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 Opinião

 

 

Itaúna:

O equívoco do reitor da UIT

Em Itaúna, reitor Faiçal tentou cercear e descrebilizar informação

veiculada por Via Fanzine sobre o processo da UIT no TJMG.

Por Pepe Chaves

editor Via Fanzine

 

Primeiramente, gostaria de agradecer ao apoio recebido de diversas pessoas amigas de Itaúna-MG, quando sofremos, na imprensa local, a tentativa de sermos tratados como um veículo de comunicação “truncado” e “equivocado”, conforme afirmou ao jornal Brexó, o reitor da Universidade de Itaúna (UIT), Faiçal David Freire Chequer. Em nossa longa resposta a ele, publicada pelo jornal Brexó, nós provamos que não há nenhum equívoco nas notícias que veiculamos aqui e envolvem a Universidade de Itaúna.

 

A primeira delas trata da desvinculação da instituição de ensino itaunense do Conselho Estadual de Educação (o qual o reitor da UIT integra) e sua vinculação ao SNE/Ministério da Educação/Governo Federal.

 

A segunda se refere ao julgamento de um processo que a UIT recorreu ao TJMG, que deixa claro o impedimento da recondução do presidente da Fundação Universidade de Itaúna (mantenedora da UIT) e que vai culminar também no impedimento da recondução do atual reitor, que já se encontra no cargo por quase uma década, após promover diversas alterações estatuárias na UIT.

 

Portanto, reafirmamos que não aceitamos a tentativa de cerceamento ao nosso trabalho, por parte do magnífico reitor da UIT, ao vir à imprensa local, colocar em missiva que estaríamos publicando informações “truncadas” ou equivocadas, como ele afirmou. Se em Itaúna a UIT está acostumada a ser adulada pela imprensa, que recebe suas verbas publicitárias, conosco é diferente.

 

Não tememos ameaças ou intimidações por parte de quem quer que seja e, para isso, estamos resguardados pelas leis nacionais, nos mais amplos aspectos.

 

Enfim, agradeço sinceramente a todos que se manifestaram em nosso favor, compreendendo que nada mais fazemos que desempenhar nosso ofício, de forma ética, responsável e confiável. A nossa resposta completa à missiva enviada pelo reitor da UIT ao jornal Brexó e publicada em sua edição da última semana, pode ser lida na íntegra ao clicar aqui.

 

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Desgoverno:

Os ‘leões de teatro’ da administração Pinto-Léia

Casal Pinto-Léia oferece espetáculo de horror na reabertura do teatro Sílvio de Matos.

 

Por Pepe Chaves

De Itaúna-MG

Para Via Fanzine

 

Desde que assumiu o poder o prefeito Eugênio Pinto vem quebrando diversos recordes na política e na administração municipal. Eugênio Pinto é um inovador, pois jamais na história desse município, um prefeito governou com tanta desconfiança popular. Jamais um prefeito foi tão criticado administrativamente ou teve tantos envolvimentos com a Justiça, inclusive, de ordem pessoal.

 

Ele também  quebrou o recorde das ruas esburacadas. Nunca antes na história desse município, vi tantas pessoas se queixarem ao mesmo tempo de ruas esburacadas. Além de nem conseguir manter o que já existia, ele também dilapidou Itaúna: fechou um teatro por cinco anos; queria fazer um banheiro na Praça da Matriz, não concluiu a ETE que prometera ainda no primeiro mandato, deixou escolas municipais caírem para só assim receber reformas.

 

A CPI da Informática é somente um caso à parte de ineditismo na política local. Nesse cenário, o prefeito assinou um contrato milionário com uma empresa de informática, que cobrou valores superiores aos de mercado e não cumpriu o que fora programado. E assim como foi nesse contrato de valor superior a R$ 6,5 milhões, há outros, que se fossem investigados – por quem deveria investigar – decerto, mais irregularidades seriam encontradas.

 

Um governo que teve audácia de criar concurso de beleza para eleger professora mais bonita, colando cartazes de convocação às “pretendentes” em todas as escolas municipais. Isso somente não foi adiante, porque este jornal denunciou o festival e beleza da educação itaunense – que, na realidade, não tem beleza nenhuma.

 

Ter uma cidade com um prefeito que você custa a entender o que ele fala é terrível. Ainda mais quando ele se acerca de “choferes brigadores” dispostos a matar qualquer um em nome de seus interesses. Os choferes atacam porque têm medo de perder a boquinha que conquistaram para rodar com seus veículos e sorver dinheiro do povo. Há motoristas contratados, porque o prefeito sucateou os veículos da cidade, colocando-a – na conveniência não se de quem – à mercê das empresas de aluguel de veículos.

 

Pelo visto, isso foi vantajoso para o prefeito, pois motoristas não faltam para ele terceirizar com dinheiro público e, ainda mais, quando estes prestam também serviços de capangas profissionais, defendendo ele e de quebra, a sua indefesa segunda dama. Usar motoristas para agredir um contribuinte, um cidadão ativo e sem filiação política, é uma covardia que poderia sair somente das entranhas desse prefeito recordista.

