Mato Grosso:

Mistérios arqueológicos em Poxoréo

Uma vasta região onde se localiza a pequena cidade de Poxoréo, a sudeste do estado do Mato Grosso, guarda uma grande quantidade de registros arqueológicos e mistérios que não podem ser explicados com muita facilidade pelos pesquisadores.

 

Por J. A. FONSECA*

 

Curiosa formação na região de Poxoréo.

 

A região

 

Em nossa mais recente viagem com o intuito de pesquisar as coisas estranhas do Brasil, chegamos até Poxoréo. A cidade se localiza próxima a Primavera do Leste, na estrada que leva a Rondonópolis, quando nos deparamos com estranhas inscrições lapidares, monumentos líticos de grande impacto visual e estranhas marcas no solo rochoso em suas cercanias.

 

Poxoréo é uma cidade tradicional do interior do Brasil com cerca de 18 mil habitantes e localizada a 240 quilômetros da capital Cuiabá, numa depressão que ganhou o nome de Rio Paraguai. Cercada de serras e morros com altitude média de 700 metros acima do nível do mar, a cidade está assentada numa altitude de 450 metros.

 

O início da povoação do município se deu em 1924, quando se descobriram as primeiras gemas de diamantes na região. Em 1926 foram feitas novas descobertas no sopé do Morro da Mesa, onde uma pequena povoação começou a se formar. Somente em 1938 é que foi criado o município de Poxoréo, nome que significa na língua do povo Bororo que habitava a região, “Morro da Mesa”, referência esta dada ao morro de arenito triássico em forma de mesa que pode ser visto com grande destaque e beleza próximo à cidade.

 

As terras onde hoje se localiza o município pertenciam originalmente aos povos indígenas das tribos Bororos e Xavantes. O nome que fora dado à cidade na sua fundação era Poxorêu, que passou a ser pronunciado pela população como Poxoréu. Em 1968, uma lei municipal determinou que a sua grafia seria doravante mudada para Poxoréo.     

 

Além de ser conhecida por suas riquezas minerais, pedras preciosas e diamante, também se mostra como um local de grandes preciosidades arqueológicas, estranhas formações líticas e outros registros de natureza inexplicável. Apesar de já ter passado pela região quando pesquisei Coronel Ponce e Chapada dos Guimarães, não poderia imaginar que por aquelas bandas haveria de encontrar tantos registros de grande relevância como os que pude ali observar.

 

Acontecimentos Providenciais

 

Tudo começou com um contato feito via Internet por Sávio Stump Egger, residente em Primavera do Leste, que me encomendara alguns livros e na troca de correspondências, me falou sobre estas coisas da região. Em nosso intercâmbio através de e-mails, aprofundamos nosso relacionamento e descobri que o meu correspondente era um pesquisador incansável e interessado pelas coisas do Brasil. Como eu precisa de ir até Barra do Garças para resolver algumas pendências, decidi seguir até Primavera do Leste para me encontrar com o Sávio e ver de perto o que ele já havia descoberto naquela região.

 

Chegamos lá  - eu e minha esposa - no dia 06 de abril e à noite já nos reunimos em sua residência para tratar do assunto. Lá chegando, aguardava-nos também seu amigo Givanildo Brunetta, engenheiro agrônomo e proprietário de uma fazenda, que também tem grande interesse pela arqueologia brasileira e sua história. Aí iniciamos nossa conversa sobre as coisas misteriosas do Brasil, especialmente desta região do planalto central brasileiro e trocamos conhecimentos sobre nossas pesquisas.

 

Combinamos em sair no outro dia pela manhã, eu, o Sávio e o Givanildo, para percorrermos uma trilha que levava a uma lapa de inscrições pesquisadas por eles. Sávio havia intitulado a lapa de “Abrigo dos Pezinhos”. Ela se localiza, num lugar chamado São Paulo da Raizinha, nas cercanias da cidade de Poxoréo.

 

 

Monolitos pétreos próximos ao Morro da Mesa.

 

Felizmente, este possuía um jipe de tração nas quatro rodas, porque, certo percurso que fizemos, com cerca de 30 quilômetros, o caminho pouco percorrido estava bem deteriorado, com imensas crateras e erosão por todo lado. Chegando à margem de um pequeno rio, deixamos o jipe e o atravessamos a pé para adentrarmos numa mata fechada, rumo ao abrigo que o Sávio já havia visitado, conforme já mencionamos.

