Especial - Gigantes

 

Gigantes na Pré-História:

No Brasil, na América e no Mundo – Parte III

O conhecimento tradicional dos antigos Mestres relata que a humanidade teria se iniciado na Terra por meio de uma raça de gigantes. Eram, no entanto, seres inteligentes e produtivos e detinham o poder sobre os animais. Teriam sido os responsáveis pelas construções monumentais e inexplicáveis que são encontradas em toda a parte e que causam espanto.

 

Por J. A. FONSECA*

De Itaúna/MG

julho - 2021

jafonseca1@hotmail.com

 

 

Excepcional construção em Cuzco – Peru.

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Estamos convencidos de que houve uma raça de gigantes na América e em todo o planeta, passando pelo Brasil em tempos remotos de nossa história.

 

É para nós desconcertante ver todas estas pedras enormes cortadas e encaixadas magistralmente, formando construções gigantescas e imaginar que teriam sido os povos simples daquela região e daquele tempo que teriam feito aquilo.

 

Se aprofundarmos em nossa especulação veremos que não se trata de um trabalho tão simples assim e, com dificuldade, nos vem à mente uma ideia que interpela que tipo de construtor teria estado por ali inicialmente e colocado as primeiras pedras naquele lugar. Devemos cogitar que tudo o que existe diante de nós e que observamos teve um começo, um planejamento, um trabalho e um grau de dificuldade variado na sua execução. Daí, podermos avaliar as de caráter mais simples e compará-las com estas mais sofisticadas e que exigiriam, logicamente, um grau mais elevado de aprimoramento técnico e de conhecimentos específicos.

 

Seria, pois, admissível aceitarmos que tenha havido a presença de homens gigantes na Terra, com cerca de 4 a 5 metros de altura e até mesmo próximo dos 6 a 7 metros, conforme se podem ver nas esculturas monumentais representando esses seres grandiosos que são encontradas em diversos lugares, junto de diversas civilizações.

 

O conhecimento tradicional dos antigos Mestres relata que a humanidade teria se iniciado na Terra por meio de uma raça de gigantes. Eram, no entanto, seres inteligentes e produtivos e detinham o poder sobre os animais. Teriam sido os responsáveis pelas construções monumentais e inexplicáveis que são encontradas em toda a parte e que causam espanto.

 

Helena P. Blavatsky foi muito criticada em sua época e também o é nos dias de hoje, com as revelações dos brâmanes que ela fez em sua obra ‘A Doutrina Secreta’, falando sobre a Cosmogênese e a Antropogênese. Ela não é citada em nenhuma das obras acadêmicas e nos estudos científicos, evidentemente. Mas, queremos e devemos mencioná-la neste artigo e utilizar de seus argumentos baseados nos conhecimentos milenares sobre a criação do mundo e do homem, quando ela também expõe a questão dos gigantes de antigamente e dos homens em todas as épocas de sua evolução.

 

Blavatsky diz que os dolmens existentes em todo o mundo são túmulos de proporções gigantescas que serviam para enterrar homens gigantes “ou melhor, as cinzas de várias gerações de gigantes”, uma vez que nos tempos mais antigos a cremação era de uso universal. Ela diz que as antigas tradições que falam dos gigantes não se podem limitar à mitologia grega e à Bíblia. Há citações de gigantes na mitologia norueguesa e na antiga Bretanha as tradições que falam dos gigantes não são raras. Também os países eslavos e a Rússia possuem fartos relatos sobre gigantes poderosos, chamados de Bogaterey.

 

Blavatsky comenta que extratos das obras de Teofrasto, que teriam sido escritas na época de Alexandre, o Grande, falam de um país de grande extensão, no qual habitavam gigantes que possuíam templos e grandes cidades, onde moravam muitas pessoas. Eram possuidores de muitas riquezas. Hesíodo fala de homens gigantes criados por Júpiter, de tamanho descomunal, que eram os representantes das primeiras raças físicas na Terra. A autora cita em seu livro Georg Friedrich, filosofo, arqueólogo, orientalista e mitólogo alemão que em um artigo na Revue Archeologique, em 1850, fala sobre as construções monolíticas encontradas em diversas regiões da Terra.