 

Estas cenas degradantes que se passaram nas dependências do Espaço Cultural de Itaúna são a mostra do despreparo total da senhora Íris Leia e do seu amásio, prefeito Eugênio Pinto numa administração pública. É a mostra do próprio despreparo administrativo desse desgoverno jamais visto, do despreparo para se relacionar com o público, com as ideias contrárias, com a democracia - a mesma que permitiu a um aventureiro político e ex-agiota se eleger prefeito.

 

E seria bom se as autoridades da Segurança local estivessem atentas às ameaças que Lincoln Melo e Júnior Capanema vêm sofrendo de pessoas ligadas ao governo Eugênio Pinto, por se expressam publicamente contra os seus reiterados absurdos de tal administração. Estas pessoas demonstram que são capazes até matar, se forem ordenados a isso. Tudo o que querem é agradar o prefeito, idolatrar aquele que garante sua boquinha para mamar verbas públicas. São verdadeiros leões de chácaras que também servem para vigiar teatro.

 

Mas, é assim que ocorre, quando gente sem o menor preparo é eleita por gente sem o menor preparo para fazer o que nunca fizeram... É assim que Itaúna merece caminhar, entre a penumbra de pessoas, que se julgam políticos e que o povo inventa da noite para o dia. Que estão ali para mamar os recursos públicos que aumentam, enquanto os serviços que oferecem diminuem cada vez mais. Assumem o poder, se divorciam da antiga esposa, arruma uma nova e convocam uma corte à altura do seu (mau) gosto. Juntos, estarão ali por alguns anos, gozando a vida, gozando a cara do povo.

 

Uma cidade onde a maioria é medrosa, acomodada, preguiçosa, aleatória, omissa, merece sim, ter praticamente todas as suas ruas esburacadas, coletivos caros, matagal por toda parte, saúde e educação sucateadas e por aí vai... É até baixo o preço pago por todos, pela omissão de todos. Ninguém frequenta a Câmara, ninguém opina como cidadão.

 

E ninguém tem o direito de reclamar do prefeito, se nada fizer contra os seus evidentes absurdos.

 

É num cenário assim que alguém “apanha” literalmente dessa pifada administração de Eugênio Pinto: justamente, porque teve coragem de lutar por aquilo que pertence a todos. Ou que deveria pertencer...

 

- Leia também: Itaúna Ardente Prefeito e amásia agridem advogado

 

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Em nome das crianças:

Desrespeito e vandalismo na Praça da Matriz

O que vi, foi uma praça pública numa verdadeira bagunça e,

jamais, a vi tão suja e deplorável como naquele domingo.

 

Por Pepe Chaves

De Itaúna-MG

Para Via Fanzine

 

Os gramados da Praça da Matriz foram depredados e pisoteados por milhares de pessoas.

 

Estive de passagem por Itaúna no domingo 17/10, e por coincidência, passei pela praça “Dr. Augusto Gonçalves”, a Praça da Matriz. O que vi ali foi deprimente, sob diversos aspectos. No local, estava sendo realizada uma “festa para as crianças”, sob patrocínio do prefeito Eugênio Pinto (PT). Mas não eram somente crianças que se divertiram ali. A TV Alterosa (parceira no evento) esteve lá, filmando a festa, sobretudo, o ego de diversos políticos candidatáveis que desfilavam sorridentes entre os presentes.

 

O que vi, foi uma praça pública numa verdadeira bagunça e, jamais, a vi tão suja e deplorável como naquele domingo. Notei que ainda havia diversas pessoas “se divertindo” no local, mas parece que o “furacão” já havia passado - a julgar pelo estado lamentável da praça. Pelos gramados dos jardins, centenas (senão milhares) de copos plásticos e outros objetos descartáveis consumidos se encontravam jogados. Reparei em diversos canteiros, sorvetes (distribuídos gratuitamente), refrigerantes e outros “líquidos”, balões, cascas de sorvete, papéis de balas, bombons etc, emplastando o gramado.

 

Num pequeno picadeiro, digo, palanque, vi o prefeito e a sua “primeira” (na verdade, segunda) dama, sorrindo e tirando fotos com as crianças. Pareciam estar liberando a criancinha interior entre aqueles inocentes baixinhos e seus papais eleitores. Eles se divertiam abraçando e sorrindo com crianças, enquanto em torno deles, o maior patrimônio público da cidade – sua praça principal – mais se assemelhava a um chiqueiro.

 

Sinceramente, eu fiquei meio chocado com estas cenas, que não me saem da memória. Elas comprovam muito do que sei, constatei, alertei  e não cansarei de dizer. E digo, dentro da maior honestidade, não de um repórter que agora me faço, mas do cidadão que antes sou: nem em épocas de panfletagens politiqueiras “brabas”; encontros de motos radicais e shows de heavy metal, eu tinha visto aquela praça em estado tão deplorável, com seu gramado tão pisoteado e maltratado.

 

Mas não para por aí. Tão desrespeitoso aos cidadãos e à própria natureza do lugar quanto “emporcalhar” todo o gramado e as vias públicas ao redor, foi a triste idéia de usar as árvores da praça para fixar cartazes de propaganda. Sim, isso mesmo! E não eram um ou dois, mas dezenas de baneres publicitários, dantescamente dependurados nas árvores – que, ao contrário, mereciam cuidado e respeito por parte daqueles que usam o espaço delas, em prol das suas promoções.