 

O Givanildo estava equipado com um GPS, que posteriormente seria de grande utilidade para todos nós, uma vez que nos desviamos da passagem para a lapa conhecida e rumamos para a encosta da serra de pedra, sem nos percebermos disso. Apesar das preocupações e de termos caminhado além da conta em busca da trilha que nos levasse de volta ao jipe, tudo isto foi muito providencial, porque acabamos  por chegar a uma outra lapa com uma grande quantidade de inscrições, semelhantes às que estávamos procurando.

 

Paramos ali e registramos tudo por meio de fotografias e filmagens, lanchamos e depois seguimos adiante. Ainda não tínhamos a direção certa, mesmo que o GPS apontasse para bem próximo (cerca de 700 m) a direção do jipe. Quando caminhávamos na direção indicada deparávamo-nos sempre com uma serra ou com uma vala que dificultava a nossa passagem.

 

Depois de algumas voltas chegamos a um segundo abrigo, também desconhecido do Sávio e do Givanildo e paramos ali para fazer os nossos registros. Por causa de termo-nos perdido, decidimos dar o nome à primeira lapa de “Abrigo dos Perdidos” e à segunda de “Abrigo dos Símbolos”, em virtude de termos encontrado ali uma rica simbologia que não nos pareceu ter sido feita aleatoriamente.

 

Após nossos registros nesta segunda lapa, partimos em busca daquela que fazia parte de nossos propósitos iniciais. Logo em seguida a encontramos, pois ela estava bem próxima e fizemos ali também os nossos registros. Adiante iremos falar de cada uma delas e ilustrar com fotografias para mostrar que estas regiões brasílicas escondem algo relacionado a um passado muito remoto, do qual quase nada se pode ainda cogitar.

 

É importante destacar que os nossos mais novos amigos, Sávio e Givanildo, se tratam de conscientes pesquisadores em busca de explicações para os mistérios que encobrem estas terras do Brasil. Eles têm se esforçado em suas andanças para compreender o que o passado ocultou com grande eficiência aos olhos de nossos historiadores.

 

Com esta nossa nova visita em terras mato-grossenses em companhia de ambos, acrescentamos novos conhecimentos às nossas buscas, porém, estranhamente, o mistério se adensou um pouco mais - sobretudo, após a descoberta das observações que fizemos in loco das novas inscrições -, ao invés de trazer alguma réstia de luz sobre as pesquisas que já vínhamos desenvolvendo.

 

Mas, isto não nos afeta, nem pode permitir que sejamos atingidos pelo anátema da desistência ou da dúvida, mas encoraja-nos a buscar sempre uma resposta e a fortalecer em nosso íntimo que há um passado misterioso vivido nestas terras sul-americanas, o qual, insiste ainda em se ocultar sob as glamourosas brumas que encobrem esses tempos mais longínquos da história do Brasil.      

 

Grandes paredões cercam a entrada da gruta.

 

Em nosso retorno destes três abrigos, planejávamos ir até a uma gruta próximo dali, numa região denominada Raizinha, quando encontramo-nos com o proprietário de uma fazenda e caçador de diamantes, Sr. José Carlos, onde esta se localizava.

 

Ele mesmo nos levou até esta gruta que se localizava a uns 1000 metros de sua casa. Andamos às margens de um córrego de águas cristalinas, até que chegamos à entrada da gruta de pedra no sopé de um grande conjunto de montanhas pétreas que se fechavam numa espécie de vale sombrio entre as árvores.

 

Seria uma gruta comum, não fosse a sua estrutura retilínea à direita como se fora uma viga precisamente cortada na pedra até seu ponto mais alto a cerca de três metros de altura. Ficamos impressionados com mais esta inusitada “construção” lítica em pleno planalto central do Brasil e retornamos ao jipe que nos aguardava a cerca de 1000 metros dali. Em seguida estávamos de volta à cidade de Poxoréo, pois já começava a escurecer e seguimos até Primavera do Leste, onde estávamos hospedados.

