OVNIs:

Entre o mito e a realidade

 Depois que os OVNIs foram percebidos oficialmente, embora que ainda não aceitos publicamente pela elite científica e governamental como uma realidade, sua incidência tem-se tornado excepcionalmente intensa e mais complexa.

 

Por J.A. FONSECA*

 

“Só os espíritos fracos é que pensam com a multidão, por ser ela multidão! A verdade não é modificada pelas opiniões do vulgo nem pela confirmação da maioria…”

(Giordano Bruno)

 

Os assuntos relacionados à vida extraterrestre e à presença de seres alienígenas em nosso planeta continuam sendo ainda algo socialmente inaceitáveis nos dias atuais, a despeito dos inúmeros registros que têm sido feitos cotidianamente.

 

Depois que os OVNIs foram percebidos oficialmente, embora que ainda não aceitos publicamente pela elite científica e governamental como uma realidade, sua incidência tem-se tornado excepcionalmente intensa e mais complexa. Culminando com o final de mais um século e uma técnica excepcionalmente avançada, continuam desafiando a todos os meios e possibilidades que têm sido utilizados para torná-los lendários ou inaceitáveis, diante de sua real e inquestionável presença em todos os lugares e testemunhos que se multiplicam. Sabemos, entretanto, que nem tudo o que é observado em vôo pode ser considerado como sendo algo inexplicável e seríamos ingênuos se o quiséssemos sugerir.

 

O que se pode dizer é que no decorrer do século XX e com todas as suas grandes mudanças, os deuses retornaram com toda a sua pompa e mistério, pilotando suas naves fabulosas e desafiando os espectadores da era da tecnológica. Mostram-se com novas roupagens e de forma inusitada e, apesar de marcante a sua presença na era da técnica e dos computadores, continuam sendo considerados como frutos da imaginação por alguns e completamente desconsiderados por muitos outros. Mas, o desafio de sua presença paira solenemente sobre a Terra e a prepotência do homem torna-se estremecida e incompetente para resolver este mistério.

 

Fenômenos como os que acabamos de descrever na primeira parte deste trabalho são desrespeitados quando não tratados amadoristicamente, em prejuízo do verdadeiro conhecimento e da cultura. Em verdade, são quase que totalmente ignorados, evidenciando para os pesquisadores hodiernos, perfeito desconhecimento das causas que os originaram e, assim, como seria óbvio perceber, prestando mais um desserviço do que um esclarecimento ao ensejo da verdade que se encontra presente em todas as coisas e que deveria ser o enfoque a ser dado nas avaliações dos especialistas.

 

No trato sobre os acontecimentos mais recentes a respeito dos OVNIS percebe-se, invariavelmente, a tendência cada vez maior de ocultamento do fato em si, ou de promover sua “retirada de cena”, simplesmente, dando informações evasivas, quando não tratando-o de forma leviana ou sem o devido conhecimento. Em geral, são tratados como se não existissem ou nada representassem diante das inúmeras observações em todos os países e em grande profusão.

 

Por outro lado, temos ainda o problema dos fanáticos e inescrupulosos, manipuladores do fantástico e do inusitado, que mais se prestam a agravar o quadro, dando argumento aos detratores de plantão, como se os aproveitadores e os charlatães existissem apenas deste lado dos acontecimentos mundiais.

 

Em decorrência, agigantam-se, de um lado, os aficionados, que procuram a todo o custo provar as suas teorias e, de outro, os ortodoxos, financiados ou não pelas elites dominantes e os governos, que procuram justificar de forma banal eventos merecedores de tratamento mais respeitoso e dentro de uma ótica científica que pudesse eliminá-los de vez do cenário mundial, quando falsos ou os pesquisasse com seriedade, quando verdadeiros. Acreditamos que assim, realizar-se-ia um trabalho mais condigno e em prol da cultura e da ciência, banindo-se de vez toda a plêiade de aproveitadores inescrupulosos, que ver-se-ia obrigada a procurar outra forma de ganhar a vida, e a mentira seria, definitivamente, posta às claras.

 

O que não podemos ignorar é que também este assunto trata do homem e de sua experiência sobre a Terra, de suas crenças e de suas potencialidades, e constituem-se, portanto, em parte de sua própria história e, provavelmente, com participação marcante na sua própria origem, ou seja, no seu aparecimento neste planeta. Quem sabe poderiam estes estranhos objetos voadores resgatar, diante do ceticismo do homem contemporâneo os seus reais valores filosóficos e religiosos em suas conotações mais profundas e as causas que os fizeram surgir na história da humanidade, diante das exigências ilimitadas da mente e do progresso humanos neste momento especial e ao mesmo tempo crítico da vida na Terra.

 

Acoplado aos princípios da ciência que busca experimentar o evento e analisá-lo, o caso dos OVNIS poderia tornar-se perfeitamente evidenciado e consagrado como verdadeiro, produzindo-se um trabalho honesto e consciente de separação do joio e do trigo e da desmistificação necessária e natural, em benefício de todos. Cremos assim, que o que restasse de útil neste processo passaria a incorporar o corolário das conquistas do homem como individualidade ter-rena e como ser cósmico, engrandecendo-o no seu cabedal de saber, em benefício da paz e da prosperidade em todo o planeta e para todos os povos, e ainda viesse esclarecer-lhe a respeito de seu passado ignoto, principalmente no que tange à sua origem sobre a Terra.

 

Neste caso específico dos afamados OVNIS, os populares “discos voadores”, sabe-se que existem explicações naturais e outras para “quase todas” as observações constatadas. Dissemos “quase todas”, porque em cerca de 9% dos casos observados e pesquisados as explicações convencionais que são dadas não correspondem à sua estranheza, uma vez que neste percentual específico o fenômeno apresenta características e conotações raras e complexas. A preocupação de se ocultar fatos extraordinários ou de se dar justificativas comuns a ocorrências incomuns não mais consegue atender a uma grande leva de testemunhas e pesquisadores, que querem e necessitam de respostas mais convincentes e mais específicas.

 

Para efeito de exemplificação diremos que estes 9% se escoram em uma intensa pesquisa efetuada pela Força Aérea Norte Americana, ao examinar 425 casos de 1953 e 429 de 1954, num total de 854 relatórios sobre os “discos voadores”. Ao final, acabou por divulgar os seguintes resultados:

 

16% tratavam-se de balões;

20% tratavam-se de aviões;

25% tratavam-se de fenômenos atmosféricos;

13% tratavam-se de causas outras não especificadas;

17% não possuíam informações suficientes;

  9% tratavam-se de fenômenos sem explicação.