 

Assim ele escreve: “Cada pedra é um bloco cujo peso poria à prova as máquinas mais poderosas. Em uma palavra: espalhadas pela superfície do Globo, existem moles (construções de grandes proporções) ante as quais o termo materiais parece sem sentido; vendo-as, a imaginação se confunde, e dever-se-ia dar-lhes um nome tão colossal como elas mesmas. Por outro lado, estas imensas pedras oscilantes, não raro classificadas como ‘dispersadoras’, erguidas sobre uma de suas extremidades, como sobre um ponto, num equilíbrio tão perfeito que o menor contato é suficiente para fazê-las mover-se... revelam o mais seguro conhecimento de estática por parte daqueles que as levantaram. Os recíprocos movimentos opostos, as superfícies planas, convexas e côncavas, alternadamente... tudo isto as relacionam com os monumentos ciclópicos, dos quais se pode dizer, com certa razão, repetindo as palavras de De La Vega, que ‘mais parecem obra de demônios que de homens’”.

 

Veja-se que já de há muito tempo pessoas interessadas em tentar entender de forma conveniente estas grandes construções da Terra, têm-se manifestado, mostrando a sua perplexidade diante de tal estranheza, não compatível com a vida que era levada por homens comuns, apesar de inteligentes e também capazes de feitos importantes em nosso planeta. 

 

Os cortes precisos e incomuns nesta ‘obra’ enigmática em Cuzco (entre outras) não nos fazem pensar em uma raça também incomum?

 

Há um pensamento que se concilia entre os estudiosos em relação à questão de que o homem no passado da Terra era um ser primitivo. Porém, inúmeros resquícios de civilizações antigas mostram algo diferente: uma engenharia bem qualificada e construções megalíticas difíceis de serem explicas e que mostram terem sido feitas de forma a resistir às intempéries e até mesmo ao passar do tempo. Pergunta-se então: que tipo de povos primitivos seriam estes exímios construtores que nos deixaram estas enigmáticas e gigantescas obras milenares e complexas?

 

Alguns estudiosos atribuem este tipo de ‘trabalho’ aos povos atlantes que teriam sobrevivido às hecatombes na época do desaparecimento de seu continente. Vê-se que se tratam de grandes construções onde foram utilizados gigantescos blocos de pedra trabalhados, milimetricamente encaixados, de difícil entalhe e transportados até o local dos edifícios de forma desconhecida. Encontramos estes megálitos em diversos lugares, como já dissemos, além de muitos outros, mostrando que esses povos que os teriam produzido estiveram presentes em todo o nosso planeta. Diante desta sua magnitude e da perceptível estranheza de sua obra, porque não poderíamos pensar que esses homens sejam oriundos de uma raça de gigantes, conforme constam das lendas e dos antigos relatos de muitos povos da Terra?

 

Note-se que a altura e os grandes portais de muitos destes monumentos de elevada engenhosidade não nos parecem terem sido feitos para o homem de estatura comum, mas para acolher seres de altura elevada.

 

 

Tem se falado com mais frequência sobre a Atlântida, apesar de este continente ser ainda considerado um mito, mas as antigas tradições falam também de outras terras desaparecidas no decorrer dos milênios e com elas as suas humanidades. Daí ser extremamente difícil encontrar resquícios arqueológicos de seus habitantes, primeiro porque já teriam decorrido milhares e milhares de anos e segundo, porque em sua maioria deverão encontrar-se no fundo dos oceanos, ficando assim ainda mais difícil encontrar-se ruínas e ossadas intactas para estudo e comprovação.

 

Desses personagens colossais, verdadeiros gigantes no seu sentido físico e tecnológico, restaram-nos apenas, em toda a face da Terra, inúmeras evidências monumentais de sua existência, nas obras arquiteturais e magníficos trabalhos em pedra que ainda podem ser vistos em diversos lugares. Por serem homens gigantescos deixaram obras também gigantescas que nos dias de hoje impressionam os especialistas e impedem-nos de concluir estudos coerentes, diante de sua grandeza e dificuldades no entendimento da execução arquitetônica destas construções.

 

Sabe-se que o conteúdo das chamadas Estâncias de Dzyan do antigo livro dos hindus ‘os Purânas’, que trata da criação do mundo e do homem, não se acha em harmonia com o que propõe a Ciência Moderna, mas existem tantos pontos inexplicados na história dos homens e do próprio Universo estudados por esta mesma Ciência que não poderíamos concordar que estas narrações purânicas sejam invencionices dos brâmanes. Assim, se de um lado as Estâncias não puderem ser dignas de crédito por parte dos intelectuais e cientistas de nosso tempo, por outro, a própria Ciência carece de elementos consistentes para explicar o mistério da origem dos homens (que permanecem desafiadores), como também a herança arqueológica que teria sobrevivido e que foi herdada pelo homem contemporâneo, que não a compreendeu ainda e a vê como uma estranha realidade.

