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 Sondas

 

  

Austrália:

Cápsula retorna após visita histórica a um asteróide

A cápsula Hayabusa da Agência Espacial Japonesa (JAXA) foi recolhida

num deserto australiano, após visitar a superfície de um asteroide.

Da Redação*

Via Fanzine

 

Cientista recolhe sonda japonesa Hayabusa na Austrália.

 

Cortando o céu noturno a mais de 27.000 km/h, uma pequena cápsula japonesa voltou à Terra a partir da superfície de um asteroide e pousou domingo no remoto deserto australiano. A cápsula Hayabusa rompeu a alta atmosfera sobre a Austrália e prosseguiu sua jornada em direção ao local de pouso.

 

A pequena cápsula de 16 polegadas de largura mergulhou na atmosfera sobre a Austrália em 1351 GMT (09h51, no horário de Brasília), do dia 13/06/2010. O objeto teve a segunda reentrada mais rápida de uma nave espacial inventada pelo homem.

 

O vídeo do objeto reentrando na atmosfera da Austrália mostrou uma bola de fogo luminoso no céu, indicando a nave Hayabusa estaria em direção à área de Woomera, programada para o pouso, no sul da Austrália.

 

Uma frota de veículos terrenos e helicópteros estava nas proximidades de Woomera, numa instalação militar no deserto australiano. Mais de 50 representantes da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) se juntaram a várias dezenas de trabalhadores da Austrália para recuperar a cápsula Hayabusa.

 

As equipes de resgate detectaram o sinal da cápsula e um helicóptero munido de um potente farol localizou o artefato na zona programada. A cápsula foi programada para mergulhar na atmosfera em um ângulo de aproximadamente 10 graus, enfrentando temperaturas de aproximadamente 5.000 graus centígrados durante o pico. Um escudo térmico de fibra de carbono foi concebido para proteger a nave do calor destrutivo.

 

Em sua descida, a cápsula abandonou parte de seu escudo térmico quando chegou a seis milhas da superfície, permitindo que o seu pára-quedas se abrisse e descesse a uma velocidade mais suave. A cápsula Hayabusa foi lançada pela JAXA faz sete anos e percorreu dois bilhões de quilômetros para recolher amostras da rocha de um asteroide e trazê-las com segurança à Terra.

  

Autoridades japonesas comemoram o sucesso da sonda Hayabusa. Por alguns instantes, seus sinais estiveram fora do alcance das estações terrestres, gerando muitas expectativas nos cientistas. Mas uma onda de aplausos, sorrisos e apertos de mãos atravessou a sala de controle quando se constatou que a Hayabusa retornou com as amostras do asteroide.

 

Imagem capturada a bordo de um avião de observação da NASA

mostra a sonda em atrito com a atmosfera terrestre.

 

A Hayabusa foi lançada em maio de 2003 e atingiu o asteroide Itokawa em setembro de 2005. A sonda executou três meses de investigação e audazes aproximações ao objeto “cigano” que tem a forma irregular de uma batata. A visita ao Itokawa terminou com uma série de tentativas de coletar amostras do asteroide, mas, inadvertidamente, a nave espacial pousou na superfície por apenas 30 minutos.

 

A análise da telemetria, após dois pousos sobre o Itokawa, mostrou que a Hayabusa provavelmente não disparou corretamente um projétil na superfície do asteroide para arrancar e recolher as amostras. Mesmo assim, cientistas japoneses estão esperançosos que certas quantidades de poeira de luz poderiam teriam sido tragadas pelo funil que conduz ao recipiente recolhedor de amostras.

 

Os funcionários não saberão ao certo o que ocorreu, até que a cápsula retorne à instalação de curadoria especial no campus Sagamihara, nos arredores de Tóquio. Os pesquisadores estão ansiosos para abrir e analisar o material contido no recipiente, mas sabem que é preciso ter calma. Para Junichiro Kawaguchi, gerente de projetos da Hayabusa, “Abriremos a cápsula poucas semanas após a sua chegada aqui”.