 

Digamos, porém, que estes dados sejam considerados demasiadamente antigos para esta análise e que este percentual pode ser hoje amplamente questionado. Isto é verdade, mas é também incontestável que a quantidade de fenômenos se multiplicou nos tempos atuais e, certamente, este percentual não tenha sofrido alteração. E mesmo que isto tenha ocorrido, caso tenham caído para apenas um por cento, em hipótese, ainda assim, corresponderiam a uma quantidade elevada de casos que teriam de ser pesquisados e explicados convenientemente. De outro lado, queremos com esta estatística mostrar que há muitas décadas os governos têm se interessado pelo assunto e que não poderiam ter deixado de se preocupar com o mesmo nos dias de hoje.

  

Estranho objeto voador visto na noite de 19/07/1952 sobre

 a torre de controle da Base Aérea de Andrews, EUA.

 

Quando vemos os jornais e as TVs ignorarem as observações de OVNIS ou tratarem-nas com leviandade, percebemos que mostram total ignorância sobre o tema, o que leva-nos a suspeitar de que estejam sendo deliberadamente “orientados” para não falarem sobre o mesmo. Não podemos negar que uma estranha presença tem sido observada na Terra nem que o queiramos e a despeito de milhares de aproveitadores e do ceticismo de muitas pessoas desinformadas, o mistério permanece. Como se pode ver, negá-lo simplesmente não tem resolvido o problema.

 

Outra coisa que queremos deixar claro é que se naquela época a Força Aérea Norte Americana pesquisava o assunto, terá a mesma deixado de fazê-lo diante de sua incidência cada vez mais forte?

 

Acreditamos sim que a título de pesquisa científica séria e análise criteriosa não poderiam jamais serem ignoradas nenhuma destas observações e relatos mais antigos, escorados na simples desculpa de estejam defasados. Ao contrário, sua antiguidade não invalida o fenômeno, mas confirma a sua presença no decorrer das décadas, aumentando consideravelmente a probabilidade de sua presença real em nosso planeta. 

 

Apesar das tentativas de desmistificação do fenômeno pelos órgãos oficiais, eles têm resistindo ao tempo, tornando-se mais complexos a cada dia e continuam a serem examinados por grupos para-científicos, sigilosos e pessoas de vários níveis econômicos e culturais.

 

Mito ou realidade, o fenômeno dos OVNIS têm se apresentado sob facetas muito mais variadas e vêm-se mostrando com evidência sempre mais crescente, desde que o homem passou a observá-los e adorá-los como divindades. É nosso pensamento que seria muito útil e esclarecedor se deixássemos de lado todas as roupagens do preconceito e da intolerância e reuníssemos esforços para a solução do problema, que se constitui num dos maiores enigmas da Terra e de nosso século e, porque não dizer, da história da própria humanidade.

 

Todos sabemos que se trata de um grande desafio que permanece sem explicação, pois foge a todos os padrões aceitos pela convenção cientifica e pelos estudos feitos em laboratório, os quais, não são jamais levados ao conhecimento de todos. Precisamos sim, encontrar uma resposta e ao encontrá-la, certamente, teremos respondido a muitas outras questões que permanecem sob a tutela do mistério e, quem sabe, sejamos obrigados a destronar alguns conceitos há muito consagrados, da mesma forma como no passado tantas outras mudanças sobrevieram, a contragosto dos céticos e conservadores.

 

É inacreditável, mas verdadeiro, que diante da atual tecnologia e conhecimento a que atingiu a raça humana e de suas infinitas possibilidades, ainda se torna necessário armar-se de muita coragem e desprendimento para falar publicamente ou escrever a respeito dos OVNIS. Por estranho que possa parecer eles continuam fazendo parte daqueles temas excluídos proposital-mente, por razões não muito bem explicadas, além de parecer ameaçar os poderes constituídos, os dogmas religiosos, os padrões culturais e de comportamento, sendo assim mais cômodo relegá-los a planos terciários ou mesmo ignorá-los.

 

Acreditamos que a negativa científica com relação ao fenômeno é muito mais em decorrência da sua incapacidade de explicá-lo e aceitá-lo como um desafio, do que da probabilidade de que possam proceder de civilizações mais desenvolvidas aqui da própria Terra e de algures. Temos que repensar o assunto, pois a partir do momento em que o ser humano colocou os pés na lua e parte em busca da vida em outros mundos, torna-se difícil continuar preterindo e ignorando o encontro de duas culturas inteiramente diferenciadas.

 

Muitas pessoas perguntam porque os astrônomos nunca observam a presença de OVNIS no espaço, uma vez que seus testemunhos seriam de real importância no esclarecimento do problema. Respondemos que não se trata de ausência de observações, mas de uma forma de complô silencioso a serviço dos governos que teimam em não admitir publicamente a realidade dos OVNIS. Afinal, tratam-se estes de funcionários destes próprios governos e, por isto, não podem jamais contrariar o desejo dos mesmos de manter o caso sob sigilo absoluto ou negá-lo quando perguntados sobre o assunto.

 

O que ocorre, porém, é que estes fenômenos tornaram-se muito popularizados devido ao seu elevado grau de incidência e a sua divulgação no mundo inteiro ganhou manchetes espalhafatosas e arrogantes, causando indignação nos meios oficiais que se negam em tratar do assunto.

 

Assim, é de se esperar que a constatação da existência de uma civilização mais desenvolvida e, conseqüentemente, dos OVNIS, venha levantar um sem número de indagações sutis e de difícil solução que não poderão ser respondidas no momento, em face das possibilidades técnicas e culturais disponíveis, senão com a aceitação de outras hipóteses, por mais que estas venham contrariar o nosso entendimento e a tecnologia do momento.

 

Por falta de uma linha de raciocínio coerente, muitas vezes é por um caminho de controvérsias que muitos apaixonados acabam se conduzindo, envolvendo-se com fraudes e mistificações que costumam criar inúmeros mal entendidos, descrédito e a classificar o assunto dentre os excluídos ou de reduzida relevância.

 

Não podemos, entretanto, negar que o problema existe e que permanece sem solução. Se, por um lado, conduz ao ganho fácil e à projeção personalística que atrai avidamente a muitos, por outro lado, não pode ser tratado levianamente por pessoas que sequer conhecem o assunto adequadamente, tendo apenas ouvido falar sobre ele.