   

Neste ponto, seria importante que expuséssemos como testemunho as inacreditáveis ruínas de Cuzco, no Peru, onde se podem ver inúmeros vestígios destas construções monolíticas de um passado distante. A grande fortaleza de Sacsayhuaman é um monumento colossal construído com pedras descomunais com terraços contínuos e com estrutura e peso inacreditável. Ela é muito conhecida e mencionada até mesmo pelos arqueólogos com espanto, porque a sua construção não é possível de ser imaginada com a utilização de braços humanos comuns e ainda atribuída a um povo que sequer teria tido conhecimento da roda, conforme se afirma.

 

As pedras colossais que sustentam estes terraços são de tamanhos variados, mas existem muitas delas excepcionalmente grandes, pesando cerca de 100 toneladas. O mais espetacular de tudo isto é que todas estas pedras foram cortadas e encaixadas umas com as outras com grande precisão, devendo considerar-se que, apesar de elas não serem uniformes, acham-se todas ajustadas magistralmente no conjunto arquitetônico que nenhum construtor moderno seria capaz de executar com facilidade.

 

Os construtores de Sacsayhuaman não seriam, portanto, apenas pedreiros excepcionais, mas também e miraculosamente, homens incomparáveis e poderosos, pois que não existe obra igual ou semelhante em nenhum lugar de nosso planeta. Simone Waisbard disse que “a fortaleza megalítica de Sacsayhuaman que é, sem dúvida, a mais monumental do mundo, foi consagrada ao falcão”, ave de rapina que era cultuada pelos povos andinos. Apesar de existirem construções megalíticas em muitos outros lugares, que também trazem questionamentos aos historiadores estas surpreendem, pois os estudiosos querem vê-las apenas como construções feitas por homens comuns e ainda sem a utilização de instrumentos adequados e tecnologias não conhecidas, apesar de sua magnitude e mistério.

 

Cortes e ajustes inacreditáveis como estes são vistos em Sacsayhuaman.

 

Existem também muitas outras obras arquitetônicas em Cuzco que causam estranheza. Em um quadro anexo destacamos fotografias de algumas destas obras gigantescas e excepcionais, mostrando que a sua feitura não poderia ter sido realizada por homens comuns.

 

Quando os espanhóis ali chegaram e viram estas coisas fabulosas não acreditaram que aquilo pudesse ter sido obra de seres humanos. Garcilazo de la Veja, que visitou o Peru no século XVI escreveu sobre estas gigantescas construções e disse que as suas proporções inconcebíveis era “algo tão extraordinário que dá a impressão de que alguma mágica presidiu a sua construção, que deve ter sido obra de demônios e não de seres humanos.”

 

Não se poderia deixar de falar também sobre a região desolada no sul do Peru, em Nazca, onde num platô de 520 km quadrados acham-se traçadas no solo dezenas de gigantescas figuras de animais e objetos desconhecidos ou simbólicos que ninguém sabe ao certo explicar quem as teriam feito e qual a sua finalidade. Já dissemos que havia entre os nativos muitos relatos sobre gigantes em tempos antigos. Um autor espanhol, Pedro Lopez, disse que junto às grandezas daquelas terras circulavam muitas lendas. Assim ele escreveu: “Havia gigantes nesta ilha. Vê-se ali edifícios de grande altura” e que “de um degrau ao outro, os passos mediam oito pés.”

 

Com relação, pois às figuras de Nazca, também gigantescas, ficaria a questão: quem teria traçado estas imagens descomunais no solo e por que algumas delas vêm representando figuras tão enigmáticas? Note-se que um ‘pássaro guano’ tem o expressivo tamanho de 300 metros; um lagarto, 280; um pelicano, 135; um macaco, 80, além de muitas outras figuras com metragem variando m entre 10 e 65 metros, entre mais de 20 representações. Têm sido encontradas também figuras geométricas sofisticadas em diversos lugares, dando a entender que se tratam de indicações complexas que se acham interligadas em relação ao seu posicionamento e à sua simbologia.

 

Caminhado mais para o norte, nas antigas terras da Mesoamérica vamos encontrar também coisas assim, de cunho excepcional como, por exemplo, Tula, a capital dos Toltecas, próxima da cidade do México. Apesar de Tula ter sido uma grande cidade na sua época suas ruínas possuem menor grandiosidade do que as de Teotihuacan, por causa das pirâmides gigantescas desta última, semelhantes às pirâmides do Egito. Tula representava o centro daquele grande império e por isto possui também os seus mistérios.

