Brasil Antigo
Simbologia Desconhecida Na ‘Arte’ Rupestre do Brasil – Parte II A sofisticação e o grau de dificuldade encontrados em muitas destas manifestações líticas acusam-nos de negligência, quando nos negamos a ver neles elementos fortes de algo surpreendente que se acha velado por trás de seu traçado misterioso e de seu inexplicável conteúdo.
Por J. A. FONSECA* De Itaúna/MG Fevereiro/março-2020
Insculturas complexas no Lajedo JK, em Goiás.
A verdadeira história do Brasil parece-nos obscurecida pela névoa do tempo e pelos inúmeros contratempos ou condições inexplicáveis que cercam os remanescentes silvícolas que aqui viviam na época da sua descoberta, em relação às inscrições rupestres de conotações variadas e estilos muito diversificados que ‘decoram’ suas pedras milenares. Isto leva-nos a pensar que a verdadeira história de nossos antepassados brasílicos está proibida, ou na melhor das hipóteses, permanece desconhecida, apesar de nossos historiadores se esforçarem para dar-lhes um princípio lógico, compatível com a realidade misteriosa dos fatos.
A sofisticação e o grau de dificuldade encontrados em muitas destas manifestações líticas acusam-nos de negligência, quando nos negamos a ver neles elementos fortes de algo surpreendente que se acha velado por trás de seu traçado misterioso e de seu inexplicável conteúdo, diante de nossos atuais conhecimentos e condições de compreendê-los a contento.
Seria possível que agentes desses povos mais recentes do Brasil é que teriam gravado as figuras variadas, os símbolos e as inscrições nas pedras, em estilos tão diversificados e tão bem elaborados em muitos dos casos observados? Por que teriam deixado de fazê-lo? Sabemos que os indígenas atuais não são capazes de fazer estas coisas e que sequer as tenham atribuído aos seus antepassados mais antigos. Em conversa com caciques indígenas sobre essas inscrições em Roraima e no Mato Grosso, estes disseram-me que elas já estavam aqui quando eles chegaram e que não saberiam dizer quem as teriam feito. Disseram que, certamente, estes teriam sido outros povos, bem mais antigos destas terras. Para muitos deles estas inscrições seriam sagradas.
Já mencionamos no artigo anterior a posição do professor Pedro Ignácio Schmitz do Instituto UNISINOS sobre a questão dos povos antigos do Brasil, quando ele afirmou que o povoamento destas terras é um assunto ainda não esgotado e que não se pode dizer que a raça do fóssil da ‘Luzia’ descoberta em Lagoa Santa, seja do mesmo tipo da dos nativos que aqui foram encontrados pelos descobridores. São, definitivamente, diferentes.
Em relação aos registros rupestres temos também os casos variados de figuras gravadas em pedra e que, diante de sua diversidade e qualidade, não poderíamos afirmar, com certeza, de que grupos elas teriam se originado. Mesmo no Brasil, supõem-se que elas poderiam estar relacionadas a grupos variados e que, a nosso ver, não poderia se dizer que elas possam tratar-se de figuras regularmente percebidas, uma vez que muitas delas não se adaptam a elementos de conhecimento geral e que poderiam estar gravados no consciente ou subconsciente de seus prováveis autores.
Painel com figura enigmática no Sítio Pousada das Araras – Serranópolis – Goiás. À direita, com destacamento das figuras feita pelo autor.
Neste trabalho abordamos especialmente estas figuras, pois o seu conteúdo foge do contexto das análises mais regulares da percepção científica, por se tratarem de casos em que o modelo utilizado ou percebido em algum momento, não pode ser hoje identificado com precisão, levando-nos a imaginar que poderiam estar relacionadas a arquétipos bem mais antigos, ligados a um outro momento da Terra em que seus autores puderam presenciar acontecimentos não admitidos pela mente do homem moderno.
