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 Astronáutica

 

 

Japão na Lua:

Sonda Kaguya obtém sucesso

Astrônomos utilizaram um dos maiores telescópios para capturar

a brilhante explosão da sonda japonesa Kaguya contra à Lua.

Por Pepe Chaves*

Com informações de

www.jaxa.jp

 

Antes de se chocar contra a superfície lunar, a Kaguya enviou inúmeras imagens em HDTV à Terra.

Funcionários da JAXA (em detalhe) comemoraram o sucesso da missão.

 

Jeremy Bailey e seu colega Steve Lee utilizaram um telescópio anglo-australiano de 3,9metros (153 polegadas) em Nova Gales do Sul, na Austrália, para registrar o sinal brilhante resultante do impacto da sonda Kaguya, da Agência Espacial Japonesa (JAXA) com o solo lunar.

 

A queda ocorreu por volta de 4h30 (hora local) do dia 11/06 e foi vista no limiar da parteescura da Lua, com a borda iluminada pela luz solar, local chamado de terminator.

 

Algo como o pico de uma montanha pôde ser visto brilhando nas fotos, sob a luz do sol nascente sobre essa região da lua. O impacto em forma de flash foi visível no canto inferior direito da imagem, tomada com uma câmera infravermelha, mostrando a sequência do ocorrido.

 

A sonda, numa velocidade de 6,5 mil km/h, colidiu em ângulo raso contra o solo lunar, conforme era esperado. Dentro das expectativas, o aparato japonês pipocou sobre a superfície lunar, tal como uma pedra saltitante atirada em “voo raso” sobre a superfície de um lago.

 

Imagens feitas por Jeremy Bailey e Steve Lee, na Austrália, mostram a sequência do impacto.

 

A sonda Kaguya - tem este nome em homenagem a uma lendária princesa lunar -, foi lançada em setembro de 2007, quando entrou em órbita lunar. Este engenho japonês permaneceu por 17 meses em órbita e foi o primeiro aparato a reproduzir e enviar à Terra imagens espaciais em sistema de alta definição (high definition television - HDTV).

 

Inicialmente chamada de Selene, a sonda não transportava nenhum tipo de combustível e resplendor causado pela explosão se deu exclusivamente energia do impacto.

 

Os japoneses saíram na frente da NASA tem um projeto semelhante. A Agência Espacial Americana vai lançar uma nova sonda não tripulada que deverá disparar um míssil em uma cratera próxima do pólo sul da Lua, em outubro de 2009.

 

A região polar da Lua está sendo considerada como um excelente local para alunissagens e por isso, cientistas querem verificar se há alguma água nas crateras daquela região, já que as mesmas permanecem há milênios sob as sombras.

 

A JAXA ainda não liberou as imagens do impacto e pede a pessoas de todo o mundo que enviem imagens que mostram a colisão da Kaguya contra a superfície dlunar, caso alguém tenha captado o impacto com êxito. A agência japonesa também informa os dados observacionais referentes a Kaguya serão liberados através da Internet a partir do dia 1º de novembro de 2009.

 

* Pepe Chaves é editor do jornal Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br).

- Com informações da JAXA/NHK (www.jaxa.jp).

- Colaborou: José Ildefonso de Souza (SP).

- Tradução: Pepe Chaves.

- Imagens: Jaxa/NHK e Jeremy Bailey/Steve Lee.

- Leia também: Japão vê a Lua de perto

- Veja filmagens feitas pela Kaguya em órbita lunar:

http://www.jaxa.jp/press/2007/11/20071107_kaguya_movie_e.html

 

- Produção: Pepe Chaves.

  © Copyright 2004-2009, Pepe Arte Viva Ltda.  

 

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Estação Espacial:

Movimento brusco de foguetes

pode ter causado danos à ISS*

 

ISS Atual e o projeto dela concluída.

 

O uso de foguetes para alterar a atitude (posição de um satélite dentro da órbita) da Estação Espacial Internacional, ISS, no mês passado gerou movimentos bruscos que podem ter causado dados estruturais à nave.

 

A agência espacial americana, Nasa, investiga agora se isso realmente ocorreu, uma vez que uma vibração maior do que a habitual pode diminuir a vida útil da Estação.

 

Na ocasião, engenheiros russos realizaram a manobra em busca de uma melhor posição da ISS para receber uma nave espacial que transportará dois novos residentes em março.

 

De acordo com relatório da Nasa, o adequado teria sido mover a ISS de maneira gradual. "Sempre que você transmitir uma vibração para a Estação, ela tem implicações potenciais para os painéis solares e as ligações entre as peças da estação", disse a porta-voz da NASA, Kelly Humphries.

 

A Nasa deve decidir se uma segunda tentativa de movimentar a ISS será realizada utilizando outros foguetes que estão temporariamente parados na Estação.

 

O próximo lançamento rumo à Estação está programado para o dia 12 de fevereiro. O ônibus espacial Discovery irá transportar novos painéis solares.

 

* Informações do site Apollo 11 (http://www.apolo11.com).

 

- Foto: Nasa.

 

- Leia mais sobre a Estação Espacial Internacional:

http://www.viafanzine.jor.br/site_vf/pag/iss.htm

 

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Cabo Canaveral - EUA:

Missão leva novo banheiro e mais recursos a ISS

O ônibus espacial Endeavour partiu com a missão STS 126, rumo à Estação Espacial Internacional.

 

Por J. Ildefonso P. de Souza *

De Taubaté-SP

Para Via Fanzine

 

 

Lançamento no Cabo Canaveral: a Lua testemunha uma bola de fogo que busca o céu.

 

O ônibus espacial Endeavour foi lançado com sucesso na noite da sexta-feira (14/11) e já está em órbita da Terra, com sete astronautas a bordo, informou a Nasa. A nave decolou como estava previsto, às 22h55 (horário de Brasília), de Cabo Canaveral (Flórida), para uma missão de 15 dias, voltada especialmente para o transporte de 15 toneladas de equipamentos para duplicar a capacidade de alojamento de pessoal na ISS. O Endeavour entrou em órbita nove minutos após o lançamento, sem qualquer problema, destacou a Nasa.

 

A missão STS-126/ULF-2, leva material e equipamento usando o módulo pressurizado italiano Leonardo, em inglês Multi-Purpose Logistics Module (MPLM), que permitirá aumentar de três para seis pessoas a tripulação fixa da ISS para 2009, destacou a Nasa.

 

A Estação Espacial Internacional contará com novos equipamentos de exercícios, um segundo banheiro, dois novos fornos para aquecer alimentos, um refrigerador para alimentos e bebidas, assim como um congelador e um forno destinados a experiências científicas.

 

Cabo Canaveral

 

Novo banheiro para a ISS

 

O Endeavour leva ainda um sistema de reciclagem de urina para água potável, chamado de "regenerador de água", que representa uma importante etapa para que sistemas similares possam ser empregados no futuro em expedições lunares ou marcianas.

 

A tripulação do ônibus espacial americano deverá realizar quatro saídas ao espaço, de seis horas e meia cada, para fazer manutenção, limpeza, em dois mecanismos de rotação solar Alpha (Solar Alpha Rotary Joints) a bombordo e a estibordo da estrutura do segmento que suporta os equipamentos e os painéis solares, com problema desde 2007, e aprontá-los para um futuro reparo.

 

Os astronautas também instalarão duas antenas GPS no laboratório japonês Kibo. Heidemarie Stefanyshyn-Piper, Steve Bowen e Shane Kimbrough, serão os astronautas que farão as saídas ao espaço.

 

O novo banheiro da ISS seguiu na Missão STS-126.

 

Tarefas e experimentos

 

Os equipamentos e suplementos no interior do módulo logístico Leonardo já foram desempacotados. Ficou faltando transferir os racks com o equipamento de reciclagem de água. O braço robótico Canadarm2 retirou o módulo logístico Leonardo do porão de cargas do Endeavour e o instalou na ISS.

 

Os astronautas Piper e Brow dormiram no módulo Quest preparando-se para a primeira caminhada da missão. Os membros da tripulação também moveram um aparato de ciências chamado Commercial Generic Bioprocessing Apparatus Science Insert-03, os experimentos realizados no equipamento, analise do ciclo de vida completo de borboletas, assim como a capacidade de aranhas tecerem teia, comer e manter-se saudável no espaço, são  destinados a incentivar a aprendizagem e o interesse em ciência, tecnologia, engenharia e matemática entre os estudantes do ensino médio americano.

 

"Nós estamos realmente animados com as aranhas que vieram a bordo", disse o comandante Mike Fincke. No vídeo é possível ver uma das aranhas se adaptando à nova vida espacial.

  

No dia 18/11, a tripulação da Estação Espacial Internacional acordou ao som da música "City of Blinding Lights", do grupo inglês de rock U2, e se preparou para uma inspeção rotineira dos escudos térmicos do ônibus espacial Endeavour. Eles focaram a observação em "13 regiões mais preocupantes".

 

A missão STS-126 marca o último vôo do módulo de suprimentos Leonardo. Este, não é um módulo da ISS como o Zarya, o Zvezda, o Pirs, o Destiny, o Unity, o Columbus ou o Kibo. O Leonardo é um dos três módulos construídos pela Itália e que são utilizados para o transporte logístico.

 

Emblema da MissãoSTS-126.

