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 Indígenas

 Peru:

Tribo selvagem dos Mashco Piro está ameaçada

De um lado está a Plus Petrol na região do Rio Camisea, de onde fugiram, e do outro está a

Petrobras, que opera três poços na região de Madre de Deus, perto da fronteira com a Bolívia.

 

Por Yuri Leveratto*

De Bogotá/Colômbia

Para Via Fanzine

21/09/2013

 

 

Ainda não contatados e ameaçados, os Mashco Piro estão se expondo

 a inúmeros perigos nas margens do Rio de las Piedras.

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Faz algumas semanas, indígenas da etnia Mashco Piro se aproximaram das margens do Rio de las Piedras, no coração da região de Madre de Dios, no Peru. Eles têm se aproximado ostensivamente da comunidade nativa de Monte Salvado para pedir comida.

 

Alguns antropólogos explicam que os Mashco Piro evitaram qualquer contato após a violenta exploração a que foram submetidos durante o período de boom da borracha, no início do século XX.

 

O programa responsável para os povos em isolamento voluntário de Madre de Dios declara que esta etnia está em perigo, uma vez que se vê ameaçada tanto pela mineração do ouro, como pelo desmatamento atroz, atividades consideradas ilegais.

 

A área onde vivem os Mashco Piro se estende do Rio Camisea hasta até o Rio de las Piedras. Alguns deles estão fugindo da região do rio Camisea, onde a empresa estrangeira Plus Petrol extrai gás por um bom tempo e agora está se expandindo para o chamado Bloco 88, uma área sobreposta à reserva natural Nahua Nanti, território onde essa atividade extrativa é proibida.

 

Além disso, eles fogem da região do rio Camisea rio e seus afluentes por conta do incômodo dos frequentes sobrevoos de helicóptero e se dirigem para o chamado “istmo de Fiztcarrald”, onde Carlos Fermin Fiztcarrald transitou em 1893, buscando conquistar novas terras para explorar. A partir desta área, entram no Rio de las Piedras e Rio Manu.

 

Esses índios, que falam uma língua do tipo Arawak, não são contatados, como foi dito erroneamente, mas escolheram a vida isolada da sociedade peruana, porque preferem estar em seu ambiente, na selva. Às vezes, se aproximam das comunidades camponesas, como nesse recente caso de Monte Salvado.

 

Desta maneira, sua existência está em visível perigo, porque eles se sentem sitiados: de um lado está a Plus Petrol na região do Camisea, de onde fugiram, e do outro está a Petrobras, que opera três poços na região de Madre de Deus, perto da fronteira com a Bolívia. É verdade que esta atividade está muito longe da sua área de origem, mas a ameaça permanece. Além disso, as atividades de desmatamento e tráfico de drogas são danosas para o meio ambiente dos Mashco Piro.

 

Contudo, de modo geral, é a política extrativa que ameaça a existência dos Mashco Piro e dos demais índios peruanos.

 

Enquanto o país continua com este modelo econômico, baseado na extração, o ecossistema e os seus indígenas estarão cada vez mais em risco.

 

* Yuri Leveratto é pesquisador arqueológico. Seu portal é http://www.yurileveratto.com/index.php.

 

- Tradução: Pepe Chaves.

 

- Foto: Foto: D.Cortijo/Survival/Divulgação.

 

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