 

Na sua parte central podem ser vistos também diversos templos em forma de pirâmides em edificações monumentais, como nas de outras cidades. Diz-se que uma destas pirâmides foi dedicada ao deus Quetzalcoatl, a Serpente Emplumada. A lendária Tula, segundo relatos teria sido governada por este ser semidivino, que vinha representada por uma estranha figura coberta de penas, mas que portava uma cabeça de homem. Também havia esculturas enormes em pedra de seres desconhecidos, como guerreiros gigantes, com a altura de 4,6 metros e porte altaneiro.

 

Estátua em pedra de um ser desconhecido com altura de 4, 6 metros em Tula.

 

Voltamos à América do Sul e vamos destacar as impressionantes estruturas megalíticas do Amapá, no Brasil. Tão misteriosas quanto intrigantes as imensas ‘construções’ em pedra, encontradas no Amapá, em Calçoene, mostram que no Brasil aconteceram coisas importantes em um passado distante e que os historiadores não podem explicar. Isto indica que sua história antiga não pode limitar-se em considerar apenas às culturas indígenas e aos restos cerâmicos destas raças de costumes mais simples que foram encontradas no Brasil na época do seu descobrimento.

 

Monólitos em construção complexa no Amapá – reprodução do autor.

 

O complexo arqueológico ali encontrado mede cerca de 30 metros de diâmetro e é constituído de 147 blocos de granito, conforme pesquisas feitas no local, sendo que alguns destes chegam a medir 4 metros de altura e pesar até 4 toneladas. Sob o nosso ver não seria razoável querermos atribuir estas construções gigantescas e incomuns a culturas indígenas que teriam vivido no local.

 

É difícil imaginar como puderam ser cortadas, transportadas e erguidas aquelas pedras de grande porte no meio da mata e qual teria sido a sua finalidade. É importante saber quem teriam sido os seus autores e porque o fizeram, mas parecem tratar-se de obras muito antigas e de difícil identificação. Os arqueólogos chegaram a imaginar que este conjunto poderia ter sido construído por uma sociedade indígena complexa que teria habitado no Amapá em tempos antigos.

 

Em um artigo o arqueólogo Marcos Pivetta disse que o suíço Emílio Goeldi já havia visto estes grandes blocos de pedra em uma expedição feita ao rio Cunani no século XIX e que o alemão Curt Nimuendaju, na década de 1920 e os norte-americanos Betty Meggers e Cliford Evans, no final da década de 1950 também avistaram estas ‘construções’ megalíticas. Disse, no entanto, que apenas em 2005 é que um casal de arqueólogos passou a pesquisá-las, os gaúchos Mariana Petry Cabral e João Darcy de Moura Saldanha, que se mudaram para o Amapá e passaram a estudar os sítios da região.

 

Pivetta informa que de cerca de 200 sítios arqueológicos que foram estudados no Amapá perto de 30 deles mostram formações megalíticas. Esta informação estranhíssima e no mínimo espetacular, ao mesmo tempo, deixa claro uma espécie de vácuo na história antiga do Brasil e os questionamentos se multiplicam, mesmo que não queiramos respondê-los adequadamente. Que tipo de construtores teriam cortado, transportado e colocado a prumo estes gigantescos megálitos se não fossem esses igualmente seres de grande porte?

 

Temos também o enigma dos geoglifos encontrados no Acre. Com a derrubada de árvores para novas pastagens feitas por fazendas na região, novas descobertas de caráter arqueológico têm surgindo e as mais recentes delas foram as que estão relacionadas com as figuras geométricas de grandes proporções que estão sendo encontradas. As primeiras delas foram descobertas nas terras de um fazendeiro do Acre, Sr. Jacó Sá e depois foram localizadas em outras fazendas nas proximidades. Elas foram chamadas de geoglifos pelos pesquisadores.

 

Vistas do solo, não podem ser identificadas perfeitamente, podendo ser observadas apenas valas profundas com cerca de 3 metros de profundidade. Quando vistas do alto, entretanto, se apresentam como gigantescas figuras retilíneas (quadrados, retângulos, círculos, etc.) cavadas na terra, apresentando uma visão harmoniosa e enigmática ao mesmo tempo. O mistério está em que se tratam de traços retilíneos e curvilíneos precisos, formando gigantescas figuras geométricas que só podem ser vistas do alto, a cerca de 400 m. de altitude. Tais demonstrações de arte ou tecnologia desconhecida estavam encobertas pela selva e deixam uma grande interrogação. Foram identificados um quadrado de cerca de 80 metros com um círculo no seu interior com 70 metros de diâmetro (vide ilustração), além de retângulos, quadrados e círculos isolados, chegando alguns destes últimos a alcançar até mesmo 350 metros de diâmetro.

