China - astronomia
Pequim: China lança ambiciosos projetos espaciais Pequim sedia assembleia trienal da IAU e chineses anunciam grandes novidades tecnológicas para as ciências espaciais. Por Pepe Chaves* De Belo Horizonte-MG Para Via Fanzine 22/08/2012
A cientista chinesa Cui Xiangqun falou dos projetos de seu país em conferência da IAU. - Leia também: A 1ª taikonauta: mulher a bordo da Shenzhou IX China acopla 1º módulo de sua estação espacial China quer homem na Lua em 2025 Registradas mais quedas de lixo espacial na China SRVAS - Lixo espacial em queda - TV FANZINE VÍDEO
Astronomia na China
Nesse mês de agosto de 2012, a China está sediando, primeira vez, uma Assembléia Geral da União Astronômica Internacional (IAU). Este encontro trienal de astrônomos de todo o mundo em Pequim, que visa discutir e debater as mais recentes descobertas sobre o universo, já se tornou tradição nas ciências espaciais.
Durante o evento, a China declarou que está próxima de lançar vários projetos espaciais expressivos, incluindo um telescópio de raios-x para estudo dos buracos negros. A previsão é de que o lançamento ocorra entre 2014 e 2016.
O anúncio foi feito nessa terça-feira, 21/08, por um astrônomo acadêmico chinês, durante a cerimônia de abertura da 28ª Assembléia Geral da IAU.
Su Dingqiang, membro da Academia Chinesa de Ciências e ex-presidente da Sociedade Astronômica Chinesa, revelou mais alguns detalhes sobre o Hard X-ray Modulation Telescope (HXMT), o telescópio espacial chinês para modulação de raios-x rígidos.
O raio-x rígido é uma banda fundamental para estudos da alta energia astrofísica. Estes raios se originam, principalmente, em regiões próximas aos buracos negros e têm elevado poder de penetração, tornando-se importantes ferramentas para o estudo de processos físicos em condições extremas, tais como a alta densidade da matéria e a densidade energética.
Segundo, Dingqiang, além disso, a China está desenvolvendo outro satélite, o Dark Matter Particle Explorer (DAMPE), ou Explorador de Partículas para Matéria Escura, que deverá auxiliar na detecção de elétrons de alta energia e raios gama.
Também a criação de um telescópio para estudar o campo magnético solar e uma missão conjunta com a França para o estudo das rajadas de raios gama foi anunciado pelo astrônomo asiático.
Observatório antártico
A também conhecida astrônoma chinesa Cui Xiangqun, presidente da Sociedade Astronômica Chinesa, afirmou que vários trabalhos têm sido efetivados para se ganhar experiência na futura construção de um observatório na Antártida.
O primeiro telescópio da China na Antártida foi instalado em 2009. Nesse ano de 2012, o telescópio Antarctic Survey Elescope (AST) foi instalado no continente branco e outro AST ainda será instalado em 2013.
“Nós podemos enviar cientistas para lá somente uma vez por ano e eles não podem permanecer mais do que três semanas. Estes telescópios nos ajudam a detectar problemas via controle remoto. E alguns desses problemas com que nos deparamos são semelhantes àqueles encontrados no espaço, como as baixas temperaturas”, afirmou Cui Xiangqun.
A cientista se mostra otimista com a instalação do telescópio na Antártida. "Não existe ar mais seco, o que facilita a visibilidade, além de haver menos distúrbios de fundo por lá. Sua camada limite de turbulência é a mais próxima da terra em comparação com outros locais da inclinação do gelo", disse ela, sobre a área onde será estrategicamente construído o telescópio antártico chinês.
Saltos tecnológicos
A exploração espacial chinesa se desenvolveu muito rapidamente, somente nessa última década. Além dos citados aqui, alguns outros projetos astronômicos foram efetivados em grande escala pela China, incluindo a construção do Large Sky Multi-Object Fiber Spectroscopic Telescope (LAMOST), um imenso telescópio para análise de espectros.
Outro projeto chinês que tem chamado a atenção global é o Aperture Spherical Radio Telescope (FAST), um radiotelescópio com raio de 500 metros de abertura, previsto para ser concluído em 2016.
Falando sobre o desenvolvimento chinês no campo da astronomia, Robert Williams, presidente da IAU, declarou, "A tecnologia da China tem avançado significativamente, e alguns de seus feitos são realmente incontestáveis. O fato de que estamos aqui é uma indicação de que a China emergiu em um curto período de tempo para surgir competitiva no cenário mundial da ciência e da astronomia".
A conferência da IAU em Pequim é o primeiro evento desse porte a ser realizado na China e já é visto como um momento histórico para a astronomia do país.
* Com informações de CRI English e IAU; e tradução do autor.
- Imagem: Divulgação.
- Colaborou: J. Ildefonso P. de Souza (SP).
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