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Universidade de Itaúna
Editor de VF responde ao reitor da UIT
Contagem-MG, 28 de outubro de 2008.
Ao Jornal Brexó Itaúna-MG Prezado editor Célio Silva,
Considerando que o magnífico reitor da Universidade de Itaúna, Faiçal David Freire Chequer citou minha pessoa, bem como o meu trabalho em missiva publicada por este jornal (Brexó, nº 1663) sob o título “UI presta esclarecimentos”, venho aqui observar e pedir por gentileza que se publique o seguinte:
1 – Ao contrário do que afirma o senhor reitor, nós jamais mantivemos quaisquer parcerias com a Universidade de Itaúna (UI). O que houve foi o envolvimento comercial da mesma em dois dos nossos projetos culturais, a saber:
a) Produção de um dos três CDs “coletânea com artistas itaunenses”, coordenado por mim, em 2001, e intitulado, “Acordes do Centenário”, em comemoração ao centenário de Itaúna naquele ano. Na ocasião, a UI comprou 300 CDs para sua distribuição e assim, colaborou com 80% da produção do mesmo. Neste negócio, a instituição teve também sua logomarca impressa no mesmo CD, além de a mesma ter sido veiculada em publicidades diversas que empreendemos na época;
b) A UI comprou um anúncio de uma página inteira numa revista de ufologia de circulação nacional em que eu trabalhava em 2005. Conforme explicamos à direção da instituição, o dinheiro pago pela mesma foi usado para arcarmos despesas de hospedagem e alimentação com convidados de outras cidades que palestravam num evento produzido por nós em Itaúna (I UFOUNA, abril, 2005). Na ocasião, diga-se, o nobre reitor não aceitou pagar o valor de tabela da página publicitária e foi feito um desconto à Universidade de Itaúna, da ordem de 50% do valor normal – sob pena de a instituição não colaborar com nossa promoção.
E foi naquele mês de março de 2005, que mantive o último contato pessoal com o magnífico reitor Faiçal. Depois disso, é verdade, produzimos outros eventos e projetos culturais, inclusive, livros, em que buscamos sim, apoio junto a UI (bem como ao poder público e entidades do comércio/indústria local). No entanto, não conseguimos ser atendidos pelo reitor, pois sempre éramos “retidos” pela burocracia cordial de seu secretário. Sabidamente um homem ocupado, o Dr. Faiçal hora nenhuma pôde nos atender por umas boas três vezes que o procuramos depois de 2005, sequer pôde nos ouvir ou se inteirar dos projetos culturais que desejávamos apresentar e que, em nosso modo de entender, eram puramente de interesse da Universidade de Itaúna – hoje, reconheço: se esta tivesse algum vínculo com a realidade cultural local.
Portanto, ao nosso modo de ver, a palavra “parceria” utilizada pelo nobre reitor, não condiz com a realidade aqui exposta, mas talvez o substantivo “patrocínio” seja o mais apropriado para descrever as ditas relações comerciais que mantivemos com a conceituada Universidade de Itaúna. E, frise-se, não vimos nesta relação de PUBLICIDADE nenhum tipo de favor prestado por parte da UI para conosco, como pode pensar ou fazer parecer o nobre reitor e seus assessores mais “próximos”. Em verdade, foram feitos negócios, com emissão de nota fiscal pelos serviços prestados e, acreditamos, a UI fez bons empreendimentos publicitários através dos nossos citados projetos, já que teve (e ainda tem!) sua imagem divulgada da melhor maneira possível, inclusive, a nível nacional.
2 – A fonte da informação que veiculamos, a qual o reitor lamentavelmente chama de “inidônea” é o próprio site do TJMG - Tribunal de Justiça de Minas Gerais (www.tjmg.gov.br), cujo link da notícia é público e pode ser lido por qualquer pessoa que clicar aqui.
. O que colocamos em nossa matéria que trata esta questão, foi justamente uma reprodução de partes do texto expedido pelo relator do Tribunal que julgou o caso.
