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 monstros musicais do século XX

 Leia nessa página sobre as bandas:

Yes

Genesis

Led Zeppelin

 

 

Yes:

Magia musical que atravessa décadas

Banda foi precursora e das que mais incrementou

a música experimental e progressiva. 

Por Pepe Chaves*

De Itaúna-MG

para Via Fanzine

 

YES - apresentação em turnê do 35º aniversário: Howe, Anderson, White, Squire e Wakeman.

 

SIM – Fundado em 1968 por Christian Squire e Jon Anderson, o grupo de rock progressivo inglês Yes, que atravessou décadas, tem seu lugar reservado na história da música mundana do Século 20. Diversas são as razões para tanto, mas podemos citar a priore, o timbre único e inimitável da voz de seu vocalista, Jon Anderson. O tom soprano de sua voz chega às mais altas dimensões da música terrena. Outras razões  que credenciam o grupo Yes a um lugar ao sol na história da música contemporânea seria a versatilidade de seus músicos e o desprendimento de suas canções que, por vezes, duravam mais de 20 minutos cada uma.

 

O Yes era um grupo de jovens cabeludos do interior inglês nos anos 70, porém, altamente ousados em seus instrumentos e trazendo em suma, a versatilidade do jazz, transmutada no virtualismo dos músicos. O Yes era uma banda cuja imagem sempre foi associada ao pacifismo, às causas sociais, ao vegetarianismo, proteção aos animais e, enfim, a um mundo melhor e mais justo a todos.

 

As apresentações da banda, das quais este escriba teve a felicidade de assistir a duas delas no Brasil (Rock in Rio, 1984 e BH, 1998) sempre deixavam o público em êxtase. O palco se tornava um cenário de magia para a voz única de Jon Anderson e o debulhamento literal do baixo de Squire, sob as batidas marcantes da batera de Alan e o lençol sonoro e irrequieto do teclado de Kaye ou Wakeman, flertando com as estripulias das guitarras de Howe, além de seus backings. O Yes, é uma banda ímpar, cuja mensagem sonora somente foi entendida por uma pequena parcela do público, mas muito bem entendida.

 

Primeiro Yes: Peter Banks, Tony Kaye, Chris Squire, Bill Bruford e Jon Anderson

Rick Wakeman era considerado a grande estrela do grupo, seu visual insólito, trajando uma capa furta-cor cintilante e seus cabelos longos e dourados remetia  à   semelhança dos mitológicos santinis, viajantes interplanetários narrados pela ufologia.

Sob luzes e muito som, o mago das teclas musicais esbanjava virtualismo e contagiava a todos quando pegava seu keytar (teclado/guitarra) e se juntava ao resto da banda no palco.

 

Howe, naturalmente se parece um duende e, em certas apresentações se vestia semelhante a tal. Um músico de formação erudita que juntou seu conhecimento à música pop e ao rock progressivo, arrancava aplausos e uivos em suas pequenas apresentações solo com o violão, durante o show do Yes. Esbanja técnica, precisão, velocidade e caras e bocas; creio se tratar do maior nome da guitarra pós-Hendrix. Anderson era uma espécie de “espírito cantor” que cruzava o palco a gesticular com sua voz angelical, alcançando tonalidades altíssimas. Geralmente usando figurino bem original, participava também como músico fazendo percussões e violão em determinadas canções. Squire esnobava em suas performances desprendidas e total domínio de seu instrumento: saltava, corria, sorria, dançava e ainda fazia backing vocal. White dava a marcação compulsiva em sua bateria precisa e mutante, qual coração pulsando do grupo.

 

SINUOSA HISTÓRIA -  Diz a lenda que tudo começou quando, Jon Anderson e Chris Squire, vindos do interior da Inglaterra, eram colegas de trabalho num restaurante vegetariano em Londres. Conversando diariamente, descobriram algo em comum: eram fãs de música americana, sobretudo, Simon & Garfunkel. Começaram a ouvir músicas e trocar planos musicais e brevemente resolveram fundar uma banda, que passou por alguns outros nomes, até se chamar Yes. Nesta altura, resolveram que Jon Anderson seria o vocalista. O tecladista recrutado foi um amigo deles, Tony Kaye, que tocava muito bem, mas na verdade só entrou na banda porque era o único conhecido que possuía um teclado. Chris Squire resolveu tocar baixo, instrumento que dominou completamente em pouco tempo. Para a guitarra, convidaram outro amigo, Peter Banks, e na bateria um estudante de arquitetura, o desconcertante Bill Bruford.

