Brasil Antigo
Grandes questões não respondidas sobre a Arqueologia Brasileira Um olhar diferente sobre as ruínas e restos civilizatórios encontrados no Brasil.
Por J. A. FONSECA* Itaúna-MG Ago/Set/2011
Monumentos pétreos em Sete Cidades - Estado do Piauí. Clique aqui para ler a Parte 2 desse trabalho. Leia também: Mais um Enigma Brasileiro – Sete Cidades–PI Assista: TV FANZINE Especiais sobre muros de pedras em Itaúna
O presente trabalho é uma abordagem livre sobre a arqueologia brasileira e os mistérios desta antiga terra do Baratzil (Brasil), que quer mostrar algumas itacoatiaras (pedras pintadas) e os signos que se encontram nelas gravados, além de certos monumentos líticos e excentricidades que não podem ser facilmente explicadas pelos pesquisadores. O autor percorreu milhares de quilômetros de norte a sul do Brasil, para observar “in loco” os registros arqueológicos desta terra de muitos mistérios e pôde assim constatar que nosso país possui, de fato, uma pré-história muito remota e que existem ainda muitos enigmas a serem solucionados, a despeito dos muitos estudos que têm sido feitos e das teorias que tentam explicar o passado de nossa terra.
Com relação às itacoatiaras, poderíamos dizer que existem muitos signos nelas gravados que fogem à toda e qualquer tentativa de classificá-los segundo uma metodologia pragmática, dentro do academismo oficial, pois que seu grau de sofisticação extrapola a condição simplória da manifestação quase linear do homem primitivo (também aí presente) e dela se distancia de forma notável por causa de sua complexidade, beleza e expressividade com que se encontram ali gravadas. O que esses outros signos mais bem elaborados deixam transparecer é que deve ter havido algo além de uma vida simples e quase sempre nômade entre esses homens primitivos, como é usualmente aceito pelos estudiosos, uma vez que estes têm apresentado certos graus de dificuldade na sua elaboração e sofisticação na “mensagem” que pretenderam transmitir ou preservar. O fato de estarem um ao lado do outro, os mais simples e os mais sofisticados, em certos casos, não quer dizer que seus autores tenham sido contemporâneos e venham ser incluídos num mesmo padrão de análise e avaliação de importância e datação respectiva. Sobre estes signos e manifestações líticas trataremos na segunda parte deste trabalho.
Outro fator que tem gritado alto aos estudiosos em arqueologia brasileira é o que está relacionado a certos “monumentos líticos” que são encontrados no litoral e no interior de nosso país e que não têm sido tratados com o devido cuidado segundo o nosso ver, por consideramos merecerem os mesmos um tratamento mais criterioso e aprofundado. Sabemos que fatos como estes não são únicos e que podem ser vistos em toda a face da Terra, mas a opinião que pesa sobre muitos arqueólogos é que a América como um todo não tem nada que possa autorizá-la posicionar-se dentre os mais antigos centros de civilizações do planeta ou que possa ter tido agrupamentos de povos desde o começo de sua organização social e tecnológica há muitos milhares de anos. O que aqui existe, segundo estes estudiosos, tratam-se apenas de registros e construções muito recentes, de povos ameríndios que aqui se desenvolveram vindos de imigrações pelo estreito de Bering, sem levar em consideração o elevado grau de tecnologia e organização que demonstram terem sido aplicados em muitos destes resquícios arqueológicos.
De outro lado, mesmo se considerarmos as civilizações mais conhecidas no bojo das pesquisas arqueológicas na Europa, África e Ásia, vamos encontrar aí muitos mistérios que não foram ainda explicados convenientemente, especialmente no âmbito de sua tecnologia e construções colossais que, apesar de hipóteses levantadas sobre sua existência e provável forma de edificação, continuam surpreendendo e produzindo indagações. Neste sentido, indagamos nós também, por que é tão difícil de aceitar que possa ter existido uma outra história para o passado de nosso planeta? Diante de tantas “provas” de tecnologia e conhecimento, por que continuamos tentando dar explicações de curta permanência no âmbito da pesquisa, por não poderem estas dar a esses povos inteligência e tão elevado grau de sofisticação e ousadia para construírem os monumentais edifícios que a arqueologia tem registrado já há algum tempo?
É nosso pensamento que precisamos romper de vez com barreiras como estas e personalismos acadêmicas, suscetibilidades e vaidades extemporâneas e unir esforços para compreender o que poderia ter ocorrido no passado da Terra e “ver”, diante dos inúmeros testemunhos que se afloram por toda a parte que algo de grande relevância, de fato, aconteceu com estas civilizações, para terem-nos legado todo este acervo infindável com seus inenarráveis mistérios.
Embora um grande número de arqueólogos venha desenvolvendo importantes pesquisas e desvendando véus, por todos os lugares muitos enigmas têm permanecido. No Brasil, inúmeros desses variados registros de um passado remoto são igualmente contundentes, mas interessam a muito poucos, uma vez que a pesquisa arqueológica é ainda vista em nosso meio como um conhecimento de importância secundária e tratada superficialmente nas escolas de formação básica, sem mencionar a questão crucial da carência de recursos suficientes para um trabalho de maior envergadura.