 

O arqueólogo Marcos Vinicius Neves estudou estas figuras que foram chamadas de geoglifos, os quais podem ser encontrados nos vales próximos aos rios Acre, Iquiri e Abunã, entre as cidades de Xapuri e Rio Branco. A partir de 1977, quando as formações geométricas foram vistas pela primeira vez, já foram encontrados mais de uma centena delas. Próximo das valas foram também encontrados fragmentos de cerâmica, que os pesquisadores disseram tratar-se de reminiscências de povos indígenas que teriam vivido ali por volta de 800 a 2500 anos atrás.

 

O que de fato existe é que as pesquisas em relação aos misteriosos geoglifos estão ainda no começo e pouco foi coletado para a sua explicação. Tais fatos vêm adensar ainda mais os enigmas que existem sobre o passado mais remoto do Brasil e acrescentar mais um toque de mistério nas descobertas feitas nesta região amazônica. Apesar de algumas teorias terem sido levantadas sobre estes geoglifos, nenhuma delas se firmou como base de sustentação de uma tese aceitável, em face de sua vulnerabilidade e desqualificação como instrumento científico, por falta de evidências mais consistentes.

 

 

O geógrafo e pesquisador Alceu Ranzi afirmou ter feito observações no Acre a respeito dos geoglifos e encontrou inúmeras destas figuras geométricas já descritas. Disse o pesquisador ter observado em voo pela região, formas variadas que vão desde quadrados, círculos, hexágonos, octógonos, linhas e até formas mais complexas como círculos no interior de quadrados, quadrados no interior de círculos, etc.

 

Muito embora segmentos no estudo da arqueologia não venham admitir que possa ter havido sociedades mais complexas no Brasil e, principalmente, na Amazônia, descobertas como estas obrigam-nos a pensar no assunto, pois a geometria perfeita destas figuras e a associação entre as mesmas formam estruturas complexas que não poderiam ter sido feitas por povos primitivos e sem a utilização de equipamentos mais sofisticados. As suas dimensões gigantescas também nos alertam para a questão do tipo de seus prováveis construtores.

 

Temos também na Bahia, as ruínas de Monte Alto que se localiza nos limites dos municípios de Guanambi e Palmas de Monte Alto, no sul do estado, numa região conhecida por Brejo das Pontas. O local foi chamado de Santuário de Monte Alto e um grande mistério o envolve, pois assemelha-se a ruínas uma cidade abandonada. Este complexo é constituído de menires gigantescos, com pedras cortadas e alinhadas, como numa construção megalítica e ninguém sabe quem poderia ter construído esta ‘cidade’. Além do mais, elas não combinam com as culturas silvícolas encontradas nestas terras quando do descobrimento do Brasil e se tratam, por certo, de restos de outros agrupamentos de povos que aqui teriam vivido em nosso passado mais longínquo e que nos são desconhecidos.

 

Segundo o pesquisador Luiz Galdino, que lá esteve este conjunto pétreo possui alinhamentos de pedra dispostas entre si, por uma extensão de, aproximadamente, 1 km, além de se acharem esparsos, restos de construções em pedra de dimensões bem consideráveis e perfeitamente cinzeladas. Este sítio arqueológico se localiza a cerca de 20 km da cidade de Palmas de Monte Alto, numa região de difícil acesso.

 

Próximo aos pilares e os alinhamentos, disse o pesquisador, corre o riacho das Pontas e mais adiante o rio Curral de Pedras. Às suas margens podem ser encontrados rochedos em posicionamento vertical, como se fechassem uma área retangular, um cercado de pedras, além de um alinhamento mais bem conservado que mostram marcos de pedra projetando suas pontas entre o capinzal.

 

 

Resguardadas as devidas proporções, não se poderia dizer que este assentamento em Paraúna se assemelha aos de Sacsayhuaman, no Peru?

 

Também em Paraúna temos resíduos arqueológicos importantes, de um tempo que não pode ser claramente identificado pelos pesquisadores. Não se pode dizer, por exemplo, que as ruinas em pedra da Serra da Arnica sejam pós-colombianas, por causa de suas características pouco comuns. Então, elas teriam de ser pré-colombianas e se os indígenas que foram encontrados por aqui não trabalhavam com a pedra, então elas seriam muito mais antigas. Que povos seriam estes que manuseavam pedras com grande destreza e também blocos monumentais que sustentam ainda muitos destes maciços e mantêm eretas paredes colossais?