 

Com esta formação, após assinarem um contrato com a Atlantic Records o Yes gravou seu álbum de estréia, intitulado apenas Yes (1968) e também o segundo, Time and a Word (1969). Começaram a fazer shows no interior da Inglaterra e logo estavam excursionando por toda a Europa, para mais tarde invadirem as paradas americanas, em meio às metamorfoses ocorrendo dentro da banda, remontando distintas formações ao longo de sua história.

 

Yesterdays, 3º álbum e primeira ilustração de Dean

MUDANÇAS – O terceiro álbum seria uma compilação, pois a Atlantic resolveu lançar a compilação Yesterdays (1972), marcando a estréia do ilustrador Roger Dean e reunindo algumas canções dos dois primeiros trabalhos do grupo.

 

Porém, o terceiro trabalho de estúdio, seria o antológico Yes Álbum (1971), marcado pela entrada do guitarrista Steve Howe, substituindo Peter Banks.

 

A banda alcançaria ainda maior repercussão e fama em todo o mundo depois de passar por algumas outras reformulações, incluindo a entrada do exímio tecladista Rick Wakeman no lugar de Tony Kaye. Com Wakeman nos teclados, ainda nos anos de 1970, gravaram os seguintes álbuns: Close to the Edge (1972), Fragille (1972), Tales from Topographic Oceans (1973), Going for the One (1978) e Tormato (1979).

 

 

Nesta fase, o baterista Bill Bruford que, além do Yes Álbum participaria somente em Close to the Edge e Fragille, foi substituído por um baterista vindo da Plastic Ono Band, de John Lennon, o também talentoso Alan White, que viria se integrar definitivamente ao Yes. Com a formação de Anderson, Squire, Howe, Wakeman e White, o Yes se consagrou mundialmente como um dos ícones do legítimo rock progressivo inglês.

 

SOLOS -  No final dos anos de 1970 gravaram vídeos e excursionaram pela América e outros países. Todos os integrantes lançaram trabalhos solos, aproveitando-se da boa fase da banda para promovê-los. Assim, os fãs do Yes foram brindados com excelentes trabalhos paralelos que muito tem a ver com o Yes, dos quais podemos destacar aqui, os álbuns de Steve Howe In the Beggning e Album, onde ele sincroniza sua guitarra elétrica ao som de orquestras sinfônicas. Também o conhecido álbum de Rick Wakeman “Viagem ao centro da Terra” é lançado e ele sai numa uma turnê mundial. Chris Squire, em menção a si próprio fora do Yes, lança o excelente Fish out Water (Peixe fora d’água). Alan White também lançou um álbum solo, contando com participação de Anderson e Howe em uma das músicas, além de outros músicos ligados ao jazz. Jon Anderson legou o esotérico Ollias of Sunrillow (1976), Song of Seven (1980) e outros solos, inclusive, em pareceria com o músico grego Vangelis, quando compuseram a canção Debora, transformada num hit de sucesso mundial.

 

Quando Rick Wakeman se afastou da banda para se dedicar às excursões de trabalhos solos seu lugar foi preenchido pelo tecladista francês Patrick Moraz que fez participação num trabalho histórico do Yes. Alguns anos mais tarde, Moraz gravaria teclados da música Avohai, do brasileiro Zé Ramalho.

 

Com Patrick Moraz nos teclados o Yes gravaria somente o excelente Rellayer (1974), trazendo uma das canções mais conhecidas do grupo em todo mundo, Soon, que na verdade, trata-se apenas de parte integrante da longa faixa The Gates of Delirum.

 Anderson, Squire e Wakeman

Mas, em 1977, Rick Wakeman retorna e eles gravam Going for the One, e ainda, uma trilogia ao vivo, intitulada Yessongs (1978). Naquele mesmo ano a banda entra em estúdio e lança Tormato, que foi considerado um fracasso comercial e vem por fim à primeira grande fase do Yes. Tormato que, ironicamente traz na capa uma foto dos músicos cheios de “tomates esborrachados”, incute uma crise interna no grupo que é desativado por tempo indeterminado. O Yes se silencia e alguns de seus membros - sobretudo, Jon Anderson -, saem em carreira solo. 

