Brasil Antigo
Vestígios: Culturas cerâmicas da Amazônia - Parte 3 (final) A partir do século XIX pesquisas arqueológicas descobriram nesta região um tipo de objetos cerâmicos que possuíam uma técnica e uma arte muito superior aos que foram encontrados em outros locais do país.
Por J. A. FONSECA* De Itaúna-MG Julho/2016
Tigela decorada Marajó, com incisões e excisões dando destaque às figuras. Confira: Leia também: Mais um Enigma Brasileiro – Sete Cidades–PI Assista: TV FANZINE Especiais sobre muros de pedras em Itaúna
Nesta terceira parte vamos dar destaque a uma grande variedade de hieroglíficos na “arte” ceramista desses povos amazônicos que estamos estudando. Diante da complexidade e variedade desses símbolos não seria por demais analisá-los mais detidamente e até mesmo atribuir-lhes fundamentos mais avançados, do que simplesmente pensar tratar-se de decorações apenas, sem maiores pretensões por parte de seus executores.
É fato que as decorações feitas em suas variadas peças cerâmicas despertaram surpresa diante dos pesquisadores, porque eram de tal forma exuberantes e sofisticadas que muitos achavam ser difícil de acreditar que estas tivessem sido feitas por um tipo de gente inculta e modesta como se supõe ter sido o povo marajoara. Tanto os traços precisos, quanto as combinações eram produzidos de tal forma que não se podia acreditar no que se estava vendo. Os contornos de aparência simples e difíceis de serem executados requeriam muita precisão e atenção absoluta para que suas linhas pudessem atingir o objetivo decorativo e harmonioso pretendido pelos seus executores.
É bem possível que a língua falada por estes grupos tenha sido o tupi, pois todas as demais etnias que habitavam esta região sul-americana falavam uma espécie de língua geral, constituída basicamente do ramo tupi e do guarani, com pequenas variações entre ambos e muitos outros dialetos originados destes dois, que diríamos serem as principais. Os estudiosos dizem que a língua dos Aruan (aruaques) era chamada de nheengaíba ou língua má, pois ela possuía sons ásperos como a dos caraíbas e botocudos. Era uma língua que diziam ser “travada”. Porém, acreditamos que esses remanescentes indígenas que foram encontrados em Marajó podem não terem tido como antecedentes os povos marajoaras, uma vez que estes saíram de cena tão misteriosamente quanto chegaram e não deixaram indicações de para onde teriam ido.
Raimundo Morais referindo-se à cultura marajoara no seu livro “O Homem do Pacoval” diz: “Estrangeira ou nacional, a civilização marajoara reponta num simples documento: a louça. Examinado este documento pelos arqueólogos, afloram, nas imagens decorativas da ceramista (a oleira de todos os povos do mundo foi a mulher), alegorias, signos, gregas, frisos, mataimes, caracteres simbólicos. Os milhares de peças de argila equivalem, pois, a um grande livro de barro.”
E ainda: “Neste livro, no entanto, a artista que o enfeitou só evoca a beleza adventícia, paragens estranhas, hábitos, costumes, navios, guarnições, armadas, completamente desconhecidas entre os pobres remadores de ubás na ilha de Marajó. Não era possível à oleira do farelhão imaginar barcos, velas, tripulantes, idênticos aos fenícios e cartagineses, egípcios e romanos, sem os ter visto.”
Fragmentos de louça Marajó com estranhos signos gravados.
É, pois, estranho que tenhamos encontrado nas decorações dos ceramistas marajoaras figuras simbólicas exóticas que não poderiam ter surgido de mera fantasia, destacando-se ainda e de forma notável, cruzes inscritas em figuras geométricas e estilizadas e outros signos entremeados e correspondentes, que mais se parecem com signos alfabéticos ou relativos a uma escrita perdida. Este fator traduz-se num longo distanciamento desta cultura em relação às demais existentes no Brasil e o fortalece, principalmente de compararmos a cerâmica desta região amazônica com todas as demais outras produzidas pelos povos ameríndios que, em sua grande maioria, também as fabricaram e utilizaram. O que se pode ver é que não somente o próprio trabalho do oleiro marajoara é superior, mas também a sua decoração com destaques ainda mais substanciais na composição de suas peças, a qual, não poupava detalhes extravagantes e cuidados especiais que davam ás suas cerâmicas uma beleza e estética inigualável.