Uma destas figuras enigmáticas fomos encontrar no Sítio Pousada das Araras, localizado em Serranópolis, no estado de Goiás. Ali, pudemos nos deparar com belíssimos painéis líticos pintados em pigmento avermelhado, derivado de minerais de ferro, representando em sua maior parte, motivos que envolvem figuras geométricas, animais da região como lagartos, tartarugas, macacos e araras, dentre outros, sendo que muitos deles acham-se bem delineados, destacando a habilidade de seus autores. Porém, como acontece em muitos outros lugares do Brasil, vamos encontrar junto destas manifestações algo de inusitado entre as figuras gravadas na pedra e que vem desafiar a nossa argúcia e o nosso entendimento. Neste propósito, destacamos a figura da ilustração abaixo, com sua reprodução original fotografada, à esquerda, e sua imagem reforçada pelo autor, à direita, mostrando o objeto principal da figura. Podemos ver, com perplexidade, que trata-se de uma figura triangular bem caracterizada e não muito comum que aparece pintada em meio a algumas aves naturais da região. Vê-se um belo conjunto ‘artístico’ e da mesma forma que em outras manifestações líticas do Brasil remoto, não poderíamos dizer que venham tratar-se de algo de caráter natural e do conhecimento de homens primitivos que, segundo historicamente se propõe, não poderiam estar capacitados para criar tais elementos artísticos por si só, por fugirem de uma compreensão intelectual mais elementar. Por mais que queiramos simplificar o conteúdo desta figura triangular e buscar compreendê-la, não conseguimos dar-lhe uma explicação plausível, ao nível de uma percepção clara que teria permitido ao seu autor ou autores produzi-la no contexto em que se ela encontra e por que razão a teriam feito.
Em outro local, na cidade de Mara Rosa, também no estado de Goiás vamos encontrar um outro enigma arqueológico de elevado valor no grupo das chamadas figuras inexplicáveis. Apesar de pouco divulgada ela guarda um importante mistério dos tempos mais antigos do Brasil e, a nosso ver, deveria ter o seu estudo e preservação cuidadosamente classificados no contexto arqueológico nacional.
Trata-se de um conjunto de figuras insculpidas em um grande bloco de pedra que foi encontrado na Fazenda Santo Antonio, há algumas décadas, como se pode ver na ilustração deste autor, baseada em fotografadas feitas pelos pesquisadores da APU – Associação de Pesquisas Ufológicas de Goiás. A reprodução feita pelo autor procura mostrar da forma mais fiel possível as estranhas figuras gravadas na pedra de Mara Rosa, que mostram elementos de elevada complexidade e de difícil compreensão, apesar de destacar alguns símbolos também encontrados em outras regiões do Brasil. O jornalista Antonio Carlos Volpone, membro da APU, que faz pesquisas em sítios arqueológicos da região, fez uma primeira abordagem sobre a mesma em 1982, tendo esta sido publicada na revista UFO nº 62, do mês de Fevereiro/1999, onde ele afirma que estas inscrições são muito antigas e que elas poderiam ter sido influenciadas por alienígenas.
Reprodução do autor das estranhas figuras insculpidas num bloco de pedra em uma fazenda na cidade de Mara Rosa – Goiás.
Estudiosos que visitaram a região também falaram de sua antiguidade e que seria difícil precisar datas para a sua elaboração. Há também a ideia que propõe que as estranhas figuras poderiam ter sido feitas pelos índios pré-históricos que viviam de caça e coleta de alimentos.
É notável que os traços das figuras parecem ter sido traçados de forma natural, como se risca numa folha de papel. Seus sulcos são profundos e largos, e estão bem marcados na pedra, com seguimento retilíneo, que demonstram grande habilidade de seu autor ou autores. Além do mais, os elementos que compõem as figuras, especialmente os círculos comuns e concêntricos indicam que os executores tinham, familiaridade com sua representatividade naquele contexto enigmático. Conforme já dissemos, a pesquisa feita pela APU atribui estas figuras a seres extraterrestres por causa da sua estranheza, mas, exatamente por causa disto é que imaginamos que elas poderiam estar ligadas a uma outra realidade em nosso próprio planeta. Devido ao seu alto grau de dificuldade na concepção e feitura de seu conjunto enigmático, julgamos que elas poderiam estar relacionadas a povos mais evoluídos que habitaram esta região e que seu conteúdo possa ter ligação a elementos de sua vida em épocas passadas e que nos são desconhecidos neste momento.
O certo é que este monumento mostra um conjunto de elementos complexos demais, além de inexplicáveis, que abordam uma temática desconhecida e de difícil compreensão. É importante também ater-se à técnica de elaboração das figuras, pois ela é muito precisa, mostrando uma execução com cortes profundos rasgados na pedra, demonstrando a necessidade de utilização de instrumentos apropriados para fazê-lo. Sob o nosso ponto de vista exigiriam também experiência de seus autores para que pudessem traçar de forma retilínea e com precisão os contornos dos elementos idealizados para a sua construção.
É importante atentarmos para este fato, porque caso seus autores fossem homens abrutalhados e não tivessem um planejamento prévio do que iriam gravar naquela pedra, tal feito jamais poderia ter sido executado daquela maneira. E tudo isto sem que questionássemos a forma como estas figuras teriam sido feitas e quais teriam sido os instrumentos necessários para a sua conclusão.