 

A tripulação

 

Christopher Ferguson – Comandante, Eric A. Boe – Piloto, Stephen G. Bowen - Especialista da missão, Heidemarie M. Stefanyshyn-Piper - Especialista da missão, Donald Pettit - Especialista da missão, R. Shane Kimbrough - Especialista da missão (Levada para ISS), Sandra Magnus - Engenheira de vôo, astronauta radioamadora da missão, seu indicativo de chamada: KE5FYE e Gregory Chamitoff - Engenheiro de vôo (Trazido da ISS).

 

Uma curiosidade desta missão espacial é que a Endeavour também levou um jantar de ação de graças, completo e, além do tradicional peru, haverá vários pratos de comida e sobremesa.

 

* José Ildefonso Pinto de Souza é bacharel e licenciado em Física.

- Com informações da Nasa.

- Leia outros artigos do autor: www.viafanzine.jor.br/ilde

 

- Imagens: Nasa.

 

- Recomendações do autor:

 

- Leia sobre a historia da ISS:

http://www.viafanzine.jor.br/site_vf/pag/iss.htm

 

Vídeos:

http://www.youtube.com/watch?v=MsIV1GLLEgw

 

Vídeo do módulo logístico Leonardo:

http://www.youtube.com/watch?v=BtM_mKYkKhY

 

Vídeo da abertura das escotilhas:

http://www.space-multimedia.nl.eu.org/archive/sts-126/day3/replay7.php

 

Vídeos amadores do lançamento:

http://mlespaco.blogspot.com/2008/11/vdeos-amadores-do-lanamento-do-space.html

 

- Produção: Pepe Chaves.

  © Copyright 2004-2008, Pepe Arte Viva Ltda.  

 

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 Viagens espaciais:

Nasa faz 'dobradinha de Shutles'

Algo novo no mundo da Astronáutica.

 Por Márcio R.Mendes*

De Dois Córregos/SP

Para Via Fanzine

Os dois Shutles em uma imagem rara, pelo menos, até os dias de hoje.

Nela, são mostrados ambos os veículo sem posição lançamento.

 

Pela primeira vez, temos dois veículos shutles (ônibus espaciais) Atlantis e Endevour prontos para lançamento. Espera-se que em 10 de outubro próximo o Atlantis (STS-125) parta da plataforma 39-A com objetivos de realizar manutenção no telescópio espacial Hubble e, por isso, não deverá se atracar na ISS.

 

No passado, antes da "era Apollo", quando a Astronáutica engatinhava e se preocupava com inúmeras questões básicas, houve um lançamento programado de duas naves. Tratava-se das Gemini 6 e 7, que deveriam ir ao espaço simultaneamente, nos fins da década de 60.

 

As Geminis não chegaram a se acoplar, mas realizaram "encontros espaciais" e uma delas manobrou em torno da outra, demonstrando que isso era possível. A proximidade dessas duas Geminis foi menos de dez metros, quando os astronautas puderam se saudar através das estreitas vigias de suas naves.

 

O que ocorre agora é inédito. Os shutles não serão lançados de uma só vez, mas, um deles dará "cobertura" ao outro e atuará como resgate, se assim for necessário. Caso a Atlantis realize suas tarefas com sucesso, a Endevour será encaminhada, à sua vez, à plataforma 39-A, constituindo assim na missão STS-126, seguinte a da Atlantis, em 12 de Novembro próximo.

 

A pergunta que fica é, porque isso não aconteceu antes? Afinal, antes dos acidentes com a Challenger e a Columbia, os shutles somavam cinco veículos, podendo ser programados para que um atuasse como resgate do outro. Não sendo necessário, o "resgate" tem continuidade com a missão seguinte da programação original.

 

Por outro lado, vale lembrar que esses veículos estão muito próximos de sua aposentadoria que deveria ocorrer em 2010, contudo, devido a atrasos nos projetos dos próximos veículos lançadores, há rumores de que a data de sua aposentadoria seja prolongada. Se assim for, estaria abusando-se até da integridade da estrutura desses shutles.

 

Algumas fontes alegam que o uso quase simultâneo da plataforma de lançamento 39-A com esses dois shutles se deve aos testes do veículo Ares (que deverá compor o Projeto Constellation), montado para testes na plataforma 39-B.

 

* Márcio Mendes é físico, professor em Dois Córregos/SP, astrônomo amador membro da REA (Rede Astronômica Observacional) e consultor de Astronomia para Via Fanzine e UFOVIA.

 

- Imagens: NASA/JPL.

 

- Mais informações (em inglês):

http://www.nasaspaceflight.com/content/?cid=5514

 

- Leia mais artigos do autor em:

www.viafanzine.jor.br/mmendes

 

- Produção & ilustração: Pepe Chaves.

  © Copyright 2004-2008, Pepe Arte Viva Ltda.  

 

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ESA:

Missão do cargueiro “Júlio Verne” chega ao fim

O maior empreendimento da agência européia (ESA)

se acoplou com sucesso à Estação Espacial Internacional.

Por J. Ildefonso P. de Souza *

De Taubaté-SP

Para Via Fanzine

 

Na primeira demonstração de aproximação entre o ATV e a ISS, o astrofotógrafo Christoph Rollwagen captou uma interessante passagem

das naves (acima), no momento que se localizavam próximas à cidade de Potsdam-Bornstedt, na Alemanha. Na cena captada por Rollwagen

é possível ver o traço deixado por ambas as naves, registradas através de exposição prolongada do mesmo campo visual. O rastro da ISS

é visto de forma muito intensa, ao contrário do cargueiro Júlio Verne, que parece desaparecer lentamente ao entrar na sombra da Terra.

 

Após cinco meses atracado à Estação Espacial Internacional e tendo completado todas as tarefas para o qual foi projetado, a vida do veículo automático de reabastecimento ATV (do inglês Automated Transfer Vehicle),  "Jules Verne" (Júlio Verne) da Agência Espacial Européia (ESA) chega ao fim. Na sexta-feira,(05/09/08) a nave foi  separada da ISS e será lançada contra a atmosfera terrestre, onde será consumida pelas chamas.

 

O ATV Júlio Verne, de 13,5 toneladas, pertence à primeira geração de veículos espaciais que podem atracar com a ISS de forma automática. Estas manobras usam feixes de laser para alinhar o veículo. As medições são precisas e rápidas,  aumentando a segurança das tripulações.

 

Mudança de órbita

 

A partir de agora o ATV perderá altitude gradualmente até o dia 29/09, quando seus motores serão novamente acionados por duas vezes, fazendo a sua órbita quase circular mudar para uma trajetória mais acentuada, rumo às águas do Pacífico.

 

A idéia planejada é de a re-entrada ocorrer durante a madrugada e ser acompanhada por dois aviões carregados com uma série de equipamentos científicos da Nasa e da ESA. A equipe a bordo da ISS também fará observações da re-entrada do cargueiro através de um espectrômetro ultravioleta, de fabricação russa.

 

O ATV Julio Verne

 

Antes de se acoplar, o ATV permaneceu vários dias orbitando a dois mil quilômetros à frente da Estação Espacial Internacional,  os controladores da Agência Espacial Européia, receberam o sinal verde para a segunda demonstração de tentativa de acoplamento entre o complexo espacial e o recém lançado cargueiro Júlio Verne.

 

As operações, completamente automáticas, ocorreram no dia 31/03, a 340 quilômetros de altitude, quando ambas as naves estavam localizadas sobre o extremo leste da China. Foi um sucesso o acoplamento do módulo Júlio Verne à Estação Espacial Internacional. O feito, foi motivo de comemoração por parte dos europeus e seus parceiros.

 

Batizado com o nome do famoso visionário autor francês do século XIX, o ATV Júlio Verne foi a maior e mais sofisticada nave espacial desenvolvida na Europa. O veículo combina as funções de plataforma autônoma de vôo livre, veículo espacial manobrável e módulo da estação espacial internacional. O objetivo da nave foi abastecer regularmente a Estação Espacial Internacional, com água, alimentos, combustível e diversas outras cargas.

 

Com cerca de 10 metros de altura e um diâmetro de 4,5 m, pesava 20 toneladas quando do seu lançamento. Incorpora um módulo pressurizado de 45 m³, baseado no conceito do Columbus, e um sistema de acoplagem construído na Rússia, semelhante aos usados nas sondas tripuladas Soyuz e na nave de reabastecimento Progress. Cerca de três vezes maior do que a sua homóloga russa, a nave poderá transportar cerca de três vezes mais carga.

 

Primeira acoplagem automatizada

 

O ATV é também a primeira nave espacial do mundo concebida para realizar uma acoplagem automatizada, em conformidade com as rigorosas normas de segurança impostas pelas operações dos vôos espaciais tripulados. Possui sistemas de navegação de alta precisão e um software de vôo muito mais complexo do que o usado no Ariane 5.

 

Para levar o cargueiro até sua órbita circular foi necessária uma nova versão do foguete Ariane 5ES, especialmente adaptado para erguer as 20 toneladas de peso do cargueiro - quase o dobro das cargas normalmente colocadas em órbita pelo Ariane 5ES.

 

* José Ildefonso Pinto de Souza é bacharel e licenciado em Física.

- Com informações do site Agência Espacial Européia (ESA) e site Apolo 11.

 

- Leia outros artigos do autor: www.viafanzine.jor.br/ilde

 

- Foto: ESA/Christoph Rollwagen.

 

- Produção: Pepe Chaves.

  © Copyright 2004-2008, Pepe Arte Viva Ltda.  

