Compra de caças:
Jobim reafirma vantagem de caças franceses
para a FAB*
O governo brasileiro está em processo de
compra de 36 aviões de combate, num acordo que pode superar os US$ 4
bilhões.
O caça francês Rafale,
da Dassault, tem recebido
a preferência do
ministro da Defesa.
Durante evento que contou com a presença da ministra da
Economia da França e representantes da fábrica francesa dos caças
Rafale, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, voltou a afirmar que os
aviões franceses são os melhores em termos de transferência de
tecnologia na licitação para renovar a frota da FAB.
"A França tem um autonomia tecnológica... já a legislação
norte-americana cria uma série de possibilidades para o Estado bloquear
uma determinada transferência de tecnologia", disse Jobim a jornalistas,
na noite de sexta-feira, ao lembrar que nesses casos o próprio Estado
norte-americano paga uma indenização pelo não cumprimento do contrato de
transferência tecnológica.
"No caso da França é mais fácil. Na transferência de
tecnologia, a França tem muito mais credibilidade", acrescentou Jobim,
lembrando, no entanto, que outros aspectos como preço e manutenção
também serão analisados na escolha dos novos aviões de combate da Força
Aérea Brasileira (FAB).
O governo brasileiro está em processo de compra de 36
aviões de combate, num acordo que pode superar os US$ 4 bilhões. Fazem
parte da concorrência o caça francês Rafale, da Dassault, o sueco Gripen
NG, da Saab, e o F-18, fabricado pela norte-americana Boeing.
Jobim e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já
manifestaram no passado preferência pelo Rafale, mas o preço do caça
francês é considerado o principal obstáculo para a concretização do
negócio pois, segundo especialistas, ele é o mais caro entre os três
finalistas.
O ministro lembrou que a transferência de tecnologia é um
ponto fundamental para o Brasil, que encara a compra de caças como um
oportunidade de avançar nessa indústria.
"Não estamos comprando caças, mas um pacote tecnológico.
Esse é o fator principal. Estamos comprando conhecimento, sem
conhecimento não tem negócio", disse o ministro a jornalistas durante um
jantar oferecido pela Câmara de Comércio França Brasil para homenagear o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva como personalidade do ano. Em 2009,
a comenda foi dada ao ministro da Defesa
O presidente Lula frisou em seu discurso que há uma
sintonia grande entre Brasil e França nos diversos campos e defendeu a
continuidade das parcerias estratégicos entre os dois países
Jobim e a ministra da Economia da França, Christine Lagarde,
conversaram a sós durante o jantar e a reunião chamou a atenção de
vários presentes. "Essa é a foto do evento. Só podem estar falando dos
caças", disse um importante empresário fluminense
O ministro brasileiro tentou disfarçar. "A conversa foi
sobre temas em geral. Falamos apenas sobre a política internacional",
afirmou.
Já a ministra francesa mostrou mais uma vez interesse de
seu país em vender os caças ao Brasil. "Faremos tudo que for possível
para ganhar (a concorrência)", disse ele a jornalistas.
Jobim acredita que a decisão política sobre os caças será
tomada pelo presidente Lula em conjunto com a presidente eleita Dilma
Rousseff entre a última semana desse mês e a primeira de dezembro.
"Primeiro vem a decisão política, depois o conselho
nacional de defesa avalia, e depois começa a negociação comercial",
destacou. "Seguramente, em no máximo um mês a posição do presidente será
tomada", acrescentou.
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Informações de Rodrigo Viga Gaier, para a Reuters.
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Foto: divulgação.
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