 

Desrespeito grotesco: árvores usadas como cabides publicitários.

 

Um supermercado, “parceiro”, dessa infeliz administração municipal usou e abusou das árvores da Praça da Matriz para dependurar cartazes com sua logomarca. A coisa foi tão grotesca e desrespeitosa, além de esteticamente tão absurda, que custo a acreditar que uma empresa realmente séria, aliada a uma administração municipal que se diz séria, pratique algo tão ridículo e apelativo assim [veja foto acima].

 

Este espetáculo grotesco não se trata apenas do cúmulo do merchandising barato, mas de uma típica iniciativa de mercenários doentios e sem limites. Usar árvores da praça da matriz para pendurar cartazes publicitários é um atestado de doença monetária, de excesso de adoração ao dinheiro e sobreposição de seus interesses sobre os seus semelhantes. Além disso, é desrespeitoso, de muito mau-gosto, anti-ético e anti-ecológico. Tal idéia, só pode ter saído da cabeça de alguém que pensa que “tudo pode” para “aparecer” sobre a maioria. Espero que essas bisonhas “parcerias” firmadas em nome do município pelo senhor prefeito, não se repitam, pois se constituem verdadeiros “casos de polícia”, dignos de registro de Boletim de Ocorrência Policial por depredação e  desrespeito ambiental, por parte de qualquer cidadão comum.

 

Urge que o Legislativo Municipal institua leis que regulamentem esse tipo de promoção comercial/política na Praça da Matriz, bem como noutros locais públicos não propícios para a realização de tais eventos. É inadmissível que o patrimônio público seja depredado desta maneira, sob os olhos de todos nós, num clima de festa pretensamente dedicada às crianças da cidade, como neste caso. Mas, como constatei, quem estava a se divertir ainda mais, eram políticos e políticas que, desde já, buscam usufruir de recursos públicos, influências e funcionários da máquina pública em prol de suas pretensas candidaturas (ou de seus cônjuges) às próximas eleições.

 

Vândalos não são as crianças que sujaram e depredaram a praça da matriz da terra em que nasci, diga-se, devidamente autorizadas para tanto; senão aqueles que deveriam agir como agentes públicos e cidadãos responsáveis, mas que permitiram mais um ato de depredação ao patrimônio comum em Itaúna.

 

- Fotos: João Batista de Oliveira.

- Leia também: Por e-mail - Destruição legalizada do coração de Itaúna

 

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Itaúna, uma cidade nota 3:

Mais um aniversário sem nada a comemorar

Cidade completa 108 anos e ver sua qualidade de vida cair a cada dia.

 

Por Pepe Chaves

De Contagem-MG

Para Via Fanzine

 

Itaúna: enquanto a receita cresce, a qualidade de vida cai.

 

Itaúna completou 108 anos de emancipação político-administrativa neste 16/09/2009, mas não temos muito que comemorar. Nos últimos seis anos temos visto cair, sobremaneira, a qualidade de vida no município.

 

A saúde está precária e atendimentos no hospital local estão demorando horas, quando são feitos. A displicência das autoridades com a saúde traz constrangimentos a jovens e idosos que necessitam do único hospital da cidade.

 

A educação também vai de mal a pior. Inclusive, os três últimos secretários de Educação e Cultura não se pronunciaram publicamente sobre as mudanças ortográficas. Não bastasse, os mesmos estão sendo investigados por uma Comissão Especial da Câmara (bem como diversos outros servidores públicos) sobre a compra milionária de computadores pela prefeitura. A Prefeitura de Itaúna comprou 100 computadores por R$ 2,5 milhões, ao custo unitário de R$ 25 mil cada, algo inexistente no mundo e até difícil de acreditar. Vale dizer que vários dos convocados pela Comissão não têm comparecido para prestar os esclarecimentos inerentes às suas funções públicas. Se esta "super" compra não for considerada irregularidade, eu creio que nada mais será e que estamos mesmo é de cabeça para baixo em Itaúna.

 

Não bastasse isso, a população convive com ruas esburacadas, transporte coletivo dos mais caros de Minas e de péssima qualidade. Outro motivo a não comemorar é a cadeia pública da cidade, que amontoa pessoas de forma desumana e precária. Mesmo com promessa de governador e prefeito, nada foi feito após muito clamor social, durante vários anos.

 

Apesar da recaída na qualidade de vida local, a receita do município quase que triplicou da época do prefeito anterior ao atual. Com um orçamento mais de três vezes superior ao do último prefeito, Itaúna arrecada mais, mas está cada vez mais sucateada como cidade. Apesar da alta arrecadação municipal, nem buracos de ruas estão sendo tampados. Além disso o nosso prefeito, investigado pela Polícia Federal no ano passado, está tendo uma ação julgada no TRE-MG, por supostos abusos durante a campanha que o reelegeu com apenas 1% sobre seu concorrente.