Fragmentos de louça Tapajó com sofisticada simbologia.
Sabe-se que em geral, os ceramistas das culturas amazônicas utilizavam a tabatinga ou tobatinga (argila branca) pura ou misturada a diversos outros produtos para produzirem suas peças. Um deles é o pó que era extraído da queima do caraipé (desengordurante extraído da casca de uma árvore). Este queimado e utilizava-se a sua cinza na produção cerâmica, que a tornava mais resistente ao fogo, além de outros pós como o de pedra-pome, de caiuxi, de escamas de pirarucu, de casco de tartaruga, cipós e restos de louça quebrada. A mistura ou misturas escolhidas eram amassadas junto com a argila e o segredo da finalização do produto estava no preparo da matéria-prima que o(a) oleiro(a) conhecia muito bem. Depois de secos os artefatos eram levados ao fogo, alguns sobre o chão em fogueiras e outros em covas abertas onde colocavam as peças com lenha e ateavam fogo.
Por isto, os objetos cerâmicos que foram encontrados na região de Marajó são requintados e harmoniosos, e passaram a ser cobiçados por causa de sua técnica avançada, utilizada do mesmo modo na sua feitura, como também na sua decoração, esta sim, executada com uma estranha capacidade sintética e exímia delicadeza. Algo surpreendente nestes artefatos de cerâmica é que são excepcionalmente abundantes e ao mesmo tempo de qualidade incontestável e de beleza sem igual. Por incrível que possa parecer, entretanto, não se sabe com certeza absoluta que tipo de povo os teria produzido e como este vivia na região, o que teria durado algumas centenas de anos.
Um dos pontos que chama a atenção nesta variada produção cerâmica é sua complexa iconografia e simbologia sofisticada, e o que teria levado seus autores artistas a produzirem esta “arte” e onde a teriam aprendido. Além disto, trata-se de uma cerâmica muito aprimorada e com elevado grau técnico e artístico, como já dissemos, e não se tem ainda condições de se avaliar adequadamente que nível de desenvolvimento social este povo teria alcançado. Apesar de não haver registros de que tenha havido uma espécie de ”governo” entre os povos Marajoaras, supõe-se que este tenha existido, considerando-se que havia uma forte unidade cultural caracterizada nas suas produções cerâmicas, que demonstra na estrutura de suas formas e representações artísticas que havia algum tipo de coesão social para a manutenção de seus grupos comunitários.
Neste seguimento queremos mostrar com destaque figuras hieroglíficas na pretensa “arte” ceramista deste povo e estamos prestes a aceitar que venham tratar-se antes de uma espécie de vestígios abundantes de um conhecimento perdido ou mesmo de uma linguagem muito remota, dada à profusão de signos e formas abstratas aí representadas.
Em verdade todos estes objetos da cultura Marajó e seu excepcional trabalho de modelagem acompanhado dos signos, curvas e caracteres variados reproduzidos em suas peças, parecem querer mostrar com grande ênfase um universo cultural desconhecido do homem contemporâneo, mas que, certamente, fazia parte das crenças e costumes destes grupos que se mostram tão mais misteriosos quanto mais nos aprofundamos no estudo destes artefatos que atravessaram o tempo e chegaram até nós. O que causa espanto aos pesquisadores arqueológicos é que a perfeição da cerâmica marajoara não tenha dado a este povo o conhecimento de outros instrumentos de manuseio do barro, como a fabricação de tijolos, por exemplo, e os possibilitassem construir moradias ou outras edificações por onde passaram e se estabeleceram por um bom tempo. Concordamos que não é fácil dar uma resposta à uma questão como esta que se esbarra com grande força no contraditório e faz-nos ficar ainda mais perplexos diante do que restou desta raça.
Fragmentos Marajoaras decorados com seus símbolos destacados.