3) – Ao contrário do faz pensar a missiva do nobre reitor, hora nenhuma nós veiculamos que o seu nome ou algum dado referente à sua ou outra pessoa ligada a UI constassem em algum processo, tampouco, neste referido por ele. O que fizemos, foi publicar um FATO PÚBLICO acerca da Fundação Universidade de Itaúna, qual já era notório, mesmo antes da publicação oficial pelo TJMG - conforme noticiamos em primeira-mão através de Via Fanzine. Portanto, se o nobre reitor “safa-se” de ter seu nome associado ao citado processo, ele assim procede por iniciativa própria, pois nós jamais vinculamos sua pessoa ou nome a tal processo, conforme pode ser lido na íntegra em nossa matéria que trata este assunto: www.viafanzine.jor.br/site_vf/pag/educacao.htm. Destarte, assinalamos que, de forma alguma a notícia veiculada por nós fora expressa de modo “truncado”, como se referiu erroneamente o magnífico reitor; tanto que tal notícia pode ser lida através do link impresso acima e se encontra em plena consonância com o exposto pela fonte primária: a relatoria do TJMG. Acrescente-se ainda que, antes de publicarmos a decisão do TJMG em Via Fanzine, enviamos missiva ao senhor reitor, através de dois e-mails da UI (geral e da reitoria) pedindo explicações (que agora ele fornece ao jornal Brexó) sobre as mudanças relativas à vinculação da UI ao MEC, bem como da medida baixada pelo TJMG, mas fomos completamente ignorados – aliás, ainda estamos sendo, não é mesmo?
4) – Nada temos contra a pessoa do magnífico reitor ou quaisquer pessoas que trabalhem ou colaborem de alguma maneira para com a grandiosa Universidade de Itaúna. A nós, cabe apenas reportar a realidade de nossa comunidade, desvelada de paixões, influências, interesses e manipulações por parte de quem quer que seja, até porque, não somos mantidos por políticos ou mandatários, sejam de Itaúna ou de fora. Não temos que agradar ou fazer média com ninguém, tampouco, com quem se porta de maneira coronelesca, que ignora e atropela o nosso trabalho e a própria ética e, em nome dessa, ainda viemos aqui dar às devidas satisfações. O que fizemos foi noticiar de maneira altamente profissional um fato tornado público pela Justiça do Estado de Minas Gerais e, por isso (até porque assegurados estamos pela Constituição Brasileira), não aceitamos de maneira alguma, essa tentativa de cerceamento, na forma de uma intervenção deselegante e tão fora de ética por parte do nobre reitor da Universidade de Itaúna. Sua manifestação atropela os fatos em si, ao cometer a indelicadeza de responder a um terceiro veículo e não à fonte original onde assinamos a notícia veiculada (Via Fanzine). Ele não merecia nem respostas da nossa parte, quiçá, tão longa quanto essa. No entanto, não somos instituição de ensino, mas cabe-nos pontuar os is: o digno reitor envia pretensos “esclarecimentos” a um jornal local, que nenhum vínculo formal mantém conosco e que apenas republicou a notícia que veiculamos em primeira mão para todo o Brasil. Sim, o que noticiamos foi para o Brasil, não foi para Itaúna. Hoje o jornal Via Fanzine não tem mais somente à responsabilidade regional dos veículos da imprensa local. Graças a um árduo trabalho diário de mais de quatro anos, por parte de várias pessoas, hoje mantemos fiéis consulentes em todos os estados brasileiros, países dos cinco continentes e vindos das maiores empresas e instituições privadas e governamentais das três esferas nacionais, inclusive, do próprio Ministério da Educação – conforme documentado em nossos arquivos e tornado público a quem quiser conferir. E se o noticiário depõe de alguma maneira contra a Universidade de Itaúna, nós lamentamos muito, mas não será o nosso “bairri$mo” que nos fará omitir informações do interesse público, ainda que recebêssemos dezenas de publicidades ou tivéssemos parentes empregados nessa instituição. A nossa política é a isenção jornalística e quem nos conhece sabe disso, nós jamais “truncamos” e tampouco nos “equivocamos”, e isso, nós podemos provar.
