Balaio do trânsito:
BH sem mar e agora sem bar...
Por capricho de políticos oportunistas.
* José
Aparecido Ribeiro
De
Belo Horizonte-MG
Para Via
Fanzine
15/08/2011
Sábado a noite no
tradicional Bairro de Lourdes e os efeitos da "Lei Seca" já pode ser
percebido nos restaurantes tradicionais destinados ao publico de meia idade.
Quase todos vazios. A falta de proporcionalidade desta Lei vai causar
efeitos devastadores no setor de entretenimento e gastronomia da Capital. É
apenas uma questão de tempo para começar as demissões e a quebradeira.
Ninguém é contra a Lei para pegar os que cometem excessos.
O problema é que ela pega
também pessoas que não estão cometendo excessos, colocando o Cidadão comum
no mesmo balaio dos assassinos do transito que continuam agindo impunemente.
Uma taça de vinho é o suficiente para uma pessoa normal e cumpridora dos
seus deveres se transforme em um fora da Lei. Contrariando o principio da
razoabilidade e jogando no lixo a proporcionalidade do Código Penal que
prevê penas condizentes com o ato. As pessoas são diferentes e o efeito de
bebidas no organismo depende de uma série de fatores, como por exemplo,
massa corporal, hidratação e em especial do costume de cada um. Três doses
de whisky, ou três taças de vinho no meu organismo não comprometem os meus
reflexos e eu posso dirigir sem colocar a vida de ninguém em risco (AFIRMO E
PROVO ISSO). Esta mesma quantidade em outra pessoa pode trazer efeitos
diferentes. O fato é que cada um reage de maneiras diferentes a bebidas
diferentes.
O que é possível perceber
de forma muito clara é que ninguém quer passar pelo constrangimento de uma
blitz e isso já está provocando mudanças de hábitos negativos. Os
freqüentadores da noite não querem correr o risco de um dissabor no caminho
de volta para casa e estão optando por não sair, deixando a noite da CAPITAL
NACIONAL DOS BARES E DA GASTRONOMIA mais triste e vazia. Os botecos
destinados a garotada ainda não sentiram os efeitos, pois esses pegam taxi,
saem de carona ou mesmo se dividem na tarefa de abstinência com um dos
amigos. Porém isso não se aplica a casais de meia idade, por exemplo, que
saem para namorar e tomar um vinho durante um jantar. Há os que não gostam
de pegar taxi e preferem o próprio carro. Para não contrariar as regras,
acabam trocando os restaurantes por programas caseiros.
Esse exagero poderia ser
evitado se ao invés do "teste do bafômetro", fosse aplicado antes o teste
dos reflexos, que é capaz de detectar, com precisão, se um individuo está
com as suas funções cognitivas e os reflexos preservados. Contudo, vale o
capricho de políticos cujo o oportunismo está mais do que evidente. Eles
querem apenas mostrar serviço, esquecendo que as pessoas são livres e
responsáveis pelos seus atos, nesta ou em qualquer ação, inclusive no ato de
votar. Registra-se ainda que parcela da imprensa segue sem refletir
contribuindo para fazer esses "senhores da lei", acharem que estão
realizando um bem para a sociedade, quando na verdade prestam um desserviço
para Belo Horizonte, que tem na gastronomia e nos bares, uma marca que é
apelo turístico. Está faltando bom senso e sobretudo reação da sociedade que
encontra-se em estado de letargia, aceitando esses e outros disparates em
silêncio...
* José Aparecido Ribeiro é especialista em transito,
transporte e assuntos urbanos e membro da ONG SOS Mobilidade Urbana.
- Tópico
relacionado:
Prefeitura e BH Trans acertam na escolha do modelo BTR
* * *
Bin Laden morto:
Guerra de informações para ludibriar o mundo*
Sem nenhuma preocupação
com a verdade, a imprensa brasileira traduziu
ao pé da letra as
informações do governo americano sobre o episódio Bin Laden.
Por
Rogério Marques
De
Natal-RN
Em
Observatório da Imprensa
17/05/2011
Depois de dez anos de espionagem, o governo dos EUA
anunciou o fim de Osama bin Laden. A morte do terrorista mais temido dos
últimos tempos foi festejada nas ruas pelos americanos. Líder da Al-Qaida,
Bin Laden era considerado o inimigo número um dos EUA, que não poupou
orçamento para caçá-lo, vivo ou morto. Mais uma vez, a mídia brasileira
promove um espetáculo de noticiários para propagar as tumultuadas versões
sobre a morte do temido terrorista.
Sem nenhuma preocupação com a verdade, a imprensa
brasileira traduziu ao pé da letra as informações do governo americano sobre
o episódio Bin Laden. Esta não é a primeira vez que a indústria da notícia
comercializa as mentiras divulgadas pelos EUA. Uma guerra de informações que
não para de produzir ilusões com o objetivo de ludibriar o mundo. O papel
desempenhado pelos veículos de comunicação em nosso país é de envergonhar
qualquer profissional de comunicação decente. Nenhum questionamento aos
métodos militares utilizados pelo Estado americano, que mais uma vez violou
a soberania de outro país para satisfazer o ego, numa repetição das invasões
militares no Iraque e, mais recentemente, na Líbia. Nenhuma linha editorial
sobre os ataques dos EUA, que invadem territórios alheios e matam em nome de
uma paz que faz do resto do mundo um cemitério que não para de enterrar
vítimas de uma guerra sem fim.
Fatos dão vez à ficção
A onda de informações que alimenta os noticiários dos
principais veículos de comunicação no Brasil faz parte de uma rede de
mentiras produzida pelas agências de notícias americanas. Assim, os
negociadores de notícias se rendem ao imperialismo e vendem seus noticiários
manchados de opressão aos milhões de leitores brasileiros. Em nome da
falsidade, os grandes meios de comunicação abafam o grito dos oprimidos e
propagam as façanhas dos opressores, transformando-os em heróis de guerra. O
ridículo jornalismo a serviço do capitalismo cumpre o infeliz papel de
espalhar o medo decretado pelo poder imperial. Assim como fez Napoleão
Bonaparte, que em cada novo território tomado à força criava o seu jornal,
que tinha a tarefa de espalhar o terror na população.
Enquanto isso, a polêmica sobre a morte de Osama bin Laden
continua atiçando fogo na política de Barack Obama rumo ao segundo mandato
na Casa Branca. Nesse filme, os fatos dão vez à ficção, trazendo à tona um
jornalismo de negócio, no qual a crítica e o compromisso com a verdade foram
deixados de lado.
* * *
Ponto de Vista:
O Brasil, as reformas... E mais palhaçadas?
A Reforma Política feita pelos próprios
políticos, prestará? Nunca!!!
Por
Giuseppe Tropi Somma*
Nosso país é gigante em tudo. Temos o maior território
cultivável do mundo, com uma população rural das mais carentes; temos as
maiores reservas minerais, mas o combustível mais caro do mundo; a maior
diversidade populacional do mundo, em franco crescimento, mas com o maior
desnível social; temos a maior taxa tributária do mundo e ainda pagamos
pedágios e convênios médicos, se quisermos viajar ou continuar vivos; temos
uma das maiores classes políticas, com os maiores salários, e a maior
corrupção do mundo; temos as leis mais complexas e a maior impunidade do
mundo; temos o maior mercado de trabalho, mas com as leis trabalhistas mais
complexas do mundo, uma aberração que se contrapõe aos direitos
constitucionais de cada um e que serve apenas para produzir litígios
sociais, desestímulo ao trabalho e ao empreendedorismo; somos a sociedade
tributariamente mais massacrada, e a mais paciente e passiva do mundo; somos
o povo mais pacífico, mas com um dos maiores índices de assassinatos do
mundo. Até quando tudo isso vai persistir? Precisamos urgentemente de um
basta! O nosso mal está na base das nossas instituições.