 

Porém, este tipo de comportamento não pode ser impedido. Só podemos afirmar que não há farsa que sobreviva a uma pesquisa séria e baseada na verdade. O que não se pode mais admitir é que uma inverdade seja mantida como protótipo para a explicação de todos os fatos inexplicáveis, dando-lhes, simplesmente, o rótulo de fraudes ou de brincadeiras tecnológicas.

 

Acreditamos, entretanto, que apesar dos desmentidos a busca nos bastidores da ciência é incessante. E, voltamos a questionar:

 

Por que as religiões, em geral, se negam em tratar do assunto?

 

E por que os astrônomos quase sempre nunca vêem nada?

 

Uma simples negativa ou evasiva, acaso não tem o intuito de ocultar alguma coisa?

 

Como já citamos outras vezes, antes de se falar dos OVNIS ou dos UFOS nos dias de hoje, fenômenos estranhos já teriam sido fartamente mencionados e observados no passado da Terra em todos os lugares. Até mesmo a discussão sobre a possibilidade da vida ter-se desenvolvido fora da Terra e a pluralidade dos mundos já era uma realidade há milhares de anos, como teriam sugerido Tales de Mileto e seu discípulo Anaximandro, no ano de 600 a. C.

 

Até mesmo os epicuristas, materialistas inspirados em Epicuro (filósofo grego que teria vivido entre 341 e 270 a. C.) acreditavam na existência de muitos mundos além da Terra. O epicurista Metrodoros chegou a escrever:

 

“Considerar a Terra como o único mundo habitado no espaço infinito é tão absurdo como afirmar que num campo inteiro semeado de milho só um grão germinará.”

 

O mistério que envolve o fenômeno, a ocultação de documentos e a constante negativa sobre a existência do fenômeno têm mostrado, por si só, que existe algo de inexplicável, pois que ainda supera nossa atual capacidade de compreensão.

 

É, pois, compreensível que os muitos mistérios que envolvem os OVNIS não deixem de ser contagiantes ou transcendentais e possam mesmo chegar às raias do absurdo em muitos casos. Apesar de ser notória a falta do interesse oficial e de sua esquiva em manifestar-se compreensivamente diante do fenômeno, que pode ser ignorado, porém, não negado, nenhuma contribuição têm oferecido para o seu entendimento. Antes, nenhum poder têm para impedir o seu aparecimento e nem para invalidar as observações mais significativas e sustentadas por uma análise séria.

 

Lastimavelmente, a prática mais usual que ainda se tem lançado mão quando não se quer falar sobre determinados assuntos, de preferência os que causam incômodo e são de difícil explicação, como o caso dos OVNIS, por exemplo, continua sendo a supressão total de notícias a respeito, quando se não as utilizam com finalidades depreciativas perante a opinião pública e tendências explícitas de ridicularizá-las.

 

 

Objeto extremamente brilhante avistado em 03/09/1965

sobrevoando diversas localidades do estado de New Hampshire, EUA.

 

Por estes meios a tão alardeada opinião pública continua sendo vergonhosamente manipulada pela opinião oficial e pelos meios de comunicação desinformados, podendo-se dizer que, em realidade, aquela nem existe como referência, uma vez que costuma adotar sempre o que a opinião dita oficializada veicula ou admite como verdadeiro, embora não se tratando da verdade ou nem algo próximo dela.

 

Diante disto não poderíamos deixar de lado o estudo da psicologia moderna que, tendo já percebido o fenômeno, vê diante de tais expectativas abrir-se um vasto leque de possibilidades, onde um ser de frágil contextura, dependente de governos e apegado a inúmeros preconceitos já arraigados dentro de princípios de tradição, se vê na iminência de tornar-se um homem cós-mico, sem o devido respaldo psicossocial, cultural e científico para tão importante evento. Nota-se que há muito mais medo em admitir outras inteligências fora da Terra do que em aceitar nossa incapacidade de compreendê-las, por causa de uma tecnologia que se mostra, de muitas maneiras, bem mais avançada do que a nossa.

 

Carl Gustav Jung não se intimidou pelos preconceitos de sua época e ousou tratar do assunto. Na introdução da primeira edição inglesa em 1958 do seu livro “Um Mito Moderno”, escreveu:

 

“O boato mundial sobre os discos voadores coloca um problema que desafia o psicólogo por uma série de motivos. A primeira pergunta – e esta é obviamente a questão mais importante – é a seguinte: eles são reais ou simples produtos de fantasia? Esta questão não foi resolvida ainda, de forma alguma. Se são reais, o que são então? Se são fantasias, por que deveria existir, então, um boato desses?”

 

O que nos surpreende é que a psicologia, na palavra de um de seus personagens mais ilustres, não considera o fenômeno como uma coisa sem importância, como querem fazer parecer os setores governamentais e militares e, até mesmo, a própria imprensa em todo o mundo, quando trata do assunto. Sendo a psicologia uma ciência que estuda os fenômenos psíquicos e o comportamento humano, denota preocupação com o que Jung intitulou de “boatos” e que, contrariando o próprio termo, tem apresentado conotações muito mais profundas e estranhas, além de estarem já incorporados à história e à tradição de todos os povos.

 

Enquanto se discute, de um lado, a possibilidade da existência ou não de tais coisas, de outro, avoluma-se um quadro preocupante e imprevisível, principalmente quando o vislumbramos sob o ângulo do contato com outras formas de vida e inteligência, que não as conhecidas em nosso planeta. Então voltamos a perguntar:

Como se comportará o ser humano diante de uma outra raça, além da que existe na Terra?

 

Encontra-se o homem psicologicamente preparado para um encontro desta natureza?

 

Sabemos que se trata de um assunto áspero demais para o excesso de dogmatismo existente nos diversos seguimentos da vida na Terra e há uma forte tendência de ocultamento de certos fenômenos que, apesar de inexplicáveis, podem angariar poder e fatores que possibilitem a exploração comercial.

 

Até mesmo o próprio Jung chegou a avaliar os riscos sobre uma abordagem a respeito deste assunto causticante e temido por muitos, apesar de notório e de grandes proporções. Assim ele escreveu:

 

“Estou ciente do risco que corro, ao empreender a tarefa de expressar minha opinião sobre certos acontecimentos contemporâneos – que julgo serem de grande importância – àqueles que tenham a paciência de me ouvir. Trata-se daquela notícia que chega até nós de todos os cantos da Terra: daquele boato sobre corpos arredondados que percorrem a nossa troposfera e estratosfera e são chamados saucers, pratos, soucoupes, discos, UFOS e OVNIS.”