 

 

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Estação Espacial Internacional:

Intruso na caminhada espacial

Suposto UFO aparece em filmagem externa da missão STS-124.

Por J. Ildefonso P. de Souza *

De Taubaté-SP

Para Via Fanzine

 

Mike Fossum e Ron Garan fizeram os últimos ajustes no módulo japonês Kibo.

 

Os astronautas Mike Fossum e Ron Garan completaram com total sucesso, no dia 08/06 (domingo), a última caminhada fora da Estação Espacial Internacional (ISS). Os dois, mais os astronautas Akihiko Hoshide e Karen Nyberg, do lado interno da ISS, realizaram trabalhos de manutenção e retoques adicionais no laboratório japonês Kibo.

 

Como parte da missão do ônibus espacial Discovery, a caminhada espacial tinha três objetivos: a substituição de um tanque de nitrogênio, vital para o funcionamento do sistema de ar condicionado da ISS, a finalização da instalação do Kibo e o reparo de uma câmera. Durante esta missão também foi retirada a cobertura térmica do braço robótico do Kibo.

 

A caminhada de mais de seis horas começou sem problemas, a 337 quilômetros de altitude, às 11h (horário de Brasília), meia hora antes do programado pela Nasa, e terminou às 17h28.

 

Fossum e Garan, segundo a NASA, aproveitaram o passeio para admirar a beleza do planeta Terra. “É muito diferente quando o planeta está lá em baixo. É incrível e

Belo”, declarou Garan enquanto substituía o tanque de nitrogênio e, através de uma câmera, pôde ver a Terra enquanto a ISS e o Discovery faziam seu percurso sobre o Peru.

 

Sim é, é uma vista impressionante, não?”, perguntou a ele Fossum, enquanto o piloto Kenneth Ham lhes felicitava de dentro da ISS pelo trabalho realizado. Toda a caminhada espacial dos astronautas Mike Fossum e Ron Garan foi gravada pelas câmeras do Complexo Espacial.

 

Há um vídeo compactado da Nasa disponível no site You Tube. O vídeo mostra um detalhe curioso: um “intruso” chamou a atenção durante a gravação da caminhada. Nas imagens aparece ao fundo, um pequeno objeto brilhante cruzando por baixo do Complexo Espacial. A cena pode ser observada no vídeo que a Nasa disponibilizou [veja links abaixo]. O tal objeto (não especificado pela Nasa) aparece por volta dos 26 minutos e 23 segundos, do lado esquerdo superior da imagem, onde sua trajetória aparente é de cima para baixo.

 

O astronauta Fossum ainda teve tempo de realizar a limpeza de uma junta rotatória de um dos painéis solares da ISS, na qual foi detectada um pouco de poeira. A junta rotatória funciona normalmente e a idéia é impedir que tenha problemas similares aos ocorridos com a junta do outro painel solar.

 

A Nasa quer que a estação internacional esteja totalmente construída até o final de setembro de 2010, quando prevê aposentar sua atual frota de naves.

 

Em órbita:

Um intruso em cena

Objeto brilhante chama a atenção em filmagem externa da ISS.

 

Por Pepe Chaves_

Editor_

www.viafanzine.jor.br_

Câmera externa mostra a passagem de um objeto reluzente ao funda da estação espacial.

 

Um objeto chamou a atenção nas imagens exibidas pela Nasa, da caminhada espacial da missão STS-124 à Estação Espacial Internacional (ISS). Os astronautas Mike Fossum e Ron Garan estiveram no exterior da estação, fazendo reparos e outros serviços.

 

A imagem, captada por uma câmera externa da ISS, mostra partes exteriores estação espacial, quando um objeto reluzente corta a cena, do lado esquerdo, de cima para baixo, aos 26 minutos e 23 segundos. O vídeo mostrado em velocidade acelerada revela que, certamente, o suposto objeto demorou algum tempo, até desaparecer do ângulo da filmagem. Também uma outra imagem, supostamente da Nasa e atribuída à missão STS-124, mostra os movimentos de um dos braços mecânicos da estação, tendo ao fundo, a passagem de um misterioso objeto luminoso.

 

A Nasa não informou nada a respeito dessas ocorrências e diversas pessoas já consideram o objeto luminoso como sendo um UFO (Objeto Voador Não Identificado) – o que não implica, necessariamente, em se tratar de uma espaçonave extraterrestre. O objeto não identificado pode ser de lixo espacial, algum artefato descartado pelos próprios astronautas ou alinda, um satélite em órbita. Sua rota retilínea sugere que esteja (assim como a ISS) em órbita da Terra.

 

Não é a primeira vez que algo semelhante ocorre em uma caminhada espacial. Na missão STS-122 (duas antes da atual), uma imagem externa mostra um objeto luminoso também captado quando cruzava o fundo escuro do céu. Sem maiores explicações, a Nasa liberou os vídeos ao público.

 

 

* José Ildefonso Pinto de Souza é bacharel e licenciado em Física.

- Com informações do site da Nasa.

 

- Imagens: Nasa.

 

Vídeo da caminhada espacial STS-124: 

http://br.youtube.com/watch?v=geZnAEiuOyk

 

Vídeo da caminhada espacial STS-124 – detalhe do objeto: 

http://br.youtube.com/watch?v=hS_ckCWQfX8#

 

Vídeo da caminhada espacial STS-122: 

http://br.youtube.com/watch?v=WASlMYauR00

 

- Produção: Pepe Chaves.

  © Copyright 2004-2008, Pepe Arte Viva Ltda.  

 

 

 

 

ISS - Missão 16:

Alguma coisa está fora da ordem

Problemas na frenagem e na abertura dos pára-quedas

quase provocam mais uma tragédia na Astronáutica.

Por Pepe Chaves*

Exclusivo para

Via Fanzine

 

Engenheiro checa o local atingido pela cápsula, ao fundo vemos a parte inferior da mesma.

 

Trajetória balística

 

Algo saiu do cronograma para a volta da expedição 16 da Estação Espacial Internacional (ISS), quando esta buscou aterrissar no Cazaquistão no dia 19/04. Em sua descida, a cápsula russa TMA-11, caiu cerca de 400 quilômetros fora do alvo, com 45 minutos de atraso. A bordo estavam a astronauta norte-americana Peggy Whitson, ex-comandante da estação e nova recordista espacial de seu país, ao permanecer 377 dias acumulados no espaço, sendo 192, somente nesta última missão; o russo Yuri Malenchenko, comandante da Suyuz TMA-11, que já se encontrava na ISS e estava sendo substituído e a sul-coreana Yi So-yeon, a primeira astronauta oficial da Coréia do Sul, que realizou pesquisas medicas e científicas durante 10 dias na estação.

 

A falha constatada foi devida a adoção da “trajetória balística” da cápsula TMA-11, que sofreu alteração do rumo originalmente previsto para seu reingresso à atmosfera. O projétil tripulado adentrou sob um ângulo mais fechado que o normal, fazendo com que a tripulação experimentasse uma desaceleração de 10g, quando o normal seria 6g. Assim, por alguns minutos, a cápsula desceu numa velocidade, quase duas vezes superior à programada, até que fossem abertos os pára-quedas. Certamente, a tripulação experimentou momentos de pavor, quando foi constatada a falha e observada a discordância de dados, contudo, os problemas foram contornados e após a abertura dos pára-quedas a cápsula TMA-11 desceu suavemente, ainda que distante da região programada.

 

Os equívocos ocorridos acabaram por desviar em mais de 400 km o destino da TMA-11, e tão logo chegaram à superfície, o comandante Malenchenko acionou a central da operação por telefone celular, informando as coordenadas sobre local em que se encontravam e que todos estavam passando bem. A tripulação da expedição 16 foi resgatada por helicópteros do exercito russo que a recolheu, cerca de 25 minutos após sua chegada ao solo.

 

A cápsula TMA-12 se aproxima da ISS, levando os dois russos e a sul-coreana.

 

O pesadelo

 

Em seu regresso a bordo da TMA- 11, a tripulação da missão 16 trazia Malenchenko nos controles, com a assistência de Whitson e Yi So-yeon. Quando se encontravam a exatos 180° do ponto em que a nave tomaria contato com a atmosfera, foram ativados seus retro-foguetes (freios), que permaneceram ativos durante cerca de quatro minutos e meio. Com isso, houve uma redução na velocidade orbital de 28.000 km/h , prevista para o regresso à superfície. Três minutos antes da reentrada à atmosfera, a cápsula tripulada separou-se dos módulos orbitais e de propulsão, que reentram separadamente na atmosfera, onde deveriam se queimar.

 

Sete minutos depois, a cápsula começou a entrar em atrito com as camadas superiores da atmosfera e a sentir a frenagem, enquanto seus tripulantes se encontravam sentados, de costas ao sentido da queda e protegidos pela parede de metal da cápsula, além do escudo térmico que a nave utiliza para frear a partir de uma velocidade de 18.000 km/h até os 2.000 km/h , dentro da atmosfera. Com o atrito da frenagem, este escudo térmico começou a se queimar e a se desprender, juntamente com o material mais leve que recobre toda a cápsula. Isso causa uma elevação da temperatura, que vai aumentando pela fricção externa com o ar. Nesse processo, o calor passa a ser transmitido ao interior da cápsula, onde a alta temperatura poderá até queimar fatalmente os seus tripulantes.

