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 Mercúrio 

 

EXCLUSIVO:

Nasa comemora sucesso da sonda Messenger

 

 

Mensageiro:

Descoberta água no planeta Mercúrio.

Cientistas descobrem água da exosfera de Mercúrio.

Por J.Ildefonso P. de Souza*

De Taubaté/SP

Para Via Fanzine

 

Primeira imagem de Mercúrio feita pela sonda MESSENGER, a 27.000 km.

 

No mês de julho/2008, os cientistas coordenadores da missão MESSENGER - missão não tripulada empreendida pela NASA e gerenciada pelo Jet Propulsion Laboratory, destinada a estudar as características e o ambiente do planeta Mercúrio -, descobriram que existe água na exosfera do planeta. 

 

 

A descoberta se deu através da análise de dados enviados pela sonda, quando ela fez sua primeira passagem próxima a Mercúrio em janeiro de 2008. Além disso, os dados da MESSENGER enviaram provas de vulcanismo na superfície, com a descoberta de partículas ejetadas pela  caldeira de um vulcão, através das imagens de alta definição da sonda e a evidência da existência de um núcleo líquido em Mercúrio.

 

* José Ildefonso Pinto de Souza é bacharel e licenciado em Física e consultor de Via Fanzine.

- Imagens: MWikipedia.

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- Produção: Pepe Chaves.

  © Copyright 2004-2008, Pepe Arte Viva Ltda.  

 

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De cara para o Sol:

Mensageiro segue para Mercúrio

Messenger fará viagem de quase cinco anos até atingir as imediações de Mercúrio. 

Por Pepe CHAVES*

  

SONDAS - Desde que a Terra começou a enviar equipamentos não tripulados ao espaço no início dos anos 60, uma parafernália metálica e eletrônica passou a sondar os mundos vizinhos. Hoje, mais de quarenta anos após o envio das primeiras sondas para além da Terra, podemos vislumbrar detalhes incríveis dos anéis de Saturno em belíssimas cores reais. Tudo isso, graças à bem-aventurada Missão Cassini-Huygens, fruto de uma parceria entre a Agência Espacial Americana (NASA) e seu Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) com a Agência Espacial Européia (ESA) e a Agência Espacial Italiana (ASI).

A superfície acidentada de Mercúrio.

 

As associações internacionais entre agências espaciais para a pesquisa e exploração espacial tendem a gerar futuros projetos, visto a adesão de países asiáticos como a China e o Japão que começam a investir neste campo. Atualmente, podemos vislumbrar até detalhes microscópicos das rochas e do solo de Marte e ainda, observar, como que in loco, suas insólitas paisagens, mostradas nas imagens geradas pelos robôs da Missão Mars Spirit Rover (NASA/JPL); além, é claro, de observar de perto os tão polêmicos “Canais de Marte”, esclarecidos agora como leitos secos de antigos rios marcianos, segundo imagens geradas pelo módulo Mars Explorer (ESA) que se encontra em órbita marciana.

 

DADOS - Todos estes equipamentos utilizados nestas missões foram frutos das mais intensas pesquisas científicas ao longo de vários anos. Fracassos e sucesso em projetos passados vieram gerar revolucionárias tecnologias, muitas das quais, desenvolvidas exclusivamente para aplicação nestes veículos espaciais.  Através da tecnologia científica de ponta desenvolvida estamos assistindo, quase que ao vivo, à exploração do sistema solar. Após o envio destas dezenas de sondas por nações diversas nas últimas décadas, o homem constatou diversos aspectos físicos e químicos, alguns inimagináveis, componentes destes globos - que de certa forma, interagem com o nosso, no mais, pelo simples fato de orbitar uma estrela em comum.

 

MERCURY MESSENGER - O mês de agosto de 2004 entrará para a história da exploração espacial, após o lançamento do módulo orbitador Messenger (Mercury Surface, Space Environment, Geochemistry, and Ranging) pela NASA e JPL [ao lado]. O avançado módulo também denominado “Mercury Messenger” (Mensageiro de Mercúrio), sondará o planeta mais quente do sistema solar e foi lançado ao espaço pelo foguete Delta 2 da NASA [detalhe ao lado], no dia 03/08 (com 24h de atraso, devido a fatores climáticos desfavoráveis), da base de lançamento norte-americana no Cabo Canaveral, Flórida. Este lançamento, dentro da Ciência, representa um segundo e demorado passo rumo à exploração a Mercúrio, visto que há cerca de 30 anos fora lançada também pela NASA, a sonda Mariner 10, que navegou por pouco tempo pelas plagas do diminuto globo, porém o suficiente para enviar informações básicas sobre sua peculiar natureza.

 

A VIAGEM - Serão quase cinco anos de viagem até que o Messenger atinja a região orbital de Mercúrio. A missão do Mensageiro será de realizar levantamentos diversos acerca do ambiente planetário, além de estudos dos ventos solares e suas influências na Terra e nos outros planetas do sistema. Todo o projeto estrutural e o sistema de propulsão do Messenger ficaram a cargo do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos,  que  coordenou  todos  os  testes  laboratoriais  para  a  NASA.