 

Após dez anos de pesquisa sobre o assunto Jung passou a considerá-lo de natureza ostensiva, estranha e desconhecida, além de contraditória. E apesar de ter procurado tratar do fenômeno apenas pelo lado psicológico, ele mesmo reconhece não ter condições de desvencilhar-se deste assunto de forma tão simplista, uma vez que os OVNIS não teriam somente sido avistados, mas também registrados em radares e fotografados.

 

Escreveu o insigne pesquisador:

 

“Pelo que sei, é fato comprovado, apoiado por numerosas observações, que os OVNIS foram não apenas vistos diretamente, mas também registrados em telas de radar e deixaram impressões nas chapas fotográficas… Isto tudo se resume em nada menos do que: ou as projeções psíquicas produzem eco no radar, ou então o aparecimento de objetos reais dá imagem a projeções fantasiosas.”

 

Comentou ainda que as projeções psíquicas que correspondem aos OVNIs “não são propriamente causadas por eles, mas apenas motivadas”, deixando claro que, no seu entender, o fenômeno tem conotações reais e que podem ocasionar distúrbios psicológicos diversos em seus observadores.

 

Assim poderíamos dizer que não sabemos quase nada sobre a origem e a natureza destes fenômenos que insistem em desafiar a técnica humana e, nem mesmo, se poderiam tratar-se de naves extraplanetárias ou algo parecido. Tudo o que há sobre o tema é ainda especulação, exceção feita ao que as forças militares das grandes potências ocultam. Porém, podemos afirmar que existe algo de grande poder e força que desafia a inteligência humana e que permanece também ocultando-se, por razões que também desconhecemos.

 

Após mais de 60 anos de aparecimentos ininterruptos de OVNIS registrados em toda a parte, chega-se a um ponto curioso, em que o fenômeno se mostra com uma intensidade assombrosa e apresentando conotações cada vez mais inusitadas. Evidenciado fica que existe “alguma coisa” que ainda não pode ser explicada e que, a despeito da negativa oficial, trata-se de um acontecimento emergente nos últimos tempos, demonstrando, por evidências, que pode estar muito mais próximo de nós do que possamos imaginar.

 

O que o passado tem a dizer

 

“Só os espíritos fracos é que pensam com a multidão, por ser ela multidão! A verdade não é modificada pelas opiniões do vulgo nem pela confirmação da maioria…”

(Giordano Bruno)

 

Há quem acredite e afirme tratar-se de mais uma invencionice popular e a relacione com as crendices da antiguidade, negando-se a ver o lado real do fenômeno. Outros há que o idolatram fanaticamente, transformando-o numa nova religião e negando-se, por sua vez, a enxergar as fantasias, a dissimulação e a fraude que são largamente encontradas em seu meio e envolvem sempre todos os segmentos da vida na Terra e do conhecimento humano.

 

Podemos assim afirmar não ser difícil responder à pergunta acima, uma vez que o fenômeno dos OVNIs, como veremos a seguir, esteve sempre presente em todas as regiões da Terra e em todas as civilizações.

 

No entanto, temos de convir que o exagerado misticismo de algumas áreas e seu envolvimento com casos potencialmente verdadeiros e o ceticismo arraigado de outros setores, notadamente no campo científico e religioso, dificultam sobremaneira, uma tomada de posição e o esclarecimento, para que o assunto possa ter um tratamento adequado e desvestido de preferências idiossincrásicas ou de caráter pessoal.

 

Hoje, com o avanço tecnológico, a questão ufológica tornou-se excepcionalmente especulativa e não se sabe onde termina a fantasia, a desinformação e o comércio vil e onde começa a realidade.

 

Apesar disto temos convicção de que a Ufologia aborda um assunto de relevante seriedade, que precisa ser conduzido com critério pelas autoridades, sem evasivas ou ocultação de informações. É por isto que neste trabalho queremos abordar uma vez mais o tema, reportando ao passado da Terra e às preocupações e observações que foram alvo das civilizações que fizeram parte da história humana, além de nos estendermos numa abordagem dos tempos atuais. 

 

Sabemos que as muitas lendas existentes nas mais diversas regiões do mundo nada podem provar, ma seria importante no estudo desta matéria, levá-las em consideração. E assim, procurar encontrar as causas que levaram estas civilizações a renderem tantas homenagens e a impressionarem-se tanto com estes fantásticos seres que, em tamanha profusão habitaram as mentes destes nossos antepassados.

 

Não queremos com isto transformar em astronautas extraterrestres esses personagens lendários que habitaram as tradições do passado, mas mostrar que existe uma grande incidência de relatos em todo o planeta que menciona o convívio dos homens com os deuses e suas máquinas voadoras incompreensíveis e mágicas. Seria bom se pudéssemos descobrir onde termina a lenda e onde começa a realidade.

 

A mais antiga civilização conhecida na história da humanidade, a Suméria, que se desenvolveu na Caldéia e tem origem desconhecida, possuía conhecimentos astronômicos fabulosos. Além de deter uma técnica e uma matemática muito avançada, chegando a utilizar-se de números com até 15 casas, uma extravagância para um povo que “não conhecia” máquinas calculadoras e acabara de sair das cavernas.

 

Esta civilização, um mistério para os próprios historiadores e a mais antiga que se tem notícia, possuía uma linguagem, cujas raízes não tinham relação com qualquer outra na face da Terra. Segundo sua tradição, estes povos foram criados e civilizados pelo deus anfíbio Oannes que lhes transmitiu o conhecimento da agricultura e das letras, das artes e das ciências. Os sumérios atingiram tão elevado grau de civilização que se tornou impossível relacioná-los a qualquer outra cultura da época.

 

Misteriosamente, um recém homem primitivo que habitava as cavernas, adquire conhecimentos inimagináveis e passa a construir templos e fortificações, leis morais e sociais complexas, a desenvolver magistralmente a arte, a compilar leis científicas e até mesmo os princípios da geometria. Tudo isto, segundo uma história que não pode explicar como nem quando esses sábios sumérios adquiriam tal conhecimento, a considerar-se a situação primitiva em que viviam seus avós, os homens de Neanderthal.

 

Os primeiros seres humanos admitidos pela história acadêmica teriam surgido há cerca de 500 mil anos no período Paleolítico Inferior, onde desenvolveram os rudimentos da linguagem, o domínio do fogo e a organização familiar. No período Paleolítico Superior, de 30 mil a 18 mil anos a.C., desenvolveram uma organização social mais complexa e agrupamentos familiares e de pessoas de descendência comum.