 

E a própria Muralha de Paraúna com 15 km de extensão, construída com pedras ferro (granito) cortadas na forma de grandes blocos retangulares e ajustados horizontalmente, chegando a alcançar, em alguns pontos, até quatro metros de altura?

 

Parte da grande muralha de Paraúna – reprodução do autor.

 

A Serra das Galés surpreende pelo seu conjunto semelhante a ruínas de uma cidade abandonada. Esculturas gigantescas se agrupam próximo a paredões proeminentes e blocos de pedra monumentais sustentam grandes estruturas pétreas.

 

Nossa primeira impressão de Paraúna foi-nos transmitida pelo pesquisador e escritor Alódio Tovar e também topógrafo, cartógrafo, projetista e jornalista, que viveu muitos anos na região e desenvolveu inúmeros estudos por lá, mostrando significativas evidências arqueológicas que pude posteriormente constatar. Em artigos publicados em revistas especializadas e em seu livro “A Face Oculta da Natureza – o Enigma de Paraúna” ele desenvolveu estudos avançados sobre suas descobertas na região e não poupou esforços para mostrar o sentido enigmático de seus monumentos arqueológicos e seus registros rupestres na gruta das incríveis figuras.

 

Foi este pesquisador quem fez as primeiras observações sobre a muralha de pedra da Serra da Portaria e pesquisou o sistema de túneis desta serra. Foi também de sua lavra a tese de que havia pirâmides soterradas na região e foi ele quem descobriu as construções líticas da Serra da Arnica, além de estudos pormenorizados no chamado “painel mágico” da gruta do Ribeirão Encanado.

 

Falando sobre Paraúna, escreve este insigne autor: “Nada sabemos de concreto sobre a origem dos múltiplos monumentos encontrados dispersamente em vários sítios do município. Nós os consideramos de valor arqueológico porque numa visitação sistemática que realizamos desde 1974, pudemos anotar dezenas de informações e fotografar outras tantas peças, que para nós, já formam um quadro capaz de confirmar a indiscutível presença de uma civilização nas regiões da Serra dos Caiapós. Talvez, nem tanto uma civilização, mas pelo menos a passagem de algum povo construtor em pedra, dotado de conhecimentos e técnicas capazes de exprimir um nível cultural superior àqueles que caracterizam os coeficientes das tribos indígenas em território goiano, conhecidas desde a chegada dos bandeirantes”.

 

Quando estivemos na Serra da Arnica causou-nos espanto ao depararmo-nos com construções monumentais em pedra bruta, notoriamente trabalhadas e edificadas com deliberada orientação. Já tínhamos tido conhecimento destas ruínas de Paraúna por intermédio do grandioso trabalho de Alódio Tovar e apesar de algumas dificuldades pudemos finalmente encontrar estes testemunhos incomuns de nosso antigo Brasil.

 

O que as torna estranho diante dos estudos arqueológicos que são feitos é que estas “ruínas” e muitas outras semelhantes levantam uma confrontação crítica em relação ao que sabemos hoje sobre as culturas indígenas brasileiras e os chamados homens primitivos, caçadores-coletores, que habitaram em grutas, abrigos e cavernas em muitas destas regiões do Brasil. Pode-se ver ali paredes ainda aprumadas, construídas com grandes blocos de pedra, cinzeladas e ajustadas com precisão e ajustamentos convencionais, mas sem a utilização de argamassa, além de grandes fortalezas se elevam assentadas sobre gigantescos blocos de pedra ajustados também para suportar os monumentais blocos cinzelados do paredão.

 

Figuras estranhas aos antigos povos do Brasil ali se mostram presentes, como uma espécie de esfinge antropomorfa e a imagem de um touro deitado sobre o paredão principal e uma outra cabeça taurina esculpida mais adiante e deixam-nos pensativos, uma vez que estes animais não eram do conhecimento desses antigos habitantes do Brasil.

 

Em uma espécie de rampa que conduzia ao interior da fortaleza e em alguns lugares o assoreamento era intenso. Mais à direita, havia um outro contraforte, um conjunto pétreo de grandes proporções, com formações também semelhantes a uma esfinge, se bem que zoomorfa. Estávamos diante de duas formações gigantescas, constituídas de grandes e pesados blocos maciços em pedra bruta, assemelhando-se a potentes muralhas ao lado de algo como um grande portal destruído. Ao transitarmos (eu e minha esposa) por entre aqueles grandes blocos de pedra, não tínhamos dúvida de que nos encontrávamos diante de primitivas construções ciclópicas, certamente erguidas por um povo desconhecido e por meio de uma técnica não sabida. Era notório que algum tipo de conhecimento este povo teria de ter possuído para construir algo de tão pronunciadas proporções e condução inteligente.

