Pesquisa: Numerologia e Simbologia Tudo provém do UM, entretanto, quanto mais distanciada se encontra a criação desta Unidade, mais imperfeita ela se torna, mais materializada ela se faz.
Por J.A. Fonseca* Agosto/2007
1. INTRODUÇÃO
O Número é a expressão da própria Lei. Tudo no Universo obedece a um esquema previamente idealizado, no princípio imutável do movimento evolucional dentro da lógica matemática, e segue na direção de que a base da “construção” Macrocósmica é consubstanciada na ideia ternária de Número, Medida e Peso.
Tudo provém do UM, entretanto, quanto mais distanciada se encontra a criação desta Unidade, mais imperfeita ela se torna, mais materializada ela se faz. Ao afastar-se do Princípio Criador, estabelecendo-se no sentido oposto, cria o antagonismo dentro da própria criação e dá o surgimento do que conhecemos como o Binário Cósmico, Espírito-Matéria.
Pitágoras relacionou os números à criação do Universo e às coisas, ensinando aos seus discípulos, fundamentado no conceito esotérico da simbologia das formas.
> Chamava o PONTO de Mônada, o Princípio, a Unidade.
> A LINHA era a díada; o TRIÂNGULO ou a superfície, era a tríada, e o CUBO, o QUADRADO ou o sólido, era a tétrada.
> À Mônada, ele relacionava o conhecimento intuitivo.
> À Díada, a razão e a causalidade.
> À Tríada. a imaginação e o plano da forma.
> À Tétrada, às sensações físicas.
Os números possuem qualidades exotéricas (de cunho externo) e esotéricas (de cunho interno), sendo, portanto, utilizados para representar relações tanto com o mundo das ciências matemáticas, que grandes benefícios têm trazido à civilização, quanto com o mundo das ciências ocultas e suas incursões nos campos abstratos. De forma semelhante, ambos precisam estudar os cinco corpos regulares que possibilitam a construção das formas geométricas, sendo que, no caso dos adeptos ocultistas, deverão aprofundar-se no sentido velado dos números e de seu significado diante destes corpos regulares.
Cada uma destas figuras está relacionada a um dos primeiros números naturais, da seguinte forma: o ponto ao 1, a linha ao 2, o triângulo ao 3 e o quadrado ao 4. A soma deles totaliza 10, que tem como símbolo o círculo.
Segundo a Teurgia, o número é sinônimo de ritmo. Ele se encontra, portanto, associado ao Verbo Criador, e sua compreensão metafísica ficou incrustada nos princípios da criação e da evolução do Universo. Diz o Evangelista:
“No princípio era o Verbo. E o Verbo estava junto de Deus, e o Verbo era Deus.” (João, 1, 1)
Na numerologia oculta o princípio da Identidade é a Unidade. O UM é a base das construções de todas as idéias metafísicas, sendo portanto, como afirma Pitágoras, a própria Mônada. Seu acréscimo a qualquer número muda-lhe completamente o sentido.
2. OPERAÇÕES NUMÉRICO-CABALISTAS
Para estudo e reflexão do buscador sincero, deixamos abaixo algumas operações e chaves numérico-cabalisticas, que expressam os conceitos metafísicos da tradição milenar.
> O Ternário: 1 + 2 + 3 = 6 - Simboliza os triângulos entrelaçados; o equilíbrio das forças;
o binário astral.
> O Quaternário: 1 + 2 + 3 + 4 = 10 - Representação do número perfeito; o Itinerário de I-O. É também a Unidade (1+0=1).
> O Setenário: 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 = 28 (2 + 8 = 10) = 1.
> O Ternário + o Quaternário = o Setenário.
> O Setenário + o Ternário Superior = a Década ou “UM”.
> Soma dos 12 números naturais: 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 + 9 + 10 + 11 + 12 = 78.
Esta somatória corresponde ao total dos Arcanos Maiores e Menores do Tarô. Sua soma (7 + 8 = 15 Þ 1 + 5 = 6) representa o binário astral e o poder dos turbilhões astralinos, que estão insertos em todos os passos que delimitam a Senda dos Arcanos.
Podemos fazer algumas relações com este número 12:
·os 12 signos do Zodíaco; ·os 12 meses do Ano; ·os 12 apóstolos escolhidos por Jesus; ·0s 12 cavaleiros da Távola Redonda da saga do Rei Artur; ·os 12 trabalhos de Hércules; ·as 12 tribos de Israel, etc.
A Unidade se repete a cada série de três números. Desta forma, os números 4, 7, 10, 13, 16, 19, etc., representam o número UM em escala diferente. Vejamos:
3. CHAVES NUMÉRICO-CABALISTAS
A chave do Tarô está representada nos 12 primeiros números naturais, correspondentes aos 12 signos do Zodíaco e demais outras relações que se podem fazer com estes algarismos.
Através deste estudo, vamos encontrar certas identidades matemáticas que se bem avaliadas, podem levar a algumas conclusões desconcertantes. Por exemplo, que os 12 resultados correspondentes às somatórias de cada grupo e sua composição numérica sintetizam toda a trajetória arcana do Tarô, sendo eles, portanto, a base de seu estudo e de sua iniciação velada.