Recordemos dos traços que são feitos por uma criança ainda inexperiente na arte ou por uma pessoa inábil para traçar uma figura humana, por exemplo, comparada com o trabalho que é feito por uma pessoa que tenha experiência e dons artísticos para a reproduzir. Não se poderia compará-las. Voltamos a lembrar que estas inscrições se tratam especialmente de figuras traçadas na rocha viva, com precisão e arte, o que torna a sua feitura ainda mais complexa e com elevado grau de dificuldade, exigindo de seus autores conhecimento e condições técnicas para concluírem tal empreendimento.
Grupo de figuras indecifráveis dentre as muitas gravadas na ‘Casa de Pedra’ numa fazenda em Vale dos Sonhos - MT.
Detalhe do grupo das figuras na ‘Casa de Pedra’ em Vale dos Sonhos – MT. À direita destacadas pelo autor.
Na continuidade deste trabalho precisaríamos citar também a chamada Casa de Pedra, em Vale Dos Sonhos, no estado de Mato Grosso. Trata-se de um grande monumento pétreo que pode ser visto de certa distância, elevando-se no meio das árvores pouco frondosas da região. O que nos surpreende na imensa estrutura deste bloco de pedra é que ao nos aproximarmos dele encontramos um pequeno espaço como uma antessala, onde se podem ver, registradas na parede, inúmeras inscrições em baixo relevo, próximo a uma abertura que leva a uma espécie de salão contíguo. Ao lado, em um bloco de pedra que se destaca, vemos uma reentrância como uma cava da rocha. No seu teto acham-se diversos símbolos riscados e pintados em vermelho vivo, á semelhança de uma escrita. Tivemos que nos deitar no solo para fotografar e filmar estas inscrições escondidas naquele recinto.
Entramos pela abertura ovalada, acima mencionada e chegamos ao grande salão. Nas paredes do mesmo estavam gravadas diversas outras inscrições em tamanho considerável, cujo conteúdo pareciam descrever alguma ideia importante por causa da estranheza de sua simbologia. Parte delas estão representadas logo abaixo. Subimos por algumas elevações e contornamos a pedra e, nova surpresa: um novo e vasto salão se apresenta diante de nós, após penetrarmos por uma ‘porta’ também ovalada. Este recinto é mais sombrio, mas serve como um perfeito abrigo natural, até mesmo para nos proteger dos perigos da noite. Nas paredes diversas inscrições em baixo relevo se mostram presentes.
Saímos dali e continuamos subindo a pedra com seus percursos irregulares e encontramos um novo salão logo acima. Por fim, chegamos ao ‘teto’ deste grande monumento e então, vislumbramos uma bela paisagem do alto, podendo-se ver toda a redondeza. Era uma vista excepcional e privilegiada. Por causa de suas ‘acomodações’ abaixo e de sua especial situação naquele local distante, é que ela teria sido chamada de Casa de Pedra. Ela é mesmo como se fosse uma espécie de abrigo múltiplo na pedra disforme, elevando-se à distância e seus registros mostram que ela teria sido mesmo um excelente meio de proteção e moradia em tempos remotos.
Também não poderíamos deixar de mencionar as insculturas da Pedra do Cruzeiro, localizada na Cidade de Peixe, no estado de Tocantins. Esta estranha inscrição mostrando círculos emblemáticos e figuras incomuns, foi reproduzida pelo autor a partir de uma fotografia de parte deste conjunto, que teria sido feita à noite, por Rui Faquini, no córrego do Cruzeiro, à margem esquerda do rio Tocantins, região que foi inundada posteriormente pelas águas da Usina Hidrelétrica Peixe Angical.
Reprodução feita pelo autor das estranhas figuras insculpidas na Pedra do Cruzeiro (hoje submersa), no município de Cidade do Peixe - TO.
Pelo que foi registrado da parte visível na pedra, deduz-se que o conteúdo de suas figuras, em seu todo, poderia ser de maiores proporções e o agrupamento de seus signos, associado à sua complexidade, conduzem-nos a pensar que venham tratar-se de uma mensagem lítica de tempos muito antigos.
É lastimável que este ‘documento’ não poderá ser estudado com mais profundidade e que seu conteúdo permanecerá velado sob as águas da represa, ocultando um valioso registro do Brasil remoto. É também uma lástima que outros registros teriam sido tragados pelas águas desta represa, no sul do estado de Tocantins, que teriam encoberto cerca de 15 sítios arqueológicos na região, dentre os quais este e mais um de caráter rupestre.