 

Após vários minutos de pesadelo, quando a cápsula viajava velozmente em meio a muito fogo (algo como um meteoro), foram abertos os pára-quedas. Neste caso, isso ocorreu, tardiamente, fazendo com que cápsula atingisse uma grande velocidade, antes de abrir seus pára-quedas – que já deveriam se encontrar abertos -, arriscando assim, toda a tripulação que, aparentemente, não sofreu danos físicos.

 

A uma altura de uns 10 mil metros soltou-se um grande pára-quedas, fazendo com que a cápsula baixasse suavemente pelo resto da viagem. A poucos metros do solo foram ativados os retro-foguetes, que permitiram que a cápsula terminasse sua viagem com maciez. Como a cápsula caiu sobre um pasto seco, o local se chamuscou e começou a se incendiar com o calor dos pedaços dos foguetes.

 

Até mesmo o pára-quedas que caiu sobre eles também pegou fogo. Se pudesse ter sido visto por alguém que estava naquela região, o espetáculo não seria muito esperançoso para os tripulantes. Outro fato considerado estranho foi de que os controladores da missão não tomaram contato com a cápsula mesmo após sua aterrissagem.

 

O chefe do Departamento de Astronáutica da Nasa, Steve Lindsey

ao lado de Michael Sufferdini, técnico do programa da Estação Espacial Internacional.

Tensos, eles checam os mapas à procura da cápsula, que perdeu contato por vários minutos.

 

A Falha

 

Ainda que se necessite obter mais informações técnicas oficiais acerca de detalhes que apontem as falhas humanas ou técnicas do incidente com a cápsula Souyz TMA-11, alguns fatores já estão consumados. Falando conosco o professor e físico Márcio Rodrigues Mendes, também pesquisador em assuntos espaciais e astronáuticos e consultor de Via Fanzine, afirmou sobre o ocorrido, “o incidente poderia sim, ter tido outro final, de consequências bem mais sérias. Felizmente, não foi o caso. Outro detalhe fica por conta do fato de que a equipe de resgate tem uma série de procedimentos para retirada dos astronautas, auxiliando-os, inclusive, a se e adaptarem no retorno à gravidade (no caso de permanência prolongada no espaço); contudo - como é o caso – em situações especiais, a própria tripulação tem condições e autonomia para deixar a nave por conta própria. Mas, considerando a estatística de sucessos quanto ao uso do sistema vigente, nada ou pouca coisa poderá ser alterada a partir desse incidente. Porém, uma investigação deverá ser conduzida neste caso, apurando da forma mais precisa possível, as causas do mau funcionamento”.

 

Relembrando outras falhas do gênero em missões passadas, o professor Mendes aponta que, “Com relação aos russos, há pelo menos dois casos de retorno à Terra que acabaram em tragédia. Logo nos primórdios do Programa espacial russo, o cosmonauta Vladimir Komarov, por não ter aberto o pára-quedas, morreu ao ter sua cápsula espatifada contra o solo. Komarov inaugurava o infortúnio desse processo de retorno. Também no início da década de 70, outra tragédia ocorrera aos cosmonautas russos George Drobovolsky, Victor Patsayev e Vlasdslav Volkov, que chegaram mortos ao solo, devido à despressurização da cápsula durante o reingresso à atmosfera”.

 

Ilustração exemplifica o desvio da cápsula TMA-11.

 

O professor Mendes, retorna ainda ao tempo para nos lembrar de outros desastrosos ou desastrados regressos dos astrounautas, após suas missões espaciais, “Vale lembrar que o pioneiro dos vôos espaciais, Yuri Gagarin, retornou à Terra de seu vôo inaugural, descendo num território rural. O vôo de Gagarin só foi divulgado após seu retorno. De forma que, mesmo seus compatriotas, ignoravam o feito nacional, quer pelo sigilo, quer pela comunicação ainda ineficiente daqueles tempos. Imagine o ‘susto’ que tiveram alguns humildes ruralistas soviéticos, que porventura, antes das equipes de resgate, se encontraram com um astronauta “perdido” no mato. Por outro lado, segundo os dados oficiais, os EUA lideram as tragédias espaciais, considerando os fatídicos acidentes envolvendo a Apollo 1 e os dois shuttles atuais”.

 

É sabido também que a agência russa já tem um histórico de problemas relacionados à “trajetória balística”, onde a cápsula foi retirada do curso planejado, quando de seu retorno à superfície. Problema semelhante ocorrera na volta da Soyuz TMA-10, em outubro de 2007, tendo a bordo os russos Fyodor Yurchikhin e Oleg Kotov, e o malaio Sheikh Muszaphar Shukor, que conseguiram desacelerar e foram resgatados em segurança. No entanto, eles chegaram a suportar oito vezes a aceleração normal da gravidade, enquanto a cápsula mergulhava rumo à Terra. Um outro problema na descida também foi registrado em 2003, quando o russo Nikolai Budarin e os americanos Kenneth Bowersox e Donald Pettit a borda da cápsula experimentaram uma descida mais acelerada que o normal. Por causa de problemas de comunicação, o resgate levou seis horas para localizá-los.

 

E agora, novamente, em 19/04/2008, ocorre falha semelhante à cápsula TMA-11, deixando em polvorosa a própria tripulação, bem como os cientistas em Terra, que acionaram todo um aparato que envolveu uma grande rede de informações e diversos veículos de resgate, para recolher os astronautas que, durante alguns minutos ficaram “desaparecidos”, sem que o controle tivesse alguma informação sobre a localização e a integridade deles.

 

Astronautas falam da experiência

 

Numa conferência de imprensa realizada nessa segunda-feira, a astronauta de 29 anos So-yeon Yi, a primeira de Coréia do Sul, declarou que “estava realmente assustada” quando a cápsula espacial russa realizou uma descida inesperadamente aguda. “Durante a descida vi fogo lá fora quando passávamos através da atmosfera”, disse Yi. “No começo estava realmente assustada, já que, por causa do calor, pensei que íamos nos queimar”. Mas depois se deu conta que dentro da Soyuz não estava sequer morno. “Olhei para os outros e simulei que estava tudo OK”, disse Yi.

 

As primeiras informações dadas pelos controladores russos afirmam que o erro pode ter ocorrido pelo fato  de a tripulação ter alterado o modo de aterrissagem sem aviso prévio. Essa informação foi desmentida nesta segunda-feira (21/04) por Malenchenko, que comandou ao retorno da cápsula. A Coréia do Sul, que investe pesado em tecnologia, pagou 20 milhões de dólares para que Yi fosse ao espaço. O país espera agora, lançar seu primeiro foguete até o final deste ano.

 

A missão 17, que assumiu a Estação Espacial Internacional no dia 19/04 em substituição à 16, é formada pelo comandante da estação, o russo Sergei Volkov e os engenheiros de vôo Garrett Reisman (Nasa) e a Oleg Kononenko (Agência Espacial Russa).

 

*Pepe Chaves é editor do diário digital Via Fanzine.

- Com informações de

  Círculo Astronômico (www.circuloastronomico.cl)

  Aviation Trouble Shooting (http://aviationtroubleshooting.blogspot.com)

 

- Colaboraram: Márcio R. Mendes (SP), Vitório Peret (RJ) e José Ildefonso Pinto de Souza (SP).

 

- Fotos: Bill Ingalls, Shamil Zhumatov, Nasa e Ap Photo.

 

- Produção: Pepe Chaves.

  © Copyright 2004-2008, Pepe Arte Viva Ltda.  

 

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Estação Espacial Internacional:

Astronauta sul-coreana parte a bordo da Souyz

A 17ª missão terá muito trabalho pela frente. 

Por Pepe Chaves*

Para Via Fanzine

www.viafanzine.jor.br

 

Yi Sob-yeon e  Serguei Volkov

 

A primeira astronauta da Coréia do Sul Yi Sob-yeon partiu a bordo na da nave russa Soyuz, da base de Baikonur, no Cazaquistão, na segunda-feira (07/04), rumo a Estação Espacial Internacional (ISS, do inglês). Ela é uma das seletas mulheres na história espacial, que “deixou o planeta”.

 

A chegada da Soyuz à ISS está prevista para 10 de abril, após dois dias de vôo. A nova tripulação permanente será a 17ª expedição à estação, composta ainda pelos cosmonautas russos Oleg Kononenko e Serguei Volkov, que substituirão seu compatriota Yuri Malenchenko e a norte-americana Peggy Whitson.

 

Yi Sob-yeon retorna à Terra em 19 de abril, a bordo da Soyuz, junto com a tripulação permanente da 16ª missão. A astronauta deverá realizar uma série de experimentos biológicos, geofísicos, científicos e médicos na órbita. Inclusive, ela deverá se comunicar com estudantes sul-coreanos para explicar com exemplos as leis físicas da falta de gravidade.

 

O astronauta norte-americano Garrett Reisman, que em 13 de março chegou à ISS a bordo do ônibus espacial Endeavour permanecerá na 17ª missão e retorna à Terra somente em junho.

 

Segundo Anatoli Perminov, diretor da agência espacial russa Roskosmos, esta missão permanente da ISS receberá duas naves norte-americanas, três naves de carga russas Progress, além disso, serão realizadas caminhadas espaciais pelos integrantes da missão.

 

* Com informações do site da Nasa.

*  *  *

 

 Rumo à Estação Espacial:

Coréia do Sul tem astronauta mulher

O primeiro astronauta sul-coreano é uma mulher de 29 anos,

que partirá na Soyuz rumo à ISS em abril próximo.