Pensar grande faz bem ao próprio ego; pensar em PAC
(Programa de Aceleração do Crescimento), por exemplo, que tem um custo
elevadíssimo, é bom, mas há outros programas que não custam nada, apenas a
vontade política, e são de uma importância infinitamente superior à do PAC.
Vamos fazer o PAC, sim, mas por que não fazer concomitantemente o PACS
(Programa de Aceleração do Crescimento Social)? Ele consiste em reformas
básicas de que o Brasil precisa urgentemente. Nós devemos crescer como
sociedade! Acabar com os entraves negativos e crônicos que nos deixam
comparados aos piores países do mundo. Precisamos de reforma política,
judiciária, tributária, trabalhista, constitucional. E para que essas
reformas sejam sérias e de alto nível, não podem ser elaboradas com a
participação de semi-analfabetos, como aconteceu na reforma constitucional
de 1988: devem ser elaboradas pelos expoentes da melhor inteligência
nacional, podendo inclusive fazer parte de teses nas melhores universidades
do país.
Todas as leis feitas para disciplinar atos de seus próprios
autores sempre foram, são e serão aberrações contra a inteligência e o
respeito humanos. Para que uma reforma política seja eficiente, por exemplo,
jamais deve ser feita pelos próprios políticos; deve sair da reciclagem ou
fusão de várias versões e sugestões apresentadas pela sociedade e, no fim,
aprovadas por uma comissão em que todas as classes sejam representadas,
inclusive a política. Assim deveria ser com o Judiciário. Ministros do
Supremo Tribunal Federal, por exemplo, não podem continuar sendo eleitos
pelo presidente da República e correr o risco de atuar num regime de
apadrinhamento. Isso faz com que um presidente reeleito controle quase a
totalidade dos atos do Supremo, graças à rápida reciclagem de seus
componentes. Assim como as leis trabalhistas não podem ser ditadas por
sindicalistas. Precisamos de leis que coíbam a demagogia, porque essa é a
maior praga dos países subdesenvolvidos. Sindicalista não poderia passar
diretamente de uma atividade sindical para um cargo político eletivo sem um
espaço de uns oito anos, para não incorrer no desvirtuamento de seus falsos
propósitos sindicais sobre os verdadeiros propósitos políticos, prejudicando
o real progresso nacional. Precisamos, sim, de reformas sociais profundas,
mas dentro dos conceitos da verdadeira democracia, em que o povo seja
realmente soberano e não fique a serviço da casta política. Chega de copiar
o lixo que os outros países produzem. Temos um exemplo bem atual:
recentemente fomos surpreendidos com o lançamento de novas cédulas de R$ 50
e de R$ 100. Isso não é coisa insignificante, mexe com a vida diária de cada
cidadão. Deveriam ter consultado o povo e não agir segundo os caprichos de
seu autor. Quiseram fantasiar e criar medidas estrambóticas, notas que não
cabem na carteira e, quando as recebemos, já as colocamos para serem as
primeiras a ir embora, pois são por demais incômodas. Quiseram copiar os
países do Euro com pretexto de ajudar os deficientes visuais, sendo que,
para isso, não precisavam recorrer ao tamanho, existem muitos outros
recursos. Mas, se Deus quiser, essas notas terão o mesmo fim das últimas e
famosas cédulas plásticas de R$ 10 que todos detestávamos e que
emporcalhavam nossos bolsos. Todas essas coisas são frutos da arbitrariedade
administrativa, em que de um lado só se banqueteia e ao povo só é servido PF
(prato feito). Por isso, eu digo: precisamos de reformas, de instituições
exemplares, para construir uma nação moderna, um modelo mundial de sociedade
justa e democrática. As verdadeiras reformas, extremamente importantes,
precisam de “patriotas” corajosos!
Quem sabe, brevemente possamos dizer: demorou, mas
conseguimos! E por iniciativa de quem menos esperávamos!
*
Giuseppe Tropi Somma é empresário e presidente da ABRAMACO.
giuseppe@cavemac.com.br
* * *
WikiLeaks
A verdade ganhará sempre
Quase um século depois, o Wikileaks também
publica sem medo fatos que precisam ser tornados públicos.
Por Julian Assange*
Em 1958 um jovem Rupert Murdoch, então proprietário e
editor do The News de Adelaide (Austrália), escreveu: "Na corrida entre o
segredo e a verdade, parece inevitável que a verdade sempre vença."
Sua observação talvez tenha sido um reflexo da revelação de
seu pai, Keith Murdoch, sobre o sacrifício desnecessário de tropas
australianas nas costas de Gallipoli, por parte de comandantes britânicos
incompetentes. Os britânicos tentaram calá-lo, mas Keith Murdoch não seria
silenciado e seus esforços levaram ao tÉrmino da desastrosa campanha de
Gallipoli.
Quase um século depois, o Wikileaks também publica sem medo
fatos que precisam ser tornados públicos.
Eu cresci numa cidade do interior do estado de Queensland,
onde as pessoas falavam de maneira curta e grossa aquilo que pensavam. Eles
desconfiavam do governo (big government) como algo que poderia ser
corrompido caso não fosse vigiado cuidadosamente. Os dias sombrios de
corrupção no governo de Queensland, que antecederam a investigação
Fitzgerald, são testemunhos do que acontece quando políticos impedem a mídia
de reportar a verdade.
Essas coisas ficaram comigo. O Wikileaks foi criado em
torno desses valores centrais. A ideia concebida na Austrália era usar as
tecnologias da internet de maneira a reportar a verdade. O Wikileaks cunhou
um novo tipo de jornalismo: o jornalismo científico. Nós trabalhamos com
outros suportes de mídia para trazer as notícias para as pessoas, mas também
para provar que essas notícias são verdadeiras. O jornalismo científico
permite que você leia as notícias, e então clique num link para ver o
documento original no qual a notícia foi baseada. Desta maneira você mesmo
pode julgar: esta notícia é verdadeira?, os jornalistas a reportaram de
maneira precisa?
Palavra crítica
Sociedades democráticas precisam de uma mídia forte e o
Wikileaks faz parte dessa mídia. A mídia ajuda a manter um governo honesto.
Wikileaks revelou algumas duras verdades sobre as guerras do Iraque e do
Afeganistão, e notícias defeituosas (broken stories) sobre corrupção
corporativa.
As pessoas afirmaram que sou antiguerra: que fique
registrado, eu não sou. Algumas vezes, nações precisam ir à guerra, e
simplesmente há guerras. Mas não há nada mais errado do que um governo
mentir à sua população sobre estas guerras, e então pedir a estes mesmos
cidadãos que coloquem suas vidas e o dinheiro de seus impostos a serviço
dessas mentiras. Se uma guerra é justificável, então diga a verdade e a
população dirá se deve apoiá-la ou não.
Se você leu qualquer um dos relatórios de guerra sobre o
Afeganistão e o Iraque, qualquer um dos telegramas das embaixadas
estadunidense ou qualquer uma das notícias sobre as coisas que o Wikileaks
tem reportado, considere quão importante é que toda a mídia possa reportar
tais fatos livremente.