 

 

A grande muralha foi exaustivamente pesquisada por Alódio Tovar. Afirmou o pesquisador que a mesma possui uma extensão de 15 km e está localizada a cerca de 35 km da cidade, numa região de fazendas, no vale da Serra da Portaria.

 

Fomos até ela e subimos em sua esplêndida estrutura pétrea, caminhando sobre ela por muitos metros à frente. Ela é constituída de blocos de basalto negro, tipo de rocha vulcânica muito resistente, também conhecida como pedra-ferro, com cerca de 1,20 metros de largura e chegando, em alguns lugares - até onde pude chegar - a alcançar mais de 2 metros de altura. Segundo Alódio Tovar, ela possui uma altitude média de 4,0 metros e sua largura média é de 1,30 metros. Em alguns pontos a “muralha” desce até o solo, ficando praticamente rente ao chão e segue numa direção mais ou menos retilínea. 

 

Ela avança do paredão principal da Serra da Portaria e segue até uma pequena elevação do outro lado do vale. Observando-a do alto de suas pedras multiformes, pode-se notar que ela possui algumas oscilações e, em alguns lugares, partes de sua estrutura encontravam-se espalhadas por toda a parte, levando-nos a acreditar que alguma coisa, como um forte tremor de terra, por exemplo, poderia ter ocorrido ali e destruído alguns de seus pontos.

 

O que chama a atenção é que toda a sua estrutura segue uma orientação de colocação de suas pedras colossais no sentido sempre horizontal, que parecem ter sido assim ajustadas por uma ação coordenada, além de sugerirem que teriam sido transportadas de um outro local e trabalhadas antes de serem assentadas. Os blocos que compõem sua estrutura têm formas retangulares irregulares, mas ajustados em alinhamento contínuo, um ao lado do outro, procurando-se encaixá-los mutuamente. 

 

Alódio Tovar afirmou que, a despeito de pensamentos em contrário, a muralha de pedra do vale da serra da Portaria, foi definitivamente considerada como sendo de origem artificial. Segundo escreveu, no ano de 1977 ela foi examinada por geólogos, tendo estes declarado que ela foi, de fato, construída, considerando-se que os blocos de pedra-ferro que a compõem se encontram assentados regularmente e que muitos deles apresentam sua simetria de cristalização em vertical e outros a apresentam em horizontal. Isto não seria possível se ela fosse uma formação natural.

 

Além disto, observaram que muitos dos cortes de encaixes dos blocos mostravam resquícios de que teriam sido produzidos por mãos humanas e ainda, que havia pedras de outras características utilizadas na sua construção. Algo que também chamou a atenção na estrutura na muralha é que ela apresenta uma proporcionalidade média regular em sua largura, de cerca de 1,10 metros.   

 

Outro local em Paraúna que chama a atenção é a Serra das Galés. Seus “monumentos” e paredões rochosos elevam-se em toda a sua extensão em agrupamentos específicos, apresentando caracterizações variadas, como passagens entre as pedras, “ruas”, “praças”, esculturas gigantescas, etc., em meio a uma grande confusão de formas, como em uma cidade em ruínas. Este aspecto de seu conjunto não tira a sua grandiosidade e beleza, pois suas formações esparsas e em grandes conglomerados, deixam à mostra um emaranhado de figuras facilmente identificadas, algumas das quais, assemelhando-se a rostos humanos, figuras de animais, muralhas gigantescas, paredes, cálices, torres, e outros objetos de proporções consideráveis.

 

 

Apesar de suas dimensões serem inferiores aos monumentos pétreos de Sete Cidades, no Piauí e de Vila Velha, no Paraná, suas formações lembram fortemente às daquelas regiões no norte e no sul do país. Como já dissemos, percorrendo por entre seus blocos gigantescos, podemos observar figuras diversificadas que tomam aspectos variados, identificando, entre outras figuras, uma tartaruga colossal, um lagarto, uma índia com seu filho às costas, taças e rostos gigantescos, dentre outras, além de grandes contrafortes, muralhas e paredes aprumadas.

