Descoberta:
Uma nova
espécie humana
A Até o momento, somente três espécies
humanas conhecidas coexistiram
com o homo sapiens sapiens, até entre um
e quatro milênios antes da nossa era.
Por Isaac Bigio*
De Londres
Para
Via Fanzine
Tradução: Pepe Chaves
04/04/2012
Novo achado na China pode mudar as
concepções que temos da nossa espécie.
Em março foi anunciada a descoberta de uma nova tipologia
humana, diferente da nossa, cujos exemplares teriam sido os últimos
homens não modernos então extintos.
Eles foram temporariamente chamados de "o povo da
caverna dos veados vermelhos". De acordo com os vestígios encontrados em
duas cavernas no sudeste da China, foram levantadas evidências de que
essa espécie de veado era parte essencial da dieta daquele povo.
Seus crânios mantinham características de outras espécies
arcaicas humanas, como a face plana, mandíbula proeminente, sem queixo, nariz
largo, molares grandes e sobrancelhas avantajadas. Os testes de
rádio-carbono indicam que essa espécie viveu entre 14,5 a 11,5 mil anos.
Atualmente, os sete bilhões de seres humanos existentes pertencem a
uma mesma espécie, que se faz "distinta" em relação aos animais, já que
a maioria destes soma várias espécies (como com as baleias, golfinhos,
cães, gatos, porcos, moscas, etc.). Sendo única, a espécie humana é um
fenômeno recente, porque, de dois a quatro milhões de anos que caminhou
sobre a Terra, sempre conviveu com várias espécies do nosso gênero, que
coexistiram em diferentes partes, inclusive, numa mesma área.
Para a ciência é fundamental saber até quando durou tal
diversidade de espécies dentro do gênero Homo e descobrir o que
aconteceu com estas. Até o momento, somente três espécies humanas
conhecidas coexistiram com o homo sapiens sapiens, entre um e quatro
milênios antes da nossa era.
O mais conhecido é o homem de Neandertal, tão inteligente
quanto nós, porém, mais robusto e adaptado ao frio, sendo extinto na
Península Ibérica faz cerca de 30 mil anos. Em 2008, numa caverna
em Donosova Altai, na Rússia asiática, foi encontrada outra espécie que
viveu ali faz cerca de 41 mil anos
Estas duas espécies partilharam conosco um passado comum há
800 mil anos na África. Análises de DNA indicaram que houve cruzamentos
sexuais entre estas espécies, fazendo com que todos os seres humanos não
africanos possuam de 4 a 6% da herança genética dos neandertais,
enquanto alguns nativos da Austrália descendem de cruzamentos com
donosovianos.
Em 2003, foi encontrada na Ilha das Flores, na Indonésia,
uma ramificação do homo erectus, que surgiu na África faz cerca de 1,3 a
1,8 milhões anos. Ele se tornou extinto faz 13 mil anos e as suas
acentuadas diferenças genéticas impediram à nossa espécie qualquer
descendência em comum.
Quanto às pessoas que viveram na caverna dos veados
vermelhos não se sabe ainda se constituem uma espécie diferente ou se
são o resultado de um cruzamento entre donosovianos e a nossa espécie. A
descoberta se torna importante ao mostrar que a nossa evolução foi tão
complexa como a de outros animais, passando por inúmeros testes e
combinações entre as mais diferenciadas ramificações da raça humana.
* Isaac Bigio é professor e analista
internacional em Londres.
- Visite sua página:
www.viafanzine.jor.br/bigio.htm.
- Fotos: University of New South Wales.
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