O Wikileaks não é o único que publicou os telegramas das
embaixadas dos Estados Unidos. Outros suportes de mídia, incluindo o
britânico The Guardian, o The New York Times, o El País e o Der Spiegel na
Alemanha publicaram os mesmos telegramas. Porém é o Wikileaks, como
coordenador destes outros grupos, que tem sido alvo dos mais virulentos
ataques e acusações por parte do governo estadunidense e seus acólitos. Eu
tenho sido acusado de traição, mesmo sendo cidadão australiano e não
estadunidense. Tem havido inúmeros sérios clamores nos EUA para que eu seja
capturado por forças especiais estadunidenses. Sarah Palin diz que eu
deveria ser "caçado como Osama Bin Laden". Uma lei republicana tramita no
Senado norte-americano buscando declarar-me uma "ameaça transnacional" e
tratar-me correspondentemente. Um assessor do gabinete do primeiro-ministro
canadense clamou em rede nacional de televisão que eu fosse assassinado. Um
blogueiro americano clamou para que o meu filho de 20 anos de idade aqui na
Austrália fosse sequestrado e ferido por nenhum outro motivo além de um meio
de chegar até mim.
E os australianos devem observar sem orgulho a desgraçada
anuência a estes sentimentos por parte da primeira-ministra australiana
Guillard e a secretária do Estado dos EUA Hillary Clinton, as quais não
emitiram sequer uma palavra de crítica às demais organizações midiáticas.
Isto por que o The Guardian, The New York Times e Der Spiegel são velhos e
grandes, enquanto o Wikileaks é ainda jovem e pequeno.
Decisão histórica
Nós somos os vira-latas. O governo Guillard está tentando
atirar no mensageiro porque não quer que a verdade seja revelada, incluindo
informações sobre as suas próprias negociações diplomáticas e políticas.
Houve alguma resposta por parte do governo australiano às
inúmeras ameaças públicas de violência contra mim e outros colaboradores do
Wikileaks? Não me parece absurdo supor que a primeira-ministra australiana
deveria estar defendendo os seus cidadãos de ações dessa natureza, porém, de
sua parte, tem havido apenas alegações infundadas de ilegalidade. A
primeira-ministra e especialmente o procurador-geral deveriam levar a cabo
suas obrigações com dignidade e acima das disputas. Que fique claro que
esses dois pretendem salvar a própria pele. Eles não conseguirão.
Toda vez que o Wikileaks publica a verdade sobre abusos
cometidos pelas agências dos EUA, políticos australianos entoam o coro
provavelmente falso com o Departamento de Estado: "Você colocará vidas em
risco! Segurança nacional! Você colocará em perigo as nossas tropas!" E
então eles dizem que não há nada de importante no que o Wikileaks publica.
Mas as nossas publicações estão longe de serem
desimportantes. Os telegramas diplomáticos dos EUA revelam alguns fatos
inquietantes:
** Os EUA pediram à sua diplomacia para que roubassem
material humano (personal human material) e informações de oficiais
da ONU e grupos de direitos humanos, incluindo DNA, impressões digital,
scans de íris, números de cartão de crédito, senhas da internet e fotos de
identificação, em violação a tratados internacionais. É provável que
diplomatas australianos da ONU também sejam alvos.
** O rei Abdullah da Arábia Saudita pediu aos oficiais dos
EUA na Jordânia e Bahrein que interrompam o programa nuclear iraniano a
qualquer custo.
** A investigação britânica sobre o Iraque foi adulterada
para proteger "interesses dos EUA"
** A Suécia é um membro secreto da OTAN e a inteligência
dos EUA não divulga suas informações ao parlamento.
** Os EUA está forçando a barra para tentar fazer com que
outros países recebam detentos libertados de Guantanamo. Barack Obama
concordou em encontrar o presidente esloveno apenas se a Eslovênia recebesse
um prisioneiro. Nosso vizinho do Pacífico, Kiribati, foi oferecido milhões
de dólares para receber detentos.
Em sua decisão histórica no caso dos Documentos do
Pentágono, a Suprema Corte Americana disse: "Apenas uma imprensa livre e sem
amarras pode eficientemente expor fraudes no governo". A tempestade
turbulenta em torno do Wikileaks hoje reforça a necessidade de defender o
direito de toda a mídia de revelar a verdade.
* Julian Assange é
fundador do WikiLeaks. Este texto foi publicado originalmente em 9/12/2010,
pelo jornal ‘The Australian’ (Austrália). Reprodução do Esquerda.net, com
tradução de Paula Sequeiros, intertítulos do OI.
* * *
Tecnologia digital nas
eleições:
As urnas eletrônicas e
a zerézima
'Se você acredita que a
tecnologia pode resolver seus problemas de segurança,
então você não
conhece os problemas e nem a tecnologia'.
Bruce
Schneier
Por
Davi Castiel Menda*
De
Gravataí-RS
Para
Via Fanzine
O Titanic, em sua viagem inaugural, ao zarpar de seu porto
de origem, ostentava o título de insubmergível, e era tanta a autoconfiança
do engenho humano, que os jornais da época afirmaram que "Nem Deus
poderia afundar esse navio". Bill Gates, o papa da informática, em 1981,
nos brindou com a pérola "640 kb de memória é mais do que suficiente para
qualquer um". Thomas Watson, presidente da IBM, em 1943: "Penso que
há talvez no mundo um mercado para cinco computadores". Mas a campeã das
afirmações estapafúrdias deva ser creditada a Charles Duell, Diretor do
Departamento de Patentes dos Estados Unidos, em 1899: "Tudo que podia ser
inventado, já o foi", propondo inclusive o fechamento dos escritórios
que dirigia. Pelos exemplos, concluímos, já no início do artigo, de que
afirmações exageradamente desmedidas tendem, com o passar do tempo, a
mostrar-se equivocadas, quando não beirando ao ridículo.
Implantada no Brasil em 1996, a votação eletrônica, segundo
o TSE, baniu de vez a possibilidade de fraude eleitoral, com a afirmação
dogmática de que o sistema é seguro, indevassável. Entretanto, estas
condições até hoje são questionadas por estudiosos, programadores, os
próprios partidos, e porque não, por boa parcela da população brasileira.
Alguns defensores das urnas eletrônicas, na ânsia de
afirmar que o sistema é infalível, declaram com ares de ufanismo simplório
que o Brasil, ao comercializá-las para outros países, está exportando
democracia (!), embaralhando comércio e tecnologia com patriotada. Paulo
Gustavo Sampaio Andrade, editor do site Jus Navigandi, traduz de
forma muito simples e direta a opinião de quem põe em dúvida a assertiva
governamental: "Se o sistema eletrônico eleitoral é imune a fraudes,
considerada uma suposta perfeição técnica e a natureza biológica das pessoas
envolvidas" - compara ele - "o sistema financeiro já teria adotado o
projeto e contratado as pessoas que criaram e utilizam o sistema eleitoral
eletrônico para pôr fim aos inúmeros golpes existentes, por exemplo, nos
caixas eletrônicos e nos bancos via internet".
A desconfiança baseia-se em dois pontos cruciais. O
primeiro, é saber se realmente o voto digitado a um determinado candidato é
efetivamente computado e creditado a ele. O segundo questionamento é a
probabilidade de violação da identidade do eleitor, a exemplo do acontecido
em certo episódio no Senado, quando determinado grupo teve acesso a quem
votou em quem.
