UFOVIA - ANO 5 

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Exclusivo:

Entrevista com Daniel Rebisso Giese

Biomédico, pesquisador dos fenômenos do Norte e ex-ufologista.

 

Por Vitório PERET*

Exclusivo para UFOVIA

Belém/PA - Brasil - julho-2005

 

Daniel Rebisso Giese

 

N.E.: A entrevista a seguir, foi conduzida pelo pesquisador carioca Vitório Peret e torna-se mais uma preciosa fonte de informações acerca da Operação Prato e das manifestações incertas que fizeram vir à tona a citada investigação militar brasileira.

 

Daniel Rebisso Giese é biomédico e foi o primeiro autor no mundo a escrever sobre os “endêmicos” fenômenos nortistas bem antes que qualquer outro pesquisador viesse fazê-lo. Escreveu em 1991 o livro Vampiros Extraterrestres na Amazônia [Edição independente], abordando os fenômenos observados durante a onda de 1977, na região de Colares, arredores de Belém, capital do Estado do Pará, norte do Brasil.

 

Em sua livraria em Belém, Daniel Rebisso recebeu gentilmente nosso colaborador Vitório Peret, que por sua vez, já é bem familiarizado com aquela região, pois nos anos 70 ele realizou diversas vigílias nos arredores de Colares, Mosqueiro e outras localidades.

 

Mostrando-se um dos mais informados pesquisadores a respeito do assunto em questão, Rebisso que já foi militante da ufologia, mas atualmente se considera afastado do assunto, remonta a terrível e dolorosa história vivida por diversos brasileiros residentes na região da baixada maranhense e parte do Pará. Nosso entrevistado reporta alguns detalhes impressionantes, sobretudo, a respeito da particularidade dos ataques desferidos pelo Chupa-chupa à população local. Numa ordem cronológica, durante a entrevista, ele remonta um breve histórico das ocorrências mais marcantes que colocaram em polvorosa a população ribeirinha daquela região paraense e que, posteriormente, seria a razão para se realizar a Operação Prato.

 

A presente entrevista compõe a série inédita de artigos publicada pela OPERAÇÃO TRILHA (Bettinassi, Peret & Chaves), pesquisa iniciada em maio de 2005 que tem por objetivo esclarecer e trazer novas informações sobre a fenomenologia nortista, bem como da Operação Prato. Diversos dos resultados da pesquisa estão sendo divulgados desde junho/2005, no formato de artigos, matérias e entrevistas, todos disponibilizados gratuitamente ao público (via Internet) pelo portal UFOVIA. A OPERAÇÃO TRILHA que culminará em uma pesquisa de campo naquela região no ano de 2006, tem como integrantes pessoas residentes em diversas partes do país, inclusive na região de Belém e Colares/PA, onde se deram os fatos aterradores. Esta operação é coordenada pelos pesquisadores Fábio Bettinassi (Araxá/MG), Vitório Peret (Rio de Janeiro/RJ) e Pepe Chaves (Itaúna/MG). Para saber mais sobre a OT acesse: www.viafanzine.jor.br/trilha.htm .

 

 

UFOVIA: Daniel, por favor, nos faça um breve resumo da Ufologia no Estado do Pará e da influência dos casos locais nos trabalhos de pesquisadores do exterior.

Daniel Rebisso: Aqui no Pará já estiveram atuando vários grupos de pesquisa civis, todos interessados em observação ufológica de campo e também outros, realizando pesquisas de gabinete. Sobretudo, na época do chamado Chupa-chupa, que foi a época em que o Pará mais se destacou no contexto ufológico, até internacional. Em 1977 o Bob Pratt, que era um jornalista em plena atividade nos EUA esteve aqui. Um ano depois, recebemos o Jacques Vallée e sua esposa. Mais tarde o Bob Pratt voltou a investigar a área. Depois vieram outros pesquisadores aqui do Brasil, como o Reginaldo de Athayde, de Fortaleza. E essa temática sempre foi muito interessante porque o fenômeno Chupa-chupa é muito peculiar. Na época quando nós começamos a pesquisar, fizemos um levantamento mundial de fenômenos similares ao Chupa-chupa e não encontramos nem na Europa, nem nos Estados Unidos, nem na América Central. Ou seja, na época a literatura disponível não havia citado casos similares àqueles que se passaram aqui.