 

Abrigos de São Paulo da Raizinha

 

Como já explanamos anteriormente, fomos em busca de um abrigo já conhecido de nossos anfitriões na região denominada São Paulo da Raizinha e encontramos dois outros, o que nos deixou muito animados e também perplexos com o que vimos.

 

Muitos estudiosos em arqueologia nacional e internacional insistem em afirmar que todas estas manifestações líticas encontradas no Brasil se tratam de produção aleatória de povos primitivos ou indígenas que habitaram a região. Alguns poucos chegaram até mesmo a afirmar que se tratam de cortes feitos pelo processo de afiação de instrumentos de caça feitos pelos indígenas e, outros ainda, que se tratam simplesmente de cortes naturais feitos no rochedo pela ação da natureza.

 

Isto leva-nos a pensar que estes estudiosos jamais estiveram em nenhuma destas regiões para ver tais cortes de afiação ou de caráter natural, segundo afirmam. Ou, em outra hipótese, o que querem com estas explicações bizarras é forçar teorias e encerrar um assunto de elevada complexidade por incapacidade de compreendê-lo.

 

Qualquer pessoa que destas inscrições se aproxima pode notar que não se tratam de rebaixamentos naturais, mas sim de cortes feitos deliberadamente na pedra, com o intuito de deixar algo registrado de forma perene. Com isso, não queremos afirmar ser todas as manifestações encontradas no Brasil e no mundo ter sido feitas por gente que conhecia alguma forma de escrita, pois, dentre estas, podem ser vistas figuras diversas e riscos que, notadamente, foram produzidos por homens primitivos que pouca coisa pretendia expressar.

 

Muitas outras, porém, trazem relevantes características que não nos permitem atirá-las no mesmo saco de teorias convencionais, sob a pena de estarmos também querendo simplificar demasiadamente as coisas ou até mesmo fechar os olhos para uma realidade que nos grita aos ouvidos para que seja percebida. Estes três abrigos que visitamos possuem registros que nos fazem permanecer estáticos e nos questionar, sem partir para especulações excepcionalmente inusitadas sobre a riqueza dos símbolos neles encontradas e a metodologia empregada para reproduzi-los na pedra bruta.    

 

Abrigo dos Pezinhos

 

Este abrigo já era conhecido de nossos amigos pesquisadores Sávio e Givanildo e foi para lá que nos dirigíamos quando nos desviamos de nossa rota. Este nome foi dado pelo Sávio, por conta de um painel de pés humanos moldados primorosamente na rocha, sendo que um deles, aparentando ser de criança tem apenas quatro dedos.

 

Para nós, é difícil compreender como alguém não inteligente, pudesse moldar pés na rocha íngreme na posição vertical, a mais ou menos um metro do chão e de forma tão cuidadosa. É como se a elevação pétrea que sobe além dos arbustos fosse originalmente toda de argila moldável para que esta manifestação artística pudesse ser concretizada.

 

E não é só isso que pode ser visto ali. Muitas das inscrições, tipo insculturas, foram produzidas de forma peculiar, parecendo-se que muitas delas teriam sido feitas por intermédio de um instrumento especialmente cortante, dada às formas retilíneas de seus traços e a metodologia utilizada que não conseguimos determinar. Os motivos são também variados como formas geométricas, figuras estranhas e bem elaboradas, círculos, triângulos, retângulos, signos semelhantes a letras, muitos deles, cortados de forma estranha, como se cortássemos símbolos em um bloco de argila úmida.   

 

 

Marcas de pés impressas na rocha bruta e uma espécie de aranha estilizada.

 

Abrigo dos Perdidos

 

Nesta região onde se encontram os abrigos podem ser vistos diversos conglomerados de rocha elevando-se da mata, em cujos paredões, imaginamos, podem ser encontrados novos abrigos e inscrições semelhantes às que encontramos.

 

O Abrigo dos Perdidos foi o primeiro que descobrimos depois de nosso desvio de rota e como já havia dito, foi muito providencial que isto tivesse acontecido. Também este está repleto de insculturas numa extensão que bem pode atingir uns dez ou doze metros em linha reta e estendendo-se por sua encosta íngreme levemente abobadada em direção ao solo.

 

Neste abrigo há muitas formas estreladas, cujos raios se estendem de um centro como se quisessem representar algo muito brilhante e significativo para seus autores.