5) Trecho da missiva assinada pelo magnífico reitor: “No mais, toda Itaúna conhece, e conhece muito bem, o grupelho que, em vão e sem êxito, tenta desmerecer o trabalho sério, honesto e digno dos dirigentes, quer da mantenedora, quer da Universidade de Itaúna”. Sobre esta afirmação, declaro que:
Primeiramente, a declaração acima não está compatível de ser pronunciada por um reitor, quiçá, de uma dita “grande universidade”. Informamos ao Sr. Faiçal e a quem mais possa interessar que não somos filiados a partido político; não fazemos parte de qualquer associação, movimento social, racial, cultural ou quaisquer grupos religiosos e/ou outros ou de entidades civis que possam ser vistas como um grupo ou “grupelho”, como ele diz. Nosso interesse referente à UI é puramente informativo e dele, o reitor não vai nos afastar, seja nos intimidando com respostas desaforadas e ameaçadoras, como ele tem o costume de fazer com determinadas pessoas de Itaúna, inclusive, autoridades; seja em suas constantes reafirmações à “excelência” do ensino oferecido pela UI. Frisamos que, em quaisquer aspectos, jamais tivemos a menor intenção de desmerecer a UI ou os valorosos serviços prestados à instituição pelo seu digno reitor. A triste frase reproduzida acima, proferida pelo magnífico nos atinge frontalmente. Sinceramente, desconheço e não tenho interesse algum por esse ou aquele grupo que esteja possivelmente pleiteando a direção da UI. Eu jamais pedi emprego à Universidade de Itaúna, à prefeitura ou a qualquer outra empresa da cidade, como determinados funcionários da UI, que não perdem uma boquinha, mas lambem os tapetes. Tampouco, participei de “grupelho”, “grupo” ou “patota”, sobretudo, aquela que, dentro das brechas da lei (mas despidas de moral e ética) vem USURPAR ALGUM PATRIMÔNIO que não pertença a si. Muito menos, mantive qualquer tipo de vínculo ou sou/fui articulado por pessoas contrárias à “gestão Faiçal” frente à UI ou contrárias ao novo estatuto que o reitor cunhou para que a Universidade de Itaúna pudesse ser mantida sob as suas rédeas, inclusive, fazendo com que ele permaneça no cargo de reitor já por cerca de uma década e que agora começa a desmoronar por força das Leis Educacionais Brasileiras. Eu tenho discernimento próprio e não integro grupelho, tampouco sou dirigido por terceiros. Esta sua declaração foi infeliz, de má-fé e me atinge tanto profissional, como pessoalmente. Vir me colocar como integrante de “grupelho” e me associar às pessoas contrárias à sua gestão é um ato deselegante e bastante pessoal do magnífico reitor, seja diante aos maus informados que podem ter lido suas atropeladas palavras, seja diante à sociedade itaunense ou diante a si mesmo. Ele sabe muito bem que, se quiséssemos “depreciar” seja sua administração ou pessoa, já o teríamos feito muito antes e não agora, quando a UI se vê em meio a um fato de repercussão nacional, que envolve a sua desvinculação do Conselho Estadual de Educação (CEE) - do qual, “coincidentemente”, o nobre reitor é membro - e promove sua vinculação ao Sistema Nacional de Ensino (SNE) do Ministério da Educação (MEC) do Governo Federal. Com este seu gesto, o ilustre reitor vem tão somente despertar ainda mais nosso interesse, além de aguçar nossa atenção, no sentido de se pesquisar novos subsídios acerca das reais atividades e desígnios que envolvem a Universidade de Itaúna, esta instituição itaunense que, notoriamente, se iniciou como “pública”, mas que o tempo tratou logo de transformá-la em “grupo privado” e que atualmente se encontra sob o controle de umas mesmas pessoas, já por longos anos.
6) Portanto, não nos interessa assinalarmos supostas ou possíveis debilidades/ deficiências da Universidade de Itaúna como instituição de ensino, ao que faz parecer o senhor magnífico reitor quando faz justificar em sua missiva, diversos atos de reconhecimento, concedidos à instituição itaunense perante o mundo acadêmico. No entanto, ele, bem como a imprensa itaunense (que recebe verbas publicitárias da Universidade de Itaúna na ocasião dos vestibulares e em ocasiões “extraordinárias”), não divulgou - assim como divulga o vestibular - o resultado do recente ENADE 2008, o exame nacional de avaliação das faculdades brasileiras pelo MEC, no qual a Universidade de Itaúna, apesar de suas “excelências educacionais” expostas, obteve péssimo desempenho quanto à avaliação de suas dezenas de cursos (sobre isso, não entrarei em detalhes para não me estender ainda mais). Por que este assunto foi omitido pelo magnífico reitor, ao relacionar as “excelências” da UI apresentadas em sua missiva? Por que a imprensa de Itaúna que veicula anúncios da “grande universidade” está calada até hoje e não teve coragem de divulgar nem o resultado do ENADE relativo a UI, nem a citada decisão do TJMG? O ENADE é o cartão postal de qualquer faculdade e em Itaúna, não será diferente. Mas, em vez de informar sobre o ENADE, como um papagaio programado, a imprensa local divulgou sim, um texto pronto emitido pelo reitor (quiçá pago), onde declarava que estava “satisfeito” com a mudança da vinculação. Mas, além de ocultar os resultados do ENADE, os servis “jornalistas da Universidade de Itaúna” omitiram que o magnífico não pode mais ser reconduzido reiteradamente ao cargo de reitor, conforme a juíza da comarca local havia determinado e a UI recorreu, tendo agora a decisão definitiva do TJMG.