 

O único teatro público continua fechado e sucateado pelo mesmo prefeito, Eugênio Pinto, praticamente, desde que ele assumiu o cargo, faz quase seis anos. Nenhuma providência foi tomada e a verba orçamentária destinada ao teatro foi desviada por ele, com apoio de quase todos os vereadores, para a construção de mais uma escola.

 

Por falar em escolas, este mesmo governo não tem investido nas escolas municipais. Algumas chegaram a ruir e a colocar em risco a integridade de alunos; outras estão cheias de pombos, piolhos e mofo.

 

O setor de educação, em vez de se preocupar com a qualidade do ensino, se mostrou preocupado sim, com a criação de um concurso de beleza entre os professores, algo surreal e absurdo que só não foi adiante porque nós denunciamos aqui neste jornal. Mesmo assim, o prefeito prometeu investigar de quem foi esta belezoca de iniciativa, mas não teve capacidade (ou coragem?) de tornar pública a “mente brilhante” que desejava avaliar a “beleza na Escola”.

 

Além disso, nosso inteligentíssimo prefeito mandou instalar calhas de chuva na fachada do prédio histórico do único museu da cidade. Apesar de termos feito diversas denúncias sobre este fato, nem a prefeitura nem o Ministério Público tomaram as devidas providências.

 

Falando de educação superior nem a “nossa grande” universidade tem sido motivo de orgulho, com uma nota 3 no IGC, comemorada como gol de conquista da Copa do Mundo pelo reitor. Apesar de ser uma nota regular, a universidade tem feito a mesma se passar como “ótima”, aos olhos dos incautos e leigos. Para tanto, usou, creio, sem a devida permissão das mesmas, os nomes de mais de 100 instituições de ensino superior (que também obtiveram nota 3) para reafirmar a “grandeza” da Universidade de Itaúna. Ou seja, a grandeza dessa universidade não se mede pela nota 3 do IGC do MEC, mas sim, pelo desempenho de outras universidades... Que critério é esse, meu Deus? Será que somos tão otários assim? Realmente, quando o sol está muito quente, qualquer peneira oferece proteção às cabeças largas.

 

Assim, somos governados, se é que temos mesmo governo nessa cidade, pois o que vejo é a cidade seguir à própria sorte, com seus administradores, cada vez, mais, acumulando patrimônio pessoal em forma de vários bens, móveis e imóveis. Realmente, apesar de não residir mais em Itaúna, cada vez que visito a cidade, vejo algo errado, destruído, desleixado ou não preservado por quem percebe muito bem para “administrar” a cidade e suas instituições.

 

Não bastasse somente os desgovernos, mentiras e incompetências, fato é que o terrorismo chegou a Itaúna, juntamente com a administração do PT. Senão, vejamos: recentemente, uma advogada teve seu carro quase explodido por uma forte bomba; pouco depois, um cidadão teve partes de sua casa dilacerada por uma bomba atirada contra ela. Mais bomba? Sim, uai! No 11 de setembro o prefeito dispensou o funcionalismo, porque o prédio da prefeitura estaria abrigando uma suposta bomba, pronta para explodir... Que trote mais besta!

 

A idéia que se tem é que somos "governados" por vândalos desaculturados e inconsequentes, que se preocupam somente com sua própria subsistência, seu cartaz, suas medalhas e qualquer mentira que venha maquiar a “verdadeira realidade” itaunense.

 

Esta é a “grande realidade”, como diz um famoso jornalista brasileiro.

 

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Patrimônio & Cultura:

CODEMPACE poderia deixar o Rosário em paz

'Heróis patrimoniais' nomeados pelo prefeito são incapazes de intervir nas

questões que realmente interessam a sociedade itaunense.

 

Por Pepe Chaves

De Contagem-MG

Para Via Fanzine

 

Em recente artigo enviado à imprensa de Itaúna, intitulado, “Aos verdadeiros donos do patrimônio cultural de Itaúna: o cidadão comum” o ex-presidente e atual secretário do CODEMPACE (Conselho Deliberativo Municipal do Patrimônio Cultural, Artístico e Ecológico de Itaúna), Jerry Adriane Teles Magalhães exalta sua gestão como presidente do Conselho (17/12/2007 a 31/12/2008), ao afirmar que muitas pessoas ficaram sabendo da existência desse conselho de 2008 para cá.

 

Em verdade, tão pouco vimos de positivo na atuação dessa “entidade”, cujos membros são indicados pelo prefeito municipal (algo como deveria ser a sonhada “Fundação de Cultura” que queriam criar) e nada mais fizeram a não ser se omitir ou atuar descaradamente em prol dos interesses desse alcaide. Atualmente, o CODEMPACE é presidido pelo funcionário da Prefeitura Sr. João José de Oliveira, servidor de cargo de confiança que já passou por diversas e distintas funções do governo pintista e agora está lotado como diretor do Departamento de Cultura da Prefeitura.