 

UFOVIA: Você pode nos narrar como se iniciou esta onda de avistamentos e ataques que logo depois culminaria na realização da Operação Prato e outras investigações por parte de órgãos do governo acerca do Chupa-chupa?

Daniel: Os episódios começaram nas noites de julho de 1977 no Maranhão. Aqui na nossa região, as chuvas diminuem consideravelmente nessa época do ano. É período de férias, as pessoas vão para as praias... Naquela época, na região da baixada maranhense as pessoas começaram a ver luzes migrando à noite. Gente de vilarejos mais interioranos dizia que o aparelho (os caboclos chamavam as luzes assim) jogava um foco de luz muito intensa sobre homens e mulheres. A luz era paralisante. O povo começou a chamar aquilo de Luz do Diabo ou Luz do Demônio. E começou a surgir o nome de Luz Sugadora, porque eles sentiam que alguma coisa fosse tirada deles. Uns diziam que era sangue; outros que era o espírito da pessoa e depois, até disseram que poderia ser até energia vital. E este episódio começou a se intensificar e veio para o Pará, começando na região de Bragança e se tornou marcante na região de Colares e Belém.

 

UFOVIA: Além do Maranhão, este fenômeno específico do Chupa-chupa surgiu também no período de julho de 1977 em diante aqui também, aqui no Pará?

Daniel: Sim. Aqui na região do Pará as pessoas ficaram muito assustadas e todas com a mesma queixa: era uma nave que voava baixo e ficava sobre as cabanas e casas interioranas, soltava aquela luz que infiltrava sobre a palha do telhado. Os caboclos contavam que a luz atravessava estruturas físicas, ou seja, a luz transpunha a cobertura das casas. É uma coisa muito curiosa, este detalhe a gente chega nem a acreditar... Mas o povo contava mesmo que “a luz entrou dentro de casa!”. Seria como se a luz atravessasse corpos opacos e focasse homens e mulheres. As pessoas ficavam instantaneamente paralisadas. No caso de uma região aqui próxima, onde há uma localidade chamada Santo Antônio do Ibituba - inclusive, a Aeronáutica fez pesquisas e vigílias no local -, uma senhora relata uma coisa muito curiosa, ela disse assim, “Quando a nave apareceu e a luz focou, aqui dentro do quarto eu senti uma descarga elétrica no meu pé, de cima pra baixo”. É como uma descarga elétrica, fazendo com que o indivíduo ficasse paralisado. Mais tarde, a médica de Colares, Dr. Wellaide Cecim de Carvalho sempre perguntava para as testemunhas como se deu o fato. Teve o caso de um rapaz que viu quando a luz desceu para lhe atacar E a médica perguntou para ele: “Por que você não correu? Por que você não gritou?”. Ele disse: “doutora eu não conseguia!”. E não era de medo, era como se atingisse o sistema nervoso, a pessoa ficava paralisada. As vítimas tinham uma sensação de pânico, não sei se havia paralisação dos músculos respiratórios também, pois eles sentiam como se estivessem morrendo... Parece que alma estava indo embora... Eles entravam em pânico e não conseguiam nem respirar, era como se fosse uma asfixia. Eles contam que no final, a luz não se "apagava" simplesmente, mas a luz era “recolhida”. E o sujeito ficava desfalecido, durante 4 ou 5 noites, com dores de cabeça, mal estar, fraqueza nas pernas, como se tivesse sofrido uma gripe muito forte. E paulatinamente, depois de uma semana, a vítima se restabelecia novamente.  E aí começou aquela história, “a luz me chupou”, “chupou”, e aí ficou Chupa-chupa, que é uma expressão bem popular. E este termo composto (Chupa-chupa) é pra reforçar: é o “Chupa-chupa”! É uma coisa muito forte!

 

'A doutora Wellaide Cecim de Carvalho praticamente inaugurou sua vida acadêmica

vendo essas coisas bizarras: pessoas queimadas chegando de manhã no hospital'

 

UFOVIA: E como se deu a Operação Prato?