 

Astronauta Yi-Yeon

 

SEUL - A Coréia do Sul acaba de escolher uma mulher para ser o seu primeiro astronauta. A mudança ocorreu após autoridades russas terem afirmado às coreanas que o homem inicialmente selecionado para a missão do próximo mês, tinha violado as regras de formação.

 

A escolhida foi a astronauta Yi-Yeon, de 29 anos. Ela é estudante de engenharia de biosistemas. Yeon estará partindo em 08 de abril próximo, a bordo da Soyuz, em substituição ao engenheiro de computação Ko San, de 30 anos.

 

"A glória de se tornar o primeiro astronauta da Coréia do Sul vai para uma mulher", afirmou Lee Sang-Mok, um alto funcionário sul-coreano ao anunciar a novidade.

 

Ko e Yi estão em treinamento na Rússia desde o ano passado, porém, alguns funcionários se queixaram de Ko, ao tse apoderar de manuais de formação fora do tempo permitido pelo Centro de Formação, constituindo "repetidas violações da formação protocolo". "No espaço, um pequeno erro muito poderia causar grandes transtornos", afirmou Lee.

 

Lee acrescentou também que Seul havia decidido aceitar a recomendação da Rússia para trocar Ko por Yi, que agora irá permanecer em terra e deverá ajudar Yi da missão, que inclui a realização de vários experimentos no espaço.

 

Yi deverá retornar à Terra em 19 de abril, após realizar experiências na Estação Espacial Internacional. A Coréia do Sul vai se tornar o 36º país a colocar uma pessoa no espaço desde que a Rússia enviou Yuri Gagarin à órbita em 1961.

 

A Coréia do Sul anunciou no ano passado um ambicioso plano para lançar o seu próprio orbitador lunar em 2020 e enviar uma sonda à Lua nos próximos cinco anos. No entanto, esta viagem a bordo da Soyuz custará US$ 27 milhões aos cofres sul-coreanos – sete milhões a mais do que o Brasil pagou pela viagem de Marcos Pontes a bordo do mesmo Soyuz.

 

* Tradução e adaptação: Pepe Chaves.

- Fonte e foto: www.space-travel.com

- Colaborou: José Ildefonso de Souza (SP).

 

 
 

 

     

Em todo nosso planeta, há muitos lugares de grande importância para a humanidade, mas poucos são os que realmente mudaram os rumos da nossa civilização. Ao citar alguns incluiria a localidade, onde nasceu Jesus Cristo; Kapilavastu, no Nepal, onde nasceu Buda; a Ilha de Samos onde Pitágoras certamente impulsionou a Matemática vinculada a Geometria e Cabo Canaveral, um ponto de partida da humanidade para fora do planeta.

 

Antes de continuar, é preciso esclarecer aos mais afoitos que considero Cabo Canaveral, nos EUA, como “um ponto” e não “o ponto” de partida. A escolha deste local para o presente artigo deve-se, sobretudo, a acessibilidade às informações e ao fato de este autor já tê-lo visitado por três vezes, duas em 1997 e uma em 2000.

 

Um velho ditado diz que “há quem passe por uma floresta e só consiga ver lenha para fogueira”. De fato, nem todos percebem a complexidade, grandiosidade – em diversos sentidos – e o significado daquele lugar. Ciente de que o visitei como mero turista, tive a oportunidade de conhecer o que é destinado aos visitantes em geral. Aliando então o que já detinha conhecimento e o que pude ver no local, gostaria de passar minhas impressões e idéias, excluindo aqui os aspectos históricos que envolvam a razão para existência de tão grandioso projeto, bem como, a política e planejamento para sua implantação.

 

Minha primeira ao Kennedy Space Center visita ocorreu em outubro de 1997. Eu acompanhava minha irmã, que participava de um Congresso de Oncologia no Orange Conventry Hall, na Internacional Drive, Orlando. Enquanto os médicos debatiam suas atualizações, a organização do evento promovia excursões para os acompanhantes e dentre as opções, estava Cabo Canaveral.

 

Saímos logo pela manhã em excursão. Rapidamente nosso ônibus entrou em uma das rodovias que daria acesso a Merrit Island (entre o Indian River e o Banana River) e o condutor nos alertou para que ficássemos de olhos abertos no terreno pantanoso daquela região da Flórida, pois a chance de vermos aligatores era grande. A temperatura era agradável, o dia claro e ao longo do percurso – de quase uma hora, chamou-me a atenção o grande numero de árvores e palmeiras amarradas em cabos de aço. Apesar do clima agradável naquela manhã, a visão das plantas amarradas lembrou-me que estava em uma região onde tornados e furacões são ameaças constantes.

 

Como entusiasta dos feitos astronáuticos, minha expectativa era grande. É verdade que é quase impossível estar em Orlando e não visitar suas principais atrações, como Universal Studios, Busch Garden, os parques da Disney - experiência que me surpreendeu além das expectativas; mas visitar o Cabo Canaveral e suas dependências era a realização de um sonho de criança.

 

Estávamos a uma boa distância, quando o condutor nos chamou a atenção para um detalhe: já era possível divisar ao horizonte uma pequena construção cúbica. Tratava-se do VAB – Vehicle Assembly Building – o prédio onde os foguetes são montados e posicionados na vertical. Confesso que aparentemente não chama a atenção, mas talvez pela falta de informação e pelos erros de perspectiva. De certa forma, acho que o condutor já esperava por isso, informando logo a seguir para seus incrédulos seguidores que aquela construção estava a pouco mais de 20 quilômetros.

 

Alguns foguetes originais apontam para o céu no Rocket Garden.

 

Não nos dirigimos diretamente ao VAB, mas sim ao complexo do Centro de Visitas. Eu poderia passar dias, só ali. Cedo tomei ciência de que não conseguiria ver tudo, pois os informes do condutor para estarmos no local de partida do ônibus no local e horário estipulado me convenceram de que teria que optar por atividades e locais de visita. Por onde começar então? Logo na entrada, recebemos um mapa estilizado: havia 28 itens, onde o último deles era o Space Shop.

 

O Complexo para visitantes é grande. Fui logo atraído para o Rocket Garden, onde alguns foguetes genuínos e históricos estavam lá, eretos, mas silenciosos. O precursor dos primeiros vôos tripulados, o Redstone; o robusto Atlas; o imponente Titan e, acomodado na horizontal, o irmão menor da família dos “Saturnos”, o Saturno 1B. Algumas antenas de telemetria, bem como réplica do Módulo Lunar e da cápsula Apollo, com manequins ocupando os lugares dos astronautas podiam ser conferidos.

 

Também exposto estava o “braço” vermelho da Torre de lançamento, através da qual os astronautas tiveram acesso ao seu veículo. Os visitantes agora podem andar por ele. Os mais imaginativos terão uma idéia - embora incompleta - do que os astronautas sentiram ao passar por esta armação de ferro e tubulações, tudo pintado de vermelho - atualmente desbotado. Gastei um bom tempo fazendo fotos por ali.

 

No alto de alguns desses foguetes, estavam réplicas das primeiras espaçonaves como a Mercury e a Gemini. Ao passar pelo Atlas, com suas partes brilhantes, como de metal polido, notei, curiosamente, no que imagino ser escape de gases, um ninho de passarinho e seus ocupantes, atestando certamente o fim da era desse gigante astronáutico.

 

Saturno 1B no Rocket Garden.

 

Para um entusiasta como eu, tudo ali impressiona, mas é preciso andar rápido e optar pela atração seguinte. Como estava realizando minha turnê em ambiente externo, optei por uma passagem pelo Astronaut Memorial, pois o monólito escuro destaca-se, mesmo visto à distância. Além disso, o caminho até ele passa ao lado do Shutle Plaza.

 

Posso ter feito a escolha errada. Ao menos foi uma visita solitária, pois todos os meus “colegas de excursão” escolheram outros locais. Andei um bocado, mas não me arrependo.

 

Foi como um “encontro” com personagens da minha infância; dos tempos que corria diariamente às bancas à procura de jornais e revistas onde estes meus “heróis” eram notícia em todo o mundo. A princípio nada, mas ao me aproximar daquela enorme lápide de granito preto e polido, com reflexos das poucas nuvens que habitavam o céu azul naquela manhã, senti uma emoção muito particular (acompanhada de um rápido calafrio), lendo os nomes a que me acostumei na infância: Virgil “Gus” Grissom, Roger B. Chaffe, Edward H. White (mortos num incêndio da cápsula Apollo, quando treinavam); além de outros oito nomes de astronautas que não chegaram a voar, mas já pertenciam a este seleto grupo, e os mais recentes da fatídica Challenger, entre os quais a da Profª Christa McAuliffe.

 

Sendo um local afastado das demais dependências, ali, reina algum silêncio, muito apropriado à atmosfera do lugar. Não sei porque, não fiz fotos e não voltei lá nas outras visitas.

 

Apressado, procurei voltar passando pelo Shutle Plaza. Uma maquete em tamanho real do atual veículo lançador do Shutle, bem como um edifício de quatro andares, ao lado da réplica do Shutle, nos traz de volta aos dias atuais.

 

Réplica em tamanho natural do Módulo Lunar do Projeto Apollo e o autor desse artigo.