Neste seguimento não poderíamos deixar de dar destaque também a figuras desconhecidas do Vale do Peruaçu, do qual já expusemos alguns estranhismos, anexando duas delas, que fazem parte de um grande painel constituído de inúmeros elementos extravagantes em pinturas feitas a cerca de dez metros de altura. Muitas outras podem ali ser notadas, conduzindo o estudo de sua ‘arte’ a um patamar de maior significância e a um questionamento mais intenso em relação aos seus verdadeiros autores.
Figuras inexplicáveis na Lapa dos Desenhos – Vale do Peruaçu – MG. À direita com destaques feitos pelo autor.
Estamos vendo que a questão da chamada ‘arte rupestre’ no Brasil é controversa e que, paralelamente, a de seus autores também o é.
Nossa história oficial percorre um período de cerca de 6000 anos, a partir do momento em que o homem começou a organizar-se, plantar e construir monumentos. Mas, a pré-história fala de períodos mais longos relacionados ao homem primitivo e surgiram grandes lacunas com a descoberta de fósseis antigos em todo o planeta. Por exemplo, ao ser encontrado na África, em 1964, um antiquíssimo esqueleto de um animal que andava ereto e que teria sido datado de cerca de 3.800.000 anos, as coisas se complicaram, pois esta é uma cifra distante demais para os tempos em que vivemos e considerando-se que no Brasil, o mais antigo fóssil que foi encontrado data de cerca de 10.000 anos e foi achado em Lagoa Santa (MG), no ano de 1975, ficando conhecido pelo nome de Luzia.
O estudo da origem do homem, de sua evolução e vida na Terra é como se fosse um mergulho no mais profundo do imaginário humano, porque o que serve como base para os seus estudos são sempre os resquícios que são encontrados em toda a parte e que podem fazer prova de que ali estiveram presente pessoas.
Mas, nem sempre se pode chegar a conclusões precisas sobre estas épocas remotas, porque uma mistura de elementos desconexos costuma imiscuir-se em meio às ideias que propõem este renascimento que busca, de forma racional, compreender os resquícios que encontra e que, por vezes, contrariam este princípio de análise e as desvirtua, principalmente no tocante à ‘arte rupestre’ sofisticada que existe em diversos lugares. Em geral, quando nos deparamos com ‘coisas’ que não podemos explicar racionalmente tendemos a ignorá-las, no lugar de procurar meios de compreendê-las e romper com a barreira conceitual que nos tolhe a todo o momento.
Não nos pode ser concebível, por exemplo, que os ‘artistas’ que produziram as inscrições da Serra do Lenheiro, em São João del Rey, MG, possam ter algum parentesco ou sejam da mesma época do que aqueles que produziram as inscrições do Ingá, na Paraíba, no Lajedo JK, em Goiás, e as inscrições em Santa Catarina, além de muitas outras com elevado grau de sofisticação e que podem ser encontradas em diversas regiões do Brasil.
Tipos de ‘arte rupestre’ no Brasil, notadamente diferenciadas entre si e métodos de elaboração bem distintos.
Se quisermos admitir que figuras enigmáticas como estas que estamos apresentando, carregadas de conteúdos sofisticados e desconhecidos, tenham sido mesmo feitas por grupos indígenas ou homens primitivos que viveram no Brasil, teremos também de admitir que esses ‘artistas’ da antiguidade teriam feito verdadeiros milagres em sua ‘arte’, uma vez que em sua grande maioria, eles não conseguiram sequer construir uma moradia decente para se acolherem, preferindo morar dentro de cavernas e em lugares insalubres.
Também não resolveria o problema se quiséssemos ignorar o fato de que esta ‘arte rupestre’ brasileira é destituída de conteúdo ideológico, de uma ideia precisa e de elementos materiais e espirituais que as teriam inspirado, pois elas indicam em sua forte simbologia que existe algo oculto por trás das figuras e signos variados que se acham gravados nas pedras, e que ainda causam espanto nos dias de hoje. Isto sem contar com a técnica utilizada na feitura de uma grande quantidade destas figuras, especialmente, as construídas em baixo relevo, com acabamento esmerado e de difícil realização.
* J.A. Fonseca é economista, aposentado, espiritualista, conferencista, pesquisador e escritor, e tem-se aprofundado no estudo da arqueologia brasileira e realizado incursões em diversas regiões do Brasil com o intuito de melhor compreender seus mistérios milenares. É articulista do jornal eletrônico Via Fanzine e membro do Conselho Editorial do portal UFOVIA. E-mail: jafonseca1@hotmail.com.
- Fotografias e ilustrações: J. A. Fonseca.
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Esta matéria foi composta com exclusividade para Via Fanzine©.
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