Ca
Constatado excesso de cana na 'ufologia brasileira':
Pizza
com maionese e cachaça ‘braba’
O excesso de
cachaça pode fazer um sujeito ver até ET.
Por
Pepe Chaves*
de Contagem-MG
Para
UFOVIA
O ET desceu em
Riolândia para provar da cana e da maionese do lugar.
Vai vender seu peixe e
depois tudo vai terminar em pizza de novo. Êta, ET!
Absurdo. É o que se pode dizer do que chamam de
“pesquisas”, as quais “asseguram” que um UFO extraterrestre amassou
canas em Riolândia, região noroeste do Estado de São Paulo. Tudo,
baseado em um único relato, vem sendo trabalhado por diversas pessoas,
capitaneadas por determinado elemento com intenções claras de vender sen$acionalismo
ao público, como bem já fez de outras vezes, ao
estampar manchetes absurdas e comprovadamente furadas acerca do contato de ETs com a raça
humana. Sobretudo em 1995, quando assegurou que haveria um
“contato aberto” (urgh!). Também falhou ao diagnosticar erroneamente,
depois de embasar, dar suporte, difundir e propagar o maior “furo” da
ufologia dessa turma “sensacional”, ao veicular notícias e entrevistas dando conta
de que Jesus Cristo desceria dos céus em 2007, para salvar a humanidade
caída (sic! - urrrrrrrrrgh!). Detalhe importante: viria Ele, escoltado
de discos voadores... Este mesmo elemento “propagador de inverdades”,
também já assegurou que copas de árvores, fotografadas ao longe por um
celular de um curioso “sabotador” seria também um UFO extraterrestre
(sic!). Depois, teve que se desmentir - inclusive usando texto de minha
própria autoria que comentava essa gafe. Mas, assumiu o erro, somente após gastar boas páginas com o assunto,
trazendo a opinião de “especialistas” do seu quilate e claro, depois de
"vender " a notícia como verdadeira. Além disso
e mais um pouco, colabora também, para que os estudos ufológicos no
Brasil não se desenvolvam e fiquem atrelados ao nível de sua
pseudo-intelectualidade e segundas, terceiras e quartas intenções. Quem
vai contra suas idéias recebe seus ataques no Brasil e no exterior;
gestos de um covarde.
Chefiando um verdadeiro bando de capachos, cada
qual com menos vida própria que o outro e os quais disputam entre si
qual é o “mais útil” ao egocêntrico “Chefão”, ele arquiteta e promove
agora mais uma “previsão improvável”. Vai à mídia,
insistentemente, propagar outro absurdo do mesmo cacife dos citados (ou
não) aqui, os quais tenho documentados em meus arquivos. Tudo com o
objetivo de transformar, por conta própria, fofocas em “pseudo-fatos”, e
daí já elevá-las a “verdades incontestáveis”. Para vender, ele já mandou
desenhar o dito
objeto avistado pelo tal caseiro em Riolândia e agora o estampa na capa de sua
revista que já circula a um custo salgado nas bancas de revistas.
É incrível a gama de detalhes do suposto objeto que aparece agora, nítido,
parecendo um “parafuso voador” (que deve ter saído da cabeça de quem
falta alguns). É um UFO
suntuoso, avistado de madrugada, mas agora mostrado sob um céu azul,
para ser vendido à “ufologia brasileira”. Ainda que a
testemunha (de idoneidade desconhecida e que não fez teste algum para se
verificar a veracidade de seu relato), afirmou somente ter visto uma
“luz”, 3h da madrugada acima do canavial, tal "luz" aparece agora na forma
de um UFO high-tech, aliás, reconheço: completamente incompreensível
para uma mente tão atrasada como a minha... Mas, também devo reconhecer,
a hiper-inteligência do engenheiro ET que arquitetou tal parafuso
voador! Que mente brilhante, deve ter este ET cachaceiro! Certamente, ele deve pertencer a uma
civilização bastante “avançada”, que avança até os limites da
sem-vergonhice e do bom senso...
É incrível a fertilidade da mente de alguns
“formadores de opinião” da "ufologia brasileira"! Eu me espanto com a
facilidade com que alguém transforma um relato num fato, e um fato
em imagens, dentro dos mesmos clichês desgastados que sempre se usou
noutras épocas para vender seu peixe com maionese a Deus e o
mundo...