 

Não que seja um trabalho de baixo nível, mas Tormato foi de certa forma, um divisor de águas, pois de fato, o Yes não conseguiu se superar neste trabalho.

 

Sobre sua saída do grupo naquela época, declarou Anderson à imprensa inglesa: “Quando deixei o Yes foi por escolha própria, queria voltar a respirar de novo. A paranóia tinha me invadido e os problemas me pareciam insuperáveis. Sem contar que estava entupido de trabalho com o Vangelis e não agüentava mais ter que carregar o Yes o tempo todo atrás de mim”. 

 

Howe, Anderson e Squire: Yes ao vivo

As queixas têm razões certas, quando sabe-se que Chris Squire se comportava como um “exagerado” e extravagante membro. Indisciplinando, por vezes, não comparecia aos compromissos agendados, deixando toda a banda em polvorosa na sua captura.

 

Contudo, após a saída de Anderson para compor sua parceria com Vangelis, Squire é quem assume definitivamente as rédeas do Yes, mesmo que sem os vocais tão característicos do primeiro. Para a façanha de gravar um álbum do Yes sem Jon nos vocais, ele recruta o vocalista Trevor Horn. Os altíssimos e belos vocais de Horn (que não tem esta alcunha por acaso; significa “agudo” em inglês), de fato, nos remete às lembranças de timbres vocais similares aos de Anderson, mas não era ele que cantava... Rick Wakeman que pulou fora no “afundar do barco em mar de tomates” é substituído pelo tecladista Geoff Downes, que integraria a banda Asia, a mesma que Steve Howe também integraria logo a seguir.

 

Dramma: Howe, Horn, White, Squire e Downes.

DRAMMA - Com Squire, Howe, White, Downes e Horn, e diga-se, abusando-se dos backing vocais e baixos de Squire, além das guitarras de Howe, o Yes lança em 1980 o álbum Dramma.

Este foi o único trabalho em sua história que não conta com a participação de Jon Anderson nos vocais e por isso, recebeu muitas críticas dos ouvintes mais leais.

 

O Dramma foi lançado no formato de um luxuoso álbum em vinil, capa dupla, com belíssima ilustração e encarte assinados por Roger Dean. No entanto, o trabalho foi considerado um ‘drama’ literal, pois sua vendagem ficou bem aquém da estimativa da gravadora. Além disso, grande parte do público admirador torceu o nariz ao ouvir um Yes sem os vocais de Jon Anderson.

 

O resultado comercial desestimulou a banda que entrou em inatividade logo depois. Entretanto, vale destacar que, musicalmente, Dramma é um dos trabalhos mais interessantes da banda, onde, sem a presença de Jon nos vocais, o grupo se deslancha em músicas mais pesadas, pauleiras, rápidas e ousadas, buscando também, temas mais corriqueiros em suas letras. É como se o Yes mostrasse uma outra fase instrumental, mais agressiva e pesada, mas deixava claro que continuava "correndo rumo à luz".

 

A SEGUNDA FASE Após o drama, o dinossauro do rock hibernou por três longos anos e reapareceu à cena mundial anunciando sua volta com o álbum 90125 (1983). Para quem não acreditava mais que eles se juntariam novamente, o Yes voltara. No entanto, o retorno se dava dentro de uma proposta mais moderna, futurista e bem mais fria que àquela primordial. A capa deste álbum, contrastando com as belas figuras e paisagens coloridas de Roger Dean em outrora, trazia apenas um fundo cinza, com o nome da banda em letras garrafais, incluindo os frios e incompreensíveis números estampados na capa: 90125. A formação também mudara e o golpe sentido pelos fãs, foi a ausência de Steve Howe. Em seu lugar estava agora o jovem e técnico guitarrista sul-africano, Trevor Rabin, que deu uma grande força aos "tios" do Yes. Sob nova imagem, Rabin moldou uma nova sonoridade para o grupo ao participar da composição de várias canções

 

Rabin, com muito talento e garra, convenceu os fãs do grupo que estava à altura de Howe, pelo menos, dentro dessa nova proposta, que trazia canções bem mais pasteurizadas que a fase anterior.

 

Jon Anderson retornava aos vocais, Squire permaneceu no baixo, Kaye retornou aos teclados e White retomou a bateria.

 

Estava aí o novo Yes, mais eletrônico, incluindo vocais e guitarras de Trevor Rabin, dando um conceito mais técnico ao grupo, porém, talvez, menos emotivo que as produções anteriores.

