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 Senado Federal

Plenário:

PEC da Música é aprovada e segue para a promulgação

O objetivo do PEC é reduzir o preço de produtos ao consumidor,

dando a eles condições de competir com a venda de reproduções piratas.

 

 

Apesar do empenho da bancada do Amazonas, Pec da Música foi aprovada sem emendas.

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Com a presença de vários artistas, como Ivan Lins, Marisa Monte, Francis Hime, Lenine e Fagner, o Plenário do Senado concluiu, nesta terça-feira (24), a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 123/2011), do deputado Otávio Leite (PSDB-RJ), que isenta de impostos CDs e DVDs com obras musicais de autores brasileiros. A proposta, que já havia sido aprovada em primeiro turno no dia 11 de setembro em placar apertado, foi aprovada, em segundo turno, com 61 votos favoráveis, 4 contrários e nenhuma abstenção. A chamada PEC da Música será promulgada em sessão conjunta do Congresso Nacional no dia 1º de outubro. Inúmeros senadores se manifestaram em favor do texto, que teve a oposição apenas da bancada amazonense.

 

O objetivo do PEC é reduzir o preço desses produtos ao consumidor, dando a eles condições de competir com a venda de reproduções piratas. A iniciativa livra de impostos CDs e DVDs produzidos no Brasil “contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros, bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham”. O benefício, no entanto, não alcança o processo de replicação industrial, que continuará a ser tributado.

 

Motivados pelo risco de a desoneração fiscal da produção musical ameaçar a indústria fonográfica e de vídeo instalada na Zona Franca de Manaus (ZFM), os senadores do Amazonas se manifestarem contrários à proposta. Como a isenção se aplica à produção de CDs e DVDs em todas as regiões do país, os senadores argumentam que a proposta poderia diminuir a diferença de tratamento tributário que hoje favorece o polo e gerar o desemprego na região.

 

- Nós estamos votando uma matéria que vai gerar desemprego em um estado, porque mais de 90% dos produtos – CDs e DVDs – são fabricados com isenção fiscal no estado do Amazonas, na Zona Franca de Manaus – argumentou Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

 

A bancada do Amazonas apresentou emendas que, se aprovadas, levariam a PEC a voltar para a análise da Câmara dos Deputados. No entanto, todas as emendas foram rejeitadas pelos demais parlamentares, que pediram a urgência da aprovação da proposta e alertaram para o risco da PEC retornar à Câmara.

 

- Qualquer modificação a esta altura devolve a matéria para a Câmara dos Deputados, e, portanto, voltamos à estaca zero, porque na Câmara pode ir para a gaveta do pré-sal, e daqui a mais uma década está de volta ao Senado -alertou o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).

 

Apoio

 

Durante a tarde desta terça-feira (24), a ministra da Cultura, Marta Suplicy, e o deputado Otávio Leite estiveram no gabinete do presidente do Senado, Renan Calheiros, com um grupo de artistas que compareceram à Casa em apoio à matéria. Marisa Monte, Ivan Lins, Lenine, Fagner, Dado Villa-Lobos, Francis Hime, Rosemary, Sandra de Sá e Paula Lavigne, entre outros, pediram a aprovação da PEC da Música. De acordo com a ministra, a proposta reduzirá em mais de 25% o preço dos CDs, beneficiando músicos, produtores e o público consumidor.

 

- A PEC é um marco histórico para os músicos brasileiros, porque hoje um músico do interior do Brasil paga mais imposto do que a Madonna para distribuir seu disco no país. Não há justiça tributária nessa questão – declarou.

 

Otávio Leite destacou que a PEC, além de baixar os preços de CDs e DVDs, também diminuirá, entre 30 e 35%, o preço de venda da música via telefonia, os chamados ringtones, e em cerca de 19% do preço via web.

 

- Toda cadeia produtiva da música brasileira será beneficiada com imposto zero. O objetivo é fazer com que o brasileiro possa consumir mais barato um produto de uma dimensão cultural que merece esse valor.

 

De acordo com Renan Calheiros, a PEC “é muito importante para a economia porque a cultura tem que ser vista como uma atividade econômica e não há país rico sem uma cultura próspera”. Após a reunião, o grupo seguiu para Plenário para acompanhar a votação da proposta.