 

Formas geométricas agrupadas também podem ser vistas ali, pontos capsulares, além de círculos concêntricos, cuja simbologia vem de tempos muito longínquos e possui caráter universal. Dentre estes, temos o círculo com um ponto no centro e espirais que pretendem indicar que podem se tratar de esferas em movimento ou mundos além da Terra.

 

Na antiga tradição dos povos tupis, o círculo com um ponto no centro ou um pequeno círculo representava Kuaracy, o princípio binário da criação, o Fogo-Mãe. Muitos outros símbolos podem ser encontrados aí e isto vai nos exigir um estudo mais aprofundado e comparativo em relação a outros locais que já tivemos o privilégio de visitar nestas terras do antigo Baratzil.     

 

Círculos concêntricos, simbologia de caráter universal.

 

Abrigo dos Símbolos

 

Este segundo abrigo que descobrimos antes de chegarmos ao Abrigo dos Pezinhos é também perturbador. Não nos é possível imaginar que aquilo que se desvela diante de nossos olhos teria sido feito por homens grosseiros, trogloditas que mal conseguiam se alimentar com razoável higiene e construir habitações com mínimas condições de conforto para sua prole.

 

Já de início nos deparamos com um conjunto explicitamente técnico que tivemos o cuidado de riscar com giz para destacar suas figuras enigmáticas. Ali podíamos ver com clareza e sem subterfúgios uma linha inclinada, um triângulo, uma representação da expressão matemática pi e um ideograma em forma humana com um braço com três dedos e outro braço com duas linhas paralelas.

 

Além deste conjunto inusitado havia outros que se destacavam, especialmente, uma outra figura também integrante da antiga tradição tupi. Trata-se de um círculo maior que traz em seu interior outros dois círculos, formando um conjunto concêntrico que representa o três ou a Divindade Tupã, o deus que incorpora o grande mistério dos povos tupis. Será que esta simbologia que é encontrada em diversas regiões do solo brasileiro trata-se de uma simples coincidência?

 

Se assim for, teremos que nos convencer que se trata de uma coincidência muito forte, fora do comum e porque não dizer de caráter excepcional. Sabemos que o caráter excepcional não pode ser encontrado com tanta regularidade e em diversos lugares como é o caso deste, por exemplo, deixando de ser especial por razões como estas e exigindo, portanto, explicações mais condizentes com o seu grau de estranheza.   

 

 

Conjunto de símbolos que parece querer transmitir uma idéia. Ao lado, uma espiral.

 

Gruta da Raizinha

 

Esta gruta que, segundo o proprietário da fazenda, possui diversos salões abertos dentro da montanha de pedra que a cerca, tem características bem estranhas e diferenciadas das que comumente visitamos.

 

Logo à entrada a alguns metros da gruta, à direita, há uma pedra de grandes proporções que traz insculpida uma estranha figura, à semelhança de um rosto humano, com olhos bem profundos e arredondados e uma cabeça em forma de um coração.

 

Os furos que poderiam ser o par de olhos desta figura possuem significativa profundidade e parecem ter sido feitos com uma espécie de broca afunilada em forma de cone, pois se estreitavam da borda para o interior da pedra, além de ser extremamente circular. Logo defronte à gruta, se projeta imponente com sua estrutura arquitetônica, pois do lado direito, mostrava uma espécie de viga cortada na pedra que se elevava em linha reta até o seu ponto mais alto.

 

Estranha figura gravada na pedra na entrada da gruta, no detalhe, ampliação.

 

A gruta e suas ‘vigas’ retilíneas.

 

A visão era perturbadora, pois era absurdamente retilínea e parecia ter sido cortada com facilidade, como se cortássemos com uma faca um pedaço de argila ainda mole.

 

De seu interior nascia o córrego de águas límpidas que viemos seguindo até a sua entrada no meio das árvores e que o senhor José Carlos canalizou para levar água até onde extraía os diamantes. Segundo ele, há uma passagem na gruta que leva a grandes salões no interior da montanha, os quais só devem ser percorridos com lanternas de gás, uma vez que as de pilha e as elétricas descarregam imediatamente, devido a existência de cristais e uma grande força em seu interior.