 

Porém, no período Neolítico, há cerca de oito mil anos a.C. é que ocorreram as primeiras organizações de aldeias e a formação de concepções religiosas. Apenas na Idade dos Metais, a partir de cinco mil anos a.C. é que passaram a desenvolver atividades agrícolas e pastoris, organizando-se em vida urbana e na religião, com instituições mais definidas.

 

Conforme os historiadores, anteriormente ao ano de 3000 a.C., nenhuma civilização existiu e a primeira que se desenvolveu dentro dos moldes conhecidos como civilização aconteceu na Mesopotâmia e, um pouco mais tarde no Egito. Somente aí começaram a ocorrer as primeiras conquistas do homem na escrita, no refinamento da arte, nas obras dos matemáticos, dos astrônomos, poetas, escritores, etc.

 

É estranho observar que, para a história oficial, após um longo período primitivo o homem das cavernas venha apresentar-se, inexplicavelmente e, em um período bem curto, na forma de fundador de grandes civilizações. Na Suméria e no Egito, por exemplo, deixando uma grande lacuna no seu processo de evolução natural.

 

Como a natureza não dá saltos, surge aí um impasse, pois se torna pouco compreensível como o homem primitivo, limitado e grosseiro, tenha, de repente, se tornado sábio e passado a construir palácios, criar leis e estruturas sociais complicadas, religiões bem estruturadas e templos luxuosos. Além de uma hierarquia extravagante de deuses e uma arte que, em muitos casos, transcende e desafia a mais inteligente argúcia.

 

E como se não bastasse, toda a sua história e saber têm como apoio uma tradição milenar que fala da origem do homem, da criação dos mundos, de hierarquias planetárias e solares, de deuses hierarquizados e remontando a um passado misterioso e longínquo que se perde na noite dos tempos.

 

Percebe-se assim, que a origem do homem na Terra, a despeito das inúmeras explicações científicas e dos estudos feitos pelos pesquisadores, continua sendo um enigma. As buscas prosseguem numa tentativa de explicar as inúmeras contradições que surgem a todo o momento, diante de descobertas que surpreendem.

 

Em 1859 surge a tese mais aceita pelos materialistas dialéticos, quando Charles Dawin, cientista inglês, aparece com a teoria da seleção natural das espécies e a publicação de seu livro “A Origem das Espécies”, onde afirma que o homem teria evoluído a partir do mesmo ancestral dos macacos, levantando mais uma densa nuvem de debates e questionamentos, do que uma explicação.

 

Tal nebulosidade permanece até hoje e cresce com o avanço tecnológico e novas descobertas no campo da astronomia e da ciência. Por isto, não devemos perder de vista que os chineses, os caldeus, os assírios, os babilônios, os egípcios, os árabes e os maias foram os povos que despertaram maior interesse pela astronomia, sendo precursores no estudo desta ciência. Entre os gregos, por volta do ano 500 a.C., Pitágoras já ensinava que a Terra tinha forma esferoidal como a Lua, que ele deduziu também ser esférica e não um disco achatado como se acreditava.

 

Por volta de 310 a.C., Aristóteles idealizou um Universo finito com a Terra estacionária no seu centro, sendo os céus formados por esferas homocêntricas (concêntricas) e o Sol, a Lua e os planetas conhecidos, como corpos contidos nestes céus.

 

Ptolomeu reuniu todos os conhecimentos de seus antecessores e confirmou o sistema geocêntrico, onde a Terra permanecia como o centro do Universo. Desde sua época (180 A. D.) não houve, praticamente, nenhuma evolução na ciência astronômica, o que persistiu até o renascimento, onde novas idéias começaram a ser formuladas.

 

Neste caso, parece ter havido uma evolução às avessas, porque a igreja e os astrônomos dos séculos XVI e XVII estavam convencidos de que o Sol, a Lua e os planetas giravam em torno da Terra, acabando por transformar em dogma o sistema geocêntrico descrito por Aristóteles e Ptolomeu, que professava o seguinte: “A Terra é imóvel. A Terra é o centro do Universo. As estrelas, como criaturas de Deus, são incorruptíveis, ou seja, sempre fixas na abóbada celeste; é o firmamento inteiro que se desloca, girando em torno do astro-rei, a Terra.”

 

Conforme mencionamos, parece ter havido um grande retrocesso em relação aos conhecimentos do passado. Onde teriam aqueles sábios, adquirido tal saber e porque foram ignorados em passado recente?

 

Neste sentido, seria interessante repassarmos alguns momentos que foram registrados deste passado não tão longínquo da Terra, uma vez que em todos os lugares, onde quer que a pesquisa se achegue, vai deparar-se com referências estranhas e pouco coerentes para sua época.  Algumas relatam o aparecimento de seres extraordinários surgidos de mundos não conhecidos e trazendo uma ciência transcendente e colossal, que os pesquisadores preferem sempre relegar para interesses secundários, como se estas fossem apenas frutos de lendas e crendices inócuas.

 

Tanto as Estâncias de Dzyan, quanto o Bhagavad Gitâ, a Bíblia Sagrada, as lendas gregas, romanas, nórdicas e de outros povos e, até mesmo, o Timeu de Platão, mencionam a presença de deuses na Terra; de anjos, senhores do fogo e da mente, querubins, filhos de Deus, etc. Entidades inteligentes que mantinham contato com determinados grupos de “escolhidos”, transmitindo ensinamentos cósmicos e terrestres, noções de moralidade e sociabilidade, conhecimentos arquitetônicos e astronômicos, os quais permaneceram através dos séculos como obras de Deus e de deuses.

 

Já mencionamos que os babilônios antigos registraram o aparecimento de Oannes, um ser misterioso de corpo semelhante ao do peixe, que surgiu de dentro do oceano para ensinar-lhes as artes da civilização.

 

É curioso notar que esta referência também pode ser encontrada entre os Dogons, membros de uma antiga tribo africana e que vivem no planalto de Bandiagara, na República de Mali, África Ocidental. Dizem eles que um povo anfíbio, originado de Sírius, teria orientado seus antepassados e aqui chegado numa arca que teria descido do céu. Seus conhecimentos astronômicos impressionam os pesquisadores, que não têm como explicar de onde eles teriam adquirido tais informações de relevante importância e em perfeita concordância com a pesquisa oficial.

 

Os índios navajos e os sunis da América do Norte adoravam deuses louros que vieram do céu e acreditavam que eles tivessem vindo de outros mundos. Os hopis acreditavam que seus ancestrais vieram do espaço, oriundos do planeta Marte e Maldek, sendo este último destruído pelos seus próprios habitantes.