Daniel: Em Vigia o prefeito da época que, inclusive, já tinha observado “luzes”, viu o pânico do povo. Os pescadores tinham medo de irem em alto mar; as mulheres não saiam para a rua. Ele ficou realmente preocupado  com o pânico coletivo e mandou um documento para a Aeronáutica, solicitando uma providência para salvar a população, porque “um aparelho estava trafegando no espaço aéreo e ninguém sabia o que era aquilo”. Depois de uma certa insistência é que a Aeronáutica desenvolveu uma operação sigilosa para averiguar os fatos. Essa pesquisa anterior à Operação Prato foi executada pelo I Comando Aéreo da Aeronáutica (Comar), sediado aqui em Belém, através da sessão A2, que fazia serviços de investigações. Foi uma operação de campo que mandou sargentos para a região de Colares com o intuito de verificarem o que estava acontecendo. Então eles visitaram Santo Antônio do Ibituba, foram até Vigia, Colares, Santo Antônio do Tauá... E começaram a ver o tormento das pessoas. E aí foi onde eles retornaram ao QG (I Comar), e falaram na época para o major Hollanda: “o povo anda vendo coisas estranhas lá. Parece histeria, mas tem coisas aparecendo no céu realmente”. E foi aí que eles iniciaram a Operação Prato. Levaram filmadoras e máquinas fotográficas para estes locais e começaram a fazer os primeiros registros em outubro e novembro de 1977. E a coisa se tornou mais intensa em Colares, uma ilha próxima, então eles se dirigiram para lá.

 

UFOVIA: Qual foi o parecer dos profissionais da Saúde Pública a respeito dos evidentes casos de queimaduras sofridas por considerada parte da população de Colares?

Daniel: Nesta época a médica da unidade de Saúde em Colares, a doutora Wellaide Cecim de Carvalho, recém formada acadêmica de Medicina, praticamente inaugurou sua vida acadêmica vendo essas coisas bizarras: pessoas queimadas chegando de manhã no hospital.  Eram queimaduras de 1º grau na região do tórax, sempre seguidas de relatos dos mesmos episódios: luz paralisante, com sintomas clássicos, como dor de cabeça, tontura vertigem, fraqueza nas pernas...

 

UFOVIA: Ela notificou as autoridades da Saúde?

Daniel: Ela chegou a fazer um relatório médico. Mas na época, com medo de ser criticada ou mal compreendida, ela guardou esse relatório e não enviou para a Secretaria de Estado da Saúde. E foi em Colares que ela viu, inclusive, uma dessas naves em forma cilíndrica ao entardecer. Estava sobre a ilha de Colares. Este depoimento a Aeronáutica tem no relatório da Operação Prato, quem tiver acesso ao documento vai ver a declaração dela.

 

'Bolas, supostamente sólidas, corriam dentro da cidade de noite. Impressionante!

Eles viam aquilo e falavam: 'olhem, entrou na rua tal'. Eles saiam correndo para ver

e viam aquela bola imensa, com cerca de 1,5 a 2m de diâmetro, vindo escorrendo pela rua...'

 

UFOVIA: E como reagia o pessoal da Aeronáutica (FAB – I Comar/A2), diante de tudo isso?

Daniel: O pessoal da Aeronáutica tentava acalmar a população. Eles diziam que aquilo não era uma coisa muito perigosa... E houve um episódio muito interessante: na época um dos helicópteros da Aeronáutica que dava apoio logístico para o pessoal, fez um vôo noturno contornando a baía para testar a reação das pessoas. Eles queriam ver se o pessoal estava confundindo os objetos com avião. Mas o pessoal todo identificou que era um helicóptero. Pelo ruído, pela característica da aeronave. Então eles (FAB) perceberam que não era nenhum helicóptero que as pessoas estavam avistando. E curiosamente neste dia, um dos objetos não identificados começou a sobrevoar o helicóptero. O helicóptero da FAB começou a ser perseguido pelo UFO! O pessoal viu aquilo e começou a gritar, “olha o aparelho, olha o aparelho...”. E depois disso, todos começaram a ver os objetos. E com muito medo, a população começou a  fazer vigília à noite. Os homens se reuniam na rua até 3h da madrugada, com fogos de artifício, pistolas, alguns até com espingardas...

 

UFOVIA: No intuito de afugentar...

Daniel: Afugentar! As pessoas ficavam batendo latas, panelas [N.E.: Consta que esta sugestão foi do prefeito de Colares], pois eles achavam que se fizessem barulho, aquilo deveria ir embora. Existem histórias curiosas que as pessoas contam. Coisas que você ia gostar de filmar! (risos).

 

UFOVIA: Como o que? Por exemplo?