 

Mas, tudo é muito relativo. O período em que o ilustre ator “codempacense” acredita que o CODEMPACE teve um bom desempenho (em sua gestão como presidente), foi o mesmo em que mais casarões antigos da cidade ruíram e deram lugar a terrenos baldios. Dezenas de casos ocorridos em vários locais até poderiam ser enumerados aqui, mas não é o caso agora. O CODEMPACE ou o prefeito, jamais tiveram responsabilidade com o casario antigo de Itaúna e acreditam que a única coisa que mereça “atenção” deles, é a Igreja do Rosário! Jamais se falou, sequer, se pensou, na criação de uma política patrimonial para a preservação do casario antigo de Itaúna, que se extingue a olhos vistos, a cada ano que passa. Disso, o "nosso" Conselho, infelizmente não trata.

 

Entretanto, CODEMPACE não pode se restringir à Igreja do Rosário, seja no sentido de alegar preservá-la, ou para intervir “em seu favor”, muitas vezes, pecando por “excesso de zelo” ou até mesmo por ignorância ou ainda, por “não ter mais o que fazer” num raio de alguns metros além do Rosário. Quando digo que o CODEMPACE na gestão de Eugênio Pinto sempre se omitiu e apenas o obedeceu, eu posso citar o teatro Sílvio de Matos, que completou quatro anos fechado e sucateado. Em todo esse tempo, sequer, o CODEMPACE se manifestou! O Conselho (claro, TODOS os seus membros) se omitiu covardemente e deixou este pesado quinhão nos ombros de alguns gatos pingados da iniciativa privada, como se apoiasse o sucateamento do único teatro local pelo prefeito Eugênio Pinto. Que conselho patrimonial é esse que se cala quando o maior patrimônio físico da arte e da cultura local é fechado arbitrariamente, anos a fio, por um prefeito?

 

É evidente que o CODEMPACE jamais se manifestou – e assim permanecerá – sobre o teatro Sílvio de Matos porque o assunto poderia ameaçar emprego público de “parentes” de gente do próprio Conselho, inclusive, na gestão do senhor Jerry. É evidente que este conselho se tornou nulo, num momento de cobrança social, porque todos ali foram nomeados pelo prefeito de Itaúna. Foram nomeados por aquele que mais desserviço prestou à Cultura local, aniquilando-a, seja ao fechar o único teatro local ou por extinguir um calendário cultural anual que era cumprido por mais de dois mandatos anteriores.

 

Não bastasse isso, nem mesmo a preservação daquela que é uma das mais preciosas construções de Itaúna, hoje pública, que é o prédio da antiga estação ferroviária, não tem merecido a atenção do CODEMPACE – ainda que abrigue ali, o local de trabalho de um dos membros desse conselho - por sinal, mais um membro de cargo público. Denunciamos por N vezes em Via Fanzine, sobre as calhas que o prefeito mandou instalar na fachada daquele prédio histórico, descaracterizando. O CODEMPACE nada fez para reverter o problema e, mais uma vez, sequer se manifestou. Diga-se, nem o CODEMPACE, nem qualquer outra autoridade ligada ao patrimônio público itaunense, sequer ousou comentar sobre esta denúncia. Vão lá e vejam o estrago.

 

Um Conselho patrimonial que deixa ocorrer o que ocorreu com o antigo prédio da estação, atual Museu Municipal Francisco Manuel Franco, não pode ser levado à sério por qualquer cidadão consciente. E agora, me surpreende que este “conselho” esteja se manifestando para a retirada de uma enorme imagem de Cristo Redentor, colocada por um cidadão em sua residência no Alto do Rosário.

 

O CODEMPACE e alguns de seus membros como o Sr. Jerry Magalhães e o seu presidente, diretor de Cultura da Prefeitura, Sr. João José, afirmam que a imagem do Cristo Redentor está descaracterizando a paisagem histórica da Igreja do Rosário, cuja capela data do século 18. Eles causaram um tremendo mal-estar para o proprietário da imagem, ao sugerirem a retirada do monumento. O proprietário que se nega a retirá-la, sob à pressão dos nossos “benfeitores culturais e patrimoniais”, afirma que em sua casa ele coloca o que quiser.

 

No entanto, não vi os nossos “benfeitores” agirem no sentido de retirar as parafernálias colocadas no morro, que fica defronte o Rosário, o Bonfim. Também no Morro do Bonfim há uma capela antiga, do século 19, hoje cercada por toneladas de ferros, das dezenas de torres e antenas de telecomunicações ali instaladas.

 

Eu gostaria muito de ver o nosso “atuante” CODEMPACE, capitaneado pelo nosso efetivo diretor de Cultura “peitar” estas empresas que instalaram dezenas de antenas no Morro do Bonfim e descaracterizaram, MUITO MAIS, uma das principais paisagens históricas da cidade. Gostaria muito de ver o empenho deste Conselho e de sua “assessoria cultural”, no sentido de alegar para cada uma daquelas empresas, algumas multinacionais, que elas faltaram com o respeito para com o patrimônio de Itaúna, pois enfiaram na frente da capela histórica (e dos lados) suas enormes antenas que em nada têm a ver com a paisagem local.