 

Haja filme fotográfico. Naquela época as máquinas digitais eram como artefato que só se via nos filmes de ficção científica. Pude entrar na cabine do Shutle e olhar para dentro do grande compartimento de bagagem. Fiquei impressionado com seu espaço disponível. Poder examinar – e fotografar – este veículo espacial, tão atual, por dentro e por fora, consome muito tempo. Foi aqui que comecei a arquitetar minha segunda visita, pois tive a certeza de que não veria naquele dia quase nada. A hora já ia adiantada.

 

Andando de forma a atropelar freqüentemente os próprios passos, voltei para tentar participar de outras atividades. Perdi uma apresentação (vídeo show, maquetes, etc) relativos a missão em andamento: a NEAR – Near Earth Asteroid Rendzevouz. Corri então para outro pavilhão: “Mission to Mars”... Só para descobrir que estava perdendo outra atração: demonstrações de detalhes de toda atividade robótica em andamento no planeta Marte, bem como os futuros projetos de visita e pesquisa àquele planeta. Os problemas dessa empreitada, bem como possíveis soluções são apresentadas ao público de forma didática.

 

Estas duas exposições que perdi deve-se ao fato de que a exibição de video-show ou de qualquer outra atividade interativa, acontece com horário marcado e o seu cumprimento é bastante rígido.

 

Entre tantos edifícios existentes por ali, há uma área coberta, porém não fechada. Longos bancos estão dispostos como em uma Igreja, voltados para um pequeno “púlpito”. Há um cartaz informando que, diariamente um astronauta em atividade ocuparia aquele local para preleções e participação aberta aos interessados. Uma excelente atividade para quem domina o idioma, além de poder confabular diretamente – dependendo da sorte – com veteranos e ou outro qualquer que estivesse escalado para aquele dia.

 

Quase no mesmo horário, havia pelo menos duas outras opções, ambas envolvendo um “tour” pelas dependências do espaçoporto. Num deles, o turista é levado a visitar os antigos locais de lançamento das naves Mercury e Gemini, bem como o Missile Museum, observando que, oportunamente, este tour pode ser cancelado em vista de operações de lançamento e/ou salvamento na área.

 

A outra escolha – a que optei – é a do tour que nos leva a um imenso hangar, onde participamos de uma recepção (Firing Room Preshow), a passagem por uma simulação – com todos os consoles ativos (!) – do lançamento de um Saturno V. Nesta simulação (Firing Room), além de ouvirmos as frenéticas comunicações entre operadores e astronautas embarcados, visualizamos em tela panorâmica diversos ângulos do foguete em ascensão. O realismo é tal que todos os vidros da sala vibram como resposta à potência total de lançamento do Saturno V.

 

    

 Cápsulas das missões Mercury e Gemini, respectivamente.

 

Desta sala, somos conduzidos ao ambiente anexo: lá estava o do gigante foguete Saturno V, postado na horizontal, em “berços” e separados em seus estágios. O local é tão amplo, que além do foguete em si, abriga ainda diversas lojas de souvenires, simuladores (Lunar surface theater), lanchonetes (Moon Rock Café etc), e todo tipo de acomodação. Só neste ambiente podemos gastar o dia todo, se quisermos nos inteirar convenientemente do que foi o Projeto Apollo.

 

Adquiri meu ingresso para a visita ao Apollo/Saturn Center, mas havia algum tempo para a partida. Procurei fazer um lanche rápido (o tradicional chesseburguer com fritas e refrigerante) no Snackport. Enquanto comia, reparei que alguém com o incômodo traje dos astronautas (traje lunar) andava por ali, entretendo crianças e curiosos.

 

Nesta pausa, notei o grande número de pássaros existentes no local. São atrevidos, voam rasantes e estão sempre à espreita para conseguirem alguma comida. Reparei um garotinho que, numa bobeada, ficou sem o seu sorvete de casquinha!

 

Concluí que haveria tempo para mais uma atividade antes de embarcar no tour. Escolhi então assistir a uma apresentação no Galaxi Center, o IMAX. Trata-se de um cinema com projeção para ser assistida com óculos que proporcionam a percepção tridimensional da cena. Imagens de tirar o fôlego. Em cartaz: “L5 – First City in Space”, o cotidiano de uma garotinha vivendo em uma colônia espacial, do tipo “cilindro de O’Niel”, estabilizado em um dos pontos de equilíbrio gravitacional entre Terra-Lua-Sol, conhecido como “Ponto de Lagrange”. A proposta de uma colônia desse tipo merece um artigo à parte, o qual me proponho compor futuramente. Durante minha graduação em Física, apaixonei-me pela idéia da colônia espacial e vê-la encenada com o realismo proporcionado com toda a tecnologia do IMAX foi atordoante, porém, meu dia, ainda tinha muito pela frente...

 

Saindo do “cinema”, corri para o Bus Loading Gates. Filas e mais filas de embarque, mas tudo muito bem organizado. Foi interessante notar que praticamente todos os motoristas são senhores da terceira idade. Certamente, em vigor, o aproveitamento de quem ainda tem algo a oferecer em termos de trabalho. Fiquei com a impressão ruim de que esses mesmos senhores em nosso país, já seriam elementos descartados (aposentados) da sociedade. Pelos tour que pude fazer outras vezes, as impressões vieram se confirmar: são pessoas que gostam do que faz, pois o tempo todo, além de dirigir, foram ótimos cicerones, apresentando de forma descontraída e muito divertida os pontos de interesse durante nossa pequena viagem. No caso deste tour, nosso motorista chegou a parar o ônibus próximo a uma árvore onde havia um enorme ninho de águias! Durante o tempo todo, a bordo é mantido um vídeo com atividades astronáuticas, sejam históricas ou da atualidade.

 

Ao longo do caminho um helicóptero Black Hawk voou baixo e cruzou nosso ônibus em direção a uma das plataformas de lançamento dos atuais Shutles. Passamos ao largo de inúmeras construções, ora com ar militar, ora parecendo abandonado; além de artefatos que “só Deus sabe o que é”.

 

Maquete do Shutle no Shutle Plaza.

 

Progressivamente nos aproximamos do VAB. Lentamente nosso ônibus circula o imenso prédio pelas ruelas e vias em torno dele, parecendo uma pequena vila construída ao seu redor. Para meu azar, as duas portas gigantescas estão praticamente fechadas.

 

O ônibus estaciona e todos podem então, restritos a limites, olhar e fotografar o “nascedouro” dos foguetes. São 58.000 toneladas de aço estrutural, unidas por mais de um milhão de parafusos e rebites. Conta-se que, durante sua construção, a grande quantidade de maquinário que liberava vapores, produzia uma certa precipitação (chuva) interna no imenso hangar, devido à condensação desses vapores. Imagine só: um prédio com uma “meteorologia interna” própria.

 

Suas fundações são inacreditáveis: mais de 206 quilômetros de tubos de aço de 40cm de diâmetro, em 4.225 peças separadas e para ancoragem de toda estrutura, mais de 22.000 metros cúbicos de concreto formando a plataforma do que seria o chão.

 

Em seu interior, inúmeros outros prédios. Prédios dentro de prédios. Mais que isso, esses prédios, de três a quatro andares, em sua maioria com ar condicionado, movem-se na vertical e horizontal, ajustando-se ao contorno do corpo do veículo espacial em construção, com uma tolerância de junção de até dois milímetros.

 

Todo o VAB pode conter até quatro veículos em montagem simultânea e sua construção exigiu uma vasta e complexa coleção de plantas completas em mais de 2.500 cortes.

 

Estima-se ainda que, no vão de uma das suas portas (são duas e todo o edifício não tem outra única abertura) passaria todo o prédio da Sede do antigo Banco do Estado de São Paulo.

 

Não pudemos visitar o interior desse prédio. Essa experiência, certamente tem suas razões para restrições. A vista de seu exterior e arredores já impressiona, além disso, pudemos ver um dos dois crawlers estacionado nas proximidades. O crawler é o veículo que leva os foguetes já montados, desde o VAB até os Pads de lançamento. Embora não haja odômetro a bordo desses veículos, em pouco mais de 30 anos, eles não andaram mais que uma centena de milhas, pois só podem se deslocar em um caminho previamente preparado para seu deslocamento - uma vida inteira, deslocando-se sempre entre o VAB e o Pad de lançamento. Enquanto transporta um foguete para ser lançado, sua velocidade não passa de uma milha por hora (pouco mais de 1,6 Km/h) e estando vazio pode exceder essa velocidade, “correndo” a duas milhas por hora.

 

Óleo sobre tela mostra crawler transportando um Shutle.

 

Uma das características mais importantes do crawler é seu sistema hidráulico que permite manter sempre o foguete na vertical, mesmo enquanto sobe uma rampa para se posicionar adequadamente no Pad de lançamento. Em 1977 a Sociedade Americana de Engenharia Mecânica considerou estes dois únicos aparatos no mundo – os crawler, como “National Historic Mechanical Landmark”. Na verdade o crawler é um super trator de 2.722 toneladas e medindo 40 metros de comprimento por 35 de largura. Sua altura é de 6 a 8 metros, dependendo da necessidade. Os trucks de esteiras localizados nos quatro cantos do trator medem 12 metros de comprimento por 7,2 metros de largura e 3 metros de altura.

 

Quando ocupados com algum veículo e seus equipamentos de manutenção, podem chegar a 8.000 toneladas. O equipamento é acionado por quatro geradores de 1.000kw e alimentados por dois motores a diesel de 2.750hp, cada um. Os sistemas de iluminação, ventilação e levantamento são supridos por dois geradores de 750kw cada, sendo alimentados por dois motores diesel de 1065HP cada um. Certamente, um veículo incomum e, para um veículo que foge do convencional, seu caminho também não é nada convencional.