Daniel: Tipo assim, bolas, supostamente sólidas, corriam dentro da cidade de noite. Impressionante! Eles viam aquilo e falavam: “olhem, entrou na rua tal”. Eles saiam correndo para ver e viam aquela bola imensa, com cerca de 1,5 a 2m de diâmetro, vindo escorrendo pela rua... Uma senhora chegou a ver vários objetos correndo para a Baía de Marajó, que é uma confluência do Atlântico com o rio Amazonas. Estas histórias ocorreram  até dezembro de 1977, quando os fenômenos cessaram um pouco. E aí então a Operação Prato foi encerrada com a conclusão do relatório contendo mais ou menos umas 300 páginas e com muitas fotos. Agora, as fotos, assim como a gente gosta, com detalhes, closes, são poucas...

 

'Quando ele viu a lesão da moça ele quis fazer um tratamento cirúrgico para tirar amostras de pele.

Havia realmente perda de pele profunda, não era um arranhão. Era perda de pele mesmo!'

 

UFOVIA: Você chegou a ver estas fotos?

Daniel: Sim, eu cheguei a ver. Agora os filmes, em determinada época foram enviados para Brasília e ninguém sabe onde estão estes filmes. O próprio coronel Hollanda fez um filme super 8, ele mesmo filmou.

 

UFOVIA: A doutora Wellaide em entrevista publicada pelo Amazonas Jornal, diz que, naquela ocasião ela foi obrigada pelo pessoal do A2 a omitir informações. Você tem algum conhecimento sobre isso?

Daniel: Ela falou sim. Naquela época não só o A2, mas o SNI estava também infiltrado, não digo em Colares, mas a nível de Belém. Porque eu soube mais tarde, através de um jornalista, que eles estiveram em jornais daqui dizendo “nós temos que dar um basta nisso”. De dois em dois dias os jornais soltavam matérias bombásticas, “Moça foi atacada no bairro de Jurunas” ou “Rapaz viu Chupa-chupa”. E aquilo causou muito pânico na cidade, na capital. Até que aconteceu o episodio que veio a ser a gota d’água. Uma moça foi atacada no bairro de Jurunas e se fez uma história muito interessante. Era uma moça de uns 16 anos, apesar do medo que existia, ela resolveu sair, próximo à sua casa. Quando ela retornou, ela foi comer alguma coisa e ao terminar a refeição foi à pia para lavar a louça do jantar, atrás da casa. Foi quando ela sentiu uma luz e uma rajada de vento muito frio! Como se tivesse aberto a porta de uma geladeira. Aquilo causou um impacto, o vento frio, uma claridade então ela disse, “Mamãe, pelo amor de Deus, é o Chupa-chupa!”. E a mãe correu, encontrou a menina desfalecida no chão. E o interessante é que o pai da menina e ela também contam que havia um cheiro de éter, de alguma substância química no ar... Era um cheiro de éter, porque era uma coisa muito forte. E desfalecida ela foi levada ao pronto-socorro municipal. Encontraram umas marcas no seio direito.

 

UFOVIA: E qual foi o parecer dos médicos de Belém?

Daniel: Os médicos diziam que ela teve foi um ataque histérico e quando ela ouvia falar em Chupa-chupa, a primeira coisa que ela fazia instintivamente era levar as mãos nos seios para se proteger. Só que as marcas não estavam sobre a região mamária. As marcas estavam mais acima, a nível peitoral. E ela estava concêntrica. E como disse um outro médico, “ninguém leva a mão para se proteger assim”, este outro médico acreditava nela. O Dr. Reis que na época era legista do instituto, também viu essa moça dias depois. Fotografou e conversou com ela, que deu mais detalhes. Quando ele viu a lesão da moça ele quis fazer um tratamento cirúrgico para tirar amostras de pele. Havia realmente perda de pele profunda, não era um arranhão. Era perda de pele mesmo! E desde então, saiu a notícia que “Chupa-chupa só gosta de mulher”.

 

UFOVIA: E como foi a reação da população com esta notícia?

Daniel: Foi como água fria! Correu a notícia de que dentro do sistema de informação, todos os jornais cessaram em falar do assunto. Mas a coisa continuava acontecendo no interior. Aliás, quem afirmava isso era o próprio pessoal do A2 na época, como o sargento Flávio, o sargento Nascimento... Eles relatavam que os fenômenos ainda estavam ocorrendo.

 

UFOVIA: Como se deu o fechamento fechamento do Relatório?