Trevor Rabin

 

ROCK IN RIO - Com esta formação, em janeiro de 1985, o Yes passa pelo Brasil fazendo o show de encerramento do Rock in Rio I, mega festival musical realizado no Rio de Janeiro. O grupo foi a principal atração do evento que reuniu diversas bandas de peso mundial e artistas nacionais na “Cidade do Rock”, montada na Barra da Tijuca. A apresentação do Yes foi histórica no cenário musical brasileiro e levou dezenas de milhares de pessoas presentes aos “portões do delírio”.

 

O retorno do Yes foi marcado nas rádios de todo o mundo pelo hit Owner the Lonely Hearts, que trazia diversos efeitos eletrônicos, bateria e demais instrumentos programados e até pitadas de dance music, características jamais usadas anteriormente em seus trabalhos. Tudo isso não agradou grande parte dos admiradores, que repugnou de imediato, aquelas curtas faixas constantes em 90125.

 

A seguir, o grupo faz mais uma turnê mundial e lança a versão ao vivo, 90125, Live – The solos (1985). Depois lança aquele que pode ser considerado o álbum mais fraco de toda a banda, Big Generator (1987) que, na verdade, parece ser uma espécie de continuação do 90125. Em 1989, como em resposta aos fãs mais irados, quatro músicos, surpreendentemente, se juntam e, alheios ao grupo, gravam um trabalho auto-intitulado Wakeman, Bruford, Anderson & Howe, aliás, um  álbum que é considerado pelos experts como um Yes à parte, sem a presença de Squire.

A UNIÃO – O início da década de 1990 marcaria o Yes pelo lançamento de Union (1991), um álbum histórico que reunia num mesmo trabalho oito dos músicos que se perpetuaram na história do grupo: Anderson, Bruford, Howe, Kaye, Rabin, Squire, Wakeman e White.

 Union: capa de Roger Dean

Depois de comandar a banda com sucesso e compartilhar composições, arranjos e vocais com Anderson e Squire, após o lançamento do álbum Talk (1994), o guitarrista Trevor Rabin se afasta da banda para se dedicar às trilhas sonoras de grandes produções do cinema de Hollywood. Sua saída marcaria o retorno de Steve Howe às guitarras. O grupo retoma à sonoridade original e faz diversas apresentações com Jon, Chris, Steve e Alan, revezando-se os teclados entre Tony e Rick, além dos trabalhos que seriam gravados a seguir pelos mesmos. Assim, após a saída de Trevor Rabin e retorno de Howe, o Yes segue lançando os álbuns, Keys to Ascension (1996), Keys to Ascension II (1997) e Open Your Eyes (1997).

 

DE VOLTA AO BRASIL - Com Tony Kaye nos teclados a banda passa em turnê pelo Brasil no ano de 1998, apresentando-se em Belo Horizonte, Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro. A volta de Howe relembrava os bons tempos, ainda que, diversas canções tiveram arranjos redefinidos em suas apresentações ao vivo.

 

O grupo parecia buscar agora, o perfil mágico de outrora e a saída Rabin, um elemento que remontava uma concepção mais técnica e moderna, parecia estar superada pelo retorno da magia dos antigos shows, com Howe esbanjando técnica e emoção na guitarra.

 

Anderson, Squire, Howe e White gravariam ainda pelo Yes o álbum Keystudio (com Wakeman nos teclados) e The Ladder (1999), que contam com a participação dos músicos Billy Sherfowood (guitarras e vocais) e Igor Khoroshev (teclados e vocais).  

Squire: o único presente em todos os álbuns

Depois seguiram lançando os álbuns The Masterworks (2000), House of Yes - Live from the House of Blues (2000), The Best of Yes (2000), Magnification (2001), e Yes Remixes (2003), quando o dinossauro progressivo voltou a hibernar, para a tristeza de seus admiradores.

 

O SEXTO ELEMENTO – Nos palcos, o Yes sempre figurou como um quinteto (voz, teclado, guitarra, baixo e bateria), mas em seu trabalho como um todo, trouxe também uma figura imprescindível: o artista plástico inglês Roger Dean. Ele foi responsável por grande parte das ilustrações de capas, encartes, selos dos álbuns e cenários de shows do Yes. Simultaneamente à música do Yes, os álbuns traziam paisagens insólitas e personagens de mundos que pareciam além da imaginação. O trabalho de artes plásticas mostrado pelo Yes, aliado à sua musicalidade incomum, teve grande importância no cenário pop mundial, pois aquelas paisagens e personagens estampados por Dean estavam de alguma forma diretamente associados às propostas anunciadas pelo grupo em suas canções.