A bem da verdade, nenhuma autoridade da
Segurança nacional se manifestou quanto a este “incidente maionese”.
Aliás, eles devem é estar rindo e muito, de mais esta estória furada do “senhor
verdade”; ou quem sabe, já reconhecendo que tudo não passa é de má fé
mesmo. Ou melhor, de “exploração da fé alheia”. Afinal, está clara a
compra de um boato, seu enfeite e diversos bordados, para criar sua
roupagem de desenho de computador. Afinal, para determinadas indústrias, boato é
matéria prima essencial para se transformar em mercadorias revendidas a
otários e capachos.
Alguns
de seus capachos se queixam que eu critico por
detrás de um computador, que minha opinião não é válida porque eu não
estive no local. Mas eu pergunto para este guardião das partes baixas do
“poderoso” (que o diga os tribunais!) “Chefão”: você já comeu excremento
pra saber se presta? Creio que sim! Se em muitos casos mais
interessantes eu não pude pesquisar in loco, que dirá esse! Mas
nem por isso deixarei de expressar minha experiência e conhecimento
acerca das estratégias de determinadas pessoas.
Um veículo que propaga "verdadeiras mentiras",
comprovadas em letras garrafais, para depois se desmentir na
edição seguinte (como é de praxe), não tem credibilidade para afirmar
que um UFO desceu em lugar algum da Terra. Ainda que mostrasse
documentos, fotos e
filmes não teria a mínima reputação para assegurar sua autenticidade,
que dirá de mãos abanando e somente na base da “lábia”.
E agora eu pergunto às autoridades públicas
brasileiras: até quando uma pessoa, chefiando um bando de mais de 100
comparsas (sim, quem dá suporte a isso é comparsa), pode vender uma
mentira tamanha em bancas de jornais de todo país? Até que ponto uma
editora, uma revista e um editor, podem abusar da falsidade ideológica
declarada, sim, ao afirmar coisas que JAMAIS vão conseguir provar? E
ainda assim, insistem em atacar quem está contra a propagação de tais
disparates? Até que ponto o Ministério Público no Brasil discerne o que
é “falsidade ideológica”, “má fé” e “formação de quadrilha”? Sobretudo,
após diversos “enganos” do passado, que atestam a total falta de crédito
e a venda de afirmações vazias, maldosamente propagadas?
E, some-se ainda, se tal pessoa já possuir uma ficha “nada limpa” em
varas criminais e cíveis não somente do Estado em que reside, mas também
em outros? Até que ponto um sujeito assim tem autoridade para difamar,
incitar outros a atacar por ele e coordenar um verdadeiro batalhão da falsidade
ideológica que deseja montar um falso pólo ufológico em meio a um
canavial, com o intuito de vender ufologia fajuta e vaga de pousada? Ou será que todo esse movimento improvável que ataca
a fé pública vai acabar em pizza de maionese e cachaça?
E para quem não sabe: o
famoso "Caso Varginha" saiu destas mesmas cabeças e ainda que tal
história seja a coisa mais sem pé nem cabeça da ufologia mundial, pois
que não existe UMA prova sequer, de que ET foi preso naquela cidade do
sul de Minas, como afirmam, esta estória vendeu, centenas de milhares de reais em pouco mais de 10
anos de sua criação. Foram diversas palestras (cobradas e caro!),
livros, revistas, fora os souvenires diversos, além, é claro, de Varginha
espalhar a imagem do ET em diversos dos seus pontos comerciais. Neste
famigerado caso,
para que o mesmo ganhasse credibilidade, foram envolvidas autoridades
como a ESA (EB) de Três Corações, Polícia Militar, a Unicamp e até o legista Badan Palhares que, segundo estas mentes criativas do que eles chamam de
"ufologia brasileira", teria feito uma autópsia no ET... (sic!). Claro,
todos os acusados negam tais disparates e não há pessoa de bom senso que acredite
nesta história de ET de Varginha. Neste caso, surgiu até homens
de preto (sic!), abordando testemunhas, além de autópsias e "suposta"
(sic!) queda de UFO, tudo como manda os conceitos de Roswell. Eu mesmo
quando estive em Varginha, conversei com vários varginhenses que declararam se
tratar da "maior palhaçada" toda esta história de ET. Ninguém que tenha
a mínima sanidade mental, não pode crer que "algo" que três meninas
viram num lote poderia ser mesmo um ET. Exceto os comerciantes que
exploram o ETzinho, os cidadãos cônscios de lá, vêem como um desrespeito
o fato de a cidade ser envolvida à força do oportunismo em tal episódio
que, inclusive, associou até a morte de pessoas com a presença de ET
naquela cidade (sic!). Agora, o "investimento" ocorre no interior de São
Paulo e, como eu disse, essa é a política "queijo com cana" da "ufologia
brasileira": ora Minas, ora São Paulo, um perfeito plágio da velha
política "café com leite", quando políticos paulistas e mineiros
revezavam a presidência da República. Afinal, se já temos a Roswell
brasileira, devemos agora ter também algo nos moldes dos "círculos
ingleses"...
Eu tenho fé que estejamos sendo bem observados e
que a verdade vai prevalecer. E que, aquele que lutar em favor dela, não
será taxado por palavras de baixo calão nem acusado de forma injusta, covarde e
mentirosa, por nenhum capacho de quinta categoria, que não recebe
nada para elevar a idoneidade de quem já desconhece o significado social
dessa palavra.
Em verdade, toda essa lambança de cana com
maionese, proporcionada por estes “enganosos” (ou enganadores?) de
outrora (e de sempre), tem um forte cheiro de cachaça paulista curtida
com ratos em putrefação. Não é em vão tão terrível odor, pois se trata
da mais esdrúxula afirmação que alguém poderia fazer, para se safar à
falência, cobrir o que deve do processo de despejo ou pagar os advogados
e demais credores. Afinal, criar e manter uma fachada que mostre o contrário
do que se é, não fica barato. No entanto, qualquer pessoa com o
mínimo discernimento sabe que tal cascata é prova de desespero total, de
instabilidade, de falta de vergonha na cara, falta de bom senso, falta
de respeito para com a opinião pública. Mas o seu poder de convencimento
ainda serve para se fazer de vítima (apesar de vitimar a opinião pública
brasileira com esta estória), para assim, continuar angariando adeptos e
propagadores de suas idéias absurdas e improváveis.
No entanto, eu, que procuro andar sob a Lei, que
tenho o nome limpo ou que jamais tive algum processo em qualquer
tribunal de Justiça do país e que nunca entrei em “vara” nenhuma, não
vou tolerar qualquer ataque vindo dessa pessoa ou qualquer outro dos
capachos insuflados por ele. Informo que ele será responsabilizado por
quaisquer ataques que eu vir a receber de terceiros, do tipo covarde,
que surge na internet com IDs e perfis falsos para defender as partes
baixas do “Chefão”. Se ele ataca minha moral e idoneidade em público eu
vou mostrar e provar, a quem interessar, que tal elemento não tem a
mínima credibilidade para contestar minha opinião sobre o já famoso
“caso das canas” ou quaisquer outros que ele for o autor ou difusor. E também
informo que ele, sua revista e a editora que a publica poderão ainda me
incluir no seu rol de credores, vez não pagaram por diversos serviços
prestados por mim durante o ano de 2005, sobre uma
tiragem, declarada publicamente de 30 mil exemplares mensais.
Enfim, qualquer cidadão ou autoridade de bom
senso do Brasil, sabe que não há a mínima prova de que foram vistos
objetos voadores não identificados naquelas canas, nem mesmo aviões ou
helicópteros convencionais, que dirá UFO, e ainda por cima
EXTRATERRESTRE. Agora, se amanhã for LEI, crer que um UFO ET desceu em
Riolândia, com bases nos boatos, relatos e fofocas difundidas por irresponsáveis em alguns veículos da mídia brasileira, eu vou preferir
crer que foi um ET brincalhão que desceu lá para se lambuzar de Hellman's
e encher a cara de cachaça, junto a qualquer desocupado que adora fazer
o mesmo por onde quer que vá.
Como diz o ilustre
astrônomo Ronaldo Mourão: "Se vocês sabem de algum ET, tragam ele aqui
pra gente entrevistá-lo". Mais que isso, é no mínimo sensacionalismo e
má fé, pra não dizer pior.
*
Pepe Chaves
é editor do jornal
Via Fanzine e
portal UFOVIA.
- Ilustração: Al Crux,
para UFOVIA.
- Produção:
Pepe Chaves.
* * *
Nota do Editor:
França: Cientistas alertam Sarkozy
Em
carta aberta, eles querem que governo assuma o fenômeno e crie
procedimento para lidar com os UFOs.
Para alguns cientistas,
há outros objetos voadores nos céus da França, além dos seus típicos caças Mirage.
No detalhe, o presidente Nicolas Sarkozy.
Uma junta de
cientistas franceses acaba de enviar uma carta ao presidente Sarkozy, alertando o governo para o histórico e a atual incidência
de casos que envolvam naquele território nacional, o avistamento e
registro de objetos voadores não identificados (OVNIs) ou UFOs, do
inglês.
A carta, datada
de 14 de abril de 2008, traz as assinaturas de sete dos mais sérios
cientistas daquele país e demonstra, por parte deles, uma clara
preocupação quanto à forma com que são interpretados atualmente tais
fenômenos, bem como vem sugerir o uso de novas metodologias e
conceitos que busquem melhor dirimir as ocorrências de origens
ufológicas.
Nesta versão
exclusiva em português, traduzida pelo ufologista e professor
Alberto Francisco do Carmo, para
UFOVIA,
fica patente a proposta de uma organização social que busque se
inteirar e se conscientizar acerca de um assunto muito pouco tratado
nos meios acadêmicos e sem a devida seriedade pela mídia em geral.
Segue na
íntegra, a missiva.
Pepe Chaves
editor - UFOVIA
* * *
Documento enviado ao governo da
França:
Carta Aberta ao Presidente da República Francesa
O princípio da precaução aplicado ao
fenômeno ufológico
Preâmbulo
Não se passa pelo futuro nós o fazemos
(Georges Bernanos)1
Mesmo à falta de qualquer intenção hostil, a intrusão de uma
civilização extraterrestre poderia trazer um golpe a nosso
meio-ambiente, compreendido como um conjunto de condições naturais,
sociais e culturais, que constituem o teatro das atividades humanas.
A Carta do Meio Ambiente2,
que tem valor constitucional, prevê que “no momento da realização
de um dano, ainda que incerto - no estágio dos conhecimentos
científicos que temos - que possa afetar de maneira grave e
irreversível o meio ambiente, as autoridades públicas devem velar,
pela aplicação do princípio de precaução [...] à
implementação de um processo de avaliação dos riscos [...].
O fenômeno ufológico
Fenômenos aerospaciais insólitos se mostram regularmente em nosso
espaço aéreo. São chamados comumente de OVNIs. O CNES-Centre
national d’études spatiales (Centro Nacional de Estudos
Espaciais) prefere chamá-los de
pans
(phénomène aérospatial non identifié - fenomeno aerospacial
não identificado).
Antes de procurar dar-lhes uma interpretação, resta-nos reconhecer
uma evidência muito simples: eles existem. Certamente há uma grande
parte de enganos, de fantasmas, ou alucinações, mas uma parte -
irredutível e significativa - parece testemunhar leis físicas
desconhecidas e participar de um princípio inteligente.
Eles deram à luz a uma disciplina, a ufologia, que compreende duas
atividades bem distintas: primeiro a coleta de dados e, em segundo
lugar, sua interpretação. Por convenção, usaremos, no seguimento
desta carta, o termo genérico ‘fenômeno ufológico’ ao conjunto de
pans,
que, examinados, não receberam nenhuma explicação racional, pela via
de nossos conhecimentos científicos.
Os dados
Um grupo de estudos oriundo do CNES, o GEIPAN (Groupe d’Études et
d’Information des Phénomènes Aérospatiaux Non Identifiés - Grupo
de Estudos e Informações de Fenômenos Aeroespaciais Não
Identificados) recebeu na França a missão oficial de recolher,
analisar e arquivar os dados relativos aos
pans.
Graças a este órgão e ao trabalho obstinado de investigadores
independentes, dispomos hoje de bancos de dados que comportam muitos
milhares de observações. Seu estudo estatístico põe em evidência a
complexidade e incongruência do fenômeno, que cobre dezenas de tipos
de eventos, indo do mais banal, simples luz anormal no céu, ao mais
surpreendente, o registro por radar de objetos com desempenhos
cinemáticos inexplicáveis. Mas ela faz também surgir uma coerência
interna de características gerais, relativamente estáveis e
raramente desmentidas, de realidade física e comportamento
inteligente, não hostil, discreto, furtivo e confuso.
A
interpretação
A interpretação mais difundida entre os ufólogos sustenta que o
fenômeno ufológico é governado por uma (ou muitas) inteligência(s)
não terrestre(s). Dentro desta hipótese é preciso aceitar a idéia
que o fenômeno esconde um propósito potencialmente hostil, um
programa sustentado por uma estratégia. Qual é este programa? Quais
são os autores? Qual é a estratégia deles?
Tais são as perguntas que somos levados a nos colocar face a uma
atividade desconhecida. Por conseguinte, o estudo do fenômeno
ufológico se sobressai quanto a métodos de apreciação de situações
mais complexas, pondo em jogo inteligências com propósitos
equivocados e informações raras, esporádicas e embaralhadas.
Os métodos hipotético-dedutivos, iterativos3 e
adaptativos.
Quais
são esses métodos? De concepção militar, eles apareceram durante o
último conflito mundial, simultaneamente à pesquisa operacional. São
ensinados nas escolas superiores de guerra (na França no Colégio
Inter-Forças de Defesa - Collège Interarmées de Défense) e
são empregados pelos estados-maiores das grandes potências. As
grandes empresas, expostas aos contratempos econômicos e políticos,
que tendo de enfrentar uma concorrência, onde a desinformação é
praticada correntemente, adotaram-nos e adaptaram-nos em proveito
próprio. Isto explica a presença da metáfora e a terminologia
militar, nos dirigentes da sociedade.
Assim como a pesquisa operacional, estes devem amenizar a
insuficiência da intuição e do bom senso diante de situações
confusas e dependentes de parâmetros múltiplos, que ressaltam
fatores objetivos e submetidos a acontecimentos naturais aleatórios.
Mas, contrariamente à pesquisa operacional, eles têm de levar em
conta a ingerência de uma inteligência exterior, dotada de vontade
própria, capaz de engodo e de comportamentos arbitrariamente
irracionais. Eles são particularmente pertinentes quanto à presença
de desinformação e conflitos assimétricos, que opõem adversários com
lógicas diferentes, com éticas divergentes e com modos de pensar
diferentes, seja a luta contra o terrorismo ou, sendo o caso, uma
intrusão extraterrestre.
De que espécie de raciocínio, tais métodos fazem parte? Eles são do
tipo hipotético-dedutivo. Consistem em formular pressupostos,
preliminarmente passados no crivo das verossimilhanças éticas,
técnicas, econômicas e operacionais, sendo, portanto, deduzidos de
conseqüências, passadas e futuras, suscetíveis de serem verificadas
pela observação e referências. Se eles forem verificados
experimentalmente, serão validados. Caso contrário são refutados e
revistos a fim de os tornar compatíveis com a experiência. Eles são
por construção, iterativos3 e adaptáveis a um pensamento
formal e rigoroso. Considerado tudo isto, são uma aplicação bem fiel
do método científico de Karl Popper. Eles se opõem ao processo
indutivo, que vai do particular ao geral, que pretenda chegar a um
enunciado a partir de um número limitado de observações. No que
concerne à ufologia, o método indutivo é inapropriado em razão de
uma informação fortemente depreciada. Tal método, infelizmente
conduziu a duas armadilhas: de um lado, ao ceticismo ou à recusa de
toda interpretação porque os aspectos polimorfos e absurdos de que
se revestem as manifestações dos
pans
após sessenta anos, não permitem justificar um enunciado geral; e
por outro lado, ocorrem extrapolações abusivas, a elaboração de
interpretações incertas, além do desenvolvimento de teses
conspiratórias.
Uma possível intrusão extraterrestre
Se descartarmos a priori a hipótese não cientificamente
refutável de uma inteligência, que transcenda ao mundo sensível, é
preciso admitir então que estamos, possivelmente, diante de uma
intrusão extraterrestre, isto é, a presença não desejada de seres
inteligentes que pertençam a um ou inúmeros planetas da Via Láctea,
ou outra galáxia. Para que os métodos hipotético-dedutivos sejam
aplicáveis a isto, é preciso ainda verificar que esses seres possam
razoavelmente se utilizar de pressupostos. A dificuldade vem, então
- entre suas civilizações e a nossa - da distância dos conhecimentos
e evoluções, distância que é real quanto a ciências ou tecnologias,
distância verossímil quanto a evoluções biológicas, sociológicas e
éticas.
Uma norma de incomensurabilidade?
Tudo
volta à questão de saber se seres inteligentes de níveis de
conhecimento desiguais e com desenvolvimentos psíquicos, biológicos
e distanciados, seriam capazes de se compreender. Somente nesta
condição, as condições terão um sentido e poderão ser admitidas como
hipóteses
heurísticas4.
Uma posição está hoje favorecida entre os ufólogos, depois de Carl
Sagan, de que as diferenças de conhecimento e evolução seriam, na
realidade, obstáculos intransponíveis, tornando impossível nossa
compreensão e até percepção de uma intrusão.
Se é
verdade que o fosso da linguagem é, para sempre, intransponível
entre o homem e o animal, não seria por outro lado um impedimento
dirimente entre nossa civilização e aquelas de outros mundos,
tecnológica e talvez psiquicamente superiores. De fato, a
exobiologia tem como provável, que todos os seres inteligentes do
Universo sejam dotados de capacidade de inferência e, gestão do
tempo, bem como que seus esquemas mentais, seriam completamente
verossimilhantes, análogos, senão idênticos, aos nossos.
Daí
que é legítimo aplicar os métodos hipotético-dedutivos ao fenômeno
ufológico e, por conseguinte, procurar descobrir, além de seus modos
de deslocamento no espaço, as intenções dos eventuais intrusos,
quanto a nós.
Pressupostos
Os pressupostos devem se aplicar sobre a natureza desses seres,
sobre seu livre arbítrio ou servidão, sobre sua organização social e
política, sua ética coletiva, suas intenções e suas atividades. A
vida lá fora se caracteriza por formas radicalmente diferentes? Os
seres biológicos extraterrestres dotados de inteligência terão uma
fisiologia parecida com a do Homem? Erigem suas sociedades como
civilizações? Na hipótese de que alguns tenham adquirido o domínio
do espaço, de que organização - social e política - seriam eles
dotados, para atingir tal nível de conhecimento? Qual seria sua
ética? Ela reconheceria a verdade moral? Que estratégia adotariam,
frente a frente com as civilizações visitadas? A serviço de qual
missão? Obedeceriam a um princípio de precaução? Quais procedimentos
de aproximação que aplicariam? Os sinais de sua presença seriam
perceptíveis?
Desinformação e confusão
Desde que se tenha como plausível uma intrusão extraterrestre,
convem se interrogar a respeito de sua origem, sua motivação e sua
periculosidade:
- Estamos na presença de uma só civilização, ou de muitas
civilizações, operando de forma conjunta, ou de maneiras
independentes?
- Trata-se de uma vigilância remota, uma intervenção isolada, ou de
uma tentativa de influênciar ou tomar o controle?
É em vão que se espere que de uma demonstração ufológica ostensiva e
às claras, surjam num dia próximo as respostas a essas graves
questões porque o fenômeno é discreto, furtivo, obscuro. E não
parece disposto a se desvendar. E as respostas não virão também de
um estudo através da indução, pois que está cada vez mais claro
desde o início, que se faz uso de disfarces e deformação da verdade.
- A desinformação posta em prática por fabuladores, com interesses
obscuros, e por órgãos governamentais motivados pelo jogo
estratégico e a necessidade do segredo;
- A amplificação, mais ou menos voluntária, de algumas testemunhas e
investigadores;
- A confusão e camuflagem pelos próprios intrusos.
Desinformação e confusão estão tão presentes que se torna difícil de
separar a realidade da ficção, de repor uma informação confiável e
crível a partir somente dos relatos das testemunhas. Os métodos
hipotético-dedutivos são, pois, considerados como superadores dessas
dificuldades.
Um risco de etnocídio planetário.
Mesmo que não mostrasse nenhuma intenção hostil, uma intrusão
extraterrestre apresentaria um perigo de caos, que poderia conduzir
a um etnocídio se, acidentalmente, ela se mostrasse à luz do dia,
sem deixar nenhuma dúvida sobre sua origem. Na falta de uma ação
psicológica preliminar, os homens poderiam perder confiança na sua
capacidade de dominar seu futuro. O equilíbrio do mundo seria
desorganizado.