O Eng. Amílcar Bruzano Filho, um especialista na área,
compara a urna eletrônica à "uma máquina de votar inauditável, uma
verdadeira caixa preta da qual nenhum partido político, fiscal ou auditor
externo ao TSE, jamais teve acesso para conferir sua integridade". E
complementa Bruzano: "o que o TSE chama de auditoria é colocar alguém em
frente à urna. Isso não é o processo de exame de um sistema, mas um
artifício. Um show".
O povo em geral - onde eu me insiro - pouco acesso tem ao
assunto, mas pesquisando, toma-se conhecimento de que existem dois Sistemas
Operacionais vigentes: o VirtuOs (que pertence a uma empresa privada)
e o Windows CE, com mais de seis mil programas e dois milhões de
linhas de código, tornando muito difícil a sua análise, se é que estão
disponíveis. Esta falta de transparência é que compromete o primeiro pilar
de um legítimo processo eleitoral: a votação. Os outros dois são a apuração
e a fiscalização.
A fase de apuração nos remete às eleições de 1982 no Rio de
Janeiro e a famigerada Operação Proconsult, nome da empresa encarregada de
proceder à apuração e que teve como objetivo "virar" os resultados de uma
eleição já ganha por Leonel Brizola sobre o candidato do Governo federal na
época, Moreira Franco. A sistemática consistia em sonegar os resultados da
capital (dois terços do eleitorado), onde Brizola alcançara 70% dos votos, e
só divulgar uma média da apuração no interior do estado, onde Moreira era
majoritário. Não fosse a pronta intervenção de Brizola, exigindo falar à
nação pela Rede Globo - que insistia em divulgar a vitória de Franco - a
história seria diferente. Quanto à fiscalização, é totalmente inócua - se é
que existe - fator que provoca a incredulidade no sistema.
Existem “n” maneiras possíveis de fraude na votação, o TSE
tem a obrigação de conhecê-las e toda a comunidade digital espera que as
coíba com sucesso, mas nada impede de enumerá-las: clonagem de urnas;
engravidamento da urna, com mesários em conluio na ausência de fiscais;
fraude na apuração, já que o boletim de urna impresso quando do encerramento
da eleição nem sempre é entregue ao fiscal; possibilidade de fraude no
programa implantado na urna; adulteração dos programas originais implantados
nas urnas; e por último, o maldito vírus - e por trás dele os crackers - que
tanto mal tem causado em todas as áreas de atuação onde o computador está
presente.
Mas afinal, o que é zerézima, presente no título deste
artigo? É o neologismo criado pelos técnicos do TSE para indicar que cada
candidato, no início do processo eleitoral, tem na verdade zero votos. É a
garantia de que todos partem realmente do zero. Lamentavelmente, não é
garantia nenhuma, já que qualquer programador, mesmo principiante, sabe
perfeitamente que é possível digitar algo, a impressora reproduzir este
algo, mas armazenar "o que se quer" na memória do computador. É uma pena que
toda a garantia que o TSE nos ofereça seja apenas a zerézima, ou seja,
zerézima garantia.
*
Davi Castiel Menda,
65 anos, é programador na área de matemática e reside em Gravataí-RS.
-
Seus blogs são
http://davicm.blog.terra.com.br
e
http://matematico.blog.terra.com.br
- Clique aqui
para ler mais sobre Urnas Eletrônicas.
Reflexões:
Indagações acerca de nossa imaginação
Afinal, você quer ser autor apenas de sua
vida, ou personagem na vida de milhares de outras pessoas?
Por Samir Antunes*
De Ouro Preto-MG
Para
Via Fanzine
Você já inventou estórias para seus amigos tão
maravilhosas, fantásticas e geniais, que em determinados momentos chegou
a se perguntar se elas realmente eram fantasiosas ou a mais pura
verdade? Já ouviu casos curiosos, mas que, com a devida pitada de
imaginação poderiam ficar bem mais apreciáveis aos ouvidos da platéia
presente? Você já leu um livro ou assistiu a um espetáculo teatral, que
de tão formidável a história passou a se sentir uma personagem dela e
acreditar que era possível realizar todos aqueles feitos heróicos,
descomunais, vis, extraordinários, e até mesmo patéticos, criados por
seu autor?
Se fizermos todas estas indagações a uma criança,
provavelmente ela saberá muito bem do que elas se tratam, mas terão
dificuldade em compreender qual a razão de inúmeras questões, visto que
seria óbvio e – o que é ainda melhor – extremamente divertido poder ser
mais que uma simples pessoa, que trabalha para pagar suas dívidas todo o
fim de mês, poder ser fantástico; ser vilão e mocinho; acreditar que é o
pirata ou mesmo o garoto perdido que não queria crescer. Que estupendo
poder se encontrar no País das Maravilhas só para poder ficar minúsculo,
como uma formiga, e de repente gigante, como moinhos de vento! A criança
é um contador de estórias em potencial; um verdadeiro pescador que joga
a sua isca, e quando menos esperamos, estamos fisgados por sua pureza.
Diante de tudo isso, me deparo em mais uma indagação: Por
que os adultos não conseguem ter este tipo de imaginação? Ou melhor: Por
que lhes é vedado ter uma mente ainda tão infantil? Não o infantil das
irresponsabilidades ou da imaturidade, mas o infantil do divertimento;
da fantasia; da beleza nas coisas pequenas; da alegria que transforma a
vida daquele que caiu em tristeza. A seriedade do dia-a-dia bloqueou a
sensibilidade adulta. Construímos muros ao invés de pontes.
Se você é adulto e suas respostas para todas aquelas
indagações iniciais são um SIM, não perca esta luz que você carrega e
dissemine-a por todos ao seu redor, para que eles também aprendam como é
bom enxergar além dos concretos que nos cercam. Agora, se suas respostas
forem um não... Conviva mais com as crianças. Aprenda com elas como
podemos ser vários e continuar sendo nós mesmos. Veja como a vida pode
ser mágica sem perder a seriedade. Afinal, você quer ser autor apenas de
sua vida, ou personagem na vida de milhares de outras pessoas?
*
Samir Antunes é ator e diretor teatral.
* * *
Refletindo:
Chuva no Rio e gente estúpida*
O problema é a diferença entre o que
fazemos, dizemos fazer e pensamos ter feito.
Por Beto Canales*
De Porto Alegre-RS
Para
Via Fanzine
Se você está caminhando e vê uma formiga, desvia o pé para
pisar na tal formiga ou desvia para salvá-la?
Pergunto sem nenhuma segunda intenção e sem levar em conta
particularidades. Um budista, por exemplo, certamente protegeria o
inseto - até porque poderia ser ele próprio lá embaixo carregando um
pedaço de folha enorme - enquanto um menino arteiro de nove anos
condenaria sumariamente o bicho à morte. Falo assim, em algo casual,
excetuando os extremos. Budistas e crianças, portanto, não prossigam à
leitura. Falo de pessoas como eu me imagino (e certamente me engano),
enfim, pessoas normais.
Voltemos à pergunta, feita de outra forma: se uma pessoa
está caminhando e vê uma formiga, ela desvia o pé para matar ou para
salvar? Observe que a diferença entre uma e outra está no sujeito. Na
primeira, pergunto diretamente a você, qual seria sua reação. Na
segunda, pergunto o que você acha que outra pessoa faria.
Essa possivelmente seja a forma mais estúpida que eu
encontrei para afirmar o óbvio: a coisa não está fácil. Entenda-se por
"coisa" a situação em geral. Caso as respostas - independente de qual -
para a maioria das pessoas fossem a mesma para as duas perguntas, metade
dos nossos (quando falo em "nossos" falo da humanidade) percalços
estariam resolvidos.
O problema é a diferença entre o que fazemos, dizemos fazer
e pensamos ter feito. Além, é claro, do que projetamos para o outro.
Simples: eu não pisaria na formiga. Minha resposta seria desviar o pé
para salvá-la. Mas, claro, o outro a mataria sem dó e muito menos
necessidade. Eu seria o mocinho da história; ele, o bandido. O estranho
nisso tudo é que se ele respondesse as mesmas perguntas, certamente
aconteceria a inversão. (Somos aquilo que imaginamos ser e o contrário
de como nos veem?).
Resumindo de maneira definitiva: ruim e errados são os
outros.
Um exemplo magnífico disso, aconteceu com o senhor
excelentíssimo governador do lindíssimo estado do Rio de Janeiro, Sérgio
Cabral. No auge de toda sua sapiência, depois das chuvas e de mais de
uma centena de mortes, ele afirmou que, em parte, a culpa dos óbitos é
da própria população que mora em áreas de risco. Claro, eles estão lá
porque querem. Existe lugar na Vieira Souto para todos, mas esse povo
insiste em morar em perigosos barrancos. Não foram as dezenas de anos de
absoluta pobreza, de governantes autoritários e corruptos, de falta de
investimento em educação e (óbvio) habitação, além de tantas outras
deficiências que causaram isso. Eles estão lá por opção, por gosto. E
mais: garanto que estão morrendo somente para prejudicar o governador.
Essa gente é capaz de tudo.
Acho que os anos vão nos roubando a paciência. Tenho cada
vez menos. Fosse a singela formiguinha abaixo do meu sapato um sujeito
como esse, ela seria esmagada impiedosamente. Torço para que os budistas
tenham razão. Assim, talvez algum dia, um menino de nove anos possa me
dar esse prazer.
*
Beto Canales é editor do blog
Cinema e bobagens.
* * *
Em busca do tesouro enterrado:
Mega Sena & Petróleo
“O pré sal é
nosso!”, pois analisando bem, quatro trilhões de dólares divididos
por 200 milhões de
brasileiros proporcionariam a cada um de nós algo em torno de US$
20,000.00.
Por
Davi Castiel Menda *
De
Gravataí-RS
Para
Via Fanzine
Um dos meus passatempos preferidos é, nas reuniões de
família, estabelecer de que forma será dividido o prêmio da Mega Sena
que pretendo ganhar no próximo sorteio. Confesso (e me penitencio), num
mea culpa à la Oprah, que se trata de uma discussão unilateral:
só eu estabeleço as regras. Fico a pensar como – sem falsa modéstia -
uma pessoa sensata, inteligente, estudiosa, com profundos conhecimentos
de estatística e probabilidades gera acaloradamente, parâmetros
delimitadores sobre um improvável prêmio cuja chance de acontecer é de
apenas uma em 50 milhões.
Pensei que era só eu a fantasiar, mas pela imprensa,
descubro que o país inteiro, principalmente a classe política, também
gosta de brincar de partilhar o butim, mesmo que ainda virtual. Estou me
referindo, se é que você ainda não adivinhou, ao petróleo da camada
pré-sal.
Pelo que se lê e ouve, são reservas de petróleo estimadas
em 50 bilhões de barris. Considerando o preço do barril em torno de 80
dólares, chegaríamos a nada desprezível soma de quatro trilhões de
dólares. É muito dinheiro e reembolsaria inúmeras vezes a nossa dívida
externa. Mas há um pequeno senão: intercalado entre esse petróleo e toda
essa dinheirama, sete mil metros de profundidade nos separam. Ele está
muito bem enterrado, absconso e protegido; em linha reta e numa
superfície plana, esse intervalo não representaria muito, mas escavar
verticalmente um poço de sete quilômetros para extraí-lo seria uma
proeza inédita e, pelo que se sabe e conhece, nenhum país ou empresa
conseguiu até hoje realizar essa façanha - quando muito a metade desta
distância. Acrescente-se o inconveniente de não ser em terra firme – a
facilidade com que a natureza beneficiou aos árabes – pois é em pleno
mar! E mais um fator complicador: o valor de um projeto tecnológico para
se atingir este objetivo é um tanto salgado (com perdão do trocadilho):
em torno de um trilhão de dólares, cinco vezes a nossa dívida externa.
É sabido que, no momento em que for criada uma nova
empresa, se é que já não foi, para administrar a exploração desse
petróleo, os “de sempre” vão faturar dinheiro alto, além das benesses
oficiais e oficiosas. Candidatos não faltarão: diretores, conselheiros,
consultores, assessores e aspones, além dos tradicionais chuchadores de
plantão. E quem vai pagar esta conta antecipadamente? Você presume quem
seja?
Sem a menor possibilidade de se retirar uma gota sequer de
todo esse manancial, pelo menos por enquanto, hipotético e de qualidade
ainda incerta, políticos já discutem por antecipação royalties, analisam
lucros e perdas, ameaçando lacrimosamente com obras atuais que não serão
realizadas pelo desarraigamento e distribuição equitativa dos recursos
(mas que recursos?) e outras pérolas do gênero. Por favor, isso é
politicagem eleitoreira explícita e uma afronta à nossa inteligência.
Resumindo, os arautos da boa nova - os donos do bilhete
premiado - estão omitindo da população que o prêmio, na verdade, é um
cheque pré datado e vai depender de tecnologia ainda a ser desenvolvida
para ser cobrado. Quanto tempo vai demorar? Cinco, dez anos?
No meu íntimo, gostaria que fosse amanhã. Tenho ganas de
sair gritando pelas ruas “O pré-sal é nosso!”, pois num cálculo
rudimentar, quatro trilhões de dólares divididos por 200 milhões de
brasileiros proporcionariam a cada um de nós um valor em torno de U$
20,000.00. Considerando o valor da minha aposentadoria e idade,
projeções atuariais de expectativa de vida, somando prós e contras,
negocio a minha parte pela metade. Quem se habilita?
*
Davi Castiel Menda é matemático.
* * *
Exército
Brasileiro:
General Santa Rosa, um líder da Força Terrestre
"A
profissão militar é um completo estilo de vida (…) marcado
essencialmente
pelo espírito de missão, código de ética e mecanismos de decisão".
(Morris Janowitz)
Por
Hiram Reis e Silva,
De
Porto Alegre-RS
Para
Via Fanzine
Mais uma vez o “Desgoverno Companheiro” tenta calar o
grande líder por falar a verdade. Teoricamente, apenas para agradar os
PeTralhas, o General foi exonerado do cargo. Na verdade permanece na sua
função, despachando normalmente, até 31 de março de 2010, quando
completa 12 anos de generalato, e conforme preconiza o regulamento
militar, não os tresloucados palacianos, será compulsoriamente
transferido para a reserva.
“Não! E ainda que mande: conheço o exército, sei que nenhum
soldado se prestará a exercer o ofício miserável de capitão-de-mato.” (A
Conquista – Coelho Neto)
O General-de-Exército Maynard Marques de SANTA ROSA já
havia sido exonerado da Secretaria de Política e Estratégia e Assuntos
Internacionais, em 2007, por ter em depoimento ao Congresso Nacional
discordado do emprego do Exército Brasileiro em ação de força ou em
apoio aos milicianos da Gestapo de Tarso travestidos de Policiais
Federais. A Gestapo foi usada pelo ‘Ministério da INJustiça’ contra os
fazendeiros residentes na Reserva Raposa e Serra do Sol causando
inúmeros transtornos à população do estado de Roraima por sua
truculência, falta de ética profissional e leviandade.
- General critica
Plano de Direitos Humanos
A verdade dói e incomoda aos PeTralhas. O ministro da
Defesa, Nelson Jobim, encaminhou no dia 10 de fevereiro ao presidente
Lula o pedido de exoneração do General Santa Rosa, que havia afirmado em
nota pública, que o governo federal estava criando uma ‘comissão da
calúnia’ para investigar os crimes de violações aos direitos humanos
durante o regime militar. O General, atual chefe do Departamento Geral
do Pessoal do Exército, disse que o colegiado defendido pelo governo era
formado por ‘fanáticos que, no passado recente, adotaram o terrorismo, o
sequestro de inocentes e o assalto a bancos como meio de combate ao
regime para alcançar o poder’. O General não podia, absolutamente, ser
mais objetivo, verdadeiro e claro nas suas afirmações.
- A Maçonaria se
manifesta
O Grão-Mestre Adjunto do Grande Oriente do Distrito Federal
Lucas Francisco Galdeano fez um manifesto veemente
“O
General-de-Exército Maynard Marques de SANTA ROSA foi punido com
exoneração do cargo de Chefe do Departamento-Geral do Pessoal do Comando
do Exército, por haver criticado o Programa Nacional dos Direitos
Humanos, aprovado por decreto do Presidente da República - que, segundo
suas próprias declarações, assinou sem ler.
Não há ressalvas
aos incisos apresentados e, portanto, o General não poderia ser punido
por haver declarado, por exemplo, que a Comissão da Verdade corria o
risco de torna-se uma ‘Comissão da Calúnia’ porque é constituída pelos
‘mesmos fanáticos que, no passado recente, adotaram o terrorismo, o
seqüestro de inocentes e o assalto a bancos como meio de combate ao
regime, para alcançar o poder’.
Outra aberração é
a ‘subordinação dos militares aos civis’, da forma como está sendo
interpretada. Os militares devem ser subordinados às leis e aos poderes
constituídos, como qualquer outro cidadão. E assim estão. E assim
aceitam. Não ‘subordinados aos civis’, pressupondo que os militares não
devem ser instituídos como autoridade pública, em cargos de natureza
política.
Nossas homenagens
públicas ao General SANTA ROSA e a todos os militares que não aceitam a
condição de ‘cidadãos de segunda classe’.”
*
Hiram Reis e Silva, Coronel de Engenharia, Professor do Colégio Militar
de Porto Alegre (CMPA), Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia
Brasileira (SAMBRAS), Acadêmico da Academia de História Militar
Terrestre do Brasil (AHIMTB), Membro do Instituto de História e
Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS), Colaborador Emérito da Liga de
Defesa Nacional.
Site:
http://www.amazoniaenossaselva.com.br
E-mail:
hiramrs@terra.com.br
* * *
Reflexão:
O
futuro dessa civilização é o islamismo
Como a cultura islâmica se impõe e se espalha pelo mundo.
Por
Fábio Bettinassi*
De
Araxá-MG
Para
Via Fanzine
Um painel com o Aiatolá
Khpmeini, líder religioso no Irã.
Estes dias recebi
um
vídeo intitulado
“Mundo Islâmico”
muito interessante
e um tanto profético (no bom sentido) falando que nos próximos 20 anos
o mundo será dominado pelos islâmicos.
O argumento se
baseia no fato científico de que para uma etnia se manter ativa e se
perpetuar através dos tempos, é preciso que o índice de crescimento
populacional (ICP) seja em torno de 2.11 ao ano, em termos de
nascimentos de crianças em função do total populacional de um país.
De acordo com aferições feitas através dos séculos viu-se
que com um ICP abaixo de 1.9 nenhuma população sobreviveu; hoje em 31
países da União Européia, o ICP está na média de 1.33, fazendo com que
em poucos anos, a Europa como a conhecemos hoje, deixe de existir.
Hoje as maiores
nações desenvolvidas possuem o ICP em torno de 1.3, enquanto o ICP das
colônias imigrantes islâmicas para estes mesmos países opera na média de
8.8, criando assim, um modelo estatístico bem perto da realidade,
mostrando que o mundo está fadado a pertencer aos islâmicos.
Para engrossar o
caldo, a quantidade de cristãos no mundo vem caindo assustadoramente e
em países como o Canadá, EUA e outros da Europa, muitas igrejas antigas
foram compradas por organizações muçulmanas e convertidas em mesquitas.
Estudos da Onu
mostram que a quantidade de mesquitas construídas recentemente ao redor
do mundo vem crescendo progressivamente, mesmo em países que até dez
atrás estavam isentos do movimento islâmico.
O fator
petróleo
A expansão do
islamismo no mundo é financiada pelo petróleo, do qual todas as nações
estão viciadas em todos os aspectos. Até mesmo a economia mundial se
tornou petrolífera, pois a maioria das transações vultosas entre países
é paga com o ouro negro.
O petróleo é
monopolizado pelo mundo árabe e para se ter uma idéia do tamanho de tal
vício, basta trazer em pauta o discurso de Robert Kennedy Junior, feito
no programa The Late Show, do apresentador David Letterman. Ele
afirmou que “A conta paga
mensalmente pelos EUA pelo petróleo árabe está na faixa astronômica de
novecentos bilhões de dólares. Até quando a economia americana irá
suportar esta transferência da capital? Que é paga através de dinheiro,
ouro, royalties, bons, brands, transferência de tecnologia, armas e bens
de produção”.
“Os EUA há
anos pararam de acumular riquezas, pois toda o esforço produtivo do país
está sendo somente dirigido para o pagamento da conta do petróleo,
estamos transformando um país sólido e poderoso em fumaça que sai dos
escapamentos dos carros”,
completa
Robert Kennedy
Junior.
Segundo o corajoso Kennedy,
“O preço pago pelo
petróleo é o fator principal que está levando o mundo à falência
generalizada em forma de guerras e crises financeiras bem como
patrocinando o socialismo e os governos autoritários”.
Tais valores
envolvidos no comércio do ouro negro explicam porque magnatas árabes que
há três décadas criavam cabras, hoje possuem frotas particulares de até
vinte jatos Boeing 747 e queimam incenso de vinte mil dólares a vareta.
Esta vida obscena e nababesca, inimaginável até mesmo para os mais
criativos contistas árabes da antiguidade, foi levantada através do
petróleo, ao preço do sofrimento e escravização da população mundial,
cuja maioria vive com menos de US$ 2 ao dia.
Esta voracidade de
poder e capital segue de encontro aos preceitos do alcorão que pregam
uma vida de abundância para todos, sem que para isso, exista a opressão
dos fortes sobre os fracos. Isso revela que uma verdadeira força
satânica vem ajudando a promover sultões modernos, cujo objetivo é
dominar o mundo, implantando suas ideologias tirânicas, arcaicas e
repletas dos mais sórdidos e atrasados rituais, que nada tem a ver com a
verdadeira compreensão de Deus e de toda a Criação.
Os braços se
estendem
Para entendermos como funciona a expansão islâmica basta
considerarmos que a guerra do Oriente Médio é, na realidade, uma grande
farsa, que entre diversos motivos, um deles é justificar o êxodo de
dezenas de milhares de islâmicos que “oprimidos pela violência da
guerra” conseguem cartão verde na maioria dos países. Se utilizando de
acordos feitos pela ONU com o objetivo de dar guarida à fugitivos, tudo
é conseguido rapidamente e sem burocracia, bem diferente do que acontece
com um profissional honesto que precisa de anos e uma infinidade de
documentos para se conseguir um visto de permanência em um destes mesmos
países.
Parte do dinheiro arrecadado pelos magnatas do óleo, é
distribuída às mesquitas de todo o mundo, que possuem a tarefa de
comprar imóveis em suas localidades, para atender a diversas
finalidades, desde a especulação imobiliária, abrigo de imigrantes,
renda etc. Tudo em nome da luta entre Alá e os “profanos” que merecem
ser “erradicados” do planeta.
Com o passar do tempo, comerciantes árabes começam a se
instalar e dominar o comércio local, praticando preços desleais e
ditando os salários. Como a maioria trabalha entre família, quando
contratam brasileiros, pagam o mínimo possível, pois se beneficiam da
pobreza local, desvalorizando a mão de obra especializada e fazendo o
capital girar entre seus próprios conterrâneos.
A maioria da imigração islâmica conserva seus costumes,
assim passamos a ver nas ruas mulheres trajando a ultrajante burca,
vestimenta que em minha opinião relega à mulher a um nível inferior ao
dos animais. Não raro, nós brasileiros, acostumados à liberdade dos
costumes, somos censurados por eles, quando se sentem ‘ofendidos’ por
alguma frase mal colocada ou hábito ‘pecaminoso’, bem como outras
situações que podem ser interpretadas como um profundo desrespeito e que
para nós não passam de características de nossa cultura e cotidiano.
Assim como outros grupos religiosos extremistas, os
islâmicos em sua maioria são hipócritas, pois enquanto vivem sob o medo
e a opressão de seus regimes político-religiosos, dominados pelos
Aiatolás da guerra, levam uma conduta aparentemente casta e longe das
‘paixões diabólicas do mundo ocidental’. Mas basta eles mudarem de país
para que caiam na farra: compram carrões de luxo, roupas da moda, muito
ouro, mansões, tevê a cabo, internet e desfrutam das mais “pecaminosas”
comidas e bebidas.
Enquanto isso no mundo deles, uma jovem mulher vai levar
seis chibatadas em praça pública somente porque tomou um gole de cerveja
em público.
Água, o novo
petróleo
Toda essa expansão do islamismo sobre o mundo vem sendo
sistematicamente planejada há anos, através de uma eficiente cadeia de
estrategistas que dariam inveja ao próprio General George Patton.
O petróleo - como sabemos - um dia vai esgotar, mas os
árabes já resolveram esse problema, pois sabem que o futuro do mundo é
cada vez mais dependente da água. Água é vida, é pão na mesa, saúde,
dinheiro no bolso, é indústria funcionando, sem água tudo morre. Por
este ponto de vista podemos imaginar que as populações carentes deste
recurso estarão dispostas a tudo para conseguir água. Quem tiver armas,
ganhará pelas armas, quem tiver dinheiro será pelo dinheiro, e quem não
tiver ambos para se defender, servirá de escravo.
A indústria automobilística vem pesquisando novos motores
movidos a hidrogênio, combustível este que é extraído da água. Então,
achar que a tecnologia do futuro baseada no hidrogênio é algo que vai
salvar a humanidade é outro engodo, pois a partir do momento que a água
for usada para se produzir hidrogênio em grande escala, e este tomar o
lugar do petróleo, será aí que ela vai se tornar ainda mais escassa e
seu valor irá atingir patamares jamais vistos. Sem falar nos grupos de
interesses, que usarão este precioso bem natural, como moeda mercantil
para financiar guerras e o enriquecimento nababesco de governos
totalitários, como os que vemos hoje instalados na América do Sul, na
Ásia e no Oriente Médio.
A tal ‘energia limpa’ do hidrogênio é mais uma armação
vinda dos monopolizadores do petróleo que pretendem nos escravizar
através da água e isso explica porque o Brasil, país possuidor de
imensuráveis recursos hídricos, vem sendo o alvo preferido da imigração
islâmica. Muitos deles estão comprando fazendas e terras exatamente nas
regiões mais propicias ao cultivo de alimentos e à abundância de água,
porque os sultões sabem que controlando o “líquido da vida”, também se
controla a produção de alimentos. E tendo a água e a agropecuária sob
domínio, eles obtém o controle da política, da indústria e da população.
Posso garantir que até mesmo em minha pacata cidade do
Triângulo Mineiro, a influência árabe se tornou uma realidade, pois
eles dominaram o comércio e agora estão comprando fazendas e investindo
na agropecuária. Até mesmo o prefeito da cidade, foi eleito com tal
apoio e isso, para o bom entendedor, meia palavra basta. Essa
onipresença árabe bem como sua imigração repentina, era um fato
inimaginável dez anos atrás.
É claro que a população também coopera nesta situação. O
povo brasileiro venal e ignorante, facilmente se deixa enganar com
promessas e falsos sorrisos amáveis, deixando claras as marcas da
escravidão e da colonização exploratória que até hoje persiste no
subconsciente desse povo, que se acostumou a se curvar diante os
poderosos.
Estas coisas estão acontecendo porque os gringos possuem
uma coisa que o brasileiro não tem que é a união. Generalizadamente,
brasileiros são cada um por si; um querendo passar a perna no outro.
Enganamos-nos diariamente sob aquela fajuta bravata “brasileiro é um
povo pacato, fraternal e que não aprecia conflitos”. Isso soa para
os estrangeiros como “um povo frouxo e preguiçoso que não valoriza e
defende o que tem”. E por isso, merece ser vilipendiado e
escravizado. A situação se agrava em vista da “democracia”, porque agora
o país entregue às mãos da massa popular ignorante, se fazendo ainda
mais venal e desprotegido.
A bomba atômica
divina
Como não bastasse o controle absoluto sobre as fontes de
energia, alimentação e propriedade dos povos ocidentais, os islâmicos
estão produzindo sua própria bomba atômica. É certo que o Irã com suas
centrífugas estão mesmo é construindo um dispositivo nuclear bélico que,
ora ou outra, será usado lançado sobre alguma republiqueta adversária,
com a finalidade de mostrar quem é que manda nesses novos tempos.
Já o Paquistão, com seu arsenal nuclear, está sob governo
de um grupo extremista islâmico que não vê a hora de apertar botões para
que seus foguetes subam aos céus. Até porque, o pai do programa nuclear
paquistanês, um físico terrorista com tendências pedófilas, é o mesmo
que está passando tecnologia para o Irã e também dando consultoria para
mineradoras clandestinas que exploram urânio no norte do Brasil e na
Amazônia venezuelana. Tudo isso, em conluio com empresas de fachada da
América do Sul, além de políticos eleitos pelo voto popular, os mesmo
que vemos na televisão falar de paz e de um mundo melhor para todos.
A bomba atômica islâmica é apenas questão de tempo e ela
representa o desejo sanguinário de uma religião em destruir seus
oponentes. Afinal, eles pregam o acerto de contas e o dente por dente.
Como há anos acumulam agressões da “tirania ocidental”, só mesmo uma
bomba atômica bem poderosa será capaz de quitar os débitos e promover o
respeito que eles se julgam merecedores.
Eles enxergam a arma atômica como um presente de Deus,
capaz de limpar o mundo da maldade profanadora do Islã. E esta maldade
nada mais é do que o nosso simples estilo de vida, biquínis, cervejas
geladas e tudo aquilo que, segundo eles é “a manifestação do demônio,
que nos usa para contrariá-los”.
O que estes líderes do mal não consideram, é que, talvez,
Deus não pense dessa forma e diante de tanta discórdia e destruição
perpetrada por eles, o “julgamento divino” poderá ser mais poderoso do
que muitas bombas atômicas, mas isso só o tempo mostrará.
Nota do autor: Quero deixar claro que o vídeo apresentado
no You Tube reproduz uma realidade político-científica em forma de
projeção social, referente a um fenômeno que ocorre em todo o mundo. Por
isso, estou utilizando-o como base referencial para ilustrar meu ponto
de vista que é independente de religião ou crença pessoal.
Para as mentes atrofiadas e desinteressadas da reflexão
profunda que se faz, pode parecer que meu ponto de vista seja alicerçado
no preconceito religioso, o que é completamente errôneo considerar isso.
Na posição de brasileiro e preocupado com o destino do país e de sua
população, recorro à crítica, utilizando os poderes a mim assegurados
pela liberdade de expressão e de imprensa, asseguradas por nossa
Constituição. Direitos estes, que encontram eco nos direitos de
liberdade de crença religiosa, porém, que não isentam tais instituições
da responsabilidade sobre seus atos, sejam eles de cunho político,
religioso ou econômico.
*
Fábio Bettinassi é
publicitário e colaborador do jornal
Via Fanzine.
- Imagem: Arquivo
VF.
- Clique aqui
para assistir o vídeo “Mundo Islâmico”.
- Produção: Pepe Chaves
* * *
Noruega:
Um país que se
entende com sua riqueza
O bem sucedido
modelo norueguês.
Por
Alberto F. do Carmo*
De Brasília-DF
Para
Via Fanzine
Oslo, Noruega: fontes a jorrar.
Naquela de sentir-me livre e sem o que fazer, liguei a TV,
e fui até a TV5- programação francesa via Sky. Estava sendo exibido um
documentário franco-canadense. A TV5 apresenta não apenas programas
franceses, mas também belgas-valões, franco-canadenses e até outros
fracófonos, africanos, por exemplo.
O tema era a Noruega ante o súbito enriquecimento do país,
depois da descoberta do petróleo do Mar do Norte. Não sei se vocês
sabem, mas os estereótipos eram: suecos, industriais ou intelectuais ‘fossentos’;
dinamarquês, o bon vivant; norueguês, o peão bem alimentado, bem
vestido, mas peão, entre os três.
A súbita descoberta desse petróleo do Mar do Norte (eles e
os britânicos são cobras nisto, como a Petrobras) fez com que o país,
altamente educado em todos os sentidos, pensasse duas vezes, antes de
esbanjar a súbita riqueza. E o está fazendo muito bem.
Desmentindo todo esse discurso neo-capitalista, o estado
norueguês é muito forte, continua forte, porque administrado eficaz e
racionalmente. Social-democracia lá é social democracia mesmo, nunca
mais um rótulo.
Então, o país iniciou uma excelente política de bem-estar,
melhorando o já existente em todos os sentidos, mas guardando e poupando
o máximo que pode, pois um dia, esse petróleo também se esgotará. O país
- como estado e povo - torceu o nariz para o consumismo.
'Além
de nos livrar do pesadelo atômico e nos prover com as
delícias de um bom bacalhau, a Noruega nos aponta um
caminho'
Antes, uma ex-colega de banco, que lá esteve disse que o
escandinavo, em geral, não é "exibido", de jeito nenhum. E pelas cenas
do documentário, se vê gente tranqüila, bem vestida - mas sem a obsessão
da elegância ou da moda a qualquer custo - vivendo confortavelmente, mas
sem exageros. Melhor dizendo, recusando o exagero. Nas cenas, por
exemplo, não vi nada parecido com uma "perua". Pode ser que existam,
ainda mais com o país tão bem, mas não vi nenhuma. Granfinagem, zero.
O povo paga caro pelo que bem ganha, mas sabe que aquele
dinheiro poupado, dará conforto às próximas gerações, pois será gasto de
forma humana,racional e honestamente.
Apesar dos arrepios de um partido de direita, a maioria dos
cidadãos prefere tudo como está e daí para melhor. Acham que é uma sorte
poderem viver na Noruega. Segundo um jornalista norueguês
entrevistado:"aqui não temos potentados milionários, reis do petróleo,
essas coisas" Em suma: têm juízo, e muito.
No documentário, entretanto, se mencionou um tal de "mal
holandês" que a Noruega fez o máximo para evitar, diante do estrago que
o tal transtorno causara nesse país próximo. De fato, constatei, a
Holanda teve um "boom" de enriquecimento com a descoberta, mas de gás
natural, em seu mar territorial. Mas aí, a coisa não andou bem, levando
a um descontrole econômico.
Fiquei aliviado, pois evidentemente o Brasil corre esse
risco ante o enriquecimento via Pré-Sal. Mas, ao que parece, o pessoal
do governo já está se voltando para o modelo norueguês. Se for assim,
muito bem. Vamos ver no que dará.
Temos de ter juízo, muito juízo. E a lição da Noruega, vai
muito além do bacalhau ou da bravura de seu povo. Algo a lembrar, para
quem não sabe, é que graças a guerrilheiros noruegueses, a Alemanha
nazista não conseguiu viabilizar uma bomba atômica.
No tempo da Segunda Guerra Mundial, a Noruega tinha
desenvolvido a técnica de separar a "água pesada" da água normal. Sim,
como o hidrogênio tem três isótopos (hidrogênio, leve, deutério e
tritério, este muito raro) a água pesada é aquela cuja fórmula é de dois
átomos de deutério (hidrogênio contém um próton e um neutron, ao
contrário do hidrogênio leve que só tem um próton) que é imprescindível
na pesquisa de Física Nuclear, inclusive para produzir as bombas
atômicas, ou as primeiras delas.
Invadida e ocupada, a Noruega foi forçada a fornecer água
pesada para a Alemanha, através de sua usina da empresa Norsk Hydro.
Mas num atentado bem planejado, onze noruegueses mandaram tudo pelos
ares. O episódio foi narrado num filme com Kirk Douglas, Os Heróis de
Telemark.
E é sempre bom lembrar Grieg, Ibsen e Liv Ullmann, todos
noruegueses de boa cepa. Agora, além de nos livrar do pesadelo atômico -
que seria uma Alemanha nazista com bomba atômica nas mãos? - e nos
prover com as delícias de um bom bacalhau, a Noruega nos aponta um
caminho. Acho que temos de cerrar fileiras em torno disto.
Obrigado. Ou em norueguês, tak, a todos.
* Alberto Francisco do Carmo é licenciado
em Física-Técnico em Assuntos Educacionais e colaborador do jornal Via
Fanzine.
- Foto: Arquivo VF.
- Produção: Pepe Chaves
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