A própria palavra arqueologia significa, etimologicamente, a ciência da antiguidade, pois vem dos vocábulos gregos archaios – antigo e logos – ciência. Seu sentido, portanto, não pode ser dado ao entendimento, busca e localização da existência do homem primitivo, simplesmente, tendo como pano de fundo seus medos, suas preocupações e sua vida restrita aos elementos básicos da existência. Ela deve ater-se também aos simbolismos utilizados por esses antepassados humanos nos diversos recantos da Terra e às razões que os levaram a exprimirem-se daquela maneira, utilizando-se de símbolos complexos e de profundo significado, além de terem desenvolvido tecnologia capaz de construir portentos que impressionam os mais modernos construtores.
Acreditamos na idéia de que possa ter existido em um passado muito remoto, uma outra civilização com dotes bem mais destacados do que aqueles que julgamos seja possível, e que por razões ainda desconhecidas, teria se extinguido ou voltado à barbárie, dando origem ao homem primitivo que buscamos compreender com sofreguidão.
O que nos causa espanto é que um crescente volume de “achados”, em várias partes do mundo e também no Brasil, têm sido quase sempre deixados de lado, em face de sua estranheza, figurando como algo inexplicável diante dos métodos de avaliação pertinentes e dos conceitos científicos atualmente utilizados. Alguns destes enigmáticos objetos arqueológicos chegam a ser estigmatizados e a atingir o topo do absurdo, pois, simplesmente, não poderiam estar ali onde foram encontrados, considerando-se os aspectos rudimentares em que viviam alguns destes nossos ancestrais, em frontal oposição ao objeto encontrado. Mesmo em se tratando dos povos mais avançados, daqueles que começaram a se organizar, não poderíamos esperar deles a autoria de determinadas descobertas; caso contrário, teríamos de forçar nossa argúcia e inteligência no sentido de ter de considerá-los como seres dotados de uma extensa criatividade e de uma técnica muito superior àquela que lhes é, usualmente, atribuída pelos métodos de analise mais modernos.
Não nos cabe questionar e nem o queremos fazer, o trabalho árduo e de absoluta dedicação dos pesquisadores arqueólogos, que tão importantes serviços têm prestado ao desenvolvimento do conhecimento humano e que sempre fizeram o possível para desvelar o passado da Terra. Queremos apenas chamar a atenção para alguns aspectos dessa época encoberta de mistério, que podem ter datações até mesmo muito anteriores às estimadas pela ciência e que poderiam ter uma outra explicação, fora da rigidez do academismo oficial. Alguns “achados” levam-nos a suspeitar de que algo extremamente grandioso teria ocorrido em uma época longínqua e que alguns remanescentes desses povos poderiam ter tentado fazer perpetuar algumas idéias a esse respeito, face ao mistério que envolve determinadas regiões e suas peculiaridades próprias, condições em que foram encontradas e sua extensa simbologia.
Fato curioso, é que em todas estas regiões podem ser percebidos também acontecimentos de caráter estranho, além de sua beleza natural e de sua atração inexplicável, a presença de fenômenos luminosos relatados por seus moradores, manifestações da natureza incomuns, tanto por parte da fauna quanto da flora, a presença de seres mitológicos em meio aos seus “monumentos” pétreos, como a indicar ruínas de fortalezas inexpugnáveis e de grande extensão, marcas de construções, estranhos magnetismos, inscrições sempre incompreendidas, altares e espaços semelhantes a templos.
Haveremos de concordar que não se pode ignorar que as lendas e a realidade demarcam campos de atividade bem distintos entre si, quando vistos sob a ótica do pragmatismo moderno e isto é algo que não pretendemos debater. Entretanto, não nos devemos esquecer jamais de que já se constatou, em alguns casos já pesquisados, que a lenda veio à tona tornando-se realidade, mostrando a fragilidade do saber determinado pelo conhecimento humano, fazendo-o ruir, como é o caso clássico da cidade lendária de Tróia dada como ficção e descoberta pela persistência e argúcia do arqueólogo alemão Heinrich Schliemann.
Neste ponto, não nos deteremos perante nenhuma lenda ou hipótese, mas diante dos próprios ‘documentos líticos’ que nos mostram com grande eloqüência que sua existência ali demarca um acontecimento notável que não pode ser explicado da forma tão simplória, dado o seu grau de dificuldade, o que costuma ser usualmente feito pelos pesquisadores. A seguir vamos apresentar alguns destes ‘documentos’ existentes em nosso país e que consideramos se tratem de grandes questões não respondidas sobre a arqueologia brasileira e o seu passado desconhecido. Vamos iniciar pelas recentes descobertas feitas no estado do Acre, no norte do Brasil, os famosos geoglifos, que vêm causando desconforto junto aos pesquisadores do tema e causando perplexidade naqueles que destes tomam conhecimento, mesmo que se tenham tentado dar-lhes explicações que pouco têm contribuído para a sua compreensão.