Caminhando um pouco mais, rumo à compreensão interna de sua simbologia e hieróglifos, vamos encontrar os 4 números que o representam em toda sua vasta manifestação numerológica, que são o UM, o TRÊS, o SEIS e o NOVE. Estes conduzem o buscador sincero rumo aos seus segredos milenares, quando representados em sua própria Alma de iniciado, calejada nos embates constantes, no difícil caminho que leva à ascensão.
Vejamos abaixo o quadro de suas inter-relações, em consonância com os 78 Arcanos Maiores e Menores:
4. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA CHAVE DO TARÔ
No semicírculo superior, temos os Arcanos Maiores, e no inferior, os Arcanos Menores, seguindo a numeração de sua chave retro-apresentada, quanto à somatória dos números naturais. Pode-se perceber que, em síntese, o Tarô pode ser representado pelos números 1, 3, 6 e 9, os quais totalizam 19 e cuja redução matemática resulta na Unidade (1+9=10 Þ 1+0 = 1).
5. SIMBOLOGIA NUMÉRICA
Os números essenciais, os de 1 a 10, podem ser representados por figuras geométricas, sendo que cada um deles apresenta sua própria representatividade como simbologia iniciática.
Poderíamos então assim representá-los, em nosso estudo numerológico cabalístico, para fins de comparação e análise:
> Número 1 - é representado pelo ponto () ; é o símbolo da Lei, da Unidade, do Princípio.
> Número 2 - é representado pela linha (ou dois pontos) ; é o símbolo da diversidade; o princípio feminino.
6. O PRODIGIOSO NÚMERO 4
O número 4 era chamado pelos pitagóricos de o maior milagre e era tido como a própria Divindade na Terra. Era a Tétrade Sagrada, considerada a chave do Universo, profundamente velada em sua forma, e delineada sob o reflexo do Sagrado Ternário da divina manifestação e da Imutável e Imperecível Unidade.
Pode-se perceber que na tradição religiosa de quase todos os povos o nome da Divindade foi escrito com 4 letras: IHVH em hebraico, DEUS em latim, GOTT em alemão, DIEU em francês, ESAR para os turcos, ALAH para os árabes, TEOS dos gregos, etc.
Também o velho e o novo testamentos bíblicos trazem diversas referências ao número da estabilidade quaternária, expressos através do simbólico 40. É bom lembrar que este número é o peso cabalístico do Arcano 13 do Tarô, que dá sentido à vida, propiciando a existência do sentido oculto da morte, por trás da qual podemos vislumbrar o nascimento de algo novo. O próprio Arcano 13 soma 4 (1 + 3 =4), interligando-se ao Imperador do Arcano 4 que conquista e governa os mundos manifestados. Vamos encontrar as seguintes referências ao número 40:
·40 dias e noites de chuvas no dilúvio universal;
·40 dias e noites, tempo em que Moisés permaneceu no Monte Sinai;
·40 anos, durante os quais vagaram os filhos de Israel pelo deserto;
·40 dias, período em que jejuou Elias no deserto;
·40 dias, época em que Jesus também jejuou e foi colocado à prova no deserto, etc.
No quadro abaixo, procuraremos demonstrar a transcendência do número 4, do qual podemos extrair a síntese da perfeição (1 + 2 + 3 + 4 = 10), que nos leva de volta à Unidade sempre ativa.
Pode-se ver através destas correlações quaternárias que da Unidade procedem todas as coisas e que um se origina do outro, levando à confirmação da arte alquímica.
Existe um só princípio que se polariza em dois aspectos opostos entre si, surgindo a criação e o Universo. Deste binário expande-se a força criativa, dando nascimento a um terceiro elemento, a manifestação de “algo” que identifica uma primeira imagem criada, possibilitando o equilíbrio entre os dois opostos.
Deste equilíbrio se configura a forma, a base de toda a evolução do Universo, na qual Pitágoras se baseou para estabelecer seu sistema de ensino filosófico matemático. Para ele seus discípulos eram considerados os matemáticos, pois toda sua doutrina ele fundamentou nos números e na sua transcendência, diferentemente da utilização profana dos algarismos. Para ele o Número era uma virtude do UNO, uma fonte de harmonia do Universo e, seu estudo, dava ao estudante uma noção viva das faculdades superiores do ser humano e de sua condição microcósmica.
A Tetraktys ou Tétrade era, segundo seus ensinamentos, o Quatro Sagrado e tem o mesmo sentido do Tetragramaton, o Nome Divino IHVH . Sua representação é a própria Unidade, apresentada sob quatro aspectos diferentes, em cujo contexto encontramos o binário, o ternário, o quaternário e a Década, que simboliza a perfeição.
* J.A. Fonseca é economista, aposentado, espiritualista, conferencista, pesquisador e escritor, e tem-se aprofundado no estudo da arqueologia brasileira e realizado incursões em diversas regiões do Brasil com o intuito de melhor compreender seus mistérios milenares. É articulista do jornal eletrônico Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br) e membro do Conselho Editorial do portal UFOVIA.
- Todas as ilustrações: Reproduções de J.A. Fonseca.
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