 

Ao lado desta, parece haver uma outra entrada de grandes proporções, mas que se acha fechada por uma espécie de parede formada de pedras achatadas, tipo São Tomé, como se estivessem sido ali colocadas deliberadamente. Todo o seu conjunto é magnífico e ficamos a imaginar porque havemos de encontrar tantas coisas a serem explicadas no interior de nosso país, se a sua história não remontasse há um tempo muito antigo.

 

 As ‘vigas’ retilíneas sugerem ser fruto de ação humana na rocha.

 

Senhor Marinho Taba

 

Esta simpática figura de Poxoréo é paranaense de Londrina e mora na região faz muitos anos, ao ponto de conhecer tudo ali com grande profundidade. Desde criança começou a colecionar pedras e hoje possui um excepcional museu em sua residência com milhares de exemplares e características bem peculiares. 

 

O Museu de pedras, minerais e achados na região do Sr. Marinho é bem conhecido na cidade e guarda uma vasta coletânea de tesouros naturais, inclusive, fósseis de peixes, moluscos, conchas e até mesmo do afamado trilobita, artrópode marinho do período cambriano.

 

Depois de termos andado pelas redondezas de Poxoréo em sua companhia e do Sávio, eu e minha esposa fomos visitar seu museu que é também constituído de muitos discos de vinil antigos e de 78 rpm, além de livros e jornais com artigos diversos.

 

Levou-nos gentilmente até um cômodo no fundo de sua casa, onde sobre mesas e prateleiras, possui um grande acervo de pedras e metais nobres encontrados na região e em muitas outras partes do mundo.

 

Em meio a toda esta vasta coletânea de pedras havia também instrumentos primitivos de pedra polida, fósseis diversos achados ali perto, pedaços de árvores petrificadas e ossadas de animais pré-históricos.

 

Olhamos tudo aquilo com grande interesse e ele nos explicava tudo, mostrando detalhes que não tínhamos observado e curiosidades inusitadas como, por exemplo, uma pedra com água dentro e um cristal com um filete de água visível.

 

No quarto ao lado havia também uma grande quantidade de coisas da região, como animais, cobras, aranhas e um caranguejo que disse ter pertencido a uma família de crustáceos que era de água salgada e já não existia mais.

 

Após esta magnífica aula de história antiga e mineralogia, já era noite, despedimo-nos dele para retornamos à Primavera do Leste, a cerca de 40 quilômetros de distância.

 

Círculo feito na pedra sob alta pressão. Abaixo, detalhe da inscrição.

 

Outros mistérios na pedra

 

A região de Poxoréo é muito rica e os mistérios não acabam aí. Na estrada que liga Poxoréu a Jaciara passa-se pelo alto de uma montanha próximo ao Morro da Mesa, onde muitas coisas causam forte impressão.

 

Fomos até lá no jipe de tração do Sávio em companhia de minha esposa e do Sr. Marinho, que nos mostraram coisas muito estranhas. Estacionamos numa passagem pelas pedras, pois o local onde estávamos era uma grande laje pétrea de arenito e vimos, primeiramente, gigantescas tartarugas de pedras assentadas à semelhança de um calçamento.

 

São inúmeras estas formações que se estendem pela encosta da montanha de pedra como construções no meio da vegetação. São semelhantes às que tínhamos visto em Sete Cidades no estado do Piauí.

 

Descemos um pouco mais na encosta íngreme e após um despenhadeiro, sobre uma rocha ao longe, Sávio nos mostrou três formações circulares enormes, de mais de um metro de diâmetro, muito geométricas e com características bem inusitadas.

 

O círculo retilíneo ao solo parece ter sido feito sob grande pressão e calor no solo pétreo, deixando uma marca perfeitamente delineada que teria pressionado o solo fortemente ao ponto de formar rebaixamento em relação ao centro e as bordas.

 

Como estão posicionadas de forma triangular mais ou menos perfeitas, não poderíamos, a princípio dar uma explicação lógica para o seu aparecimento na laje que se projeta daquele lado da elevação da montanha.