Geoglifos do Acre
O desmatamento crescente na Amazônia tem desvelado novos mistérios desta região, que ainda é um dos redutos que continuam ocultando segredos de um passado longínquo de nosso planeta. Na medida em que as fazendas avançam sobre a floresta, novas descobertas de caráter arqueológico vão surgindo. As mais recentes delas são as que estão relacionadas às figuras geométricas de grandes proporções que estão sendo encontradas no estado do Acre e que foram chamadas de geoglifos pelos pesquisadores. As primeiras delas foram descobertas em uma das fazendas da região e depois foram localizadas outras figuras em fazendas nas proximidades. Elas surgiram quando foram feitos desmatamentos com o intuito de abrir novas pastagens para criação de gado. Estavam ocultas pela floresta densa.
Ilustração mostrando alguns tipos de geoglifos encontrados no Acre.
Vistas do solo, não podem ser identificadas perfeitamente, podendo ser observadas apenas valas profundas com cerca de 3 m. de profundidade. Quando vistas do alto, entretanto, apresentam-se como gigantescas figuras retilíneas (quadrados, retângulos, círculos, etc.) cavadas no solo, apresentando uma visão harmoniosa e enigmática ao mesmo tempo. O mistério está em que se tratam de traços retilíneos e curvilíneos precisos, formando gigantescas figuras geométricas que só podem ser vistas do alto, a cerca de 400 m. de altitude. Tais demonstrações de arte ou tecnologia estavam encobertas pela selva e deixam uma grande interrogação. Foram identificados um quadrado de cerca de 80 m. com um círculo no seu interior com 70 m. de diâmetro (vide ilustração), além de retângulos, quadrados e círculos isolados, chegando alguns destes últimos a alcançar até mesmo 350 m. de diâmetro.
O arqueólogo Marcos Vinicius Neves estudou estas figuras e disse que foram chamadas de geoglifos, os quais, podem ser encontrados nos vales próximos aos rios Acre, Iquiri e Abunã, entre as cidades de Xapuri e Rio Branco. A partir de 1977, quando estas formações geométricas foram vistas pela primeira vez, já foram encontrados mais de uma centena delas. Próximo a elas foram também encontrados fragmentos de cerâmicas, que os pesquisadores disseram tratar-se de reminiscências de povos indígenas que teriam vivido ali por volta de 800 a 2500 anos atrás.
O geógrafo e pesquisador Alceu Ranzi afirmou ter feito observações no Acre a respeito dos geoglifos e encontrou inúmeras destas figuras geométricas já descritas. Disse, entretanto, ter observado, em vôo pela região, formas variadas que vão desde quadrados, círculos, hexágonos, octógonos, linhas, até formas mais complexas como círculos no interior de quadrados, quadrados no interior de círculos, etc. Por mais que se queira simplificar as coisas e considerar que os geoglifos do Acre tenham sido trabalhos de culturas indígenas ou outra coisa de origem recente, estes permanecerão no rol das grandes questões em aberto no seio da arqueologia brasileira, como muitas outras que estamos levantando neste estudo, aguardando uma explicação conveniente.
Cultura Marajó e Tapajós
Outro mistério que se iguala ao que acabamos de ver é o que trata da cultura Marajó e Tapajós. As mais esplêndidas cerâmicas Marajoaras e Tapajônicas que sobreviveram ao inexorável passar das eras e à corrida especulativa de mercadores da arqueologia não se encontram sob a guarda de organismos culturais no Brasil, mas, em museus europeus e norte-americanos. As peças remanescentes desta arte excepcional encontradas mais recentemente, foram catalogadas pelo pesquisador suíço Emílio Goeldi, a serviço do governo brasileiro, e se acham depositadas no museu arqueológico de Belém, que recebeu o nome deste notável pesquisador.
Tipo de tanga em cerâmica com signos bem elaborados.
Se observarmos com cuidado a rica cerâmica Marajoara e Tapajônica, notaremos que ela tenta registrar vários arquétipos de formas originais, muito antigas, que se perderam no decorrer do tempo, podendo estar relacionadas não somente a cultos destes povos, mas também a uma linguagem desconhecida usada por seus ancestrais. Se bem focalizarmos sua “arte”, como podemos ver nas ilustrações, perceberemos que esses povos detiveram um grande conhecimento que foi, no decorrer do tempo, misteriosa e gradativamente, sendo engolido pelas brumas do esquecimento. Este fato pode ser notado pela “criação” dos próprios descendentes destes povos que foram sofrendo certa degradação em relação à sua qualidade e simbologia, ao ponto de se constatar que as reproduções mais recentes são menos trabalhadas do que as mais antigas. Suspeita-se que possa ter havido até mesmo fortes influências da rica mitologia dos indígenas norte-americanos na cultura desses povos e na vasta simbologia e arte aprimorada em cerâmica que deixaram para trás antes de desaparecerem.
Alguns dos signos encontrados na cultura Marajó e Tapajós.
A aplicação de cores, inclusive, é algo em destaque em sua cultura. Em geral estes se utilizavam das cores vermelha e preta para decorar suas variadas peças, a primeira delas retirada do urucum e, a segunda, do genipapo ou do carvão vegetal, segundo os pesquisadores.
Além da exuberância das peças Marajoaras e Tapajônicas, o fato que nos levou a interessar-se ainda mais por essas culturas é a riqueza de traços geométricos, muitos deles com visíveis representações de contornos universalmente conhecidos e uma expressividade em seus caracteres, próximos do conceito do ideograma. A arqueóloga Denise Pahl Schann da PUC-RS, examinando peças marajoaras da coleção da Universidade Federal de Santa Catarina, encontrou figuras que se repetiam alternadamente, vindo reforçar as idéias da pesquisadora norte-americana Anna Roosevelt que acredita ter havido na Amazônia uma cultura bem mais avançada, do que as que foram admitidas até agora. Disse a arqueóloga brasileira que se puderem ser comprovados que os 52 signos identificados por ela representam idéias, ter-se-á evidenciado que, cientificamente, o povo marajoara utilizava-se de uma escrita primitiva em suas expressões artísticas. Há, portanto, duas grandes questões a serem respondidas neste caso: 1-Para onde teriam partido estes povos amazônicos, uma vez que somente restou de sua presença na região foram sua arte cerâmica e sua rica e incompreensível simbologia? 2-os signos deixados em sua cerâmica poderiam tratar-se de uma linguagem perdida, considerando-se que muitos de seus signos podem ser encontrados também em alfabetos de outras culturas?
A expressiva simbologia nas Itacoatiaras do Pará
A Amazônia continua sendo um vasto “celeiro” de mistérios em relação às populações humanas que aí viveram em passado mais remoto e a pesquisa nesta região tem ainda muito a revelar daquilo que a floresta vem ocultando. A obra de Edithe Pereira “Arte Rupestre na Amazônia – Pará”, arqueóloga paraense do Museu Emílio Goeldi, vem demonstrar com riqueza de detalhes como é vasta e diversificada a incidência de inscrições rupestres neste estado e como seu rico acervo incorpora características que não podem ser explicadas de forma simples ou agrupados (em muitos casos) aos trabalhos primitivos que também são vistos por lá.
Estranhos signos insculpidos nas pedras.
Segundo a autora, o que chamamos de arte rupestre é uma “denominação genérica dada aos desenhos elaborados na superfície das rochas pelas técnicas da pintura ou gravação”. Afirma ainda que tais demonstrações de “arte” se acham presentes em todos os continentes e podem alcançar mais de trinta mil anos.
As pesquisas feitas até hoje no estado do Pará têm mostrado que aquela região do norte do Brasil é riquíssima em registros rupestres, ao contrário do que se pensava antes. E o mais fantástico é que sua temática e os estilos utilizados na sua feitura são muito diversificados, abordando motivos geométricos muito complexos, máscaras, figuras de animais e de homens, algumas expressivamente estilizadas, gravuras estranhas, algumas das quais, produzidas com requintes surpreendentes e traços muito bem delineados, impedindo que pudéssemos dar-lhes explicações convencionais. Algumas manifestações desta chamada “arte” serão destacadas na segunda parte deste trabalho, quando trataremos dos signos estranhos gravados nas itacoatiaras brasileiras.
O estranho monumento Paraibano
A pedra lavrada do ingá é um dos mais estranhos monumentos arqueológicos que encontrei em minhas viagens pelo interior do Brasil. Segundo se sabe, continua sendo a “pedra no sapato” dos estudiosos pela complexidade de suas figuras insculpidas na rocha e pelo seu sofisticado simbolismo e forma de execução. Possui cerca de 23 m. de comprimento e na sua parte mais alta mede 3,5 m., exibindo uma face lavrada com cerca de 40 metros quadrados de misteriosos caracteres.
Detalhes das inscrições misteriosas da pedra lavrada do Ingá, em reprodução desse autor.
O estranho monólito que compõe a Pedra do Ingá é conhecido praticamente desde a descoberta do Brasil, pois sabe-se que o mesmo foi citado pela primeira vez em 1.618, no livro “Diálogos da Grandeza do Brasil”, atribuído ao português Ambrósio Fernandes Brandão que, segundo os historiadores, se trata de uma obra excepcionalmente carregada de sentido doutrinário e ufanista. É provável que este monumento tenha seu lugar reservado entre os mais intrigantes enigmas arqueológicos já descobertos em nosso planeta. É sabido que se trata do maior, mais complexo e mais misterioso conjunto rupestre que reporta a um passado desconhecido e carrega consigo uma grande quantidade de caracteres e signos ainda por serem decifrados. Localiza-se no estado da Paraíba, na Serra da Borborema, município de Ingá, às margens do rio de mesmo nome, antigo Bacamarte, a 85 km. de João Pessoa e a 35 km. de Campina Grande. Na época da chuva este grande monólito fica parcialmente encoberto pela água e no tempo seco pode ser visto em sua totalidade, além de que o leito do rio fica completamente seco, com apenas algumas poças d’água espalhadas em quase toda a sua extensão.
Já foram levantadas várias teorias sobre as enigmáticas inscrições da Pedra do Ingá, como por exemplo, o caso de Léon Clérot, que sugeriu que se tratassem de representações de plantas estilizadas, de figuras humanas, de animais e outros sinais desconhecidos. O arqueólogo Alfredo Coutinho Menezes disse tratar-se de figuras zoomorfas, dentre as quais se destacam pássaros e répteis, figuras fitomorfas como o abacaxi e espigas de milho. Mais recentemente, a itacoatiara do Ingá, foi estudada por Jacques Ramondot, que descobriu numa rocha no leito do rio, um conjunto de inscrições, bem desgastadas pelo tempo e pela água corrente, que entendeu ser o esboço de uma constelação. Esta representação assemelha-se a estrelas e mostra pontos interligados entre si, como num mapa, além de incluir outros signos, como uma espécie de serpentina e um disco, tipo solar, que parecem fazer parte do esquema astronômico.
A Pedra do Ingá é, sem dúvida, um dos mais expressivos registros rupestres do Brasil perdido nas caatingas paraibanas e o maior testemunho silencioso de que em passado longínquo o solo brasileiro teria sido palco de uma cultura avançada que registrou ali parte de seu conhecimento perdido. Desta forma, podemos tomá-la como prova de que já tivemos uma escrita pré-histórica no Brasil, face à expressividade e à coerência de seus signos, aplicados magistralmente lado a lado, apesar de aparentarem, em princípio, uma certa descontinuidade e desordem. Temos convicção de que ela esconde uma chave para sua compreensão e que a mesma se encontra ali, interagindo com seus demais caracteres. Resta-nos descobri-la para sabermos interpretar seu conteúdo milenar e misterioso. Outro fator que teríamos de acalentar é que sua análise terá de considerar as condições que estabeleceram a lógica de sua feitura, na época em que foi lavrada e artisticamente insculpida, pois estas deveriam ter sido muito diferentes das que temos hoje para estudá-la e compreendê-la, o que expõe um novo empecilho para identificação de sua chave e de sua decifração.
É provável que o monólito do Ingá seja o mais importante “documento” pré-histórico do Brasil, pois sua presença no interior inóspito do nordeste brasileiro já tem causado muitos desconfortos junto aos pesquisadores, obrigando-os a tratarem-na com cuidado especial, mesmo que não queiram vê-la sob uma ótica mais excepcional, dado o seu elevado grau de estranheza.
A maravilha de Sete Cidades
Sete Cidades poderia ser de origem fenícia ou fundada pelos antigos vikings? Poderia ser de origem bem mais remota ou seria apenas um conjunto de rochas deformadas pela própria ação da natureza?
Estranhos monumentos líticos permeiam por toda a área de Sete Cidades.
De fato, Sete Cidades é um conglomerado de pedras multiformes que se localiza em pleno sertão piauiense, entre as cidades de Piripiri e Piracuruca, a aproximadamente 200 km de Teresina. É um conjunto megalítico formado de pedras gigantescas de formas variadas, montanhas, morros e elevações que se assemelham a castelos e casas em ruínas, além de outras representações semelhantes a esculturas com intrigantes formações, já desgastadas pelo tempo. Com cerca de 20 km2 de área total, suas diversas elevações rochosas de formatos inimagináveis sugerem muitas hipóteses, dentre elas, que venham tratar-se de dólmens, menires e esculturas de épocas remotas, produzidas por uma cultura milenar. Não bastam algumas horas para percorrer todo seu complexo rochoso e observá-lo com o cuidado necessário em suas minúcias e em sua beleza exuberante e de estranheza inquietante e incontestável.
Ao penetrar por entre estas gigantescas muralhas e blocos pétreos de formas expressivas, tem-se a impressão de que se está andando por ruas e praças de uma possante fortaleza destruída por forças muito poderosas, que deixaram a descoberto apenas alguns aspectos de seu poderio. Diante disto alguns pesquisadores ousaram emitir opiniões como, por exemplo, de que esta região teria sido palco de uma antiga civilização num passado muito distante, sendo aquelas formações rochosas nada mais que ruínas de um grande império. Para os geólogos, Sete Cidades seria apenas o resultado de um processo geológico natural iniciado há cerca de 190 milhões de anos. Suas formações rochosas de arenitos laminados e maciços, teriam sido caprichosamente modelados durante milênios pela ação da chuva e dos ventos fortes na região. Teriam ocorrido também fraturas nas rochas, produzidas por chuvas torrenciais e ventos carregados de areia, surgindo, em decorrência, canais gigantescos e distanciamentos entre as rochas, fazendo-os assemelharem-se a ruas e praças de uma cidade destruída e abandonada. Entretanto, tanto o visitante observador quanto o pesquisador perspicaz sentem-se diminutos diante de tão exuberantes monumentos pétreos que se elevam silenciosos e imponentes, como se quisessem ocultar evidências de um passado obscuro e calar-se diante da curiosidade de todos aqueles que dali se aproximam.
De nossa parte, pensamos que sua história pode ser mesmo bem remota e suas milhares de inscrições, algumas das quais, bem complexas, podem dar-lhe uma pista de sua longevidade e de seu passado desconhecido.
Mistérios em Paraúna
A região de Paraúna, com suas monumentais formações rochosas é uma das mais misteriosas que já visitei. Lá, nos deparamos com belas estruturas em arenito num complexo de monumentos, como ruínas de uma cidade abandonada, além de uma gigantesca “muralha” de pedra, em blocos de basalto retilíneos e inigualáveis “construções” em pedra e esfinges zoomorfas de origem desconhecida, para não falar de outros mistérios.
Neste artigo daremos destaque a dois destes locais misteriosos que clamam silenciosamente por uma explicação plausível, dada a sua real estranheza e seu caráter monumental. Um deles é a Grande Muralha que foi exaustivamente pesquisada por Alódio Tovar que lá viveu por muitos anos. Afirmou este pesquisador que a mesma possui uma extensão de 15 km e que em alguns lugares chega a atingir cerca de 4,5 m. der altura. Está localizada a 35 km da cidade, numa região de fazendas, no vale da Serra da Portaria.
Detalhe da grande muralha.
Quando lá estivemos a Muralha encontrava-se tomada por intensa vegetação, mal podendo ser vista da pequena estrada que passa por ela em direção a fazendas próximas. É algo que muito impressiona e causa-nos estranheza encontrar uma “construção” megalítica como esta em pleno interior do Brasil, considerando-se que nossos antepassados não eram dotados, segundo os pesquisadores, de capacidade para projetar e construir edificações como estas.
Subimos sobre suas formações em pedra e caminhamos por ela alguns metros à frente. É constituída de blocos de basalto negro, tipo de rocha vulcânica muito resistente, também conhecida como pedra-ferro, com cerca de 1 metro de largura e chegando, em alguns lugares, até onde pude alcançar, a elevar-ser a mais de 2 m. de altura. Segundo Alódio Tovar, ela possui uma altitude média de 4,0 metros e sua largura média é de 1,30 metros. Em alguns pontos a “muralha” desce até o solo, ficando praticamente rente ao chão e seguindo numa direção mais ou menos retilínea. Ela avança do paredão principal da Serra da Portaria e segue até uma pequena elevação do outro lado do vale. Observando-a do alto de suas pedras multiformes, pode-se notar que ela possui algumas oscilações e, em alguns lugares, suas pedras encontram-se espalhadas por toda a parte, levando-nos a acreditar que um terremoto de grandes proporções, teria deslocado e destruído alguns pontos deste monumento lítico.
Em alguns pontos suas pedras também parecem terem sido removidas de sua posição original, por ação de uma força descomunal. O que chama a atenção é que toda a sua estrutura segue uma orientação sempre horizontal e suas pedras parecem ter sido assim colocadas por uma ação deliberada, além de sugerirem que teriam sido trabalhadas e transportadas de um outro local. De qualquer forma este é mais um dos mistérios que Paraúna guarda em suas terras, na região central do Brasil e que nos impulsiona a imaginar que ali teria se desenvolvido uma espécie de cultura megalítica milenar. Diferentemente, desta hipótese, a grande maioria dos historiadores e arqueólogos insistem em afirmar que muitas das chamadas construções líticas de nossa terra e suas Itacoatiaras (pedras pintadas), apesar de sua estranheza, teriam sido apenas obras de silvícolas pré-cabralianos que viviam nestas terras.
A respeito destas construções pétreas de grandes proporções poucas pesquisas foram feitas para comprovar sua origem, apesar de que, semelhantes a estas muitas outras já foram localizadas em outras regiões brasileiras. A excepcional Muralha de Paraúna deixa assim um rastro de mistério, que vem se tornar ainda mais denso, pelo fato de que bem próximo dela, vamos encontrar também a Serra da Portaria, um conjunto montanhoso que coleciona uma variedade de túneis e janelões que podem ser vistos à distância, como também a Serra da Arnica com suas formas exuberantes talhadas em pedra bruta.
A Serra da Arnica em Paraúna
Desde nossa aproximação deste monumento lítico da Serra da Arnica fomos tomados de espanto e um certo contentamento, talvez por estarmos naquele local ermo e estranho e, ao mesmo tempo, diante de algo cuja existência nos parecia inexplicável e milenar. Era como se estivéssemos sido projetados no passado e nos víssemos diante de uma grande fortaleza em ruínas, com sua entrada imponente, apesar de há muito destruída, mas guardando ainda resquícios de seu poderio.
Suas pedras, em posição retilínea, elevavam-se como contrafortes de uma grande muralha. De um lado (à esquerda), podíamos ver uma espécie de esfinge com caracteres humanóides e, de outro, (à direita), uma espécie de touro deitado sobre um pedestal. Percebemos a existência de uma forma de rampa que conduzia ao seu interior e, mais à direita, havia um outro contraforte, um conjunto pétreo imenso, com formações também semelhantes a uma esfinge, se bem que zoomorfa. Estávamos diante de duas formações gigantescas, constituídas de grandes e pesados blocos maciços em pedra bruta, assemelhando-se a potentes muralhas ao lado de um grande portal destruído. Ao transitarmos (eu e minha esposa) por entre aqueles grandes blocos de pedra, não tínhamos dúvida de que nos encontrávamos diante de primitivas construções ciclópicas, provavelmente erguidas por um povo desconhecido, por meio de uma técnica não sabida. Estávamos perplexos com tudo aquilo e nos surpreendíamos a cada momento com aqueles monólitos cortados e encaixados com precisão e seus “paredões” extravagantes.
Parede de pedras cinzeladas e ajustadas com precisão.
Logo na entrada havia uma grande parede de pedra construída de blocos linearmente cortados e encaixados, em perfeito aprumo. Algumas destas pedras trabalhadas eram de grandes proporções e, ao lado, havia alguns blocos perfeitamente cinzelados, como se tivessem sido deslocados do conjunto pela ação de uma força poderosa.
Figuras zoomorfas no alto dos contrafortes
Figuras zoomorfas no alto dos contrafortes
Do alto dos contrafortes podia-se ver toda a redondeza, tendo de um lado a figura gigantesca de um touro deitado ou algo parecido e, de outro, a figura de uma esfinge com caracteres antropomorfos. Ambos se mostravam imponentes sobre suas estruturas como se tivessem sido trabalhados por mãos humanas. Apesar de um pouco desgastadas pelas intempéries e pela corrosão natural do tempo, ainda se mostravam perfeitas, com seus caracteres gigantescos e bem delineadas. De onde observávamos, não podíamos alimentar outra idéia a não ser a de que tudo aquilo poderia se tratar de ruínas de uma grande fortaleza, dadas a sua imponência e às incontáveis evidências da presença humana naquele local.
O muro de pedras cinzeladas, os grandes blocos ajustados do lado interno da fortaleza, em encaixes perfeitos, as amarrações bem coordenadas, mostravam com grande evidência que ali uma raça antiga de brasileiros havia trabalhado com destreza aqueles blocos megalíticos com a clara intenção de construir uma cidade. É inegável que a Serra da Arnica guarda um grande mistério a ser explicado pelos historiadores e arqueólogos, pois sua presença desafiadora não está disposta a aceitar uma explicação simplista ou escorada em certas contemplações acadêmicas, por oferecer inúmeros elementos que não podem ser ignorados ou classificados junto aos de pouca relevância. Devemos frisar que algumas das pedras que compõem tal monumento são tão retilíneas e tão bem trabalhadas, que se encaixam com toda a precisão, enquanto que outras parecem terem sido manuseadas de forma que pudessem acomodar-se sobre as que foram anteriormente assentadas. A grande parede que encontramos logo na entrada possui amarrações nos seus encaixes e blocos tão bem ajustados, que deixam ver, ao mais desatento visitante, que se trata de uma construção evidentemente artificial, produto de uma ação intencional e com um propósito claramente definido.
Mistério em Chapada dos Guimarães
As formas esculpidas nas montanhas e nas pedras colossais encontradas em todos os lugares da Chapada, com suas inexplicáveis expressões focalizando o vazio, fazem-nos viajar no tempo e questionar que tipo de força teria produzido tudo aquilo e até mesmo duvidar de nossas próprias conclusões. Seriam formas naturais, esculpidas ao acaso pelos agentes do tempo? Teriam sido a água, o vento e o calor ou a simples erosão natural da rocha responsáveis por tão intrincado espetáculo pétreo de formas variadas e imponentes, à semelhança de um museu a céu aberto, desafiando a inteligência do homem ou ocultando-lhe verdades insofismáveis?
Além de podermos encontrar “esculturas” deformadas pelo tempo em muitos locais da Chapada, queremos chamar a atenção para a figura inusitada e gigantesca que só pode ser vista do alto, em vôo, e que vai aqui representada. Ela foi descoberta pelo pesquisador gaúcho Sávio Egger, residente em Primavera do Leste, MT, através do programa Google Earth, coordenadas 27º 20' 00" S - 55º 50' 30" O. Este afirmou que, curiosamente, o rosto olha diretamente para o morro São Gerônimo, um dos locais mais altos da região da Chapada. O autor deste artigo fez um desenho de uma figura encontrada em ruínas maias e a colocou ao lado da figura da Chapada, no intuito de mostrar suas semelhanças e reforçar a ideia que vem desenvolvendo de que os povos que habitaram o Brasil em épocas longínquas se tratavam de avós dos povos Incas e Maias. É notória a semelhança das figuras aqui representadas. A incrível escultura gigante não parece ter sido esculpida ao acaso nem por ação de forças naturais.
Figura em Chapada dos Guimarães e desenho de um guerreiro ou uma divindade maia feita pelo autor. É notória a semelhança.
Em nossas andanças encontramos também insculturas na região denominada Fecho do Morro da Lagoinha, no sítio Bocaina de Baixo e queremos, também neste caso, chamar a atenção para sua complexidade e estranheza. Não podemos concordar que se tratem simplesmente de manifestações gráficas aleatórias, sem um objetivo pré-determinado e produzidas por homens temerosos e primitivos. Tratam-se, segundo nosso ver, de gravuras específicas, com traços retilíneos e precisos, além de sugerir tratarem-se de idéias devidamente elaboradas com o intuito de transmitir conhecimento ou fazer a indicação de algo relevante. Neste caso, os traços foram riscados de forma retilínea e precisa, como se a pedra sobre a qual estes foram impressos estivesse ainda mole e o instrumento utilizado tivesse um formato cortante específico para permitir sua linearidade e precisão. Não conseguimos conceber que aquelas figuras gravadas na rocha pudessem ter sido executadas por meio de instrumentos impróprios, como pedaços de pedra, por exemplo, ou galhos de árvores, uma vez que, como já afirmamos, tratam-se de traçados retilineamente riscados, muito precisos e sem arestas. O que nos deixa perplexos nestas observações é que em um determinado momento da história da humanidade ela começou a escrever e desenhar nas pedras de forma assaz sofisticada e depois, por razões desconhecidas, deixou de fazê-lo. Por que isto teria acontecido? Que grande “causa” teria conduzido as pessoas dessa época indeterminada a agir desta maneira?
O livro de pedra de Montalvânia
A cidade de Montalvânia está localizada no norte de Minas a cerca de 900 km de Belo Horizonte e a apenas 18 km do estado da Bahia. Em pleno sertão mineiro, ela veio situar-se às margens do rio Cochá, no vale do Carinhanha, bacia do São Francisco, tendo como uma de suas maiores atividades a agropecuária. Em suas proximidades podem ser avistados diversos maciços rochosos, nos quais podem ser encontradas algumas grutas e cavernas com estranhas e variadas inscrições rupestres, que fazem desconcertar os conceitos do mais aguçado pesquisador. Observando-as de perto nossa mente se perde em conjecturas e obriga-nos, diante de seu misterioso e milenar acervo mnemônico a externar uma pergunta que anseia avidamente por uma resposta, que suspeitamos, não possa ser respondida, pelo menos, por enquanto: o que afinal teria acontecido em Montalvânia?
Ali se podem ver reunidas figuras variadíssimas insculpidas na pedra em grande quantidade e numa aparente “confusão”, algumas apresentando caracteres humanos, outras zoomorfas, figuras simbólicas e muitas formas desconhecidas, como que se seus autores pretendessem guardar um grande mistério, uma história de dor ou de grande apreensão, ou mesmo um manancial de conhecimentos que havia sido perdido, para que os homens de uma época futura os pudessem resgatar, mesmo que em parte. Pareceu-nos que seus autores quiseram deixar gravado para a eternidade um relato de relevante importância, que em face da exigüidade de meios disponíveis naquele momento, decidiram gravá-los perenemente na pedra para que perdurassem através dos tempos. Entretanto, no atual momento da vida na Terra, ao nível da compreensão simbólica que toda esta grande profusão de figuras pretendem expressar, tememos que ainda não possamos dar-lhes a interpretação que merecem e que elas encerram.
As excepcionais inscrições nas grutas e cavernas de Montalvânia
Por mais que queiramos explicar por intermédio de nossa prepotente perspicácia acadêmica os registros extravagantes de Montalvânia não o poderíamos fazer, sem sermos envolvidos pela intransigência das teorias usualmente aceitas e acometidos pelo impacto mórbido das vaidades personalísticas, que tentarão sempre atribuir-lhes explicações convencionais a todo o custo. No entanto, elas impressionam o seu desafiante e obriga-o, mesmo a contragosto, a guardar em seu íntimo dúvidas inquietantes sobre sua real procedência e finalidade por que foram feitas, além de demonstrar-lhe, com eloqüência gráfica, o seu elevado grau de dificuldade e sofisticação das figuras ali representadas.
O que se poderia hoje refletir a respeito das incríveis inscrições de Montalvânia é que, inexplicavelmente, seu milenar acervo arqueológico se mostra como um imenso registro de figuras zoomorfas, humanóides e uma complexa simbologia, como um verdadeiro arquivo lapidar de muitos elementos perdidos em um meio severamente hostil. Desta forma, apresentam possibilidades mínimas de compreensão, em face dos métodos e conhecimentos atualmente existentes e em face de sua real complexidade. Talvez esta farta “narrativa” gravada em baixo relevo e em pinturas multiformes, tenha sido produzida para, em futuro próximo, fazer provas junto a uma humanidade mais premida pelo intelecto e menos pelo sentimento, de que este nosso Brasil tem algo mais a mostrar a respeito de seu passado mais longínquo e da gente que aqui viveu nesses tempos imemoriais. E esta poderia ser uma estranha história a ser contada que viria deixar atônitos tanto leigos quanto pesquisadores.
Não estamos listando aqui todos os casos de estranhos registros arqueológicos do Brasil, que somam uma grande cifra, mas apresentando alguns de comprovada importância e que apesar das pesquisas já feitas em muitos deles, estes não foram ainda explicados a contento. Neste intuito levantamos a real necessidade de procurarmos compreender mais profundamente o que tais registros têm ocultado no seu mais íntimo contexto e mostrar que sua excepcionalidade não pode permanecer sem uma resposta. Neste sentido, não poderíamos deixar de mencionar que existem questões não respondidas também no interior do estado do Mato Grosso, da Bahia, dos estados da região Sul e no Rio de Janeiro, para não dizer que encontram-se localizados em todos os recantos do Brasil e dos demais países da América do Sul.
Na segunda parte deste trabalho abordaremos as questões relacionadas às inscrições rupestres de caráter mais sofisticado e suas referências alfabéticas, outro grupo de mistérios brasileiros que resistem ao tempo e a uma explicação mais contundente.
* J.A. Fonseca é economista, aposentado, espiritualista, conferencista, pesquisador e escritor, e tem-se aprofundado no estudo da arqueologia brasileira e realizado incursões em diversas regiões do Brasil com o intuito de melhor compreender seus mistérios milenares. É articulista do jornal eletrônico Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br) e membro do Conselho Editorial do portal UFOVIA.
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- Fotos & ilustrações: Todas por J.A. Fonseca; exceto, imagem extra: Google Images©.
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Esta matéria foi composta com exclusividade para Via Fanzine©.
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