 

Uma intensa bateria de testes foi realizada com o intuito de verificar a robustez estrutural do equipamento, para que o mesmo não venha sofrer nenhum tipo de dano físico-estrutural causado pela alta temperatura e as fortes radiações solares. Para tanto, o veículo terá em torno de si um escudo térmico protetor (incluindo material cerâmico de última tecnologia em sua composição) elaborado pela empresa norte-americana GenCorp Aerojet.

 

EQUIPAMENTOS DE BORDO - O Messenger carrega consigo sete sensores básicos, que transmitirão à Terra todos os dados da missão, permitindo também o monitoramento total do veículo. A missão passará também por Vênus em 2006, devendo enviar por esta ocasião, dados acerca deste planeta. O módulo deverá sobrevoar as regiões de Mercúrio em 2007 e 2008 enviando dados e imagens que vão compor o mapeamento total da superfície de Mercúrio. Somente em 2009 é que o Messenger entrará definitivamente em órbita de Mercúrio, quando irá compor a primeira cartografia global de Mercúrio e ainda fará leitura da composição química e física do planeta. Através de seus sensores analíticos, serão levantados dados sobre a natureza geográfica, magnetosfera, atmosfera e ainda, estudos sobre a possibilidade de haver água na região polar norte de Mercúrio.

 

SUPERFÍCIE ACIDENTADA - Mercúrio foi observado por telescópios terrestres na década de 70 e passou a ser observado por radar no início da década de 90. Nestas observações, bem como naquelas feitas pela  Mariner  10  [ao lado], foi revelada uma superfície altamente irregular, fraturada por marcas de enormes crateras (muito semelhantes às da nossa Lua), tendo algumas das quais, mais de 1000 km de diâmetro.

 

Uma particularidade das causas destas fraturas superficiais se dá, sobretudo, pelo impacto intensificado da poeira cósmica e de meteoritos contra o corpo planetário.

 

Em Mercúrio este fenômeno se dá de forma bem mais violenta, rápida e intensa que na maioria dos outros astros, devido à influência da forte gravidade do Sol em imediações.

 

A temperatura na superfície planetária quando esta recebe a luz solar é da ordem de 500ºC. Sabe-se que seu núcleo é enorme (comparado aos núcleos dos outros planetas do sistema) e formado por alguma espécie de metal sólido, tornando-o adverso aos demais planetas conhecidos.

 

DIGITALIZAÇÃO - Recentemente, algumas das imagens de Mercúrio geradas em três cores pela Mariner 10 [ao lado] na década de 70, receberam tratamento digital. Isso possibilitou maior qualidade a estas imagens e a revelação de novos detalhes, impossíveis de serem observados mais precisamente nos originais, gerados de forma analógica.

 

A técnica de digitalização vem possibilitar um ganho evidente na qualidade final destas imagens geradas mecanicamente e enviadas pelo espaço a través de sinais, a partir destas sondas. Tais imagens podem ser consideradas ultrapassadas tecnicamente, se hoje comparadas às mais recentes feitas pelos robôs Spirit e Opportunity em Marte, por exemplo. O valor maior destas fotos feitas por telescópio ou por radar está em mostrar à época, alguns detalhes de Mercúrio que instigaria um estudo maior por parte dos cientistas.

 

BEPI COLOMBO - A Agencia Espacial Européia (ESA), em parceria com a Agência Espacial Japonesa (ISAS), desenvolvem paralelamente ao Messenger, um vigoroso projeto de exploração a Mercúrio, através do módulo Bepi Colombo [ao lado], que executará de 2008 a 2013, diversos levantamentos acerca da natureza de Mercúrio. Os cientistas envolvidos nestas duas missões internacionais estão empolgados com o avanço das explorações espaciais e o surgimento das novas parcerias. Ficou estabelecido entre os envolvidos na exploração de Mercúrio, que haverá compartilhamento total de informações técnicas e dados colhidos em ambas missões, visando assim, um maior aproveitamento dos estudos acerca do diminuto astro solar.

 

Pensamos que, certamente, estamos a presenciar uma época a qual precederá àquela em que o homem viajará pelo espaço dentro de arrojados veículos, consciente das grandes e incontestáveis leis cósmicas.

 

* Pepe Chaves é editor de Via Fanzine e UFOVIA.

- Colaborou: Marcelo Monteiro.

 

- Fotos: NASA / JPL / ESA / ISAS

- Empreendedores do projeto Mercury Messenger:

  JPL / NASA.

 

- Referências:

http://probe.astrowww.pl/misje_planowane.htm

http://www.astroenlazador.com/noticias/Marzo03/sondas/ns200303b.htm

home.cwru.edu/ ~sjr16/near_esa.html

www.esa.int/esaSC/ SEMJAF0P4HD_index_1.html

AEB em Pauta – Informativo da Agência Aérea Brasileira.

 

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- Produção: Pepe Chaves.

© Copyright 2004-2009, Pepe Arte Viva Ltda.

 

 

 

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