 

As letras, geralmente, destilavam temáticas que iam de preservação à natureza, passando pelas justiças sociais, amor ao próximo, harmonia, pacificação e, enfim, o resgate do positivismo humano. Tanto que, tal positividade culmina no próprio nome da banda, Yes (Sim), como se estivesse a assinalar as possibilidades de haver um mundo melhor e mais calmo, assim como as paisagens surrealistas e pacíficas criadas por Roger Dean.

 

Falando pela primeira vez a um veículo da imprensa latino-americana, em sua entrevista concedida ao jornal Via Fanzine de Minas Gerais, Roger Dean contou como se encontrou com o pessoal do Yes, logo após ser contratado como ilustrador da Atlantic: “Fui apresentado ao Yes através de Phil Carson diretor da Atlantic Records na Europa. Carson me disse ter gostado do meu trabalho e me contratou para ilustrar capas de álbuns do cast da Atlantic Records, entre elas estavam o Led Zeppelin e o Yes. Porém, o Yes necessitou primeiro de uma ilustração e, enfim, o meu trabalho atendeu muito bem”. 

Roger Dean, mago das artes progressivas

 

Seus trabalhos saltaram então para além dos álbuns da banda para compor cenários de shows e figurarem em diversos utensílios e produtos comercializados por sua story. Roger Dean empenha-se atualmente, na produção de um longa-metragem contendo animação de sua arte. Trata-se da película Floating Islands (Ilhas Flutuantes), cuja obra de ficção remonta a história do menino Loki, que salvou o povo de seu planeta moribundo, resgatando-o em sua arca voadora. Segundo declarou Dean a Via Fanzine, Floating Islands terá trilha sonora assinada pelo grupo Yes e encontra-se em fase de pré-produção atualmente.

 

Last Yes: Howe, White, Anderson e Squire

POSITIVAMENTE, SIM! – A positividade da música do Yes nos leva a refletir momentos mágicos, em mundos surrais criados por Dean, onde não há guerras e desentendimentos. Onde, afinal, a música é usada como instrumento de aperfeiçoamento espiritual das pessoas, levando mensagens iluminadas e positivas e cumprindo-se assim, seu papel fundamental que é tocar os corações humanos e curá-los do desalento.

 

Quando ouvimos Yes, se faz um momento tal qual narra a letra de sua canção Hearts (Corações): “E agora, os anjos da constelação mágica cantam por nós...”.

 

 

YES - DISCOGRAFIA:

CDs

 

Yes (1969)

Time and a Word (1970)

The Yes Album (1971)

Fragille (1972)

Close to the Edge (1972)

Yessongs (1973)

Tales from Topographic Oceans (1973)

Relayer (1974)

Going for the One (1977)

Tormato (1978)

Dramma (1980)

90125 (1983)

9012Live: The Solos (1985)

Big Generator (1987)

Union (1991)

Talk (1994)

Keys to Ascension (1996)

Keys to Ascension (1997)

Open Your Eyes (álbum de Yes (1997)

The Ladder (1999)

The Masterworks (2000)

House of Yes - Live from the House of Bluess (2000)

The Best of Yess (2000)

Keystudio (2001)

Magnification (2001)

Yes Remixes (2003)   

 

Compilações

 

Yesterdays (1972)

Yesshows (1980)

Classic Yes (1981)

Yesyears (1991)

Yesstory (1992)

Highlights: The Very Best of Yes (1993)

Somethin's Coming / Beyond and Before (1997)

Yestoday (2002)

In a Word (2002)

The Ultimate Yes: 35th Anniversary Collection

 

Vídeos

 

Yessongs (VHS/DVD)

Live at QPR (VHS/DVD)

Live in Philadelphia (VHS/DVD)

90125 Live (VHS/DVD)

YesYears (VHS)

Greatest Video Hits (VHS/DVD)

Musikladen Live (VHS/DVD)

Union Tour Live (VHS)

House of Yes (VHS/DVD)

Keys to Ascension (DVD)

 

- Fonte: Wikipedia. 

  

* Pepe Chaves é editor do jornal Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br).

 

- