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Sete Cidades-PI - Partes 1 e 2
Arqueologia brasileira
Mais um enigma Brasileiro:
Sete Cidades – Piauí
-
1ª PARTE
Sete Cidades
poderia ser de origem fenícia ou fundada pelos antigos vikings?
Poderia ser de origem
bem mais
remota ou seria apenas um conjunto de rochas deformadas pela própria
ação da natureza?
Por
J. A. FONSECA*
De Sete Cidades/PI
Para
Via Fanzine & UFOVIA

Sete Cidades é um conglomerado de pedras multiformes que se
localiza em pleno sertão piauiense, entre as cidades de Piripiri e
Piracuruca, a aproximadamente 200 km de Teresina. É um conjunto
megalítico formado de pedras gigantescas de formas variadas,
montanhas, morros e elevações que se assemelham a castelos e casas
em ruínas, além de outras representações semelhantes a esculturas
com intrigantes formações, mas já desgastadas pelo tempo. Com cerca
de 20 km2 de área total, suas diversas elevações rochosas de
formatos inimagináveis sugerem muitas hipóteses, dentre elas, que
venham tratar-se de dólmens, menires e esculturas de épocas remotas,
produzidas por uma cultura milenar. Não bastam algumas horas para
percorrer todo seu complexo rochoso e observá-lo com o cuidado
necessário em suas minúcias e em sua beleza exuberante e de
estranheza inquietante e incontestável.
Ao penetrar por entre estas gigantescas muralhas e blocos
pétreos de formas expressivas, tem-se a impressão de que se está
andando por ruas e praças de uma possante fortaleza destruída por
forças muito poderosas, que deixaram a descoberto alguns aspectos de
seu poderio. Diante disto alguns pesquisadores ousaram emitir
opiniões como, por exemplo, de que esta região teria sido palco de
uma antiga civilização num passado muito distante, sendo aquelas
formações rochosas nada mais que ruínas de um grande império. Para
os geólogos, Sete Cidades seria apenas o resultado de um processo
geológico natural iniciado há cerca de 190 milhões de anos. Suas
formações rochosas de arenitos laminados e maciços teriam sido
caprichosamente modelados durante milênios pela ação da chuva e dos
ventos fortes na região. Teriam ocorrido também fraturas nas rochas,
produzidas por chuvas torrenciais e ventos carregados de areia,
surgindo, em decorrência, canais gigantescos e distanciamentos entre
as rochas, fazendo-os assemelharem-se a ruas e praças de uma cidade
destruída e abandonada.
Entretanto, tanto o visitante observador quanto o
pesquisador perspicaz se sentem diminutos diante de tão exuberantes
monumentos pétreos que se elevam silenciosos e imponentes, como se
quisessem ocultar evidências de um passado obscuro e se calar diante
da curiosidade de todos aqueles que dali se aproximam.
Alguns destes
conjuntos chegam a atingir até 45 m. de altura e não seria
suficiente ater nossa atenção apenas em suas formas pitorescas e aos
seus agrupamentos, lembrando vilas ou cidades. Percebe-se que este
lugar guarda um segredo de uma época não conhecida da história das
Américas, que investem sobre suas potentes muralhas como que
insuflando-as a desvendar, apressadamente, seu obscuro mistério.
Concomitantemente, todo o complexo de Sete Cidades recolhe-se em sua
exuberância e se faz silencioso diante da arrogância de seus
visitantes e estudiosos, procurando preservar o mais que puder o seu
segredo, salvaguardado-o da sanha desbravadora e, por vezes,
irresponsável, dos pretensos sábios que o pretendem explicar. Talvez
por isto, que os estudiosos prefiram atribuir-lhe uma explicação de
cunho geológico, concluindo que se tratem, sem sombra de dúvida, de
formações naturais, produto de corrosão milenar de paciente trabalho
de erosão provocado pela chuva, pelo sol escaldante, pelo vento e
pela areia. E se quisermos aceitar esta proposição, que simplifica,
sobremaneira, a sua existência em pleno sertão brasileiro, não
deixemos de nos ater com acuidade sobre as mais de 2.000 inscrições
rupestres que ali se encontram espalhadas, como um quebra-cabeças a
ser decifrado. E consideremos que entre suas variadas e expressivas
figuras gravadas em tinta vermelha, possam ser constatados estranhos
símbolos e imagens incompreensíveis, além de signos de um alfabeto
primitivo ou desaparecido na noite dos tempos.
Sete Cidades terá
de ser considerada um dos maiores acervos pré-históricos das
Américas e porque não dizer, da humanidade, pois guarda em seus
domínios uma rica evidenciação de atividade primitiva , preservando
caracteres de caráter universal que se assemelham a muitos outros
que são encontrados em diversas partes do mundo e inclusive em
outras regiões do Brasil. Entretanto, depreende-se que estas
inscrições são de caráter muito mais recente do que o são seus
monumentos gigantescos, apesar de também se remontarem a uma época
bem anterior à descoberta das Américas.
Pode-se notar que
muitas destas inscrições estão relacionadas a povos primitivos, por
causa de suas características simples e rudimentares, demonstrando
aspectos comuns das preocupações da vida daquele povo, mãos
carimbadas e marcações simples nas rochas. Outros, porém, se mostram
com maior grau de sofisticação e parecem querer representar uma
idéia ou lampejos de algo que se perdeu por alguma razão forte, em
face de sua complexidade, reivindicando uma conotação ideográfica e
uma condição desafiante e indecifrável.

Mapa de sete cidades com a localização e distâncias de cada um dos
aglomerados megalíticos.
Dentre as inúmeras
mãos carimbadas nos paredões pétreos em pigmentos avermelhados,
deparamo-nos, em dois lugares distintos, com u’a mão de seis dedos.
Registros deste tipo não devem conduzir-nos a grandes especulações,
mas não deixam de ser interessantes.
Em todos os sete
conglomerados deste conjunto monolítico ou “cidades”, como assim
foram denominados, encontramos formações esculturais importantes,
com características distintas e com peculiaridades muito próprias,
distinguindo-as entre si. Em praticamente todas elas vemo-nos diante
de certas circunstâncias, como que se estivéssemos passando por
ruas, praças e avenidas abertas entre paredões, muralhas e
fortalezas destruídas ou desgastadas, algumas semelhantes a torres
ou vigias estrategicamente assentadas. Em algumas destas torres
janelas abertas no alto montam guarda, ocultando o seu interior numa
escuridão de eras, indicando serem guarnecidas por túneis e salões
hermeticamente fechados.
Todas estas
indagações deixam-nos meio extasiados, com uma profunda perquirição
em nosso íntimo e diante de tão magnífico espetáculo, uma dúvida se
aflora em relação à sua origem e longevidade ou se tudo isto seria
mesmo produto de formações geológicas naturalmente produzidas.
Existem muitas
teorias sobre esta magnífica região do nordeste brasileiro,
apaixonante e misteriosa, que vamos aqui notificar.
LUDWIG
SCHWENNAGEN -
Iniciaremos com o ilustre pesquisador austríaco
Ludwig Schwennagen, que se estabeleceu em Teresina no início do
século XX. Professor de filosofia e história era, segundo
informações, um alemão calmo e grandalhão que se decidiu viver
naquela cidade e pesquisar a região, especialmente Sete Cidades.
Pouco se sabe sobre o mesmo, mas sua imagem ficou preservada na
memória do povo piauiense como o autor do livro “Antiga História do
Brasil”, publicado em 1.928, e uma pessoa benquista que perambulava
por todo o estado e outras regiões do nordeste brasileiro
pesquisando ruínas e “letreiros” nas pedras. Entre os populares era
conhecido com o epíteto de “Chovenágua” por causa de seu nome
complicado e dizia-se que ninguém sabe dizer ao certo para onde ele
foi. É voz geral que ele morreu sem deixar rastro.
Para ele Sete
Cidades teria sido fundada pelos fenícios e destruída por um grande
cataclismo, deixando-a desfigurada como hoje pode ser vista.
Escorando-se na tese de que diversos povos antigos já teriam
visitado o Brasil antes de Cabral, disse que Sete Cidades foi
construída pelos fenícios há cerca de 3 mil anos.
O ilustre
pesquisador afirma em seu livro que “a maior parte dos letreiros
brasílicos são escritos com letras do alfabeto fenício e da escrita
demótica do Egito. Existem também inscrições com letras da antiga
escrita babilônica, chamada sumérica. Além disso, temos letreiros
escritos com hieróglifos egípcios e, podemos diferenciar, em outros
lugares, variantes das letras que se encontram nas inscrições da
Ilha de Creta, da Cária, da Etrúria e Ibéria. Encontram-se também
letras gregas e mesmo latinas.”
Segundo Schwennagen
a primeira frota dos fenícios chegou ao nordeste brasileiro no ano
de 1.100 a.C. No ano de 1.008 a.C. o rei fenício Hirã de Tiro
uniu-se em aliança com o rei Davi da Judéia para explorar juntos a
Amazônia brasileira, estendendo-se esta aliança até o reinado do rei
Salomão. O autor afirma ainda que a arte de Marajó e toda a
simbologia produzida em suas peças de cerâmica foi originada do
alfabeto etrusco, povo derivado da Etrúria, povos pelasgos
de elevada cultura que habitavam a parte superior da Itália. Segundo
ele a imigração dos etruscos para o Brasil pode ter ocorrido por
volta dos anos de 1.080 a 1.050 a.C.
Escreve Schwennagen
que em 1.473, portanto, antes de Colombo e Cabral, o açorense
Fernando Telles, possuidor de diversas caravelas, pediu ao rei
Afonso V uma carta régia de doação da costa da Ilha de Sete Cidades,
mostrando-lhe um mapa onde constava uma extenso litoral e ilhas,
indicando, tal fato, que este personagem deveria já ter estado no
Piauí e que tinha notícia certa da existência de Sete Cidades.
Todas as formações
rochosas de Sete Cidades são excepcionais, porém a descrição que
Schwennagen faz da primeira delas é digna de ser citada:
“Transpõe-se este forte poderoso por uma estreita rua, flanqueada
por muros, fortificados por pesadas peças de artilharia. A ilusão é
quase completa. Mas, os suportes dos canos dos canhões são chapas de
ferro fracos, derretidos na cremação vulcânica antediluviana,
enquanto o interior das pedras compõe-se de areia, spath e pouco
granito. Por efeito do sol e da ação atmosférica dobrou-se esta capa
de ferro e ganhou a aparência de canos de ferro. Algumas pedras
mostram figuras fantásticas e, tendo sempre aquela capa de ferro,
parecem elas ser monumentos ou estátuas de bronze, fundidas pela
arte humana.”
Para este
pesquisador o nome do estado do Piauí provém da palavra Piagui,
originada de Piaguhy, Piagoy ou Piagohi, que significa, no idioma
tupi, terra dos piagas, nome que muitos pajés indígenas adotavam no
Brasil na época da chegada dos europeus e não como é regularmente
interpretado, como tendo sido originado da expressão “rio do peixe
piau”, abundante na região. Os padres chamavam os pajés de
feiticeiros, mas os povos indígenas os respeitavam por sua perícia e
sagacidade, além de sua fama, segundo a tradição.
Para Schwennagen,
da antiga língua fenício-pelasga existem 4 línguas derivadas: o tupi
ou nheengatu, falado no Brasil; o hebraico, língua do povo judeu; o
cuskara, língua dos bascos dos Pireneus; e o albanês, língua dos
antigos gueges da Península Balcânica.

Pinturas rupestres indecifráveis, dentre as milhares que podem ser
encontradas
em
toda a extensão do parque.
JACQUES DE
MAHIEU -
O antropólogo e arqueólogo francês Jacques de Mahieu escreveu um
livro (Os Vikings no Brasil), onde propõe que Sete Cidades teria
sido habitada pelos vikings há cerca de mil anos. Segundo ele, esses
vikings eram procedentes de Tiahuanaco, na Bolívia e como
testemunho de sua teoria cita algumas inscrições encontradas na
região que acredita seja de procedência nórdica, como martelos,
serpentes, sereias, etc. Afirma que encontrou um grande abrigo
próximo à Serra Negra, onde estavam traçados em tinta vermelha
centenas de “desenhos sumários e de sinais rúnicos ou runoides
isolados”, destacando-se ali dois conjuntos de caracteres que pensou
tratarem-se de registros importantes.
Além dos diversos
litogramas estudados pelo autor, afirma que nas rochas de Sete
Cidades existem muitos sinais isolados que escapam a uma
significação compreensível e conclui que estes foram traçados em
épocas distintas, apesar de que teria sido usado o mesmo pigmento
avermelhado.
Mahieu também
levanta a curiosa realidade da existência de uma grande quantidade
de pessoas alouradas no Piauí, destacando que esta incidência parece
ser bem maior no interior do estado. Segundo ele, “cerca de 80% das
crianças de 10 anos têm os cabelos que vão do castanho-claro ao
louro-acinzentado, passando pelo louro-dourado; aos 15 anos a
proporção ainda continua em 50%. Está claro que também encontramos
adultos louros, sobretudo mulheres. Os olhos azuis claros não são
raros e nota-se, em determinados indivíduos, olhos azuis escuros que
não nos lembramos de ter visto em outros lugares”.
DANIKEN -
Erick Von Daniken em seu livro Semeadura e Cosmo acena também com
sua teoria de que “deuses astronautas” teriam estado em Sete
Cidades. Para ele o complexo caótico deste conjunto megalítico se
trata de ruínas de uma cidade aniquilada pelo fogo, afirmando que
ali as pedras foram torradas, destruídas, fundidas por forças
apocalípticas. Encontrou em meio a este caotismo uma regularidade
nos blocos poliédricos que compõem suas muralhas e esfinges, que
podem ser vistos por toda a parte. Assim escreveu Daniken:
“Sete Cidades é um
tremendo caos, algo assim como Gomorra, que foi aniquilada com fogo
e enxofre caídos do céu. Ali as pedras foram destroçadas, torradas e
teriam sido derretidas por forças apocalípticas. E deve fazer muito
tempo que a ira do céu se fez presente naquele lugar.”
Daniken comentando
sobre Sete Cidades afirma que em seu mapa oficial estão nitidamente
destacadas as sete regiões que fazem parte deste complexo e pergunta
se tudo isto teria sido por acaso ou por simples capricho da
natureza. Segundo ele, não seria possível aceitar que tanta
“coordenação planejada” fosse produto de forças naturais
incontroláveis, mas sim de um esquema racionalmente idealizado numa
determinada época. Para ele o que mais lhe impressionou foi “a massa
metálica, esfarelada, espremida, aparecendo entre as camadas de
pedras, cujos vestígios de ferrugem, em lágrimas alongadas, descem
pelas paredes.” Afirma que em toda a extensão das pedras esta
particularidade sempre surge, com freqüência e regularidade.
Sobre o trabalho
rupestre de Sete Cidades o autor comenta que “dignos de nota são os
círculos amarelo-avermelhados, com nítido aspecto de elementos de
sinalização. São tanto mais notáveis pelo fato de ser rara a pintura
em duas cores; sem dúvida deveriam transmitir mensagem importante.”
Continua o
pesquisador que achou também especialmente notável o que chamou de
“planta técnica, a ser comparada, eventualmente, à forma de uma
proveta, com dois sinalizadores destacando-se em sua parte inferior;
em uma haste, fortemente perfilada, de cor vermelho-sangue, estão
encravados cinco ovais, parecidos com enfeites de árvore de natal.”
E conclui que “elemento algum tirado da imagem do mundo idealizada
pelo homem pré-histórico – animal, plantas, estrela – pode ter
servido de modelo para esta pintura”.
ANTONIO ZAGO -
O pesquisador Antonio Zago acredita que Sete Cidades seja muito
anterior às suas inscrições rupestres. Segundo ele, se quisermos
considerar que ela tenha sido construída por mãos humanas, teremos
de responder à seguinte pergunta: quem a teria construído? E,
analisando suas inigualáveis formações rochosas, considerar que seus
construtores teriam sido um “povo guerreiro, possuidor de uma
religião iniciática que adorava o deus da fertilidade e que, além da
existência comum, levava uma vida subterrânea.” Para este autor Sete
Cidades é anterior aos fenícios e seus construtores teriam de ser
colocados mais além da pré-história conhecida.
Contrariamente a
Daniken que considera que em seus contrafortes não existem encaixes
artificiais perceptíveis, como são encontrados no planalto boliviano
(Tiahuanaco), Zago afirma que há ali uma estranha relação com s
antigos povos andinos. Segundo ele a Pedra da Tartaruga, por
exemplo, é constituída de 6 blocos de pedra com um total de 20 m. de
comprimento e 5 m. de altura, formando 17 casas arredondadas, como
verdadeiros iglus e cobertas de pedras cortadas com 6 e 7 lados,
ajustadas regularmente. Estas casas se acham perfeitamente ajustadas
umas às outras, explica, e seria fácil perceber que no caso de
erosão deveriam estar ligadas entre si e não separadas da forma como
estão. Para ele esta construção lembra Cuzco e Machu Pichu, no Peru,
considerando-se que as pedras destas localidades dos Andes foram
cortadas com até 12 lados. Destaca que a famosa pedra do camelo
seria, em verdade, a pedra da lhama, pois o camelo não é um animal
das Américas e que próximo ao local existe um misterioso conjunto de
inscrições ao lado de uma porta lacrada por uma pedra esbranquiçada.
Estas inscrições, relata, se tratam de duas serpentes e uma espécie
de esqueleto estilizado de um lagarto. Nenhum destes signos foi até
o momento decifrado.
Antonio Zago fala
de Sete Cidades como um lugar mágico, destacando, entretanto, que
para os moradores da região se trata de um lugar mal assombrado,
pois estes costumam relatar casos estranhos ocorridos ali, como
ruídos e movimentos anormais no meio das pedras. Descrevendo seus
monumentos como construções de uma cidade, chama a atenção para um
detalhe indicativo de que a vida naquele lugar deveria ser
subterrânea e que as entradas das casas se achavam sob o chão,
tornando-as inexpugnáveis. Comenta que Schwennagen fala de uma gruta
subterrânea na região, mas que a mesma não foi ainda encontrada. Nos
meios populares existe uma crença de que existe uma passagem
subterrânea que liga Sete Cidades ao estado do Ceará. Zago levanta a
angústia de não poder ainda decifrar as mensagens gravadas nas
pedras e o que queriam dizer seus habitantes com seus símbolos
estilizados, cruzes de 3 braços, animais estilizados, foguetes,
setas indicativas e muitos outros signos incompreensíveis,
abundantemente gravados em toda a extensão do pujante conjunto
megalítico de Sete Cidades.
VILLARRUBIA -
Pablo Villarrubia Mauso também, esteve em Sete Cidades. Em seu
artigo El enigma de Siete Ciudades de Piauí, destaca a exuberância
desta região em sua expedição integrada pelos pesquisadores
brasileiros Reinaldo Arcoverde Coutinho, Enéas do Rego Barros e pela
fotógrafa Lourdes Frota. Em suas observações Villarrubia aborda o
escritor Daniken e procura encontrar comprovações de que Sete
Cidades é um grande caos, aniquilado com fogo e enxofre descido do
céu, conforme afirma este autor. O escritor Enéas do Rego Barros
disse-lhe que um manuscrito produzido pelo intelectual Fontes
Ibiapina, bem antes de Daniken, já falava de “deuses astronautas” em
Sete Cidades, dizendo que nas inscrições da “Cidade Encantada” está
relatado que “um fogo desceu do céu e junto dele um homem sem
cabeça.” Citando o trabalho de Reinaldo Coutinho e questionando-o
sobre suas pesquisas, Villarubia dá a palavra a este autor, para o
qual, os fenícios e os ários chegaram ao Brasil há milênios,
acreditando que no passado tenha havido uma cultura megalítica nesta
região, possivelmente procedente da Península Ibérica e dos guanches
das Ilhas Canárias, que acabaram se mesclando com os nativos
brasileiros. A este respeito alega que no estado do Piauí existem
muitas crianças de cabelos claros, apesar e alguns antropólogos
atribuírem tal fato à presença de franceses e holandeses nesta
região após a descoberta do Brasil. Coutinho retruca afirmando que
isto é pouco provável, considerando-se que existe uma grande
quantidade de descendentes destes grupos europeus no Piauí,
incompatível com o curto espaço de tempo que aqueles grupos
permaneceram no Brasil.
Quando Villarrubia
e seu grupo estiveram na “Cidade Proibida” encontraram seqüências
regulares de signos que levaram-nos a pensar que se tratassem de um
tipo moderno de escrita, segundo relata, o qual, teria surgido antes
mesmo da criação do alfabeto, atribuído aos fenícios. Esta região no
atual Parque Nacional de Sete Cidades é especialmente preservada e
seu acesso é restrito, sendo apenas autorizado para fins de
pesquisa.
Diante de uma
grande cruz pintada em vermelho arroxeado Coutinho comentou que uma
das características da civilização megalítica em todo o mundo era a
adoração do sol, representado em formas diversas, inclusive como uma
cruz. Em outra rocha encontraram uma outra cruz envolta por halos
concêntricos e pintada a cerca de 15 m. de altura. Neste caso,
retrucou Coutinho, esta representação só poderia ter sido pintada
com a utilização de andaimes. Pergunta então: por que tanto esforço
para gravar signos em lugares tão difíceis? Conclui o pesquisador
que Sete Cidades teria sido um centro essencialmente astronômico,
pois os astros pareciam ser de grande importância para aquele povo
que a habitava.

Inscrições rupestres na Pedra do Americano, apresentando uma
variedade de formas
e
caracteres curiosos, semelhantes a alguns que são localizados em
outras partes do Brasil.
Em seu livro
Mistérios do Brasil, Villarrubia comentando sobre a famosa pedra
dos canhões disse que se tratavam de “vários objetos tubulares que
lembravam um canhão.” “A princípio aquilo não parecia obra da
natureza, pois a espessura da formação tubular era constante, talvez
não mais de dois ou três centímetros, aparentando certa
fragilidade.”
Quando se aproximou
do lugar chamado de “biblioteca” sua impressão se tornou mais
acurada e as dúvidas se afloraram novamente. Escreveu: “A impressão
que tínhamos, ao passar por um estreito corredor de pedra, era de
estarmos rodeados de altas torres de vigilância de algum castelo
medieval, algumas com mais de vinte metros de altura. Formações
quase cilíndricas evocavam esse clima. Imaginei no lugar alguns
milhares de anos atrás, habitado por vikings belicosos,
espreitando-me do alto das ‘torres’, prontos para disparar-me uma
lança.”
Quanto às suas
observações sobre as pinturas rupestres, chamou-lhe especial atenção
o painel da Pedra do Americano onde pode-se ver a imagem de um
objeto arredondado, com algo parecido a antenas e alguns losangos
justapostos que o autor Erick von Daniken disse ser semelhante à
cadeia do DNA. Neste painel todas as pinturas são em vermelho vivo.
Para Villarrubia a figura de um homem alado, que Mahieu descreve
como sendo o ‘diabo’, é mais parecida com um homem portando asas, de
braços abertos, como se estivesse ensaiando uma espécie de vôo.
Arqueologia brasileira
Mais um enigma Brasileiro:
Sete Cidades – Piauí
-
2ª PARTE
Sete Cidades
poderia ser de origem fenícia ou fundada pelos antigos vikings?
Poderia ser de origem
bem mais
remota ou seria apenas um conjunto de rochas deformadas pela própria
ação da natureza?
Por
J. A. FONSECA*
De Sete Cidades/PI
Para
Via Fanzine & UFOVIA

Estas
formações semelhantes a cúpulas encontram-se cobertas por uma espécie de
lajes
hexagonais justapostas, como que assentadas por mãos humanas. (Sexta
Cidade)
REINALDO COUTINHO - Reinaldo Arcoverde Coutinho é um grande
pesquisador brasileiro. Emitiu também suas teorias sobre Sete Cidades
(como vimos anteriormente) e os possíveis habitantes daquele recanto
misterioso. Disse que ali “teria existido uma cultura megalítica,
possivelmente, procedente da península ibérica e do
guanche
das ilhas Canárias, que se mesclaram com os nativos brasileiros da mesma
maneira que ocorrera aos proto-ibéricos e bascos na antiga Espanha”.
Coutinho não se limitou em pesquisar
Sete Cidades, mas estendeu seus estudos arqueológicos para outras
regiões do Piauí, nas cercanias de Piripiri, Puracuruca e Pedro II.
Segundo ele, principalmente na região fronteiriça entre os municípios de
Piripiri e Pedro II existe uma grande área com elevada concentração de
material arqueológico. É uma área constituída pelos lugares denominados
Buriti dos Cavalos, Jardim, Cadoz Velho e Oiticica, onde podem ser
encontradas grandes estruturas areníticas semelhantes à Tartaruga de
Sete Cidades, revestidas de placas poligonais. Registrou também a
presença de muitas pinturas rupestres em abrigos nas rochas, gravadas em
pigmentos variados, nas cores vermelha, preta, amarela e branca. Entre
as formas e signos encontrados estavam formas geométricas, como círculo,
linhas verticais e horizontais, cruzes, ziguezagues, linhas tracejadas e
onduladas, gregas, etc., formas humanas estilizadas, figuras zoomorfas,
sóis radiados e símbolos semelhantes a letras de alfabetos antigos.
Para o pesquisador a influência
estrangeira nestas representações rupestres pode ser notada na figura de
uma roda solar seccionada em raios, do centro para a periferia e na
figura de dois sacerdotes do culto solar, paramentados com largas
túnicas e portando chapéus cônicos de abas largas. Acredita Coutinho que
estas manifestações de arte não se referem a figuras de pajés
brasileiros, por causa de sua estranha indumentária, assemelhando-se
mais a sacerdotes do culto solar megalítico trazido há milênios para o
Brasil.
Surpreendeu-se o autor com a
quantidade de grutas que existe na região, como também e,
especificamente, a grande quantidade de pinturas nas paredes rochosas,
tanto no que se refere aos motivos, quanto às cores empregadas pelos
seus autores. Se forem feitas pesquisas arqueológicas no local,
argumenta, certamente que serão encontradas ossadas humanas e de
animais, restos de cerâmicas, utensílios em pedra e outras evidências de
vida primitiva ou megalítica em toda aquele região.
BARALDI - O ilustre pesquisador
Gabriele D’Annunzio Baraldi, já conhecido por seus profundos estudos na
Pedra do Ingá, na Paraíba, emitiu também uma ousada teoria a respeito de
Sete Cidades. Para ele, restos do continente Atlante podem estar
soterrados sob esta bela e escaldante região no sertão piauiense. Sua
tese está fundamentada em estudos que ele teria feito num mapa gravado
numa das pedras que fazem parte da coleção do Dr. Cabrera em Ocucaje,
próximo a Ica, no Peru. Segundo Baraldi, ao mapas mostram representações
de antigos continentes e oceanos, modificados posteriormente com as
transformações cataclísmicas ocorridas em todo o planeta. Os mapas de
Ica mostram ainda linhas indicando rotas de navegação, argumenta Baraldi,
representações de montanhas, subdivisões de continentes e formas
triangulares menores, como se fossem pirâmides.
Para este pesquisador a ilustração de
uma grande casa no alto, em uma região continental, seria a
representação de Sete Cidades. Disse ainda que os povos atlantes eram de
elevada estatura e possuíam um grande avanço nas ciências, na construção
de cidades, na indústria e na agricultura. Afirma ainda que foram estes
povos que provocaram o desaparecimento de seu continente por causa do
descontrole de forças cósmicas emanadas de suas pirâmides que, em
conflito, produziram uma terrível explosão que chegou até mesmo a
deslocar o eixo da terra, o que provocou transformações em grande escala
em toda a sua face, nos mares e nos continentes.
Gabriele Baraldi pretendia atrair o
interesse das autoridades para reunir recursos que pudessem permitir
desenvolver pesquisas aprofundadas em Sete Cidades e regiões próximas,
pois acreditava que algo de grande importância poderia ser encontrado
sob aquelas ruínas. Além do mais, havia encontrado pinturas rupestres na
região que continham signos semelhantes a muitos que se acham também
gravados nas pedras de Ica, no Peru.
O QUE DIZER DE TUDO ISTO? -
Quem destas magníficas formações se aproxima não pode deixar de se
surpreender com a sua beleza e expressividade e apesar das inúmeras
teorias e mesmo afirmações como a dos geólogos (que não podem ser
ignoradas), seu mistério se acentua e um sentimento de dúvida toma corpo
em nossa mente, procurado compreender sua presença naquela região de
clima inóspito do nordeste brasileiro.
De fato, quando chegamos em Sete
Cidades vem-nos à mente a idéia de que aquelas formações rochosas possam
mesmo tratar-se de ruínas de uma grande cidade. Deparamo-nos com animais
gigantescos esculpidos na rocha e ainda perceptíveis, apesar de já muito
desgastados pela ação das eras, esfinges e muralhas colossais, marcos
milenares, dolmens, menires e milhares de inscrições rupestres em
painéis diversificados. Os sete agrupamentos em pedra, cuja altura chega
até a 45 m. impressionam-nos, sobretudo, por sua rigorosa estrutura e
diversidade de formas esculpidas, assemelhando-se a uma fortaleza, como
já foi dito, construída pela ação da força e inteligência humanas.
Em Sete Cidades a vegetação
circundante é muito rica e na circunscrição do parque encontramos
vegetação abundante, apesar de suas características de serrado, com
algumas árvores mais frondosas. Dentre elas podem ser encontradas
plantas nativas como mandacaru, faveira, barbatimão, araticum, jatobá,
bromélia, etc. Sua fauna é também diversificada e ainda existem animais
como o camaleão, o veado mateiro, a raposa, o mocó, a onça e aves
diversas.
A seguir faremos uma breve descrição
de cada um destes conglomerados pétreos de Sete Cidades, destacando
algumas de suas características mais marcantes.
PRIMEIRA CIDADE -
O conjunto que recebe o nome de Primeira Cidade fica na entrada Norte do
Parque e tem o sugestivo nome de fortaleza. Seus conjuntos petrificados
dão a impressão de um grande portal de entrada no lado norte, pois se
destacam como colunas gigantescas, encimadas de arabescos contorcidos à
semelhança de capitéis estilizados.

Um dos
monumentos conhecidos como pedra dos canhões, dentre os muitos
que se
podem ver neste aglomerado de rochas milenares. (Primeira Cidade)
Suas formas petrificadas se assemelham
a grandes paredes com diversificados tubos enegrecidos, perfeitamente
delineados, recebendo por isto o nome de pedra dos canhões. De longe
parecem-se mesmo com tubulações de ferro, apontando em várias direções.
Alguns dizem que se parecem com canhões, mas arriscamos pensar que se
assemelham mais a tubulações de água e esgoto, ou algo inexplicável para
nós no momento, para uma finalidade que ainda não somos capaz de
discernir.
Estes estranhos tubos possuem uma
capa contornando-os e no seu interior há resíduos pétreos de contextura
e tonalidades diferentes. O certo é que causam espanto e admiração até
ao mais desatento visitante. Aos mais perspicazes fica a dúvida e a
pergunta: teria a natureza, por si só, sido capaz de construir tão
excepcionais monumentos?
SEGUNDA CIDADE -
Este conjunto é de uma beleza
indescritível e encanta o observador logo de início. É misterioso por
sua semelhança com agrupamentos residenciais, paredes descomunais,
corredores como ruas e pela profusão de símbolos e inscrições rupestres
em todos os lugares.
Em meio a um bosque de esplendorosas
árvores encontramos uma montanha de pedra majestosa e uma passagem que
atravessa sua estrutura colossal, um grande portal, que é denominado
“Arco do Triunfo”. Suas paredes sugerem ter sido construídas por mãos
humanas, pois parecem-se constituídas de consideráveis blocos de pedra
elevando-se a uma altura considerável.
Penetrando por entre seus montes
colossais vamos encontrar 3 sítios arqueológicos com pinturas rupestres,
antes de penetrarmos no seu espaço arquitetônico e enigmático. As
inscrições são diversificadas e assemelham-se a um imenso quebra-cabeças
a ser interpretado pelos pesquisadores. O primeiro sítio à direita é
chamado de “Sítio Pequeno”, o segundo, também à direita é a “Pedra do
Americano” e o terceiro, à esquerda, é o “Sítio dos Seis Dedos”, nos
quais encontram-se gravados desenhos variados e intraduzíveis.
Subindo por entre suas rochas
milenares encontramos um maciço majestoso, que por assemelhar-se a
conjuntos de livros numa estante recebeu o nome de “biblioteca”, além de
uma pedra gigantesca que mais se parece com uma grande serpente em
movimento e que é chamada de Pedra da Jibóia. Toda a região é cercada de
pedras colossais, como paredões imensos que se elevam ao lado de trilhas
cortadas na rocha. Subindo-se por uma escada metálica, ali colocada para
fins turísticos, alcança-se um ponto mais alto nas rochas e pode-se
vislumbrar uma paisagem grandiosa do conjunto megalítico de toda a
região das “cidades”. Temos aí uma viva impressão de que estamos a
observar as ruínas de um grande império destruído por forças
poderosíssimas, como um quadro caótico de uma região devastada por
fenômenos de toda a ordem.
TERCEIRA CIDADE - Este
belíssimo conjunto é constituído de figuras petrificadas de caráter
transcendental e estranheza peculiar e seus “salões” se parecem com
restos de um castelo cujas paredes ainda se erguem a 20 metros de
altura.
No centro de um grande maciço, como
ruínas de uma muralha, encontra-se uma espécie de janela, um furo
apontando em direção ignorada. Até bem pouco tempo era conhecido apenas
como pedra da janela, mas o geólogo e pesquisador Reinaldo Coutinho
conseguiu registrar ali um fenômeno que ocorre apenas uma vez ao ano. No
dia 21de junho, o dia do solstício de inverno, descobriu que o sol pode
ser visto, ao nascer, projetando sua luz através daquela abertura, como
um raio, em direção a uma pedra solitária que se encontra diante desta
grande muralha. A partir de então esta janela passou a se chamar de
“furo solsticial”. O solstício é o dia em que a Terra se acha mais
distante do sol em sua órbita (23º, 27’) e em face deste acontecimento
inusitado, estima-se que seus moradores sabiam da existência deste fato
astronômico. De acordo com o pesquisador este fenômeno vem comprovar que
existia ali algum tipo de civilização que tinha o sol como um deus. No
seu aspecto prático este acontecimento anunciava um novo período
climático que orientava quanto aos ciclos de reprodução dos animais e a
época para a colheita e o novo plantio.
Possui ainda um conjunto de pedras com
formatos curiosos, como a cabeça de D. Pedro II, a pedra do oratório, a
do beijo e a do dedo de Deus. Três esculturas colossais, em posição
vertical, ganharam o nome de três reis magos.
Esta “cidade” representa, em seu conjunto, uma formação de
estruturas megalíticas de características multivariadas que fazem
fervilhar a imaginação de quem as observa, conduzindo o pensamento das
mentes mais inquiridoras a especular sobre a possível origem de suas
colossais muralhas e de suas figuras multiformes. Apesar de não constar
que neste conjunto possam ser encontradas inscrições rupestres,
verifiquei próximo à pedra dos três reis magos sinais que se pareciam a
desenhos feitos por mãos humanas, manchas em cores avermelhadas como
pinturas gravadas na rocha, se bem que já pouco perceptíveis.

No
encontro destas pedras, se observadas de certo ângulo, podemos notar uma
abertura com o formato aproximado do mapa do Brasil. (Quarta Cidade)
QUARTA CIDADE - Constitui este
conjunto, de um dos mais enigmáticos do Parque. Depois de atravessarmos
por uma arcada sob a montanha pétrea que dá para o interior do conjunto,
como uma grande muralha, deparamo-nos com um imenso salão. Na entrada
estão gravadas inscrições rupestres na parede, do lado direito da
abertura que dá acesso ao monumento.
Subindo por entre as pedras vamos
encontrar maciços petrificados gigantescos, colunas e paredes colossais
em toda a parte, como ruínas. Algumas “praças” podem ser imaginadas
neste recanto incomum deste complexo arquitetônico, como um aglomerado
degradado de residências e edifícios. Um conjunto de pedras chama a
atenção por parecer-se com dois lagartos gigantes, um de frente para o
outro.
Através de um corredor com grandes
paredes em torno, vamos encontrar uma pedra de expressão extravagante e
uma grande abertura que, de determinado ângulo, assemelha-se com o mapa
do Brasil. Atravessando por um túnel, desce-se para o lado oposto e
retoma-se o caminho até a arcada que dá ao seu exterior. Tudo à volta é
misterioso, como se ocultasse, reconditamente, resquícios de um passado
glorioso e longínquo.
QUINTA CIDADE - Este conjunto
megalítico é conhecido como a Cidade dos Monumentos, por encontrarem-se
ali, formações rochosas com diversos formatos e expressões, além de se
acharem presentes inscrições rupestres muito curiosas. Neste complexo
arquitetônico pode-se ver uma pedra que se apresenta como uma cabeça de
um gorila, outra como a de um índio e uma outra ainda como um gigantesco
camelo ou lhama.
Uma outra menor se parece com um rei
coroado, nomes que a imaginação popular criou para elas em função de seu
passado enigmático. Em determinado espaço, à direita, uma grande pedra
guarda variadas inscrições rupestres. Mais à direita, um conjunto de
desenhos, bem mais elaborados, parece fazer referência a uma passagem
que teria sido, posteriormente, fechada. À sua direita, no alto, pode-se
ver os sinais demarcados na rocha. Pode-se notar que ela é mais escura
do que a massa aplicada ali, nitidamente mais clara e diferente do
restante do conjunto, percorrendo seu formato abobadado e velando-a,
certamente, de um segredo milenar. Todo seu conjunto é imponente e
faz-nos retirar dali com um pressentimento de que algo de muito
importante se encontra oculto no interior de suas muralhas ou em seu
subsolo, ainda inexplorado.

Um
gigantesco camelo ou lhama parece ter sido esculpido neste espaço como
um
marco pelos escultores daqueles tempos longínquos . (Quinta Cidade)
SEXTA CIDADE - Este é também um
dos mais bonitos e impressionantes conjuntos em todo o Parque. É
caracterizado, especialmente, pela pedra da Tartaruga e outros
aglomerados próximos em forma de cúpula, como grandes iglus pétreos,
cobertos por camadas de pedras justapostas e formatos, quase sempre
hexagonais. O que espanta neste conjunto é a justaposição perfeita
destas coberturas, semelhante a um trabalho esmerado de arquitetura,
como uma obra realizada há milênios e que se encontra, naturalmente,
desgastada pelo tempo. Não possuem qualquer entrada aparente.
Como se encontram ajustadas umas às
outras com perfeição, ousamos duvidar que poderiam ter sido resultado de
simples erosão, além de que, todo o conjunto de Sete Cidades nos faz
parecer tratar-se de algo, como restos “fossilizados” de um grande
império construído por uma grande civilização. Alguns destes conjuntos
monumentais têm, curiosamente, formatos de animais, como a denominada
pedra da tartaruga (já mencionada), a pedra do elefante e a do cachorro.

Sete Cidades poderia ser de origem fenícia ou fundada pelos antigos
vikings? Poderia ser de origem
bem
mais remota ou seria apenas um conjunto de rochas deformadas pela
própria ação da natureza?
SÉTIMA CIDADE - Possui uma
gruta denominada “gruta do pajé” contendo variadas inscrições rupestres,
que não deixa de apresentar mistério e beleza em seu conteúdo e em sua
formação. O pesquisador Reinaldo Coutinho examinou os registros desta
gruta e acredita ter encontrado ali símbolos astronômicos. Segundo ele,
o teto desta gruta possui uma curvatura natural e os habitantes de Sete
Cidades teriam se utilizado dele para representar registros sobre os
astros. De fato podem-se ver ali pontos diversos e riscos em direções
variadas, alguns que se agrupam, interligando estes pontos.
Nas paredes podem-se encontrar também
diversas inscrições de caráter muito estranho. Neste local notam-se
diferenças importantes em relação aos seus caracteres e ao seu conteúdo,
se comparados aos demais outros encontrados nos diversos monumentos do
complexo maciço do parque. Alguns destes contrafortes fazem-nos lembrar
de grandes paredões de pedras gigantescos, sendo que alguns deles
parecem-se constituídos de camadas retilíneas, como se fossem muros de
uma fortaleza.
Estes blocos de pedra mostram-se como
que ajustados uns aos outros, com se tivessem sido planejados e
trabalhados por mãos humanas. Sem querer forçar avaliações apressadas,
todos estes restos petrificados fazem-nos lembrar de antigas ruínas, já,
de há muito, esquecidas pela história.
*J.A. Fonseca
é economista, aposentado, escritor, conferencista, estudioso de
filosofia esotérica e pesquisador arqueológico, já tendo visitado
diversas regiões do Brasil. É presidente da associação Fraternidade
Teúrgica do Sol em Barra do Garças–MT,
articulista do jornal
eletrônico Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br)
e
membro do Conselho Editorial do portal UFOVIA.
- Fotos e Ilustrações: J.A. Fonseca.
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Arqueologia Fantástica
A
Misteriosa Pedra Pintada (Roraima)
A Pedra Pintada é
um destes muitos lugares misteriosos que o Brasil acolhe em seu vasto
território.
Sua imponência
assusta e remete-nos a um passado não conhecido de nossa terra,
aguardando nas
brumas do desconhecido para desvelar seus segredos.
Por J. A. FONSECA*
Da Reserva Indígena
de São Marcos-RR
Para
Via Fanzine & UFOVIA

Detalhe da Pedra Pintada.
A Pedra Pintada no norte do estado de Roraima, apesar de
sua pouca divulgação, se trata de mais um dos recantos misteriosos do
Brasil, pela estranheza de seus registros rupestres e por sua grande
importância na pesquisa arqueológica e compreensão do passado de nossa
terra. Encontra-se localizada numa região de rara beleza, assentada
sobre uma extensa planície, como um monumento megalítico descomunal,
aguardando para ser decifrado pelos pesquisadores interessados na
história mais antiga destas terras brasileiras.
Localiza-se às margens do Rio Parimé, a cerca de 145 km de
Boa Vista, subindo pela BR-174 em direção à Venezuela, na Reserva
Indígena de São Marcos. Assemelha-se a um ovo pétreo gigantesco e
segundo pesquisadores tem cerca de 60 metros de comprimento, 40 de
altura e 40 de largura. Teria sido abrigo de povos primitivos em passado
muito remoto, desaparecidos há milênios. Diante da grandeza da Pedra
Pintada e de seus registros milenares, encontramos a razão de seu nome,
pois ao nos aproximarmos dela nos deparamos com um paredão de granito
altaneiro, repleto de pinturas, algumas destas alcançando até mesmo
cerca de 15 m de altura.
Para alguns pesquisadores ela teria surgido na Era
Mesozóica, nos períodos do Cretáceo e Jurássico, a cerca de 67 e 137
milhões de anos. Outros emitem a teoria de que a região já teria sido um
grande lago chamado de Lago de Manoa e que cobria parcialmente a Pedra
Pintada, justificando assim a altura em que são encontradas certas
pinturas gravadas em seus paredões retilíneos. Esta teoria leva-nos à
antiga lenda da cidade de ouro, desaparecida em meio à floresta
amazônica e exaustivamente procurada pelos descobridores espanhóis e
aventureiros audaciosos, o misterioso El Dorado.

Inscrições rupestres na Pedra Pintada.
As pinturas deste insólito monumento encontram-se gravadas
em pigmentos avermelhados, muitas das quais, se acham em perfeito estado
de conservação, enquanto que outras, mais esparsas, já podem ser vistas
bem castigadas pelo tempo. Em torno da Pedra Pintada encontram-se outros
blocos de pedra de menores proporções, onde também podem ser vistos
desenhos variados, todos gravados em pigmento vermelho vivo e
constituindo-se em seu conjunto o que é chamado de Sítio Arqueológico da
Pedra Pintada.
Neste ponto, gostaríamos de chamar a atenção dos
estudiosos, dos povos indígenas na região e das autoridades responsáveis
pela preservação dos valores culturais de nossa terra, que atentem para
este magnífico monumento rupestre, pois este se trata de mais um dentre
os mais importantes patrimônios arqueológicos do Brasil, que corre o
risco de se perder em grande parte, devido ao abandono. Em nossa visita
àquele monólito gigantesco, já pudemos identificar marcas indeléveis de
destruição, como por exemplo, grandes falhas decorrentes de lascas
retiradas por visitantes inescrupulosos e rabiscos com instrumentos
cortantes sobre as pinturas. Estes atentados acabam por causar prejuízos
irreversíveis aos registros milenares ali gravados e, conseqüentemente,
à sua pesquisa, catalogação e levantamento sistemático, para o estudo da
história e aprofundamento na cultura daqueles que executaram tão
grandiosos painéis líticos.
Os locais visitados por mim, com autorização e companhia
dos amigos indígenas da Reserva São Marcos, Patrício, Teotônio e Leomar,
mostram expressivas e variadas pinturas nos conjuntos pétreos na região
da Pedra Pintada, indicando uma certa complexidade cultural daqueles que
os produziram. São, pois, figuras variadas, constituídas de linhas e
pontos justapostos, com a tradicional presença do círculo, símbolo do
sol, circundando um menor, símbolo da lua e centralizado por um ponto.
Outros símbolos se acham ali representados, como linhas em zigue-zague,
pontos seqüenciais, retângulos estilizados e representações difíceis de
serem identificadas.

Símbolo solar.
No alto, a cerca de 15 m de altura, se acha representada em
forma ondulatória, uma grande serpente que, pela sua expressão, bem que
poderiam ser duas, uma sobrepondo-se à outra. É estranho que sua
representação ondulada segue um padrão lógico e expressivo, como se
quisesse reproduzir uma idéia bem definida ou um conjunto de idéias,
pois logo abaixo há uma profusão de representações diversificadas
alinhadas verticalmente até sua base. Podem ser identificados também
pequenos sóis brilhantes e figuras com motivos desconhecidos ao lado de
seqüências de riscos justapostos que conduzem-nos a pensar se tratarem
de letras esporádicas ou mesmo de uma forma de escrita.
Para alguns poucos pesquisadores que trataram deste
colossal monólito, as pinturas ali gravadas são de períodos muito
antigos, alguns remontando a cerca de 12 a 15 mil anos. Para estes,
naqueles paredões se encontram registrados caracteres que se projetam de
um passado bem longínquo, uma espécie de proto-alfabeto, do qual, podem
ser encontrados signos em muitos outros alfabetos conhecidos, como o
grego, o egípcio, o etrusco, o fenício, o hebraico, etc. Estes
caracteres, representados especialmente pelo pesquisador francês Marcel
Homet, mostram-nos uma vasta e rica simbologia que fazem-nos meditar
sobre sua origem e que tipo de cultura os teria reproduzido. Assim,
estas representações rupestres pré-históricas só fazem aumentar o
mistério deste monumento lítico de Roraima, pois são capazes de
confundir a mente do pesquisador mais experiente, fazendo-o refletir
sobre tão intrigante mistério.

O
misterioso painel de inscrições da Pedra Pintada.
Quando a maioria dos pesquisadores sustenta que a história
do homem primitivo das Américas e especialmente do Brasil é muito
recente, vamos nos defrontar com este colossal enigma no extremo norte
da Amazônia e percebemos que toda a teoria destes magnânimos doutores
estremece-se em sua frágil estrutura coloquial, exigindo muito mais do
que uma tese, senão uma nova percepção desse passado ignoto. Isto para
não falar dos muitos outros enigmas que são encontrados, de norte a sul,
destas terras coroadas pela esplêndida constelação do Cruzeiro do Sul.
É preciso atentar, insistimos, que a Pedra Pintada com seus
mistérios se trata de apenas um dentre os muitos monumentos
arqueológicos que podem ser encontrados em terras brasileiras e que
fazem-nos projetar os olhos para o nosso passado longínquo e tentar
compreender o que, de fato, teria se passado na época destes nossos
desconhecidos antepassados. É lastimável saber que a grande maioria de
nosso povo não sabe nada ou quase nada a respeito destes “tesouros”
perdidos na vasta extensão de nosso território e mais lastimável ainda,
perceber que muitos incautos visitantes os vêm dilapidando, dia após
dia. Esta ação destruidora, produzida também pela força inexorável do
tempo, fica ainda mais arrasadora quando unida à atuação deliberada de
gente da própria região onde estes registros pré-históricos se encontram
ou por certos tipos de “pesquisadores” e comerciantes inescrupulosos.
É preciso que recordemos que a história desta terra
magnífica não tem sido escrita responsavelmente e que a falta de
educação, mãe de todos os problemas sociais, não vem sendo notada pelas
autoridades. Mais do que isto, esta história tem sido lastimavelmente
construída sobre preconceitos e conceitos errôneos sobre o nosso passado
e os valores de nosso povo e, por isto mesmo, se mantido reprimida sob o
cutelo das relevantes contradições sociais, apoiadas pela ampla
desigualdade entre as regiões deste grande país, moldando, em
decorrência, uma espécie de máscara deformada e não verdadeira de sua
gente, que não representa a imagem legítima deste povo e, menos ainda,
de sua história mais recente ou longínqua.
Diante disto, o mistério da Pedra Pintada e de seus
caracteres milenares e, porque não dizer, de seu signário primitivo, o
qual pode ser visto em muitos outros rincões deste país, tem gritado aos
ouvidos dispersos dos pesquisadores e de uma boa parcela de sua gente
pouco instruída, que sequer tivemos coragem de virar uma simples página
da história antiga do Brasil, anterior a 1.500, sem termos de nos ater a
conceitos preestabelecidos, invariavelmente ditados por princípios
autenticados por gente do exterior, que muito pouco conhece sobre nossa
gente e o nosso passado.
Não queremos generalizar e muito menos culpar o povo
brasileiro pelo achatamento cultural a ele imposto pelas sucessivas
explorações de suas riquezas que atraíram tantos colonizadores e
aproveitadores, mas declarar que não se trata de uma tarefa fácil
desenvolver uma cultura de preservação num ambiente, onde o comércio e a
busca de riquezas têm se colocado em primeiro plano na organização de
seu sustentáculo social. Pode-se dizer até mesmo que, o que floresceu em
termos culturais no Brasil, colonizado e espoliado durante toda sua
existência, desde sua “descoberta”, trata-se, a meu ver, de um
verdadeiro milagre.
Eis que estamos vivendo um tempo novo em nosso planeta,
cujas facilidades tecnológicas muito poderiam auxiliar na solução destes
problemas sociais e na decifração de nosso passado, trazendo à tona
surpreendentes revelações.
Tem se tornado muito comum, ao nos aproximarmos de um
monumento megalítico como o da Pedra Pintada, em Roraima e de outros no
nordeste brasileiro, no interior de Minas Gerais, Bahia, Goiás e Mato
Grosso, por exemplo, depararmo-nos com certas descaracterizações e
danificações produzidas por pessoas mal educadas ou por interessados em
comercializar estes achados. Apesar de nos sentirmos indignados, sabemos
que a despeito destas destruições propositais, tem sobrevivido ainda uma
grande e variegada manifestação primitiva em muitos lugares, que pode
servir de referencial para um estudo mais aprofundado de nosso passado.
Grutas da Pedra Pintada onde foram encontradas ossadas humanas.
É preciso, pois, que os homens de bem, os ecologistas, os
pesquisadores, as forças indígenas e todos aqueles que prezam pelas
riquezas culturais manifestadas em nosso país se unam para preservar o
que ainda sobreviveu ao tempo e à barbárie, para que, em futuro próximo,
possamos recontar a verdadeira história do povo brasileiro e daqueles
povos que viveram neste imenso território que é constituído pelas três
Américas.
A região da Pedra Pintada, como muitas outras, também faz
parte das lendas e boatos que ainda persistem sobre e existência de uma
cidade perdida no Brasil, especialmente neste misterioso mundo
amazônico. Porém, muitas dificuldades persistem para o desenvolvimento
de pesquisas sérias em muitas destas regiões, por impossibilidade
absoluta de acesso. Muitos pesquisadores foram atraídos ao Brasil por
estas lendas de cidades perdidas e isto, de certa forma, permitiu que
muitos achados fossem encontrados e mostrassem que sua história
ultrapassa os tempos mais recentes que lhe são dados, reme-tendo-nos aos
primórdios da civilização na Terra, até mesmo, mais distante do que os
arqueólogos e os historiadores do Velho Mundo tiveram ousadia de
retroceder.
Marcel F. Homet foi um destes pesquisadores que acabou
vindo ao Brasil para desenvolver suas pesquisas neste sentido. Antes de
aqui se instalar, Homet desenvolveu várias expedições pelo mundo, tendo
vivido na África por cerca de 20 anos e viajado com muita freqüência
pelos países do Mediterrâneo, familiarizando-se com suas línguas e
culturas. Em 1947 empreendeu viagens pelo Saara, Nova Iorque, Haiti e
Venezuela, chegando finalmente ao Brasil, onde fixou residência. Nos
anos de 1949 e 1950 e, também em 1958, desenvolveu explorações na região
amazônica, pretendendo encontrar, como muitos outros, vestígios de
antigas civilizações, das quais também ouvira falar.
Em suas buscas encontrou a Pedra Pintada com suas
extravagantes inscrições rupestres. Homet disse que estas inscrições
possuem grande identidade com as das mais antigas culturas do
Mediterrâneo Oriental, o que é de se estranhar, pois as terras
brasileiras e americanas só foram “conhecidas” após seu “descobrimento”
há 500 anos.

Detalhe do grande painel da Pedra Pintada.
Mas, os mistérios não param por aí. Os estudiosos da
arqueologia não podem explicar como poderiam ter sido encontrados, em
plena selva, letras e símbolos registrados por povos desconhecidos, que
foram posteriormente utilizados por antigas civilizações européias e
asiáticas, até mesmo, muito antes da existência destas. É notório que,
sua antiguidade é indiscutível e os pesquisadores, em geral, aceitam
esta hipótese como verdadeira, o que vem contribuir favoravelmente para
abrir novas perspectivas no estudo do passado de nossas terras
brasílicas.
A Pedra Pintada se destaca em meio a uma vasta planície e
Homet afirma que ela ostenta um imenso painel de cerca de 600 metros
quadrados com inscrições rupestres constituídas por letras e caracteres
simbólicos, dentre os quais, 75 assemelham-se a caracteres alfabéticos
utilizados por outros povos do Velho Mundo. Para o pesquisador estas
“letras” fazem parte de um alfabeto primitivo, que chamou de Língua
Mater, do qual teriam se originado os demais. Em nossas observações,
pudemos perceber que a grandiosidade deste monumento pré-histórico é
incontestável, mas não conseguimos destacar os signos identificados por
Homet, pois muitos deles já se encontram muito desgastados pelo tempo e
não sabemos ao certo, onde ele os encontrou. Porém pode-se verificar a
existência de um grande painel com expressiva quantidade de pinturas e
figuras multiformes, que cobrem toda sua face principal e muitas outras
localidades em seu vasto complexo monolítico, desde uma altura de cerca
de 15 m.
Homet fala também dos mistérios da região que não podem ser
explicados pelo racionalismo dialético. Segundo ele, tiveram (ele e seus
auxiliares) de pernoitar numa destas grutas da Pedra Pintada por vários
dias e, numa daquelas noites, foi “tomado” por estranhas sensações
acompanhadas de visões extravagantes. Relata que começaram a aparecer
seres desconhecidos, de elevada estatura, que pareciam fazer parte de um
passado muito longínquo. Ouviu também estranhos sons que pareciam vir do
espaço. Homet não soube explicar se o inusitado fenômeno teria sido
ocasionado pelos gases sulfurosos que partiam do fundo da caverna,
alterando sua percepção ou se forças desconhecidas ali se teriam
manifestado realmente.
O pesquisador afirma que para copiar as mais importantes
representações artísticas deste megálito, constituídas de magníficos
conjuntos com estranhos caracteres, alfabéticos e simbólicos, foram
necessários vários dias. Homet declara - e pudemos constatar isto - que
a Pedra Pintada trata-se de um imponente rochedo que, apesar de se
encontrar isolado no meio de uma extensa planície, “parece estar
perto de nós, quando ainda nos são necessárias muitas horas para
alcançá-lo”.
Marcel Homet escreveu também que a Pedra Pintada e seus
registros excepcionais assemelham-se a um elipsóide colossal,
comparando-a a um ovo. Assim ele escreveu: “Imediatamente recordamos
o ovo ‘cosmogênico’, a antiga tradição do ‘Ovo gerador do mundo’. A este
pensamento junta-se logo um outro, o ‘ovo primitivo’ das velhas terras
do Mediterrâneo, que aparecia sempre acompanhado de uma serpente. Que
vemos no frontal da Pedra Pintada? A antiga serpente da tradição,
pintada no meio da parte central. Essa pintura foi executada tão alto
que seu criador, tendo o nosso tamanho, deve ter precisado de andaimes
gigantescos”.
Em relação aos signos encontrados na Pedra Pintada,
semelhantes aos das civilizações do Velho Mundo, queremos citar o
pesquisador Alfredo Brandão que afirmou existirem 75 sítios
pré-históricos pesquisados no Brasil, nos quais estes podem ser
encontrados. Segundo seus estudos foram assim classificados:

Este quadro permite sugerir que deveria ter existido uma
escrita primitiva no Brasil, que teria se estendido por toda a América
Latina e posteriormente pela Europa, pelo norte da África e pela Ásia.
Em síntese, ousaríamos dizer que este alfabeto primevo, mãe de todos os
demais, teria se originado em terras brasileiras, junto de uma grande
civilização que as mudanças sociológicas, culturais e climáticas
transformou ou fez desaparecer no decorrer dos milênios.
Não nos esqueçamos de que os signos pré-históricos aqui
encontrados são compostos de caracteres sofisticados, muitos dos quais,
já conhecidos e se acham representados ao lado de outros, que não podem
ser ainda identificados. Se a estes caracteres forem dados em média
6.000 anos de idade, já temos um problema a resolver, pois teremos aí
uma confirmação de que se tratam de signos anteriores a todos os demais
alfabetos utilizados pelas civilizações do Velho Mundo, à exceção da
Índia.

O
Rio Parimé e a entrada do Sítio Arqueológico da Pedra Pintada.
Em se tratando da região da Pedra Pintada e de alguns
outros sítios arqueológicos do Brasil, poderíamos dizer, pelo menos,
seus moradores e criadores tinham uma forma de vida muito diferente da
que foi adotada pelas etnias indígenas subseqüentes e que aqui foram
encontradas na época do “descobrimento”.
Além disto, aquelas representações artísticas mais antigas
muito se diferem das atuais manifestações de arte indígenas autóctones e
de seus remanescentes e, para estes mesmos, a existência destes
registros pré-históricos no interior do Brasil é um verdadeiro mistério,
nada tendo a ver com a sua cultura e tradição.
Em nossa ida até a Pedra Pintada não pudemos constatar
in loco todas as descobertas e afirmações relatadas por Marcel Homet
em seu livro Os Filhos do Sol, mas não podemos deixar de
acreditar que estes signos lá se encontram, ocultos em meio àquela
grande quantidade de “grafismos”, entre os quais identificamos a grande
serpente no alto, como que sinalizando os segredos deste “álbum de
pedra”, como os chamou este autor francês, aguardando um momento para
sua integral decifração.
O tempo urge, entretanto, exigindo que uma pesquisa acurada
e uma exaustiva documentação sejam feitas, antes que seja tarde demais
para identificar os preciosos registros ali representados, tragados que
estão sendo pela corrosão do tempo e pela dilapidação deliberada de
visitantes despreparados.
*J.A. Fonseca
é economista, aposentado, escritor, conferencista, estudioso de
filosofia esotérica e pesquisador arqueológico, já tendo visitado
diversas regiões do Brasil. É presidente da associação Fraternidade
Teúrgica do Sol em Barra do Garças–MT,
articulista do jornal
eletrônico Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br)
e
membro do Conselho Editorial do portal UFOVIA.
- Fotos: J.A. Fonseca.
- Edição: J.A. Fonseca.
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