Enquanto o genocídio é o extermínio de um grupo étnico ou religioso,
o etnocídio é a destruição de sua cultura. O caos não é próprio dos
sistemas físicos. Evoluções caóticas se encontram igualmente bem, em
outros sistemas naturais complexos, compostos de outros
sub-sistemas, que se interagem fortemente. Acontecimentos vindos de
fora, que os economistas chamam de ‘choques’, poderiam desempenhar
um papel determinante no desencadeamento de involuções
irreversíveis. Pode-se conceber um choque cultural mais violento,
mais desestabilizador, que o contato de improviso com seres
extraterrestres que tenham estado a observar a Terra?
O risco de etnocídio não pode ser negligenciado. Ele deve ser levado
em consideração no mais alto nível de Estado. Lá, ainda, só os
métodos hipotético-dedutivos são suscetíveis de levar uma ajuda
preciosa à decisão.
Tendo em vista as precedentes reflexões gerais e considerando:
-
que a França se dotou de um órgão oficial de coleta e análise de
dados, o GEIPAN;
-
que o GEIPAN e seu comitê de pilotagem não receberam como missão a
de interpretar o fenômeno ufológico;
-
que os encarregados de tal missão não teriam nem a competência, nem
os métodos para levá-la a bom termo;
-
que o fenômeno ufológico é, possivelmente, uma manifestação de
intrusão de uma, ou muitas, civilizações extraterrestres;
-
que se a intrusão não está provada cientificamente, existem fortes
suposições a seu favor, como o escreveu em livro o Sr. Yves Sillard,
presidente do comité de pilotagem do GEIPAN, antigo diretor do CNES
e antigo delegado geral de armamento;
-
que a uma intrusão extraterrestre procede necessariamente uma
política que respeite a ética e implica em um programa regido por
uma estratégia;
-
que uma estratégia emanada de uma inteligência estrangeira poderia
trazer uma ameaça ao nosso meio ambiente, compreendido como um
conjunto de condições naturais, sociais e culturais que constituem o
teatro das atividades humanas;
-
que ela, portanto, tenha como objetivo, segundo um método
apropriado, um estudo de avaliação de riscos, principalmente o risco
de etnocídio, e que aplique o princípio da precaução segundo o
artigo 5 da Carta do Meio Ambiente;
-
que o único método apropriado, face a uma ameaça imprecisa, é o
método de apreciação de situações complexas, posto em prática pelos
grandes estados-maiores;
-
que o fenômeno ufológico é um assunto grave demais para ser
abandonado ao GEIPAN, ufólogos e associações ufológicas, ou a
rumores entre o público em geral;
-
que – pelo que se sabe - nenhum estudo oficial que traga uma
interpretação do fenômeno ufológico foi conduzido até hoje, na
França;
-
que após a publicação do Relatório Condon, viu-se que tal
estudo foi conduzido, nos Estados Unidos, de forma totalmente
confidencial e suas conclusões bastariam para explicar a
desinformação que esse país parece ter colocado em prática para
preservar sua situação dominante e, talvez, afastar o risco de
etnocídio.
Os abaixo assinados têm a honra de pedir ao Senhor Presidente da
República, que ordene imediatamente um estudo exaustivo do fenômeno
ufológico, com a aplicação de um método hipotético-dedutivo,
emprestado dos estados-maiores. Este estudo deveria reunir altas
competências nas disciplinas diretamente pertinentes nas áreas:
política, militar, científica, sociológica, filosófica e ufológica.
O estudo teria o objetivo de desmentir ou validar a interpretação
extraterrestre e, se for o caso, de pôr em evidência a estratégia
seguida pela intrusão e, se possível, seus meios. Deste modo, o
governo da França estaria em condições de levar a cabo, com fins de
verificação, ações específicas de investigação e informação, para
depois construir sua própria estratégia, enfim, de determinar a
política nacional que conviria aplicar, em termos de defesa,
segurança, pesquisa, saúde e domínio da informação. Dispor-se-ia, em
outras palavras, dos elementos pertinentes, para decidir a posição a
tomar no cenário internacional, e da informação eventualmente
necessária de se levar às instituições e à opinião pública.
Versailles (França), 14 de abril de 2008.