 

* Informações da Agência Brasil (DF).

 

- Imagem: Waldemir Barreto.

 

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* *  *

 

Mandato cassado por 56 a 19:

Em meio à troca de acusações Torres é cassado

Durante a sessão para votação da cassação do mandato de Demóstenes Torres,

ele se defendeu atacando fortemente o relator da CPMI, senador Humberto Costa.

 

Da Redação*

Via Fanzine

BH-11/07/2012

 

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A sessão para votação da cassação do mandato do senador Demóstenes Torres (ex-DEM) foi aberta 10h, dessa quarta-feira, 11/07 e correu em voto secreto. Seriam necessários 41 votos, maioria absoluta para o senador perder o mandato.

 

Após os discursos, por volta das 13h20 foi aprovada a cassação do Senador Demóstenes Torres, acusado de beneficiar o contraventor Carlinhos Cachoeira, através de seu mandato, conforme demonstrado em operações da Polícia Federal e depois explicitado pela mídia nacional.

 

Por 56 votos favoráveis, contra 19 e 5 abstenções, Demóstenes Torres teve seu mandato cassado e se tornou inelegível até o ano 2026.

 

Acusação

 

Durante a sessão, o relator da CPMI senador Humberto Costa (PT), também ex-ministro do governo Lula, rebateu com veemência a declaração de Demóstenes Torres de que o relatório era uma “peça de ficção”.

 

De acordo com Costa, Demóstenes “(...) usou a tribuna para afirmar que sua relação com Carlinhos Cachoeira era reservada e ao longo de tantas ligações telefônicas havia tratado somente de uma crise conjugal. Não eram ficção os 40 encontros ocorridos entre ambos de março a agosto de 2011”, afirmou.

 

Voltando sua fala ao senador, Costa prosseguiu afirmando, “Sua excelência foi procurador geral de Justiça em Goiás, secretário de Segurança Pública, integrante da CPI dos bingos que indiciou Cachoeira por seis crismes, entre estes, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Como o senhor não poderia saber de suas atitudes criminosas? Que amigo é esse que não procurou saber por que o amigo havia sido indiciado por seis crimes?”, indagou o relator.

 

O senador Humberto Costa também relembrou escândalos de outrora combatidos por Demóstenes, “Quando deflagrado o escândalo Valdomiro Diniz, estranhamente, enquanto o senhor ‘batia’ em Valdomiro e no governo federal, poupava Carlos Cachoeira, demonstrando que Vossa Senhoria não tinha interesse de travar com ele qualquer tipo de confronto”.

 

Costa também lembrou o projeto para legalização dos jogos de azar no Brasil, “Vossa Senhoria disse que era militante da causa contra a legalização dos jogos de azar, mas como integrante da Comissão de Constituição e Justiça, deixou na gaveta o projeto de lei que tornava crime a contravenção do jogo de azar”.

 

Defesa

 

Em sua fala, posteriormente, Demóstenes Torres se defendeu e atacou fortemente o senador Humberto Costa. De acordo com ele, “Há diálogos que demonstram o envolvimento de Humberto Costa com membros da quadrilha. Segundo o advogado dele, o ex-ministro vai provar a inocência na Justiça. O jornal O Globo, de 2010, traz a notícia ‘tribunal regional da 5ª região absolveu por falta de provas o ex Humberto Costa na Máfia dos vampiros, que desviou R$ 2 milhões’”, afirmou.

 

Demóstenes clamou pelo mesmo tratamento então recebido por Costa, “Quero o mesmo tratamento dado ao senador Humberto Costa. Ele provou que era um homem decente, ele foi acusado, foi grampeado... Eu quero este direito. Por que a minha cabeça te tem que rolar? Eu provei aqui, várias vezes que eu sou inocente. Quero este direito da ampla defesa. Por que me negaram o direito à perícia? Era meu direito. Foi porque tinham quem chegar ao dia de hoje com pressa”, afirmou Demóstenes.

 

Em sua fala, Demóstenes também afirmou que se Cachoeira cometera algum crime, ele teria que pagar e não o senador.

