros e o equivalente a mais R$ 350 mil em diversas moedas.

 

O advogado de Itamar Ferreira Damião disse que o cliente dele não é chefe de nenhuma organização criminosa. Já o advogado de José Carlos Ayres não foi encontrado.

 

O escritório de Priscila Corrêa da Fonseca disse ter sido citado pela Polícia Federal porque duas profissionais autônomas que prestaram serviços no passado são investigadas, e que as atividades do escritório de advocacia não estão sendo investigadas na operação.

 

* Informações do Jornal da Globo.

   28/11/2012

 

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Impasse com o governo:

Policia Federal anuncia greve

Policiais federais aprovam greve nacional a partir de 3a-feira.*

 

O conselho da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) aprovou nesta quarta-feira greve geral da categoria a partir da próxima semana, o que deverá afetar atividades dos agentes em fronteiras, aeroportos e portos.

 

A paralisação deverá ser iniciado na terça-feira. A categoria pede reestruturação salarial e da carreira e a saída do atual diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, informou a assessoria de imprensa da Fenapef. O sindicato reúne 13 mil filiados.

 

Cada Estado deverá definir a partir de quinta-feira as ações que deverão ser tomadas durante a paralisação, como a adoção de operação-padrão, disse a Fenapef.

 

Os policiais federais dizem não ter recebido nenhuma proposta dos governo após quase três anos de negociações com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, que está a frente do diálogo com movimentos grevistas.

 

Os agentes devem realizar uma marcha em Brasília na próxima quarta-feira. A categoria é mais uma a optar pela greve diante do impasse nas negociações com o governo.

 

As paralisações atingem diversos setores do funcionalismo federal, incluindo professores e técnicos de universidades federais, agentes da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Fundação Nacional do Índio (Funai), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), agências reguladoras e funcionários de nove ministérios em Brasília, segundo a Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef).

 

* Informações de Hugo Bachega/Reuters.

   1º/08/2012

 

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Operação Monte Carlo:

Demóstenes ajudou Cachoeira a 'nomear' prima em MG*

Do pedido de Cachoeira a Demóstenes até a nomeação de Mônica bastaram apenas 12 dias e 7 telefonemas.

 

Senador Aécio Neves (PSDB-MG).

 

Escutas telefônicas da Polícia Federal revelam que o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) intercedeu diretamente junto a seu colega, Aécio Neves (PSDB-MG), e arrumou emprego comissionado no governo de Minas para uma prima do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Mônica Beatriz Silva Vieira, a prima de Carlinhos Cachoeira, assumiu em 25 de maio de 2011 o cargo de diretora regional da Secretaria de Estado de Assistência Social em Uberaba.

 

Do pedido de Cachoeira a Demóstenes até a nomeação de Mônica bastaram apenas 12 dias e 7 telefonemas. São citados nos grampos o deputado federal Marcos Montes (PSD), ex-prefeito de Uberaba, e Danilo de Castro, articulador político de Aécio em seu Estado e secretário de Governo da gestão Antonio Anastasia (PSDB), governador de Minas. Eles negam envolvimento na nomeação.

 

A PF monitorou Cachoeira, a prima dele e Demóstenes na Operação Monte Carlo, que desmantelou esquema de contravenção, fez ruir a aura de paladino do senador goiano e expôs métodos supostamente ilícitos da Delta Construções para atingir a supremacia em sua área.

 

Professor e doutor

 

Aécio não caiu no grampo porque não é alvo da investigação. Mas ele é mencionado por Demóstenes e Cachoeira. Nos diálogos, o contraventor chama Demóstenes de ‘doutor’ e o senador lhe confere o título de ‘professor’.

 

O grampo que mostra a ascensão profissional da prima de Cachoeira está sob guarda do Supremo Tribunal Federal (STF), nos autos que tratam exclusivamente do conluio de Demóstenes com o contraventor.

 

Em 13 de maio de 2011, Aécio é citado. Cachoeira pede a Demóstenes para “não esquecer” o pedido. “É importantíssimo pra mim. Você consegue pôr ela lá com o Aécio... em Uberaba, pô, a mãe dela morreu. É irmã da minha mãe.” Demóstenes: “Tranquilo. Deixa eu só ligar pro rapaz lá. Deixa eu ligar pra ele.”

 

A PF avalia que o caso pode caracterizar tráfico de influência. “Seguem ligações telefônicas, divididas por investigado, em ordem cronológica, que contêm indícios de possível cometimento de infração penal por parte de seus interlocutores ou pessoas referidas.”

 

Na síntese que faz da ligação de Cachoeira a Mônica, a 26 de maio - o contato durou 3 minutos e 47 segundos -, a PF assinala: “Falam sobre a nomeação de Mônica para a Sedese/MG, conseguida por Cachoeira junto ao senador Aécio Neves por intermédio do senador Demóstenes Torres e de Danilo de Castro.”

 

* Informações de Fausto Macedo | Agência Estado.

   24/04/2012

 

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