 

Ísis e Osíris teriam descido do céu para civilizar o Egito, enquanto que Quetzacoatl teria ensinado a agricultura e as artes da paz ao povo mexicano, partindo, em seguida, em direção ao sol poente em sua canoa mágica. Muitas lendas da América do Norte e do Sul falam de um profeta branco que teria perambulado pelas terras americanas ensinando muitas coisas e curando doentes.

 

Uma lenda pawnee relata que este estranho ser brilhava com uma luminescência assustadora e seus olhos azuis faiscavam como relâmpagos. A passagem deste personagem foi registrada em várias partes do continente americano (do norte e do sul), numa época em que os meios de transporte e comunicação eram quase inexistentes. Foi conhecido como Quetzacoatl no México e foi venerado em Oklahoma, Mississipi, Dakota, Geórgia, Wyoming, Colômbia, Peru, Brasil, etc.

 

Os notkans lembram a visita de um deus que teria vindo até eles em sua canoa de cobre. Os navajos falam de um estranho ser que viajava em um tronco oco de madeira com janelas de cristal.

 

Em 1519 Montezuma II, imperador dos astecas no México, recebeu com todas as honrarias o conquistador espanhol Fernando Cortez e seus vassalos, certo de que este se tratava do deus branco de barbas que conduziu e governou seus antepassados, tendo partido com seu grande navio em direção ao sol nascente.

 

Também no Peru Atahualpa recebeu solenemente Dom Francisco Pizarro, acreditando tratar-se este de um descendente de Viracocha, o deus errante, conhecedor de todas as coisas do passado, do presente e do futuro.

 

Da mesma forma, a mitologia nórdica dos povos germânicos que habitavam o norte da Europa, veneravam Odin, do qual provinham todas as ciências, a poesia e a magia, além da escrita runa, da qual, ainda restam vestígios. Wiracocha, depois de percorrer todo império inca caminhou sobre as águas do oceano e desapareceu no horizonte.

 

Assim como Wiracocha e Quetzacoatl (a serpente alada) muitos outros nomes lhes davam os povos das Américas: entre os maias era conhecido como Kukulcan; entre os quechuas, Gucumatz e entre os astecas tinha os nomes de Ehecatl (deus do ar), Nanihehecatl (deus dos quatro ventos) e Tlanizcalpenteculi (senhor da luz da aurora).

 

No Brasil recebeu o nome de Sumé, aquele que ensinou aos indígenas o cultivo da terra. Na Colômbia era Bochica. Os nahuas adoravam Tescatlipoca como o “deus do ar” e que se tornou um grande rival de Quetzacoatl. Este, por sua vez, da mesma forma que Hércules, Enoque, Elias, Rômulo, etc., também subiu ao céu, precipitando-se numa pira mortuária e subindo por entre as chamas até o planeta Vênus.

 

Zeus, o poderoso deus da mitologia grega, segundo Hesíodo, chegou a planejar a destruição completa da raça humana, procurando evitar que os deuses se unissem aos miseráveis mortais, vigiando os seus destinos e sobrecarregando de tristezas aqueles semi-deuses, nascidos de deuses e de mortais.

 

Lembremo-nos de que também a Bíblia cristã menciona uma época em que havia gigantes sobre a terra. Foi quando “os filhos de Deus se uniram às filhas dos homens, elas lhes davam à luz filhos; estes são os famosos heróis da antiguidade” (Gênese, 6, 4).

 

Também em outros livros bíblicos, podemos encontrar certas citações estranhas, relatando visões proféticas que bem poderiam estar relacionadas a algo inusitado, como o avistamento de objetos estranhos em voo, por exemplo. Isaias (60, 8 e 9) fala de algo voando entre as nuvens que não seriam aves e que lhes despertavam grande mistério.

 

“Quem são estas, que voam como nuvens, como pombas aos seus pombais? Certamente, são naus que  para mim convergem, com os barcos de Tarsis ponteando, para trazer de longe os teus filhos, a sua prata e o seu ouro com eles, para o nome do Senhor, teu Deus; para o Santo de Israel, que assim te honra”.

 

Podem ser encontradas muitas citações que levantam dúvidas em muitos outros livros, porém, no livro de Ezequiel é que vamos encontrar uma maior riqueza de detalhes de visões de seres e presenças extraordinárias, Além de teletransportes entre o céu e a terra.

 

“Cada um movia-se diante de si, andavam pra onde o espírito dirigia, e, ao mover-se, não se voltavam para trás. E entre aqueles seres havia uma visão como de brasas ardentes à maneira de línguas de fogo, de um fogo circulante entre os seres” (Ezequiel 1, 12-13).

 

“E estando eu a olhar, eis que aparece sobre o terreno uma roda, ao lado daqueles seres, de todos os quatro. A aparência e a estrutura daquelas rodas era cor de topázio, a sua aparência e a sua estrutura como de roda atravessada pela outra roda. Desse modo, eles podiam mover-se nos quatro lados, sem se voltarem ao andar. Tinham a faculdade de elevar-se e de enxergar. Os dorsos de todos os quatro estavam cheios de olhos em todo o redor” (Ezequiel 1, 15-18).

 

“Eu ouvi o fragor das asas, enquanto eles se moviam, semelhante ao fragor de grandes águas em movimento; quando paravam dobravam suas asas” (Ezequiel 1, 24).  

 

O profeta bíblico Ezequiel narra que teve uma grande visão de

“rodas dentro de rodas” com anéis cheios de “olhos” à sua volta.

 

Afora uma extensa galeria mitológica com a qual nos deparamos quando nos predispomos em pesquisar, em todas as culturas vamos encontrar estes colossais seres e muitos registros de forma romanceada sobre a interferência destes e de suas máquinas poderosas em momentos especiais de nossa história.

 

Quando os persas invadiram a Grécia no ano de 480 a.C., comandados por Xerxes, seus milhares de combatentes foram vencidos por Temístocles numa batalha sangrenta. Conta Plutarco que “em certo ponto da luta eles viram uma grande luz que fulgurava do Eleusis (cidade da antiga Grécia) e ouviram um brado que ecoava enchendo a planície de Tricassiana até o mar, como se multidão de homens se unissem conduzindo Iaco em procissão. Então, da multidão ululante pareceu elevar-se uma nuvem, que passou rente à terra para o mar e desceu sobre as galeras helênicas, como para protegê-las”.

