Saturno
Registros interplanetários: Orbitador Cassini revela novas belezas de Saturno Além do planeta Saturno e seus anéis majestosos, o módulo orbitador Cassini registrou detalhes de suas luas Titã, Enceladus e Rhea.
Por Pepe Chaves* De Belo Horizonte-MG Para Via Fanzine 28/12/2013
Lua cheia em Saturno: imagem mostra o gélido satélite Enceladus em sua fase cheia. Leia também: Especial: Cassini-Huygens faz o sistema solar nos parecer menor Lua de Saturno pode abrigar forma exótica de vida, conclui estudo Titã: o mundo mais parecido com a Terra Observatório de Campinas e Saturno Descoberta água no planeta Mercúrio Sondas Voyager da NASA estão deixando a heliosfera
O projeto da sonda espacial não-tripulada Cassini-Huygens consiste em uma missão interplanetária conjunta percorrendo pelas cercanias do gigantesco Saturno. Em conjunto, a NASA, a ESA (Agência Espacial Europeia) e a ASI (Agência Espacial Italiana) construíram e lançaram ao espaço o módulo orbitador Cassini e a sonda Huygens, em 15 de outubro de 1997, cujo destino final seria a longínqua região de Saturno.
Detalhes raros das regiões onde se situa o gigante gasoso Júpiter estão sendo conhecidos agora.
Quase sete anos depois, conforme planejado, o aparato espacial atingiu a órbita de Saturno, em 1º de julho de 2004, época em que escrevemos o primeiro artigo especial a respeito dessa audaciosa missão de sondagem, intitulado "Cassini-Huygens faz o sistema solar nos parecer menor". Agora, quase 10 anos depois, essa robusta missão continua em operação. Atualmente, o módulo Cassini segue colhendo dados essenciais sobre o ambiente do planeta gigante, bem como de seus satélites naturais, da heliosfera, além da realização de testes com base na Teoria da Relatividade.
Quando o inverno se aproxima do hemisfério sul de Saturno, uma tonalidade azul já familiarizada retorna às nuvens polares do gigante de gás.
A importância dessa missão espacial intercontinental não se restringe apenas às descobertas relativas às químicas e físicas relativas ao ambiente saturnino, mas, sobretudo, no considerável legado de belíssimas imagens, que levam os nossos olhos até tão distantes mundos. Tais imagens (como às que expomos nesta página), graciosamente disponibilizadas pelas agências espaciais estão proporcionando o conhecimento de detalhes íntimos daquele planeta, seus anéis e de seus tão diferenciados satélites naturais.
Nesta perspectiva dos anéis de Saturno, o "Titan Ringlet," é visto incorporado dentro do Colombo Gap. O Ringlet tem formato ligeiramente oval, com seu eixo sempre apontando em direção a Titã. Este é um exemplo das ressonâncias gravitacionais entre as luas e os anéis de Saturno.
Contudo, até se concretizar e se consumar em sucesso a olhos vistos, este audacioso projeto consumiu duas décadas de planejamentos e desenvolvimentos. E, somente após uma programada viagem interplanetária de quase sete anos, na qual sobrevoou anteriormente os planetas Vênus e Júpiter, é que a nave teleguiada conseguiu entrar em órbita de Saturno, em meados de 2004.
As luas Titã e Rhea são alinhadas pela perspectiva do Cassini. Vista ao fundo, Titã é a maior lua de Saturno e detém atmosfera nebulosa e muito espessa. Rhea é a segunda maior e está crivada crateras, sendo considerado um mundo estéril.
No final de dezembro de 2004, a sonda Huygens separou-se do orbitador Cassini e em 14 de janeiro de 2005, ela adentrou à nebulosa atmosfera de Titã, pousando com sucesso na superfície do maior satélite de Saturno. De lá, o aparato transmitiu imagens e dados para a Terra, marcando a primeira vez em que um objeto construído pelo homem descia sobre um corpo celeste do sistema solar exterior.
Nuvens empilhadas no vórtice polar sul de Titã são iluminadas pelo sol crepuscular.
Em um ambiente altamente danoso à sua saúde, a sonda Huygens funcionou por pouco tempo dentro da estranha atmosfera de Titã, mas o suficiente para enviar registros de sons inimagináveis do misterioso lugar, além de breves imagens mostrando detalhes da superfície daquele distante mundo.
Lagos de hidrocarbonetos de Titã tornam-se visíveis pela densa atmosfera de Titã, quando o orbitador Cassini usa um filtro especial para visualização através da neblina.
Prestes há completar 10 anos em órbita de Saturno, a missão Cassini capturou neste mês de dezembro de 2013, mais imagens deslumbrantes das regiões que cercam o gigante gasoso, algumas delas, dispostas neste artigo. Além do planeta Saturno e seus anéis majestosos, o módulo orbitador Cassini registrou detalhes de suas luas Titã, Enceladus e Rhea. Também foram compartilhados ao nosso mundo, alguns dos mistérios mais fascinantes do sistema solar, como os detalhes do vórtice polar sul de Titã, as ressonâncias nos ambientes locais e o anel hexagonal, situado ao norte de Saturno.
Um belo anel é criado quando o Cassini observa o lado escuro de Titã. O anel é criado pelo efeito da espessa atmosfera da lua espalhando a luz solar sobre o globo.
Dentro da NASA, o projeto Cassini-Huygens integra o Programa Flagship para planetas exteriores, o maior e mais caro programa espacial não-tripulado executado pela NASA. As outras missões deste programa incluem as já conhecidas sondas, Viking, as duas Voyager e a Galileu.
A lua gelada de Saturno, Enceladus, mostra a sua metade crescente.
A espaçonave Cassini-Huygens que é dividida em duas partes foi batizada em homenagem aos pioneiros astrônomos europeus, o italiano Giovanni Cassini e o holandês Christiaan Huygens.
* Com informações do Instituto de Ciência da NASA / JPL-CALTECH / ESA e tradução de Pepe Chaves para Via Fanzine. 28/12/2013
- Imagens: NASA / JPL-CALTECH / ESA.
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- Extra: Página oficial do projeto Cassini-Huygens
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