 

Mas, como estes nossos “heróis patrimoniais” preferem é enaltecer seus nomes, como se algum dia tivessem feito qualquer benesse efetiva à comunidade de Itaúna. Preferem puxar a sardinha para seus nomes e seus "feitos sem efeitos", como se tivessem resolvido grandes problemas ou buscado grandes soluções para o verdadeiro caos visto na cultura e no patrimônio público locais. Mas, se enaltecem é com pequenos e descarados feitos, como impedir que uma capela já descaracterizada há séculos, tenha sua recuperação impedida e sua integridade ameaçada ou até alardear “faxina” em teatro fechado (sic!). Como testas-de-ferro, ou laranjas da cara-de-pau, esquecem-se que, na realidade são figuras simplesmente nulas, pois quem realmente poderia mudar alguma coisa nesse sórdido panorama do patrimônio e da cultura local, está “andando pra Itaúna”.

 

Um administrador que não lê livros, que não procura enaltecer a cultura e as produções artísticas de seu povo, jamais legará grandeza. Um administrador que promove concurso de beleza em escola pública, que sucateia teatro, destrói coreto pra fazer banheiro público, depreda fachada de museu, não presta manutenção às áreas de propriedade municipal e ainda tenta criar “fundação cultural” para tampar o sol com a peneira, é capaz de levar a cultura de um lugar a décadas de atraso, com apenas poucos anos de governo.

 

E, note-se, tudo isso piora acentuadamente, quando tal administrador se acerca de pessoas desinteressadas, cegamente servis e equivocadas, até mesmo, com a própria função que deviam desempenhar na vida pública.

 

* Pepe Chaves é editor do diário digital Via Fanzine.

 

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Histórias que se fundem:

50 anos do Banco do Brasil em Itaúna

Depois de cumprir todas as exigências do Banco do Brasil,

foi inaugurada a Agência de Itaúna, instalada no prédio do Automóvel Clube.

 

Por Guaracy de Castro Nogueira*

 

As principais indústrias do município arcaram com todas as despesas para se adaptar o local escolhido pelo Banco, como consta da Folha do Oeste de 18 de abril de 1959.

 

A inauguração deu-se no dia 13 de abril de 1959, segunda-feira, autorizada que fora pelo Banco Central, no dia anterior, completando em 26 de maio, 50 anos, um mês e 13 dias do tão auspicioso evento. A benção das instalações foi celebrada pelo vigário padre José Ferreira Neto, presentes numerosas autoridades e diretores do banco.

 

A sociedade itaunense recepcionou os funcionários em um baile de gala, no sábado seguinte, dia 18, no mesmo Automóvel Clube, festa filmada e exibida por uma semana nos cinemas da cidade. Pena é que ninguém sabe onde tal filme pode ser encontrado.

 

Tínhamos aqui apenas os tradicionais bancos Comércio e Indústria, do Cristiano Guimarães; da Lavoura, da família Faria; o Mercantil, da Família Araújo; o Minas, da família Guimarães. Grandes bancos mineiros, com tradição em nosso Estado, mas pequenos se comparados ao Banco do Brasil.

 

Muitas lideranças trabalharam para a vinda do Banco do Brasil, José de Cerqueira Lima, presidente do PSD e diretor da Companhia Industrial Itaunense; José Francisco de Freitas (o Biscoitão), presidente do PTB e líder sindical têxtil, interpretando as aspirações dos industriais, comerciantes, prestadores de serviço e da população.

 

As portas da Agência só se abriram ao público depois de 13 dias de organização interna, administrativa e funcional, no dia 26 de abril de 1959; daí estarmos, justamente hoje, comemorando, com um mês e um dia de atraso, o cinqüentenário de funcionamento de portas abertas ao público.

 

O primeiro gerente foi Wilton Carvalheira Ramos, figura simpática e agradável, vindo de Patrocínio. Inicialmente, contou a Agência com 15 funcionários. Além do gerente, lembramos Raymundo da Silva Rabelo, Hidelbrando Canabrava Rodrigues, Carlos Correia de Aquino, Laércio Dutra e Silva, Paulo Otávio Dias, Hely Arci de Andrade, Salvador Leonardo Borges, Alberto Mendes, Washington de Oliveira, Jesus Pereira Campos, Edson Mário de Feo, Fausto Augusto Machado (que logo saiu, permutando com Salvador), Carlos Alberto Marques, Nell Dias Paiva, Paulo Firmo, José de Oliveira Xavier, Waldir João de Paula e José Guimarães (contador que, logo depois, foi para Divinópolis). Talvez algum outro, esquecido no momento. Certo que destes alguns aqui ficaram por pouco tempo, sendo substituído por outro. Muitos destes servidores permaneceram em Itaúna, constituíram aqui família e hoje, com seus descendentes, dignificam a sociedade itaunense e continuam contribuindo para o nosso crescente desenvolvimento.

 

Os seis primeiros gerentes, que plantaram e tornaram sólida a instituição em nosso município, foram Wilton Carvalheira Ramos, Raymundo Araújo Maranhão (aqui faleceu em 5 de fevereiro de 1958, nove anos depois da instalação), Odilon Gervásio Baltar, Wilson Ferreira, Oswaldo Jorge e Antônio Beluco Sobrinho. É justo que se saliente que foi a partir da gerência de Osvaldo Jorge, seguida pela a de Antônio Beluco, que o Banco do Brasil deixou de ser apenas um banco estatal para ser um banco verdadeiramente comercial, abrindo suas portas para operações de crédito até então da área dos bancos privados.