 

“Círculo de Fogo” visto pelos egípcios por volta do ano de 1500 a. C.

 

Um antigo manuscrito procedente dos anais do Faraó Tutimoses III que atualmente encontra-se na biblioteca do Vaticano, relata um fato deveras interessante: “No ano 22, no terceiro mês do inverno, às seis horas do dia, os escribas da Casa da Vida viram um círculo de fogo no céu. Não tinha cabeça e a respiração de sua boca tinha um odor imundo. Seu corpo era comprido como uma vara e sua largura também. Não tinha voz… o coração dos escribas encheu-se de medo a esse espetáculo, eles deitaram-se no chão de barriga para baixo. Alguns dias depois estas coisas eram numerosas no céu, elas brilhavam mais que o sol, nos limites dos quatro suportes do céu. Como eram poderosos estes círculos de fogo, o exército do rei os olhava e sua majestade estava no meio deles”.

 

Pode-se perceber que no decorrer de toda a sua história, o homem tem se preocupado com o espaço e registrado as coisas que dele provém. Muitos desenhos gravados em cavernas e as imagens estranhas encontradas em monumentos e pedras em todo mo planeta são indícios importantes de que algo aconteceu em nosso passado.

 

Alguns desses desenhos rupestres evocam a presença de algo estranho na terra em passado muito remoto, que seus primitivos habitantes não podiam compreender muito bem. Como podemos ver em algumas das ilustrações, o que haveria de se sugerir que pudessem ser as representações de figuras enigmáticas deste tipo? Ignorá-las, simplesmente, não tem resolvido o problema.

 

Estranhos objetos gravados em pedra na Bacia dos rios Araguaia e Tocantins, principalmente numa região denominada Martírios do Araguaia.

 

 

Jequitaí e Varzelândia.

 

 

São Thomé das Letras.

 

Figuras humanas de grandes proporções e formas cilíndricas e arredondadas foram pintadas em grutas e cavernas em todo o mundo, como um registro desses acontecimentos misteriosos e extravagantes. Podemos citar como exemplo, as pinturas encontradas no Tassili (Saara), em Val Camônica, no norte da Itália; em Usbequistão (União Soviética); em Santa Bárbara (Califórnia); em Nazca (Peru); na Ilha de Páscoa; em Palenque (no México), na Austrália, no Brasil, etc.

 

Como um registro histórico para a posteridade, em todos estes lugares encontra-se gravadas estranhas representações de objetos voadores e de homens que trajam roupas diferentes para a sua época. Alguns deles aparecem manipulando aparelhos desconhecidos. Além disto, muitos aparecimentos portentosos no céu foram narrados por pessoas célebres em todo o mundo, homens que ajudaram a fazer a nossa história e a escreveram.

 

Historiadores e poetas como Plínio, Sêneca e Tito Lívio relatam “prodígios no céu”, enquanto Cícero narra uma época em que dois sóis apareceram brilhando na abóbada celeste. Em outra época, três luas foram vistas, reunindo-se o senado para consultar os livros sibilinos. Conforme escreveu o próprio Cícero “observaram-se línguas de fogo à noite, e o próprio céu parecia explodir, com estranhos globos nele observados”.

 

Diodoro Sículo ao comentar a queda de Esparta, em 372 a.C., descreve um portento divino que teria predito a ruína do império espartano. Disse ele, que durante muitas noites foi visto no céu uma grande tocha brilhante que, por causa de sua forma foi chamada de “peixe flamejante”.

 

Crônicas diversas da antiga Roma contam o aparecimento de escudos voadores no céu, lâmpadas luminosas, archotes ardentes, etc. Escudos voadores desceram repentinamente sobre o exército de Alexandre, o Grande, no ano de 332 a.C. causando pânico entre seus homens, cavalos e elefantes.

 

“Escudo flamejante” visto na antiga Roma.

 

Enquanto sitiavam Tiro, tentando vencer suas muralhas inexpugnáveis, surgiram cinco desses escudos em formação triangular, sendo o primeiro deles de grande tamanho. Eles percorreram lentamente a cidade, sendo observados pelos soldados em batalha.

 

A seguir, o maior deles disparou vários raios sobre as muralhas e estas desfizeram-se como montes de terra solta, deixando grandes brechas abertas, por onde os soldados de Alexandre penetraram. Os “escudos flamejantes” permaneceram por sobre a cidade durante toda a luta, até que a cidade foi conquistada. Então, desapareceram em vôo na escuridão do céu.

 

Em 218 a.C. “navios fantasmas foram vistos brilhando intensamente no céu”, escreveu Lívio, para, em 204 a.C. ele próprio narrar o surgimento de dois Sóis nos céus da Itália. Em 171 a.C. foram vistos no Foro romano três Sóis que brilhavam ao mesmo tempo. No ano de 167 a.C. e seguintes, foi visto em diversos lugares uma tocha ardendo no céu.

 

Em 122 a.C. na Gália, foram avistados três Sóis e três Luas, narra Plínio e, quatro anos depois foram vistos outros três Sóis em Roma. Em 91 a.C. escreveu Obsequens que “ao por do sol, na região do norte, um globo de fogo correu o céu emitindo um som terrível. Em Espoleto uma bola de fogo dourada rolou pelo chão e, aumentando de tamanho, elevou-se da terra na direção do leste, tornando-se bastante grande para bloquear o Sol”.

 

Em 63 a.C., “um feixe resplandecente atravessou o céu, vindo do oeste”, relata o mesmo Obsequens. Lycosthenes narra o aparecimento de três Sóis no céu de Tarso (Ásia Menor) no ano de 41 a.C., que depois se fundiram em um só. Em 17 a.C. foi relatado o surgimento de uma luz que percorreu o céu do meio dia, sendo vista por inúmeras pessoas. Em 51 d.C. foram vistos três Sóis no céu.

 

Em 71 d.C. Lycosthenes descreve o surgimento de dois Sóis a leste e a oeste, sendo um mais fraco e pálido do que o outro, que se mostrava extremamente brilhante. Em 98 d.C. foi visto em Tarquínia, na Itália, uma tocha ardente percorrendo o céu, caindo, de repente. Ao por do sol, um escudo flamejante passou pelo céu sobre Roma, do oeste para o leste.

 

Em 192 d.C. durante o reinado de Cômodo, um objeto extremamente brilhante cruzou o céu, escreveu Elio Lampridio. Durante o reinado do imperador Teodósio, em 193 d.C., uma grande esfera luminosa percorreu os campos, seguida de várias outras menores. Em 600 d.C. foi avistado na Escócia um “navio” percorrendo o céu. Em 840, três homens e uma mulher foram vistos descendo de uma nuvem em Lyon, França, sendo imediatamente linchados pelo povo. Em 1034 uma esfera de fogo percorre os céus do Cairo. Em 1461, em alto mar, foi avistado um grande “navio” no céu, soltando fogo e, ainda, uma roda de ferro em chamas, cujo tamanho era a metade da lua cheia.

 

Um dos relatos mais importantes de avistamentos de luzes estranhas no céu se deu em 11 de outubro de 1492, por volta das 22h, quando Cristóvão Colombo chegava às costas da América. Do convés do navio Santa Maria o descobridor avistou uma luz brilhante a grande distância e chamou o cavaleiro-camareiro do rei, Pedro Gutierrez, para que ele também observasse. Ela desapareceu de vista, retornando mais tarde e reaparecendo durante toda a noite, ora oscilando para cima, ora para baixo, emitindo raios de luz de pouca intensidade. A estranha luz, não explicada razoavelmente, foi avistada pela primeira vez quatro horas antes do avistamento de terra firme, que deu a Colombo o título de descobridor da América.

 

Em 1561 foram avistados sobre Nuremberg diversos objetos no céu, de formatos variados e em 1566 na cidade da Basiléia, na Suíça estranhos objetos de forma arredondada, alguns claros e outros escuros, foram vistos também no céu, parecendo lutarem entre si.

 

 

Fenômeno aéreo registrado sobre Nuremberg em 14/04/1561.

Reprodução de um desenho da época representando o fenômeno.

 

No século XVIII existem anotações diversas de observações feitas na Suécia, na Suíça, em Londres, Oxford, etc., relatando objetos luminosos, esferas que saíam de um cilindro brilhante, objeto na frente do disco do sol, etc. No século XIX vários países, desde a Ásia, a Europa e Estados Unidos foram palco de milhares de avistamentos, descritos como meteoros movendo-se no céu, estranhos objetos em linha reta, discos diante do sol, esferas extremamente luminosas vindas de uma nuvem que se movimentava lentamente, rodas gigantes e luminosas no céu. Algumas girando e descendo lentamente, esferas luminosas do tamanho da lua cheia movendo-se rapidamente, bolas de fogo emergindo do oceano e desaparecendo no espaço, corpos voadores e alinhados no céu, estranhos meteoros móveis, etc., etc., etc.

 

O primeiro a interessar-se por estes fenômenos nesta época foi Charles Fort, que colecionava relatos estranhos em caixas de sapato. No seu “Livro dos Danados” registra um verdadeiro caos de fatos insólitos, trazendo à tona “um batalhão de danados, capitaneados pelos diáfanos dados exumados” (por este exótico colecionador), que pondo-os em marcha, estremece os espíritos dos comodistas e preconceituosos tradicionalistas, trazendo-lhes a desgraça de ter de suportar tais acontecimentos no cotidiano.

 

Com a palavra “danados” quis Charles Fort representar aqueles casos propositalmente excluídos e que causam incômodo, por tratarem-se de algo incomum, fora dos padrões convencionados e na sua maioria inexplicáveis dentro dos moldes científicos normalmente aceitos. Dentre os muitos fatos por ele mencionados temos o do surgimento de duas enormes rodas luminosas, raiadas, sobre o vapor Patha, da British Índia Company, no Golfo Pérsico, em 28/12/1883. Estas mediam cerca de 450 metros de diâmetro cada uma e seguiram o navio durante cerca de 20 minutos.

 

Muitos outros fenômenos são relatados como, por exemplo: rodas em chamas, ondas de luz brilhante, corpos luminosos, nuvens em formas definidas, feixes luminosos e outros fenômenos meteorológicos que permaneceram sem explicações, apesar de sua intensidade.

 

Surgem ainda na procissão dos excluídos, formas semelhantes a cometas, objetos em forma de charuto e forma cilíndrica, discos e corpos sólidos, luzes móveis, etc., que se não tivessem sido testemunhadas por inúmeras pessoas e em diversos lugares, poderiam ser consideradas como sendo logro da imaginação, tal a sua transcendência e estranheza.

 

Inúmeros fenômenos têm sido avistados em todas as partes do mundo e seus registros se acumulam, chegando a milhares. Cronistas de todas as épocas os têm mencionado em seus escritos e a história dos homens sobre a Terra tem se mostrado, portanto, mais complexa, simulando que ele não está só… Nunca esteve só…

 

* J.A. Fonseca é economista, aposentado, espiritualista, conferencista, pesquisador e escritor, e tem-se aprofundado no estudo da arqueologia brasileira e  realizado incursões em diversas regiões do Brasil  com o intuito de melhor compreender seus mistérios milenares. É articulista do jornal eletrônico Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br) e membro do Conselho Editorial do portal UFOVIA.

 

- Todas as ilustrações: Reproduções de J.A. Fonseca/Arquivo Via Fanzine.

 

Confira também:

 

TV FANZINE - Assista entrevista exclusiva com J.A. Fonseca

Novas incursões ao interior do Mato Grosso

A Magnífica 'Arte Rupestre' de Serranópolis

A antiguidade dos registros rupestres do Brasil

 

   Leia também:

  Mais um Enigma Brasileiro – Sete Cidades–PI

  A Misteriosa Z e o Coronel Fawcett

  As inexplicáveis 'construções' de Paraúna (GO)

  Seguindo as Alterosas: Andanças por Minas Gerais

  A misteriosa Chapada dos Guimarães (MT)

  As  incríveis inscrições rupestres de Coronel Ponce (MT) 

  Inexplicável presente no Centro-Oeste do Brasil

  Grandes questões não respondidas sobre a Arq. Brasileira

  Mistérios arqueológicos escondidos em Poxoréo

  Mais um enigma brasileiro: Sete Cidades - Piauí

  Desvendado o mistério da Pedra do Ingá

  Estranhos signos na arte rupestre do Brasil

  TV FANZINE - Assista entrevista exclusiva com J.A. Fonseca

- Visite também: ARQUEOLOvia

 

- Produção: Pepe Chaves

© Copyright 2004-2017, Pepe Arte Viva Ltda.

 

Esta matéria foi composta com exclusividade para Via Fanzine©.

 

Leia mais J.A. Fonseca:

www.viafanzine.jor.br/fonseca.htm

© Copyright 2007-2012, J.A. Fonseca.

© Copyright 2004-2015, Pepe Arte Viva Ltda.