 

É nosso pensamento que deveríamos refletir mais profundamente sobre estas formações consideradas como ‘naturais’ e que são encontradas em muitos outros lugares, além de Paraúna, uma vez que elas se acham agrupadas em alguns pontos específicos em cada região. Não nos parece estranho que a natureza tenha caprichos tão extravagantes como estes, considerando-se que ela tenha ‘preferido’ trabalhar conjuntos pétreos diferenciados em espaços bem reduzidos e em apenas alguns locais do Brasil? Poderia isto ser explicado de alguma maneira?

 

Enigmático monumento pétreo da serra das Galés. Poderia se dizer que se trata apenas de uma formação natural?

 

O pesquisador Alódio Tovar considera que estes monumentos líticos em Paraúna têm valor arqueológico, porque em suas pesquisas, desde os idos de 1974, entendeu que existem evidências suficientes de que teria ocorrido a presença humana nas proximidades da serra dos Caiapós, onde se assentam todas estas colossais estruturas pétreas. Disse que “este caráter mágico/naturalista das Galés não elimina, todavia, a possibilidade de o sítio encerrar em alguns de seus blocos, aspectos que sugerem a presença da mão humana, dando acabamento a algumas de suas particularidades.” E cita o caso da “tartaruga de pedra” que pensa estar relacionada a mitos pré-históricos de sentido religioso, pois que o culto deste animal tem caráter universal.

 

Neste sentido havemos de concordar com Alódio Tovar, pois como já dissemos, no local onde se estabelece o conjunto das Galés vamos encontrar estruturas muito bem organizadas, apesar de estarem em ruínas, mostrando fortes elementos que indicam uma possível manipulação de pedras em muitos de seus conjuntos.

 

Se percorrermos todo o nosso planeta com a atenção voltada para as grandes construções que existem em toda a parte, vamos perceber que muitas delas são extraordinariamente monumentais e que a sua presença vem exigir de nossa inteligência maior argúcia sobre a sua realidade naquele contexto histórico. Estamos falando, por exemplo, das inacreditáveis estruturas em pedra de Baalbek, de Stonehenge, de Carnac, das pirâmides e templos egípcios, de Angkor, das antigas construções da Índia, das pirâmides chinesas, nos monólitos de Sacsayhuaman, de Tiahuanaco, de Puma Punku, de Teotihuacan, de Palenque, etc., entre muitos outros, que não podem ser estudados por meio de avaliações apoiadas nas possibilidades modernas e no entendimento que se tem dos povos que se pretendem que as tenham construído, uma vez que as mesmas deixam ver que se tratam, em verdade, de um grande quebra-cabeças de difícil solução diante dos historiadores e pesquisadores que as vêm com espanto e angústia por não as poderem explicar convenientemente.

 

E mesmo que tenhamos tentado explicar e compreender estas obras magnificas o mistério permanece, pois o grau de dificuldade que envolve empreendimentos como estes é tão elevado e a precisão das construções é tão inacreditável, os cortes e os detalhes técnicos tão minuciosos, que os pesquisadores modernos têm percebido que explicações comuns já não podem ser mais acolhidas nem aceitas em caráter impositivo. Juntando-se a isto temos ainda as dimensões exageradas dos edifícios e dos seus componentes pétreos, as distâncias dos locais de extração e a condição de transportes destes materiais que, juntamente com as ‘lendas’ em todos os lugares, levam-nos a justificar que seus construtores teriam sido mesmo engenheiros gigantes e especializados no trabalho com pedras monumentais e de difícil manuseio. 

 

Em verdade, cremos que é o nosso orgulho que não quer admitir outras possibilidades para o nosso passado, orgulho este sustentado por uma tecnologia que julga esplendidamente avançada e que não pode aceitar que homens de um tempo muito remoto teriam tido a capacidade de construir coisas como estas que nos sentimos impossibilitados construir e explicar adequadamente. Então, nosso intelecto procura ocultar o mistério que envolve feitos milenares como estes, de um povo igualmente desconhecido, através de tentativas pouco sustentáveis ou de curta duração, banalizando o enigma que os encobre e às inúmeras evidências que denunciam com ênfase um passado admirável que, em verdade, não temos ainda condições de o compreender.

 

* J. A. Fonseca é economista, aposentado, espiritualista, conferencista, pesquisador e escritor, e tem-se aprofundado no estudo da arqueologia brasileira e realizado incursões em diversas regiões do Brasil. É articulista do jornal eletrônico Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br) e membro do Conselho Editorial do portal UFOVIA. E-mail jafonseca1@hotmail.com

 

 

- Fotografias: J. A. Fonseca e Sávio Egger.

 

 

- Ilustrações: J. A. Fonseca.

 

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