 

Em sua defesa, o advogado de Demóstenes, voltando-se ao presidente da Casa, José Sarney, pediu respeito aos mais de dois milhões de votos recebidos pelo senador e solicitou que ele continue exercendo o seu cargo.

 

Do lado de fora, na Esplanada dos Ministérios havia buzinaço com muitas pessoas pedindo a cassação de Demóstenes. Foi permitida a presença de cerca de 100 pessoas nas galerias durante a votação secreta.

 

Suplente

 

Deverá assumir a vaga de Demóstenes Torres, o primeiro suplente Wilder Pedro de Morais (DEM-GO). De acordo com informações do jornal O Globo, Morais teria "omitido boa parte de seus bens na prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Wilder é um dos empresários mais ricos de Goiás e foi o segundo maior doador da campanha de Demóstenes em 2010, com R$ 700 mil repassados oficialmente por meio de duas de suas empreiteiras".

 

* Com informações do Senado Federal e agências.

   11/07/2012

 

- Foto: Revista Veja.

 

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*  *  *

 

Citado em gravação:

Aécio diz se sentir 'traído' por Demóstenes*

Ele alegou que, há um ano, não tinha motivos para questionar um pedido

de Demóstenes, tido então como "um senador acima de qualquer suspeita".

 

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse nesta terça que se sente "traído" pela iniciativa do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) de lhe pedir a nomeação da prima do contraventor Carlinhos Cachoeira em um cargo comissionado. A prima do bicheiro, Mônica Beatriz Silva Vieira, assumiu o cargo de diretora regional da Secretaria de Estado de Assistência Social, em Uberaba, em 25 de maio do ano passado.

 

Segundo reportagem publicada nesta terça-feira no jornal O Estado de S. Paulo, do pedido de Cachoeira a Demóstenes até a nomeação de Mônica bastaram apenas 12 dias e 7 telefonemas. A informação de que Demóstenes fez o pedido a Aécio, atendendo a uma demanda de Cachoeira, está comprovada pela escuta telefônica da Polícia Federal, na Operação Monte Carlo. Ele lembrou que, na época, comunicou ao presidente do DEM, José Agripino (RN), que aquela demanda estava sendo atendida. Aécio garantiu que não tem nenhum tipo de relação com Cachoeira.

 

Ele alegou que, há um ano, não tinha motivos para questionar um pedido de Demóstenes, tido então como "um senador acima de qualquer suspeita". "Eu me sinto traído na minha boa fé, mas fiz aquilo que faço quando recebo indicação de partidos aliados", afirmou. "Ele fez uma indicação que cabia ao seu partido e como ela tinha qualificação, encaminhei o pedido à Secretaria de Governo".

 

Aécio disse lamentar "profundamente" que um senador da República se disponha a defender interesses de um contraventor. "E só ontem ficamos sabendo disso", lembrou. "Nem eu nem ninguém no Brasil sabia há um ano atrás dessas ligações do senador Demóstenes, a imprensa dava a ele a aura de combatente contra a corrupção, o grande legalista e todo mundo está absolutamente decepcionado", justificou.

 

O senador tucano concordou que o episódio mostra o risco em atender aos pedidos motivados pelo apadrinhamento político. "Acho que essa cautela tem de ter. O governo de Minas Gerais é a referência hoje no que diz respeito à administração de qualidade, à meritocracia", destacou. Ainda assim, entende que a indicação política não pode, por si só, ser vista como uma ilegalidade: "O que ninguém pode esperar é ser instrumento para interesse de terceiros, de interesses que eu diria do campo do ilícito e não da política, agora o cuidado com a indicação tem de ter", constatou.

 

Aécio disse que, nesse caso, fez o que faria "10 outras vezes". "Indiquei à secretaria, o currículo era compatível. O brasileiro não tem bola de cristal para imaginar as ligações do seu Demóstenes", reiterou. "Uma indicação do seu Demóstenes credenciava o indicado, um ano se passou e fomos surpreendidos com a ligação desse senador com a contravenção". No seu entender, Demóstenes, "violentou a confiança da Casa". "Há um ano atrás, ninguém poderia imaginar. Eu me sinto traído na confiança. O que fiz foi atender a uma demanda partidária".

 

* Informações de Rosa Costa | Agência Estado.

   24/04/2012

 

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