 

Numa entrevista coletiva em Sagamihara, Kawaguchi disse que é preciso cautela, “Nós devemos tomar o máximo cuidado para abrir a cápsula. Demora muito tempo para estudar as amostras, porque, provavelmente, as mesmas são partículas muito finas”, afirmou. Os cientistas também devem distinguir a contaminação com elementos da Terra e a determinação das partículas originárias do asteróide. Este estudo poderia levar vários meses.

 

A Hayabusa perdeu a primeira oportunidade de voltar à Terra em junho de 2007, quando finalmente acionou seu sistema de propulsão iônica para iniciar a viagem de regresso. Apesar do comemorado sucesso de seu retorno, a sonda espacial foi avariada por um vazamento de combustível; pelo fracasso de dois terços do seu sistema de controle de atitude; pela perda de três de seus quatro motores iônicos, além de problemas com a bateria principal.

 

Os problemas colocaram a missão em xeque por muitas vezes e o próprio Kawaguchi se manteve publicamente pessimista sobre as chances de retorno da Hayabusa, até os últimos dias antes d e sua reentrada.

 

“Nós tivemos muita sorte pelo sucesso desta missão. Pessoalmente, estou muito orgulhoso da equipe composta por engenheiros e cientistas que continuam a desempenhar essas atividades. Nós temos sido apenas sorte”, afirmou Kawaguchi.

 

* Com informações do site Space Fligh Now e JAXA.

(http://spaceflightnow.com/news/n1006/13hayabusaentry/).

 

- Tradução: Pepe Chaves (MG).

- Colaborou: J. Ildefonso P. de Souza (SP).

- Fotos: JAXA/NASA/JPL-Caltech/SETI Institute/University of North Dakota.

 

- Produção: Pepe Chaves

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Cosmos:

Voyager 2 tem problemas no envio de dados à Terra

Sonda se encontra a 14 bilhões de quilômetros da Terra, e opera há 33 anos.*

 

Projeto das sondas Voyager 1 e 2 tem mais de 30 anos de duração.

 

O Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa está tentando resolver um problema nos dados enviados pela sonda Voyager 2, que se encontra na fronteira do Sistema Solar.

 

Nota divulgada pelo JPL informa que parece haver um problema no sistema que formata os dados para transmissão. Uma mudança inesperada tem impedido que os responsáveis pela missão decodifiquem os dados científicos.

 

Por enquanto, a Voyager 2 está em um modo de transmissão exclusiva de dados sobre o estado da sonda.

 

A Voyager 2 e sua “irmã gêmea”, Voyager 1, foram lançadas em 1977 e atualmente são os dois objetos artificiais mais distantes da Terra. A Voyager 2 está a 14 bilhões de quilômetros do planeta.

 

Ed Stone, cientista do projeto Voyager, acredita que o problema pode ser resolvido e não acha que ele esteja ligado à idade da sonda. “Isto é memória volátil, como no computador da sua casa, quando você dá o boot”, disse ele. “E de vez em quando uma partícula de raio cósmico pode fazer um dos bits virar, ou pode haver uma falha em um dos bits”. O conserto pode envolver pôr o bit de volta em seu estado normal, ou reprogramar o sistema para contorná-lo.

 

Também pode ser possível descobrir como decodificar os dados. A nave transmite ininterruptamente, e a rede Deep Space da Nasa dedica cerca de dez horas ao dia para captar suas emissões. No modo normal, os dados são majoritariamente científicos, mas a uma taxa de 160 bits por segundo.

 

A Voyager 1 está a 17 bilhões de quilômetros da Terra e, em cerca de cinco anos, deverá cruzar o limiar da heliosfera, a bolha que o Sol cria ao redor do Sistema Solar, e mergulhar no espaço interestelar. A Voyager 2 seguirá depois.

 

* Informações da Associated Press/Estadão.

- Foto: Nasa/JPL.

 

- Assista vídeo: Voyager 2 - Elfos (música instrumental).

 

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