Já que o nobre reitor levantou a questão, cabe-nos também assinalar que, não é de hoje, ouvimos comentários e queixas sobre a falta de transparência e a manipulação de informações acerca da Universidade de Itaúna e suas atividades, seja de alunos, professores, cidadãos e até juízes. E sempre que julgarmos por bem, viremos sim, abordar fatos públicos relacionados à Universidade de Itaúna, independente de quem seja o seu reitor, pois quem veicula a verdade não teme à mentira. Nosso trabalho fala por si mesmo e remonta uma história de 15 anos de jornalismo isento, desatrelado dos interesses servis nos mais amplos aspectos, hoje reconhecido nacional e internacionalmente, quer queiram ou não. E por agirmos dentro da responsabilidade e da lisura, jamais tivemos qualquer problema com a Justiça ao longo de nossa profissão, diferentemente da maioria dos jornais locais - conforme atesta a Comarca de Itaúna.
7) Me sentido injuriado e injustiçado, diante o exposto pelo reitor em sua missiva veiculada pelo jornal Brexó nº 1663, qual atinge claramente a minha pessoa e desmerece o árduo trabalho de toda uma equipe, venho informar que não recorrerei à Justiça para pedir reparação, pois não creio ser este o caso aqui. Mas, o colocado pelo magnífico reitor na citada missiva, me motivou sobremaneira a produzir um livro que vai abordar toda a história da Universidade de Itaúna, desde sua fundação, até os dias atuais, pela minha perspectiva pessoal. A obra intitulada provisoriamente de “Universidade de Itaúna, do Público ao Privado”, pretende ser lançada no primeiro semestre de 2009 e reunirá diversas informações históricas e inéditas que já constam dos arquivos Via Fanzine e outras que foram colhidas há muito por nós. Quem desejar patrocinar, colaborar de alguma maneira ou adquirir exemplares, pode entrar em contato pelo celular (37) 9963-0631 ou e-mail pepechaves@yahoo.com.br. Também informo que estaremos publicando, brevemente, uma série jornalística no portal Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br) intitulada “Universidade para inglês ver”, onde abordaremos a situação de determinadas universidades brasileiras, que ostentam edificações com belas fachadas arquitetônicas e Campus bem ajardinados, mas que oferecem gato por lebre, ou seja, qualidade de ensino igual ou inferior àquelas situadas nos mais pobres países do terceiro mundo.
E, finalizando, gostaria de concluir que, se há alguém “equivocado” acerca desta questão judicial concernente à Fundação Universidade de Itaúna, ora levantada pelo magnífico reitor e tão bem dirimida pelo TJMG, só pode ser o próprio reitor que, quiçá por excesso de ocupação, pode ainda não ter se inteirado sobre a mesma.
Se um dia o magnífico reitor se acercar de assessores jornalísticos mais competentes, verdadeiramente isentos e que não coloquem seus egos ou negócios pessoais à frente dos interesses dessa valorosa instituição de ensino, ele talvez consiga vislumbrar que, nem todos os veículos da imprensa local são manipuláveis e nem todos os itaunenses têm orgulho da Universidade de Itaúna. E isso deve ser respeitado.
Pepe Chaves Editor - Via Fanzine Diário Digital de Minas Gerais
- Fonte: Jornal Brexó ( www.jornal.brexo.com.br ), nº 1664, Itaúna-MG, 1º/11/2008.
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