 

Queríamos nos aproximar delas para tomar medidas mais precisas, mas a via é muito íngreme e perigosa, exigindo alguns equipamentos para descer no seu flanco esquerdo e chegar até elas. Fizemos os nossos registros somente à distância, mas mesmo assim, não acreditamos que sua presença ali não pode ser explicada por vias convencionais.

 

Formações pétreas como calçamentos poliédricos. Embaixo: círculo marcado no solo.

 

De volta à estrada passamos novamente pelas “tartarugas” pétreas e foi nos mostrado outro círculo de linhas tracejadas, muito regular, que também nos chamou a atenção e aguçou a nossa curiosidade.

 

Em diversos lugares, sobre a rocha de arenito, vimos outros círculos bem estranhos com cerca de um metro de diâmetro, bem traçados e com características também inexplicáveis.

 

A pedra é regularmente acinzentada escura, mas o interior do círculo se torna avermelhado e possui ainda um fino contorno esbranquiçado em torno dele, de forma que a pedra não altera a sua estrutura linear, mas apenas muda de tonalidade, como se algo tivesse agido ali de forma contínua e deixasse esta marca circular.

 

Partimos dali com um sem número de questionamentos a serem respondidos e o Sol já começava a se por. De resto, ainda subimos ao alto de uma montanha próxima e assistimos o por do sol no horizonte longínquo, dando por encerrada mais uma jornada neste lado do nosso planeta.

 

Nessa mesma região, um círculo perfeito foi gravado no solo.

 

Em nossa bagagem trouxemos inúmeras fotografias, filmagens e anotações mais detalhadas, feitas em todos estes lugares que visitamos.

 

O que de mais marcante ficou foi a nossa experiência por estas paragens com esplêndidas lembranças e um sem número de mistérios, os quais, vieram engrossar um pouco mais o vasto volume de enigmas que nos perturbam e que se estendem teimosamente por todo o território deste nosso amado Brasil, desafiando a nossa argúcia e o nosso conhecimento.

 

* J.A. Fonseca é economista, aposentado, espiritualista, conferencista, pesquisador e escritor, e tem-se aprofundado no estudo da arqueologia brasileira e  realizado incursões em diversas regiões do Brasil  com o intuito de melhor compreender seus mistérios milenares. É articulista do jornal eletrônico Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br) e membro do Conselho Editorial do portal UFOVIA.

E-mail: jafonseca1@hotmail.com.

 

- Fotografias: J. A. Fonseca.

 

Confira também:

 

TV FANZINE - Assista entrevista exclusiva com J.A. Fonseca

Novas incursões ao interior do Mato Grosso

A Magnífica 'Arte Rupestre' de Serranópolis

A antiguidade dos registros rupestres do Brasil

 

   Leia também:

  Mais um Enigma Brasileiro – Sete Cidades–PI

  A Misteriosa Z e o Coronel Fawcett

  As inexplicáveis 'construções' de Paraúna (GO)

  Seguindo as Alterosas: Andanças por Minas Gerais

  A misteriosa Chapada dos Guimarães (MT)

  As  incríveis inscrições rupestres de Coronel Ponce (MT) 

  Inexplicável presente no Centro-Oeste do Brasil

  Grandes questões não respondidas sobre a Arq. Brasileira

  Mistérios arqueológicos escondidos em Poxoréo

  Mais um enigma brasileiro: Sete Cidades - Piauí

  Desvendado o mistério da Pedra do Ingá

  Estranhos signos na arte rupestre do Brasil

  TV FANZINE - Assista entrevista exclusiva com J.A. Fonseca

- Visite também: ARQUEOLOvia

 

- Produção: Pepe Chaves

© Copyright 2004-2011, Pepe Arte Viva Ltda.

 

Esta matéria foi composta com exclusividade para Via Fanzine©.

 

Leia mais J.A. Fonseca:

www.viafanzine.jor.br/fonseca

© Copyright 2007-2012, J.A. Fonseca.

© Copyright 2004-2015, Pepe Arte Viva Ltda.

 
PÁGINA INICIAL
 

 

 

 

 HOME | ZINESFERA| BLOG ZINE| EDITORIAL| ESPORTES| ENTREVISTAS| ITAÚNA| J.A. FONSECA| PEPE MUSIC| UFOVIA| AEROVIA| ASTROVIA

© Copyright 2004-2024, Pepe Arte Viva Ltda.