Assinam o documento:
Gilles Pinon
-
Contra-Almirante (2S)
Jacques Costagliola
-
Doutor em Medicina
Claude Laval-Engenheiro
–
ESME
Dr. Francis Collot
-
Cirurgião
Alain Labèque
-
Engenheiro-CNRS
Vincent Morin-MCU
- Doutor em Eletrônica
Remi Saumont
-
Ex-Diretor de Pesquisa -INSERM
- Notas explicativas do tradutor:
1)
Georges Bernanos - escritor e jornalista francês, de
renome, que – curiosamente - residiu vários anos no Brasil, e cuja
vida e obra estão resumidas em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Georges_Bernanos.
2)
Carta do Meio Ambiente (Charte
de l'environnement). Na França é um texto de valor constitucional
consagrado aos direitos do homem e da sociedade e de seu meio
ambiente. Mais informações em:
http://fr.wikipedia.org/wiki/Charte_de_l'environnement.
3)
Iterativo: Pelo Dicionário Aurélio, define-se
como:
[Do lat. tard. iterativu.] Adjetivo. 1.Relativo a, ou em que
há iteração.
2.Repetido,
reiterado. 3.Que serve para iterar. 4.Álg. Inform. Diz-se de
procedimento (como algoritmo, programa, etc.) que se baseia no uso
ou aplicação da iteração (2). 5.E. Ling. Relativo a iterativo (6). ~
V. aspecto — e verbo —. Substantivo masculino. 6.E.
Ling. Aspecto iterativo (q. v.).- Iteração Do lat. iteratione.]
Substantivo feminino. 1.Ato de iterar; repetição.2.Álg. Inform.
Processo de resolução (de uma equação, de um problema) mediante uma
seqüência finita de operações em que o objeto de cada uma é o
resultado da que a precede.
4)
Heurística:
Pelo Dicionário Aurélio, define-se como:
[Do lat. cient. heuristica (gr. heuristiké [téchne],
‘arte de encontrar’, ‘descobrir’).] Substantivo feminino. 1.Conjunto
de regras e métodos que conduzem à descoberta, à invenção e à
resolução de problemas. [Cf. heureca.] 2.Procedimento
pedagógico pelo qual se leva o aluno a descobrir por si mesmo a
verdade que lhe querem inculcar.
3.Ciência auxiliar da História, que trata da pesquisa das fontes. 4.Inform.
Metodologia, ou algoritmo, usado para resolver problemas por métodos
que, embora não rigorosos, geralmente refletem o conhecimento humano
e permitem obter uma solução satisfatória.
Algumas referências pessoais em URLs:
·
Karl Popper:
-
http://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Popper
·
Gilles Pinon-Contra-Almirante
(2S):
-
http://www.rr0.org/personne/p/PinonGilles/index.html
-
http://speakup-europe.blogactiv.eu/2008/04/17/creation-of-a-european-service-for-the-study-of-ufos/
·
Jacques Costagliola
-Doutor
em Medicina:
-
http://www.editions-harmattan.fr/index.asp?navig=auteurs&obj=artiste&no=355
-
http://sapiensweb.free.fr/articles/2-costag.htm
·
Claude Laval-Engenheiro
– ESME:
-
http://www.renaissance-democratie.fr/index.php?view=article&id=7%3Abio-de-jean-claude-laval&option=com_content&Itemid=50
·
Dr. Francis Collot-Cirurgião:
-
http://cf.geocities.com/synergyandcoherence/1cv.htm
·
Alain Labèque
-
Engenheiro-CNRS:
-
http://www.radiofrance.fr/reportage/dossier/index.php?aid=295000092&arch=1&formtype=dossier&rid=285000068
·
Vincent Morin-MCU
- Doutor em Eletrônica
·
Remi Saumont
-
Ex-Diretor de Pesquisa – INSERM
-
http://allais.maurice.free.fr/English/auteurs.htm
-
http://www.21stcenturysciencetech.com/articles/spring01/Electrodynamics.html
·
Yves Sillard:
-
http://www.rr0.org/personne/s/SillardYves/
- Tradução do francês:
Alberto Francisco do Carmo
(Licenciado em
Física, Radialista, Artista. Técnico em Assuntos Educacionais -
Iphan /CRH-Brasília-DF – Brasil).
- Colaboraram:
-
Dr. Jacques
Costagliola (Versailles,
França).
-
Mário Rangel
(São Paulo-SP, Brasil).
- Fotos:
Arquivo
Via Fanzine.
-
Produção:
Pepe Chaves,
para UFOVIA/Brasil.
|