Um fato que torna a cultura de Marajó ainda mais estranha é o que se refere às condições ambientais da ilha, com cheias pela metade do ano, terreno argiloso e clima extremamente quente. São, portanto, duas estações que determinam as condições de sobrevivência na ilha: a chuvosa e a seca, de forma que estas culturas, não tão primitivas assim, construíram tesos (elevações artificiais) que podiam ter até 13 m de altura, cerca de 200 m de comprimento e 30 m de largura, e podiam abrigar até cerca de 1000 pessoas. No tempo das chuvas o contato entre os tesos só podia ser feito por meio de barcos.
As primeiras ocupações da ilha de Marajó, segundo estudos feitos por Meggers e Evans em 1957 aconteceram há cerca de 2000 anos, desenvolvendo-se nas três fases já vistas anteriormente: a Ananatuba, a Mangueiras e a Formiga. Segundo os estudiosos, a cultura marajoara deve ter surgido por volta do ano 400 de nossa era, mas somente por volta de 700 ou 800 é que se caracterizaram fortemente com sua cerâmica excepcional, elaborada com muito cuidado e rica em simbolismos variados. Sua produção foi abundante e riquíssima, e utilizou-se de termos sofisticados, desde a aplicação de feições humanas e formas antropomorfas, quanto zoomorfas, principalmente com a aplicação de figuras de cobras, jacarés e escorpiões, que eles temiam, além de traços geométricos associados e figuras estranhas que muito dificultam aos estudiosos o entendimento e a conclusão dos objetivos almejados por seus artesãos.
Apesar de entrarmos apenas no aspecto dedutivo e não estritamente científico para falar da superioridade do oleiro marajoara, especialmente, não podemos negar que seu trabalho circunscreve-se num princípio lógico de maior expressão criativa ou mesmo mental, levando-nos até mesmo a imaginar por que meios ele teria obtido o conhecimento de tantos elementos sofisticados na sua criação, tais como símbolos teogônicos, alegóricos, artísticos, etc., caracterizados na decoração de suas peças, frisos, gregas, signos e modelações ricamente trabalhadas.
Mas, como seriam de fato as condições de vida deste tipo marajoara e mesmo a sua conformação física? Pouco se sabe a respeito. Os conquistadores que aqui chegaram, sejam eles portugueses, espanhóis, franceses, holandeses ou ingleses, nunca se interessaram em fixar-se na cultura deste povo que aqui encontraram e no seu tipo, estando mais preocupados com a exploração de especiarias e produtos da mata, riquezas minerais e animais exóticos. Por isto nenhum registro deles foi encontrado.
É, pois, difícil falar do homem da época marajoara, porque não existem elementos para determinar com precisão qual seria o seu biótipo, senão que se tratava de um indígena que não deixou construções importantes nem marcas de uma civilização. Porém, contrapondo-se a isto, deixou uma substancial indústria ceramista de panelas domésticas, vasos religiosos, tangas femininas, imagens e outros objetos de uso, gravados e pintados com figuras exóticas e hieróglifos intraduzíveis. O que se levanta como fato excepcional é precisamente esta característica do homem marajoara, artista oleiro e artista plástico de peso, com seus sinais alegóricos gravados na sua produção cerâmica carregada de caracteres simbólicos como se fora uma escrita e figuras misteriosas como a indicar uma experiência vivida em algum canto da Terra.
Pode parecer estranha tal afirmativa, mas tais caracteres assemelham-se mesmo a signos alfabéticos perdidos de um povo que emigrou de algum ponto e estabeleceu-se na ilha de Marajó e ali viveu até que se decidiu partir sem deixar registros a não ser os remanescentes cerâmicos que indicam esses conhecimentos adquiridos alhures. As incongruências que cercaram a vida desse povo constituem-se hoje num terrível quebra-cabeças para os estudiosos que, ao mesmo tempo que pretendem classificá-los como grupos silvícolas que viviam em tendas rústicas à base de caça, pesca e a utilização de alguns poucos alimentos vegetais e frutas, não consegue compreender como tais grupos teriam sido capazes de trabalhar de forma exímia as peças cerâmicas que foram encontradas e decorá-las com tamanha perfeição e criatividade.