Daniel: Eles tiveram que fechar o relatório para enviar à Brasília. Naquela altura, houve um dilema, dentro da Aeronáutica: havia uma força que estava aberta a liberar [N.E.: para a população civil] as informações deste relatório. Tipo mostrar que houve algo estranho... Mas é claro, a ordem maior foi para não divulgar o relatório. O general Uchôa [N.E.: Destacado militar brasileiro notoriamente dedicado ao estudo da Ufologia, já falecido] anos depois viu esse relatório. Na verdade esse relatório está em aberto. Ele termina dizendo que trata-se de um fenômeno estranho, alguma coisa anômala, luzes flutuando em episódios de ataques... Mas não dizia que era algo vindo de fora, do espaço... Dizia que havia uma coisa estranha acontecendo.  

 

'Pensaram que poderia ser alguma coisa dos soviéticos, dos russos, que, clandestinamente estariam entrando

pelo fundo dos rios para desembarcar armamentos. E, para afugentar a população, eles estariam soltando

 alguns destes objetos nas pessoas que chegassem perto, enquanto o armamento estava sendo entregue'

 

UFOVIA: Eles não tinham certeza de que os fenômenos eram extraterrestres?

Daniel: Creio que, absoluta não. Porque existiam artefatos terrestres desconhecidos. Suspeitou-se na época que fosse alguma operação militar secreta. Nem brasileira seria, mas de algum outro país, envolvendo submarinos aqui na costa do Atlântico, possivelmente tentando infiltrar “aparelhos” para ver como a população reagiria. Não se confirmou isso, até porque a Marinha também participou na época. Só que ninguém sabe se a Marinha elaborou algum relatório a respeito. Imaginou-se também que poderiam ser focos de resistência guerrilheira aqui na região, de Vigia a Bragança. Na época, ainda havia no ar aquela questão da guerrilha. A guerrilha do Araguaia ocorreu em 1973 e 74. Logo depois é que começou a historia das luzes. Então, pensaram que poderia ser alguma coisa dos soviéticos, dos russos, que, clandestinamente estariam entrando pelo fundo dos rios para desembarcar armamentos. E, para afugentar a população, eles estariam soltando alguns destes objetos nas pessoas que chegassem perto, enquanto o armamento estava sendo entregue. Nesse caso, seria uma estratégia para distrair a população da realidade que estava se passando ali. Na verdade, também não se configurou isso, essa manobra de despistamento. O major Hollanda que era um homem cético e não acreditava nos fenômenos, no final se tornou uma pessoa convicta.

 

UFOVIA: Sabemos que nos anos 70 existia uma base da USAF no Amapá. Você acredita que as atividades dessa base norte-americana tão próxima dali poderiam ter alguma relação com a causa desses fenômenos aqui da região?

Daniel: É mesmo? Não sabia... Sobre esta base de Amapá eu desconheço. Eu sei que houve em 1974 a tentativa de se construir uma base, realmente, de helicópteros, mas aqui na região do rio Xingu, onde atuaram as guerrilhas. Circularam muitas notícias que na época foram todas desmentidas pelo coronel Hollanda.

 

UFOVIA: Para você, não há nenhuma possibilidade de que estes fenômenos se tratam de alguma experiência terrestre desconhecida, como pesquisa de novas armas ou veículos aéreos que poderiam estar sendo desenvolvidos aqui na região?

Daniel: Não creio. Mas tem um boato interessante que correu na época. Na imaginação popular isso era coisa de japonês!

 

UFOVIA: É mesmo? De japonês? Por que?

Daniel É! Correu largamente a notícia de que os japoneses estavam tirando sangue do povo pra comercializar e estarem levando sangue congelado para o Japão. Mas era o povo simples que falada: “Isso é Japonês! Japonês!”. Porque realmente há uma colônia grande de japoneses aqui nessa região. Mas eles apenas plantam mamão papaia, melão etc... O interessante é que esta associação talvez, seja mais uma alusão à tipologia dos seres avistados...

 

UFOVIA: Atualmente existe algum fenômeno aqui nessa região do Pará que pode ser relacionado ao Chupa-chupa?

Daniel: Olha, pelos relatos que as pessoas contam, parece que sim. Parece que ficaram focos, pois a população ainda continua tendo observações de naves. Em Colares, de vez enquanto, ainda se observa. Mas aqueles episódios de atacar as pessoas, não. Mas, ainda nos dias de hoje, as observações de UFOs continuam sendo bastante relatadas pela população local. 

 

* Vitório Peret é pesquisador em Ufologia.

- Foto: Gentilmente cedida por Bob Pratt (www.bobpratt.org).

- Produção: Pepe Chaves

 

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