 

Por inúmeras vezes o condutor do nosso ônibus cruzou o caminho do crawler entre o VAB e o Pad, mas na maior parte do tempo, anda ao seu largo, a caminho dos complexos de lançamento. Eu estava sentado em uma das janelas no andar superior no ônibus e a princípio não me dei conta de que havíamos cruzado o leito carroçável do crawler: uma larga faixa de pedriscos, na verdade, como os ornamentais seixos rolados de jardinagem. Custou um pouco tomar consciência de que se tratava do caminho por onde tantos foguetes prontos para seu lançamento, já passaram.

 

As duas vias ocupam uma largura um pouco superior a 40 metros. Cada via tem 12 metros com um canteiro central de 16 metros, isso, ao longo de pouco mais de 15 quilômetros entre o VAB e o Pad. Obviamente que os seixos rolados constituem apenas o acabamento, pois, para suportar milhares de toneladas de todo o conjunto, o visitante é informado para que se tenha a idéia de outra obra monumental. Ao longo desse trajeto de 15 quilômetros, o solo é composto por rochas compactadas, muito concreto e aço, que constituem milhões de toneladas de enchimento e terraplanagem. A compactação do subsolo chegou a 95% de densidade, ou seja, quase a dureza das rochas.

 

Uma das bases de lançamento do Complexo 39.

 

O ônibus estacionou a alguns quilômetros de uma das consagradas bases de lançamento: o Complexo 39, especialmente projetado para os gigantescos foguetes Saturno V. Desembarcamos em uma espécie de “mirante” e, confesso que, dada a grande distância, é um pouco desanimador. Mesmo assim, embora não houvesse nenhum foguete posicionado e em vias de ser preparado para lançamento, é evidente que a plataforma tem alguma atividade. De forma frenética, inúmeros carros e caminhões chega e parte de lá o tempo todo; assim como vez ou outra um helicóptero. Não seria exagero então considerar o Complexo 39 e seus arredores como uma “mini-cidade”, cercado de dezenas de prédios, bem como enormes depósitos esféricos e centenas de tubulações.

 

A torre de lançamento que observei (dos atuais Shutles) não tem mais nada a ver com a marcante torre vermelha dos tempos das missões Apollo. Mais baixas, porém, muito mais complexas, quase toda em tons de cinza-claro com detalhes em branco, encontram-se as atuais torres de lançamento do Cabo Canaveral.

 

Na época, eu dispunha de uma câmera fotográfica Practika MTL-3 e uma objetiva de aproximação. Fiz inúmeras fotos, mas os resultados não foram satisfatórios, pois com a tentativa de fotografar com ampliação máxima, perdi muito da qualidade.

 

É preciso colocar aqui que o tempo de permanência no local – ou em qualquer outra parada dos ônibus – não é rígido, pois dado o grande número desses veículos circulando, você pode desembarcar de um deles, permanecer um tempo mais prolongado e embarcar no próximo. O intervalo médio entre eles é algo em torno de vinte minutos, de forma que temos nossos colegas de viagem sempre renovados.

 

Fiquei então ali mais do que poderia e menos do que queria. Havia muito ainda para ver, contudo, desde já, estejam cientes de que ao longo de um dia só é possível optar por um tour; já que não é possível fazê-lo com condução própria e sim apenas com os ônibus que circulam com os turistas.

 

De volta ao Centro de Visitantes, ainda com uma hora para o embarque a Orlando, tive muitas opções, segundo meu guia; porém qualquer que seja a escolha, não haverá tempo suficiente para apreciar convenientemente.

 

Esquema do Complexo de Visitantes do Kennedy Space Center.

 

Eu estava deixando para trás o Spaceport Theater, o Gallery of Space Flight, o Center for Space Education, entre outros. Optei então por uma rápida passagem pelo Space Shop. Trata-se de um grande espaço, como um Supermercado, com dois andares, ligados por elevadores e escadas rolantes, com todo tipo de mercadoria que se possa imaginar. Tudo estrategicamente distribuído. Depois de um dia todo vivendo e respirando Astronáutica, é impossível sair de lá, sem ao menos comprar um chaveirinho. E você encontra de tudo: bottons, vestuário, brinquedos, maquetes, aviamentos de diversos tipos, muitos filmes e documentários, som, completa literatura – especializada inclusive -, telescópios e todo tipo de instrumentos ópticos, eletrônicos e tantos outros.

 

Afortunadamente, eu teria tempo para ver tudo novamente e com mais calma, pois terminado o congresso médico do qual minha irmã tomava parte, estava nos planos uma nova visita, com maior flexibilidade no tempo disponível, pois alugamos um carro. Haveria, portanto, oportunidade para pequenas compras e esta primeira incursão serviria muito para planejar a segunda.

 

O entardecer em fins de outubro é frio. Os tons avermelhados no poente e o céu entrecortado por inúmeras trilhas de aviões contrastavam adequadamente com a silhueta dos velhos foguetes, agora inertes no Rocket Garden. Já acomodado na minha poltrona a viagem de volta foi feita com alguma ansiedade, pois como criança que tem muito a contar eu tentava imaginar por onde começar.

 

* Márcio Mendes é físico, professor em Dois Córregos/SP, astrônomo amador membro da REA (Rede Astronômica Observacional) e consultor de Astronomia para Via Fanzine e UFOVIA.

 

- Fotos: Márcio R. Mendes/Arquivo Via Fanzine.

 

- Produção: Pepe Chaves.

  © Copyright 2004-2007, Pepe Arte Viva Ltda.  

 

 

                                                                                                                                                           

 

Colonização lunar:

A realidade da Estação Lunar

Habitar a Lua ainda é uma pretensão fora de alcance,

mesmo com a recente afirmação dos EUA de que o fará em breve. 

Por Pepe Chaves*

Exclusivo para

Via Fanzine

 

Concepção artística de uma futurista base lunar, ao fundo, a Terra.

 

A recente afirmação da Nasa de construir uma base lunar (veja abaixo, de The Washington Post), vem restaurar o sonho da conquista espacial norte-americana, rompido após as explosões de duas de suas espaçonaves tripuladas. De 1969 a 1972 o Projeto Apollo levou o homem ao solo lunar e desde então, o satélite não mais recebeu a visita humana.

 

Único país a pisar na Lua, os EUA não querem perder "terreno lunar" para outros países e, para tanto, já começa a articular projetos e estudos para a efetivação da volta à Lua. A colonização lunar, representa na Terra, antes de mais nada, ascensão científico-tecnológica e supremacia nacional. Por isso, atualmente, não mais somente os EUA, desejam aplicar fora da Terra recursos exorbitantes para a exploração e a "conquista" da Lua.

 

Não somente por ações de estratégia ou pela simples afirmação de poderio tecnológico leva um país a aplicar recursos na exploração lunar. É sabido que o satélite guarda em seu subsolo diversos minerais em composições distintas da maioria existente na Terra. Certamente, o subsolo lunar poderá guardar diversas fontes de riquezas e talvez, até mesmo de sobrevivência para o homem da Terra no futuro.

 

BASE NORTE-AMERICANA - Em recentes declarações à imprensa e também em seu site, a Nasa e o governo dos EUA faz ventilar interesses em construir uma base lunar que possa vir a dar suporte aos astronautas em suas missões espaciais. A declaração, vem também jogar água na fogueira de outros países, como a China (considerada a nova superpotência tecnológica mundial) que também tem “anseios lunares”, bem como a própria União Européia (UE) que já desenvolve (num consórcio internacional da Agência Espacial Européia - ESA) diversos projetos voltados à exploração espacial, inclusive a sonda SMART-1, que já se encontra em atividade na órbita lunar.

 

Nos EUA, o próprio presidente Bush informou em 2004, acerca de investimentos lunares, inclusive, declarou sobre a construção de uma espaçonave que faça o trajeto Terra-Lua-Terra eficientemente e viabilize a construção de uma estação fixa no satélite terrestre. Contudo, apesar das diversas informações que a ciência detém a respeito da Lua, ainda existem muitos aspectos desconhecidos que podem implicar diretamente no fato da permanência humana naquele inóspito ambiente.

 

'Com água no satélite, poder-se-ia criar culturas em

estufas para consumo próprio dos astronautas'

 

DISCREPÂNCIAS - A bem da verdade, o que separa a afirmação de um líder de Estado da realidade cientifica espacial disponível atualmente pode ser como um abismo de proporções gigantescas, dentro do "tempo-espaço" a que estamos inseridos.

 

Portanto, existem diversos obstáculos que impedem a presença humana em solo lunar, dentro dos moldes em que ela se encontra na Terra. Alguns deles são:

 

- A superfície lunar recebe fortes descargas radioativas do sol, as quais contêm elementos letais à espécie humana;

 

- O fato de o satélite não possuir  atmosfera (como a Terra) que "filtre" as emissões de raios solares implica em problemas diversos para a vida na Lua, pois não há como sobreviver sem trajes especiais para o ambiente agressivo;

 

- Também a falta de oxigênio natural obrigaria o constante uso de trajes adaptados para se deslocar na superfície lunar, além de um considerável estoque artificial desse elemento;

 

- A superfície lunar é bombardeada constantemente por "tiros" de asteróides, meteoritos e pedregulhos de proporções diversas - já que o satélite não possui atmosfera (como a Terra) para dissolvê-los antes de atingirem o solo; 

 

- A baixa gravidade lunar (seis vezes menor que a da Terra), também é um agravante e, decerto, afetaria o funcionamento de diversos órgãos do corpo humano dentro de pouco tempo; entre outros obstáculos.

