Brasil Antigo

 

Goiás:

Serra dos Pireneus

Por se tratar de um conjunto pétreo que se apresenta assim aos expectantes, fortalece-se a ideia de que venham tratar-se de ruínas de uma cidade milenar do Brasil remoto.

 

  Por J. A. FONSECA*

De Itaúna-MG

Agosto/2015

jafonseca1@hotmail.com

 

A vegetação aí existente é característica de campos de serrado e possui muitas nascentes de água que vão alimentar diversos córregos que ajudam na formação dos rios das Almas e Corumbá.

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A serra dos Pireneus constitui-se de uma cadeia de montanhas no município de Pirenópolis, em Goiás, estendendo-se até a região de Corumbá de Goiás e Cocalzinho. Para se chegar até estas magníficas formações rochosas no seu topo e admirar a grande extensão do vale em torno, sobe-se por 18 km em uma estrada de terra, cercada de vasta vegetação e penhascos perigosos.

 

As formações das rochas são mesmo intrigantes em muitos de seus contrafortes e leva-nos a pensar que poderiam tratar-se de antigas ruínas de uma cidade milenar. No alto da serra e em torno veem-se formatos variados em pedra elevando-se em meio à vegetação, como se fossem monumentos de uma época muito antiga e carcomidos pelo tempo. É grande a extensão deste complexo rochoso dos Pireneus e esta visão impressiona-nos por sua multiplicidade e beleza, além de que nos faz ficar pensativos diante destas suas características extravagantes. Seu ponto mais alto é o pico dos Pireneus que atinge a altura de 1385 metros e é o mais elevado da região, onde foi construída uma capela dedicada à Santíssima Trindade, por causa do caráter religioso das pessoas dali.

 

Em toda a volta deparamo-nos com as formações rochosas em grande profusão e de formatos grandiosos, enobrecendo a região e despertando indagações nas mentes de seus visitantes. Segundo estudiosos estas formações são principalmente constituídas de arenitos e quartizitos e podem ser datados do período neoproterozóico, que as remete à uma época muito antiga da Terra, há cerca de 1 bilhão de anos atrás.

 

A vegetação aí existente é característica de campos de serrado e possui diversas nascentes de água que vão alimentar diversos córregos que ajudam na formação dos rios das Almas e Corumbá. As grandes extensões rochosas do atual Parque Estadual, criado em 1987 e envolvendo uma área de 2833 ha, mostram monumentos exuberantes e raras formações estruturais, dando-lhe uma conotação especial de um polo de atração e interesse por causa das suas excentricidades bem concatenadas.

 

Por se tratar de um conjunto pétreo que se apresenta assim aos expectantes, fortalece-se a ideia de que venham tratar-se de ruínas de uma cidade milenar do Brasil remoto e a sua visão, de fato, pode conduzir-nos a interpretações como estas.

 

 

De acordo com os geólogos Jamilo José Thomé Filho, Juliana Maceira Morais e Thiago Luiz Feijó de Paula, em sua proposta de criação de um geoparque na região da serra dos Pireneus, esta área “compreende três cinturões orogênicos resultantes da amalgamação do Supercontinente Gondwana, chamado de Brasília, Araguaia e Paraguai, que uniram os blocos (crátons) Amazônicos, São Francisco e Paranapanema.”

 

A sua idade é supostamente neoproterozóica (era da escala do tempo geológico que compreende o período entre 1 bilhão e 541 milhões de anos aproximadamente) e os quartzitos teriam se formado a partir da transformação dos arenitos. Afirmam os geólogos que “complexos movimentos tectônicos afetaram essas rochas, em mais de um evento, resultando em dobras muito apertadas, que devido à intensidade e tipo dos movimentos, tornaram as foliações, na maioria, paralelas (dobras do tipo bainha, apertadas)”.     

 

A ideia recorrente de que venham tratar-se de ruínas de uma antiga cidade tem seu sustentáculo nos antigos boatos sobre o Brasil desde a sua descoberta. É notório que existem muitas regiões nestas vastas extensões continentais de nosso país que indicam mesmo ter existido algum tipo de atividade humana em suas imediações, mostrando sinais evidentes de manuseio de pedras e construções de fortalezas. Já desde há muito estes intrincados monumentos têm despertado o interesse dos investigadores da história e mostrado a sua face de mistério.   

 

Já em 1886 o trabalho do insigne brasileiro Tristão de Alencar Araripe, publicado na revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro em 1887 levantou a discussão sobre a existência ou não de antigas cidades abandonadas no Brasil. Conforme ele mesmo escreve “para uns a notícia de cidades ocultas nas selvas e denunciadas por vestígios de casas, ruas e praças é mera fábula risível criada pela imaginação de pessoas crédulas, que tais cousas vêm em montões de pedras e outros materiais informes mais ou menos caprichosamente dispostos pela natureza; para outros porém essas pedras são ruínas majestosas significativas de opulentas cidades que nos irão manifestar a extinta atividade de uma população numerosa, culta e industriosa.”

 

  

“Se com efeito as ruínas de grandes cidades subsistem, e se as inscrições são produto da indústria humana, todo o trabalho será bem compensado. Das ruínas tiraremos inúmeras deduções, e as inscrições decifradas nos revelarão um mundo até aqui ignorado”, escreveu Tristão de Araripe.