Os destaques feitos por este autor nas peças cerâmicas destes povos mostram indícios de que há um “ANTES” que teria dado impulso a estas manifestações chamadas de “artísticas”. Por meio de observações e análises feitas nestas produções não conseguimos conceber que tais rebuscamentos “artísticos” tenham sido produzidos de forma aleatória ou por impulso da simples criatividade. A sofisticação destes modelos sobreviventes impede que venhamos adotar tão estreito caminho para a compreensão dos objetivos que cercavam estas culturas misteriosas que marcaram forte presença na região Amazônica e que desapareceram sem deixar outros sinais que não estes de sua permanência naquela região.
A rica simbologia da cultura Marajó seria apenas fruto da imaginação?
Conclusão
Raimundo Morais em seu livro “O Homem do Pacoval” destaca que não existem itacoatiaras (pedras desenhadas ou escritas) na ilha de Marajó. Segundo ele nesta localidade não foi encontrado nenhum letreiro esculpido na rocha, pois que esta ilha é também muito escassa em pedras próprias para este trabalho. Desta forma, não se tendo em mãos nenhum registro desta magnitude para se desenvolverem estudos arqueológicos, torna-se mais difícil ainda estabelecer um princípio mais seguro para o estudo do homem antigo de Marajó.
A Itacoatiara seria assim como um rudimentar livro de pedra a narrar uma historia desconhecida e poderia auxiliar na compreensão do povo que viveu em Marajó e de sua cultura. No entanto, o livro de barro marajoara indica que houve uma cultura e, ao mesmo tempo que mostra que ela foi avançada, deixa-nos perplexos e sem saída, por não termos mais nenhum elemento palpável que possa sustentar esta idéia, por falta definitiva de quaisquer outros resíduos como ruínas, pedras trabalhadas, etc., que confirmariam a presença desse povo ali por longo tempo.
Mesmo assim, não podemos ignorar que a cultura marajoara não deixou de demonstrar seus caracteres teogônicos, astronômicos e sinais hieroglíficos traçados em sua cerâmica com grande profusão e que foi trabalhada em grande quantidade, como se desta forma quisessem mostrar sua perícia e inteligência, que não poderiam jamais, mesmo que o pretendêssemos, serem atribuídas a simples nativos que produziam suas peças a esmo e sequer teriam uma história para contar.
Os desenhos encontrados nas urnas funerárias são chamados de geometrizantes pelos arqueólogos e não parecem estes obedecerem a uma simetria perfeita, podendo-se notar uma espécie de interligação entre as figuras, que ora se projetam como braços, orelhas, cabeças e símbolos, muitas das vezes destacados e aumentados, como se quisessem dar um destaque especial naqueles aspectos das figuras neles representadas.
Pode-se notar nas figuras gravadas na cerâmica representações de lagartos com três dedos e também humanos com esta mesma caracterização. Uma representação como esta teria a intenção de simplificar a morfologia destas imagens tomadas como referência ou estariam relacionadas a uma outra hipótese, como gravar por meio de ideogramas uma idéia específica? Talvez estejam ligadas muito mais a uma linguagem que veio se perdendo do que propriamente a uma simples manifestação de arte, religiosa ou mística desse povo. A incidência de formas semelhantes a signos de uso corrente em outras localidades é muito elevada e o cuidado que o(a) oleiro(a) artista tinha em distribuir-lhes o contorno é perturbador.
A linguagem dos símbolos é também utilizada por certos grupos de cunho místico-religioso e seu significado só é conhecido por membros que tenham sido aceitos. Neste sentido, temos em mente que uma linguagem por imagem que a pesquisadora Denise Pahl Schaan chama de iconográfica poderia muito bem ter sido utilizada por povos mais antigos e que parte deste conhecimento ultrapassou a barreira do tempo e chegou até nós, pode-se dizer que de forma mais ou menos deturpada, por causa do correr das eras que tudo transforma. As antigas tradições indígenas são repletas de histórias mitológicas que foram passadas de pais para filhos durante muitas gerações. Quando ouvimos o relato de uma destas histórias míticas nos dias de hoje, achamo-la absurda e excessivamente fantasiosa, porque no decorrer do tempo, os sucessores que detinham este antigo conhecimento mitológico foram fazendo pequenas modificações no seu relato, até que este foi tomando outro sentido.
A simbologia Tapajônica igualmente rica em elementos sofisticados.