 

Para contornar problemas gravitacionais, é que as bases lunares se mostram interessantes: haveria ambientes lacrados [veja ilustração no topo dessa matéria] com gravidade artificial. As condições do interior de cada módulo habitacional seriam totalmente “calibradas” às condições terrestres. Ou seja, criar-se-ia um ambiente onde a gravidade, temperatura e pressão seriam manipuladas dentro dos parâmetros terrestres - exatamente como mostram alguns filmes de ficção, onde seres humanos convivem em estações extraterrestres ou dentro de espaçonaves, andando e não flutuando, já que deveria haver ausência ou o mínimo possível de gravidade nestes locais.

 

'Um avançado posto de pesquisa lunar, a serviço de diversos projetos terrestres,

seria uma conquista para a humanidade como um todo'

 

SUBSISTÊNCIA - Devemos assinalar também que, dos fatores essenciais para a permanência humana no mundo lunar seria a presença natural de água naquele ambiente. Esta possibilidade é alta, segundo os cientistas, porém ainda não foi confirmada precisamente. Caso houvesse uma forma de manipular a água lunar, um grande problema da colonização seria contornado. Com água no satélite, poder-se-ia criar culturas em estufas para consumo próprio dos astronautas. Isso já facilitaria muito as coisas por lá, além de criar uma significativa subsistência em relação à Terra.

 

Um avançado posto de pesquisa lunar, a serviço de diversos projetos terrestres, seria uma conquista para a humanidade como um todo, no bom sentido da exploração e da pesquisa espacial raciocinadas. Da Lua, seriam colhidos dados que, por motivos diversos, não têm condições de serem colhidos com isenção a partir da Terra.

 

ATRASOS - O sonho de conquistar a Lua e construir no satélite uma base para comportar seres humanos, não é novidade e quem sabe, já poderia ser fato na conteporaneidade (ou se estar mais próximo disso), não fosse os dois acidentes fatais com as espaçonaves Challenger (1987) e Columbia (2003), que vitimou suas tripulações e jogou um balde de água gelada na praticidade das viagens espaciais. Os projetos espaciais tiveram uma forte “freada” logo após estes acidentes e a conquista espacial, certamente, passou a sofrer atrasos.

 

Apesar de continuar recebendo importantes cifras do orçamento norte-americano, os projetos espaciais daquele país (sobretudo, tripulados) sofreram acentuadas quedas imediatamente após cada um destes citados acidentes, e ainda na atualidade, "curte a ressaca" do desastre com a Columbia, ocorrido há apenas 3 anos quando esta espaçonave adentrava à atmosfera terrestre.

A base lunar Alpha, do seriado Espaço 1999 - na ficção científica a lua

 vagava pelo espaço sideral já que foi deslocada da órbita terrestre

por uma explosão nuclear. No seriado os habitantes da base Alpha

 aprendem a conviver com as dificuldades do ambiente lunar.

 

Certamente, não fosse descaminhos do destino, o processo de colonização lunar já poderia se encontrar bastante avançado atualmente.

 

'Acreditamos que afirmações atuais acerca da criação

de bases lunares podem ser somente blefe político'

 

HOLLYWOOD - Em 1973 foi produzido por Hollywood uma das obras primas sobre o tema “base lunar” e ainda hoje, considerado uma legenda da sci-fi. O seriado Espaço 1999 (Space 1999, Carlton Vídeo), de Gerry Anderson e Lew Classe, mostrava uma base lunar no ano de 1999. Era a base lunar Alpha, instalada na Lua por norte-americanos que conseguiram remontar em seu interior um ambiente idêntico ao terrestre. Porém, no seriado, havia um agravante, pois a Lua, estava fora da órbita terrestre e seus habitantes perderam o contato com o planeta. O deslocamento lunar teria ocorrido, devido a explosão de uma bomba nuclear que afastou o satélite terrestre e o fez navegar pelo espaço à deriva.

 

Espaço 1999 estrelado por Martin Landau e Barbara Bain trouxe em 24 episódios detalhes da vida numa colônia lunar, com seus personagens sobrevivendo numa situação completamente autônoma ao planeta Terra. O comandante John Koenig (Landau) ao lado da doutora Helen Russel (Bain) procuravam dar o melhor destino às diversas aventuras que a base lunar Alpha passara na superfície do pequeno e agora astro errante.

 

Águia: veiculo de transporte da base Alpha.

A tripulação da Alpha utilizava-se de veículos espaciais bastante limitados, chamados de Águias [ao lado], inclusive, estes veículos (de 1999) guardavam bastante semelhança com os pré-históricos módulos lunares utilizados pela Missão Apollo no início dos anos de 1970 – em tempo real, a missão foi finalizada pela Nasa pouco antes da produção da Carlton Video.

 

Durante os 24 episódios,  a base Alpha, instalada na Lua (que então vagava pelo espaço sem rumo), enfrentou intempéries diversas em sua jornada sideral. Além dos protagonistas, mais seis atores integravam o elenco original do seriado, compondo a tripulação da base Alpha que, diferentemente de outras produções (que mesclavam membros de múltiplas nacionalidades) era composta somente por norte-americanos.

  

Mas, saindo do "mundo da lua" e voltando à realidade, economicamente falando, a viabilidade para a construção de uma estação lunar é praticamente nula para os dias atuais e mesmo para os próximos anos. Destarte, acreditamos que afirmações atuais acerca da criação de bases lunares podem ser somente blefe político ou tão somente auto-afirmação de supremacia nacional. Na realidade, diversos obstáculos ainda precisam ser transpostos para que uma base lunar se torne realidade e tenha um retorno prático que justifique as altas cifras que devem ser empregadas na sua construção.

 

Se a própria Estação Espacial Internacional (ISS), que emprega esforços econômicos de 15 países, anda a passos de tartaruga, como seria possível construir uma complexa estação lunar que comporte a vida humana nos próximos anos?

 

* Pepe Chaves é editor de Via Fanzine e webmaster de UFOVIA.

- Ilustrações: "Lunar Base" e "On the Moon", ambas por Kagaya.

- Produção: Pepe Chaves.

  © Copyright 2004-2007, Pepe Arte Viva Ltda.  

 

*  *  *

Houston:

EUA querem ter base na Lua

Norte-americanos estiveram pela última vez no satélite em 1972.

 

Guy Gugliotta para

The Washington Post

 

A conquista da lua exigirá a presença humana em sua superfície.

 

Pela primeira vez desde 1972, os Estados Unidos estão planejando um vôo à Lua. Mas, em vez de uma visita rápida como as do projeto Apollo, a idéia é construir uma base permanente para astronautas, como preparação ao que pode ser o empreendimento mais ambicioso da História - enviar seres humanos a Marte.

 

Em 2004, o presidente Bush anunciou, com grande estardalhaço, planos para construir uma nova espaçonave, voltar à Lua em 2020 e viajar de lá a Marte depois disso. Apesar dos problemas da Nasa, os planejadores delinearão dentro de seis meses o que será preciso no novo veículo para que astronautas possam explorar a superfície lunar.

 

A Lua não é para estômagos fracos. É um lugar letal, sem atmosfera, bombardeado constantemente por raios cósmicos e micrometeoritos, castigado por uma temperatura que varia centenas de graus e coberto por um lençol de poeira que pode arruinar trajes espaciais, poluir o suprimento de ar e se incrustar em máquinas, paralisando-as.

 

E isso sem falar do imponderável. Trabalhar em um sexto da gravidade da Terra durante um ano não poderá causar problemas graves de saúde? O que aconteceria se alguém sofresse um ferimento traumático que não pudesse ser tratado por um colega astronauta? Como as pessoas reagiriam vivendo num espaço minúsculo em condições perigosas durante seis meses? "Muitas patologias se apresentam, e não há ninguém nas Páginas Amarelas", diz Wendell Mendell, diretor do Departamento para Ciência da Exploração Humana da Nasa.

 

POUCA ÁGUA, MUITA POEIRA - De certo modo, a Lua será mais difícil do que Marte. A poeira da Lua é mais abrasiva; Marte tem atmosfera; Marte tem mais gravidade (um terço da gravidade da Terra); Marte tem muito gelo para um potencial suprimento de água, ao passo que a Lua pode ter água, mas provavelmente não muito.

 

Mesmo assim, a Lua fica muito mais perto - 400 mil quilômetros de distância, enquanto Marte fica a 54,4 milhões de quilômetros. Se alguém precisar de ajuda na Lua, pode-se chegar lá em apenas três dias. Marte, por sua vez, estará a muitos meses de distância, mesmo com a ajuda de sistemas de propulsão avançados - que ainda não existem.

 

A distância é uma das razões para a Lua integrar a iniciativa de Bush. A outra é que, se os Estados Unidos não voltarem lá, outros o farão. "A novidade é a China, e eles anunciaram que irão à Lua. Os europeus querem ir; os russos querem ir", diz o presidente do Mars Institute, Pascal Lee. "Será que poderíamos contornar a Lua e ir para Marte enquanto a Índia e a China vão à Lua? Não creio."

 

* Fonte: Estadão.

 

- Ilustração: "Full Moon", por Kagaya.

 

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