 

Destacamos dois fatos ocorridos em conseqüência da presença dos funcionários do Banco em nossa cidade.  O primeiro: José de Cerqueira Lima havia inaugurado o até então melhor loteamento da cidade, o Bairro Cerqueira Lima. Habilmente, com visão comercial e apoio do próprio banco, que era, à época, muito liberal no relacionamento com os funcionários, ofereceu em boas condições, lotes aos que quisessem construir no Bairro, chamado “chic” da cidade. Salvo engano, os primeiros que aceitaram a oferta foram Salvador Leonardo Borges, Paulo Otávio Dias, Hely Arci de Andrade e Raimundo da Silva Rabelo, gente jovem com idéias avançadas em contraste com o conservadorismo da cidade, daí a população mudar o conceito do bairro, que já não era o mais “chic”, mas o “moscouzinho” da cidade burguesa de Itaúna.

 

O outro fato, de grande importância e conseqüências profundas para a comunidade foi a presença dos funcionários do Banco do Brasil na fundação da Universidade de Itaúna. Desta história tenho documentos e testemunho das personagens.

 

Milton de Oliveira Penido era o prefeito, assumiu em 1º de fevereiro de 1963 e ficou até 31 de janeiro de 1967. Período de quatro anos, bastante tumultuado pelo desejo de alguns de promover a emancipação do Bairro de Santanense, sob a liderança do deputado de Divinópolis, Alvimar Mourão, processo abortado pela cívica reação estudantil e popular, respaldada pela presença do itaunense dr. Miguel Augusto Gonçalves de Souza no governo de Magalhães Pinto

 

No apagar das luzes daquele governo, uma verdadeira onda agitava Minas Gerais, pois inúmeras cidades pleiteavam implantar o ensino de nível superior. Em Divinópolis e em Barbacena surgiram os primeiros cursos, em caráter precário, em estágio probatório, para funcionar precariamente. Pendentes de posterior regularização. Em Formiga, projetava-se a Universidade do Oeste, sob a liderança de Ângela Vaz Leão, notável professora, filha daquela cidade e grande influência e prestígio no ensino superior do Estado.

 

O jornalista José Waldemar Teixeira de Mello, dos Diários Associados, recebeu a função de entrevistar as lideranças destas cidades. As matérias que a respeito escreveu, tão logo publicadas no chamado grande jornal dos mineiros, despertou enorme interesse em todo o Estado. É que o jornalista itaunense, aquele que publicou, quando menino, A Gazetinha, vocação precoce para o jornalismo, foi a primeira pessoa a levantar, na grande imprensa mineira, a aspiração de nossa cidade de ser sede de uma universidade. Por que não Itaúna? O jovem ainda adolescente abriu a discussão a respeito de assunto tão relevante.

 

Em nossa cidade, duas escolas de Comércio lançavam todo ano dezenas de contabilistas no mercado de trabalho: a Escolinha do Carmelo e a do Colégio Santana.

 

O funcionário do Banco do Brasil Raimundo da Silva Rabelo, desejoso de progredir profissional e intelectualmente, matriculara-se logo no curso de letras da Faculdade de Divinópolis, freqüentando aulas à noite. Despertado por um amigo, Carlos José de Melo, irmão da esposa do futuro gerente Antônio Beluco Sobrinho, Maria Angélica, tomou conhecimento da criação de tais cursos. Através desse amigo, entrou em contato com as lideranças educacionais de Divinópolis, Carlos Altivo e José Dias Lara. Contagiado pela idéia, imaginou Raimundo Rabelo criar em Itaúna, seguindo os mesmos passos, uma Escola de Ciências Econômicas. O ilustre professor Lara chegou a ser pessimista, não acreditando na possibilidade, por ser Itaúna “uma cidade muito pequena”.

 

Rabelo não desanimou, chegando de volta, no dia seguinte encontrou-se com os jovens professores Marco Elísio Chaves Coutinho e o advogado Luiz Augusto Gonçalves, entusiastas que muito incentivaram Rabelo para levar adiante o sonho tão arrojado. Procurou, em seguida, Hidelbrando, o “Bandinho”, e conversou com os demais colegas. Entusiasmo geral. A “isca”, idéia do José Waldemar, estava sendo mordida por peixes grandes.

 

Elaborou-se um abaixo-assinado entre os funcionários do Banco de Brasil e estes começaram a colher assinaturas entre os contabilistas clientes do Banco. O primeiro a assinar foi o saudoso professor de contabilidade e advogado Paulo de Magalhães. E houve um rápido crescimento no número de assinaturas. Meu amigo e vizinho Kleber de Faria Melo, analista e contabilista de projeção, endossou o manifesto, e soube que o documento ia ser entregue ao deputado Alvimar Mourão, grande liderança em Santanense e amigo do Governador Magalhães Pinto. Discutida a idéia, pelos demais líderes do movimento, ficou claro e evidente que o abaixo-assinado deveria chegar às mãos do itaunense Miguel Augusto Gonçalves de Souza que estava revolucionando a política local, unindo os partidos, com enorme prestígio junto ao governador. E havia grande urgência para o cumprimento da tarefa, pois o prazo estava curto e Magalhães Pinto na reta final de seu governo.