Denise Pahl Schaan em seu trabalho “A Linguagem Iconográfica da Cerâmica Marajoara” assim se posicionou em relação aos inúmeros e perturbadores signos gravados nestes artefatos:
“Em nosso trabalho, constatamos que, apesar de ainda não ser possível determinar significados para os motivos decorativos observados na arte Marajoara, é possível identificar que ela preenche os requisitos necessários para que seja considerada uma linguagem visual icônica. Portanto, supondo que esta linguagem se enquadre nesses requisitos acima, isolamos, através da comparação entre os motivos, as possíveis unidades mínimas de significado. É importante salientar que essas unidades não foram isoladas a partir de um método de analise formal, a exemplo do que propõe Shepard (1965), mas buscando as estruturas mínimas, independente do local e posição onde aparecem nas vasilhas, dando preferência, inclusive, a isolar unidades maiores do que desmembrar, arbitrariamente, os signos, correndo o risco de dessignificá-los”.
Os atuais estudiosos desta produção ceramista enigmática vêem tudo isto com um certo espanto e tentam compreender como um povo que vivia de forma tão simples e sem acesso a outros conhecimentos, segundo suas avaliações, poderiam ter feito aquilo. E falham, inexoravelmente, todas as tentativas de explicar este fenômeno da louça brasílica que não se cansa de indicar uma outra direção para a sua origem e para a sua gente. Dessas populações só nos chegaram informações demasiado vagas e não se pode dizer que tais notícias possam mesmo estar relacionadas a estes povos de Marajó, que da mesma forma que surgiram também desapareceram misteriosamente.
Em nossa conclusão poderíamos dizer que, apesar de sua beleza e complexidade, a cerâmica dessas culturas amazônicas se tratasse apenas de “arte” indígena e que os símbolos utilizados por eles em suas lindíssimas reproduções foram todos recolhidos na própria natureza, à sua volta, ou reproduzidos de suas crenças nos espíritos dos mortos e da selva. Creio, porém, que seria querer simplificar demasiadamente as coisas e fechar os olhos para a riqueza de suas formas e das figuras representadas ali, além do trabalho primoroso de pintura, incisão e excisão, dos apliques em alto relevo, também muito bem elaborados.
O que nos causa forte impressão é que não vamos encontrar tais recursos de “inteligência” nos diversos outros povos do Brasil, desde o norte até o sul e de leste a oeste, o que reforça nossa tese de que esses povos tiveram sua origem junto de grupos mais adiantados e que talvez tenham perdido os laços mais profundos com uma civilização mais desenvolvida.
Poderíamos também dizer que é comum encontrar-se traços geométricos variados e símbolos estranhos no seio de outras culturas ao redor do mundo, mas isto, creio, não resolve o problema. De onde esses povos teriam trazido tantos conhecimentos artísticos se não os tivessem visto ou aprendido em algum lugar? Poderiam os mesmos se tratarem de uma escrita ou resquícios de uma forma de comunicação avançada que se perdeu?
Após termos aprofundado na reprodução de diversas destas cerâmicas por meio de desenhos e verificado os variados componentes de sua rica manifestação “artística” estamos muito convencidos de que esses povos, hoje desaparecidos, vieram de um outro lugar onde, certamente, teriam aprendido a sua arte e o seu modo peculiar de transmitir conhecimentos. Por razões que desconhecemos esses exímios ceramistas e de mente carregada de rica simbologia, foram se esquecendo de seus antigos laços no correr do tempo, fato este notificado pelo empobrecimento observado em suas produções mais recentes, agravando-se ainda tal condição pelo distanciamento do seio dessa fonte original, de um povo que continua ainda desconhecido e desafiando a argúcia dos pesquisadores.
* J.A. Fonseca é economista, aposentado, espiritualista, conferencista, pesquisador e escritor, e tem-se aprofundado no estudo da arqueologia brasileira e realizado incursões em diversas regiões do Brasil com o intuito de melhor compreender seus mistérios milenares. É articulista do jornal eletrônico Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br) e membro do Conselho Editorial do portal UFOVIA. E-mail: jafonseca1@hotmail.com.
- Ilustrações: J. A. Fonseca.
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- Produção: Pepe Chaves © Copyright 2004-2017, Pepe Arte Viva Ltda.
Esta matéria foi composta com exclusividade para Via Fanzine©.
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