 

E ainda: “Largo horizonte se nos descortinará, mostrando a América outrora culta, e depois subvertida por medonha catástrofe da natureza; surgindo talvez das trevas a tão decantada e tão duvidosa Atlântida”.

 

De nossa parte, não ficamos nem do lado dos incrédulos que nada querem ver, nem dos que vêm em tudo motivos de estranheza, mas no ponto intermediário, onde poderemos observar a maior quantidade de elementos possíveis desses monumentos vistos em diversas localidades e identificar ali possíveis sinais de manuseio e da forte presença da indústria humana, por mais remota que ela possa ter acontecido. Nos Pireneus não consta terem-se descoberto quaisquer evidências de vida primitiva em suas redondezas, como, por exemplo, inscrições rupestres e restos cerâmicos.

 

 

Com relação às inscrições rupestres no Brasil há sinais evidentes de que muitas destas teriam sido mesmo produzidas por homens primitivos que viviam em cavernas ou em abrigos e que não poderiam jamais produzir nada de caráter mais industrioso. Porém, existem muitas outras que indicam sinais de grande eficácia na sua elaboração, além de possuírem conteúdos sofisticados e de difícil compreensão mesmo nos dias atuais. Sobre este assunto o autor já discorreu em outros artigos neste site.

 

Sabe-se que deste a época da Monarquia tem se despertado grande interesse pela temática arqueológica no Brasil, de forma que o Imperador D. Pedro II veio fundar o Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, procurando incentivar o estudo destas antigas manifestações nas províncias do Império. Veio este Instituto produzir trimestralmente artigos de iminentes pesquisadores e passou a destacar as descobertas feitas, inscrições rupestres e pesquisas em diversas regiões, com destaque para as formações rochosas de caráter peculiar, às quais chegaram a ser classificadas como cidades petrificadas do Brasil antigo. 

 

     

 

Desde então, já em 1886, notificou-se a presença do estranho complexo de Sete Cidades, no Piauí, sendo a mesma com suas formações rochosas excepcionais, considerada como se fosse ruínas de uma cidade abandonada, habitada há milênios por antigos povos do Brasil. Neste sentido, este magnífico conglomerado pétreo no nordeste brasileiro vem mesmo causando perplexidade em quantos dele se aproximam e, em nossa visita àquele local, também despertou em nós grande sentimento de inquietação, ao passar em meio às suas inigualáveis formações petrificadas, paredões, ruas e praças, além de uma grande variedade de figuras esculpidas em gigantescas esculturas, levando-nos a suspeitar que se tratem mesmo de ruínas de uma velha cidade, tamanho é o seu porte.

 

Diante disto e da grande profusão de inscrições rupestres ali existentes emitiu-se a hipótese de que Sete Cidades poderia ter sido um império Viking e o austríaco Ludwig Schwennagen, radicado em Teresina, teria afirmado que grande parte dos letreiros ali encontrados tratava-se de escrita fenícia ou demótica egípcia.

 

Em Goiás temos também a região fantástica de Paraúna, não muito distante de Pirenópolis e dos Pireneus, onde se podem ver formações rochosas também magníficas, grandes contrafortes em pontos específicos e a grande muralha pétrea em uma grande extensão e com fortes sinais de manuseio (assunto também já tratado por este autor neste site).

 

 

A serra dos Pireneus de Goiás é considerada como sendo o maior sítio geológico já descoberto no Brasil e suas formações que recortam os céus com imagens variadas, paredões íngremes e estranhas figuras, realmente causa perplexidade. Consta que essas fortificações da serra dos Pireneus já teriam sido descobertas por volta de 1871, pelo médico e naturalista francês François Henry Trigrant des Genettes. Para este insigne descobridor esta região acolhia mesmo as ruínas de uma cidade de pedra de povos muito antigos, atlantes, segundo ele, dadas as suas formações curiosas e a existência de duas formações semelhantes a pirâmides no vale que se estende ao lado da serra.

 

Apesar disto e em face do que já expusemos anteriormente, consideramos que os elegantes monumentos da serra dos Pireneus se tratam mesmo de formações naturais esculpidas pela própria natureza, apesar de sua grandeza e intensidade de esculturas pétreas que ela contém, além de que ainda não foram descobertas quaisquer formas de abrigos ou vestígios de manifestação de vida primitiva no local. De qualquer forma é uma região lindíssima e digna de ser visitada e apreciada pelo visitante atento, convicto da existência de ricas e excêntricas paragens como estas e que podem também ser encontradas em muitas outras localidades, de norte a sul, nestas vastas extensões do solo brasileiro.   

  

* J.A. Fonseca é economista, aposentado, espiritualista, conferencista, pesquisador e escritor, e tem-se aprofundado no estudo da arqueologia brasileira e  realizado incursões em diversas regiões do Brasil  com o intuito de melhor compreender seus mistérios milenares. É articulista do jornal eletrônico Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br) e membro do Conselho Editorial do portal UFOVIA. E-mail: jafonseca1@hotmail.com.

 

- Fotografias: J. A. Fonseca.

 

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