 

O brilhante funcionário Carlos Correia de Aquino ficou encarregado de redigir a petição encabeçando o abaixo-assinado, logo depois entregue por uma comissão ao líder maior do município, dr. Miguel Augusto, em 11 de setembro de 1965, dia em que Magalhães veio a Itaúna inaugurar a estrada asfaltada para Santanense.

 

Independentemente da resposta do dr. Miguel, Rabelo e seus colegas, certos de que criariam a Faculdade de Ciências Econômicas, nos moldes dos cursos de Divinópolis e Barbacena, abriram, logo, no prédio onde funcionava os serviços do Sesi em Itaúna, no casarão que foi residência do Dr. Augusto Gonçalves de Souza Moreira, um curso preparatório para vestibulandos de economia, que confiavam ia em breve ser aberto. Três professores já estavam organizando suas apostilas, Ibsen Drumond, para Português e Literatura; Antônio Dornas de Lima, para Inglês e Paulo Castanheira, para Matemática.

 

O resto da história é do conhecimento de todos.

 

As normalistas da Escola Normal organizaram também seu abaixo assinado, como o dos contabilistas, com texto da líder, professora Vânia Coelho Campos, e, em comissão, em Itaúna, entregaram ao Dr. Miguel a pretensão das professoras, vale dizer, criação de um curso para formação de pedagogas, em nível superior, no mesmo 11 de setembro de 1965.

 

Ninguém pensou em universidade. Seria querer um objetivo inalcançável numa cidade em que por ordem do Secretário de Educação, Abgar Renault, poucos anos antes, fechou-se um curso científico, sob alegação da inexistência de professores para o segundo grau.

 

José Waldemar Teixeira de Mello foi o único que falou em Universidade, estimulado pela já então falada Universidade Norte-Mineira, instalada depois em Montes Claros. Rabelo e Vânia, os funcionários do Banco do Brasil e as normalistas foram, sem dúvida, os que acreditaram na idéia “louca” de se criar cursos que acabaram como parte de uma universidade, “numa cidade pequena”. 

 

Quando Miguel Augusto em Itaúna, num comício no final de setembro de 1965, no pátio do Grupo Escolar José Gonçalves de Melo, em prol do doutor Roberto Rezende, médico particular de Magalhães e por ele apoiado como candidato a governador, anunciou a criação de Universidade de Itaúna, para atender ao pedido dos bancários e das normalistas, professoras, ninguém acreditou. Nós, seus amigos mais próximos, chegamos a dizer-lhe que era demagogia demais... Não acreditávamos na boa nova... E fomos unânimes em pensar que tal sonho jamais se realizaria

 

Miguel Augusto, um itaunense generoso e apaixonado pela sua terra e de seus antepassados, alguns heróis da grandeza de Itaúna, em 25 de setembro de 1965, reunidos com a “Sociedade dos Amigos de Itaúna”, em Palácio, colocou diante do governador, para receber assinatura, a mensagem à Assembléia Legislativa, de criação da Universidade de Itaúna, o Governador, grande amigo de nossa terra, depois de assinar o papel, pergunta a Miguel Augusto: Itaúna tem condições de manter uma escola de nível superior? E Miguel Augusto, eufórico, vitorioso, responde enfático: “sim ilustre Governador... Vossa Excelência acaba de criar uma universidade, com cinco faculdades, oito cursos... E mais, entra definitivamente na história de Itaúna como seu maior benfeitor”. E todos aplaudiram! O ato foi publicado no Minas Gerais, o diário oficial do Estado, de 30 de setembro de 1965.

 

Nesta altura, já distante do encontro de 25 de setembro de 1965, no Palácio, quarenta e três anos depois, pergunto: se não tivesse acontecido o pedido dos funcionários do Banco do Brasil, seguidos pelas professoras, teria nascido a Universidade de Itaúna?

 

Em 26 de novembro de 1965, foi instituída a tão sonhada Universidade, e nesta data, instalou-se a primeira reitoria, no vestiário da piscina do Palácio da Liberdade, onde o dr. Miguel, com o apoio de todo o Conselho Estadual de Educação e assessorado por ilustres competentes profissionais, organizou, em apenas 62 dias, toda a documentação para o  funcionamento dessa catedral das ciências, das letras e das artes, e ele mesmo. Miguel Augusto, numa homenagem de seus conterrâneos, foi escolhido para proferir a magna aula inaugural de 28 de janeiro de 1966.

 

Vou terminar, deixando-lhes uma pergunta para reflexão: Qual é mais importante, a Universidade ou o Banco do Brasil?

 

- Mensagem pronunciada no dia 26/05/2009, na Agência do Banco do Brasil, em Itaúna, por ocasião da comemoração dos 50 anos do Banco do Brasil nessa cidade.

 

* Guaracy de Castro Nogueira é advogado, historiador e ex-reitor da Universidade de Itaúna.

 

 
 
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