Exoplanetas
Muito além do Sistema Solar: Astrônomos descobrem um novo planeta azul Chamado de HD 189733b, o outro planeta azul, ao contrário da Terra, não se trata de um mundo com águas, mas de um lugar escaldante e hostil onde chove de vidro por todos os lados.
Por Pepe Chaves* Para Via Fanzine BH-19/07/2013
O HD 189733b é um planeta semelhante a Terra somente no visual. - Leia também: Astrônomos descobrem um novo planeta azul Astrônomos anunciam descoberta de planeta com quatro sóis Tau Boötis b: Revelações de um exoplaneta Telescópio da Nasa encontra 1º planeta habitável Descoberto planeta rochoso similar à Terra Descoberto planeta que veio de outra galáxia Missão Kepler detecta astro parecido com Tatooine Descobertas duas novas luas em Júpiter Sonda Juno registra Terra e Lua vistas de longe
Atmosfera atroz
Até então, nenhum planeta com aparência semelhante a Terra havia sido anunciado pelos cientistas. Mas, nessa quinta-feira, 18/07, em um comunicado, astrônomos da NASA anunciaram a descoberta de um novo planeta azul.
Chamado de HD 189733b, o outro planeta azul, ao contrário da Terra, não se trata de mundo formado por águas, mas de um lugar escaldante e hostil, onde há tempestades de vidro por todos os lados.
Usando o Telescópio Espacial Hubble, cientistas da NASA, juntamente com a sua parceira, a Agência Espacial Europeia (ESA), determinaram pela primeira vez a verdadeira cor de um exoplaneta - corpos celestes que orbitam estrelas, compondo outros sistemas solares.
Eles concluíram que o HD 189733b, um planeta gigante gasoso situado a 63 anos-luz da Terra, seria da cor azul cobalto profundo, “lembrando a cor da Terra vista do espaço”, afirma o comunicado.
“Mas é aí que as semelhanças terminam”, alerta o comunicado. Esse planeta orbita muito próximo de sua estrela-mãe e, por isso, sua atmosfera é aquecida a mais de 1832 graus centígrados. E de acordo com a informação dos cientistas, na superfície do outro planeta azul, “Há chuvas de vidro por todos os lados, carregadas por ventos que atingem velocidades de até 7000 km/h por hora”.
O HD 189733b é um dos exoplanetas mais próximos da Terra e pode ser observado cruzando a face da sua estrela e, por isso, tem sido intensamente estudado pelo telescópio espacial Hubble e outros telescópios terrestres. “Medir a sua cor é um verdadeiro primeiro passo. Mas, nós podemos imaginar o que este planeta seria capaz de revelar se fôssemos capazes de olhá-lo diretamente”, afirmou Frederic Pont, da Universidade de Exeter, que co-escreveu um artigo sobre o assunto no Astrophysical Journal Letters.
Pont e equipe mediram a quantidade de luz refletida fora da superfície do planeta, observando uma propriedade conhecida como albedo, a fim de calcular a sua verdadeira cor. Nesse caso, o azul não surge a partir da reflexão de um oceano líquido, como ocorre na Terra, mas de sua atmosfera turbulenta, onde, acredita-se, há uma mistura de outras partículas com silicato - a matéria-prima do vidro. Segundo a equipe, essa mistura de partículas dispersa uma intensa luz azul sobre a superfície planetária.
O HD 189733b é um planeta do tipo “Júpiter quente”, pois é similar em tamanho aos gigantes gasosos do nosso Sistema Solar, mas situado em uma órbita bem mais próxima à sua estrela-mãe, tornando-se bastante aquecido para os padrões dos nossos conhecidos planetas.
“É difícil saber exatamente o que determina a cor da atmosfera de um planeta, mesmo em planetas do Sistema Solar. Mas estas novas observações devem adicionar mais uma peça ao quebra-cabeça sobre a natureza e a atmosfera de HD 189733b. Aos poucos, estaremos pintando um quadro mais completo desse exótico planeta”, disse Pont.
Exoplanetas
De acordo com um registro mantido pelo portal exoplanets.org, até meados de 2013, um total de 723 planetas extrasolares foram confirmados, desde o primeiro, descoberto em 1995.
Entrementes, mais de três mil avistamentos pelo telescópio orbital Kepler ainda aguardam a confirmação. Neste cenário, até agora, nenhum exoplaneta encontrado teria o potencial para ser uma nova casa do homem no espaço. Para isso, seria necessário encontrar um planeta rochoso que orbita em uma zona estável e semelhante a da Terra, permitindo a existência de água na forma líquida, para assim, criar um ambiente para a vida nos moldes que a conhecemos.
Portanto, a julgar pela quantidade de exoplanetas descobertos e o atual andamento das pesquisas nesse campo, é plausível supor que ambientes absolutamente semelhantes à Terra possam ser encontrados em alguma parte do Cosmos, dentro das próximas décadas.
* Com informações das agências internacionais e tradução do autor.
- Foto: Reconstituição NASA/ESA - reprodução.
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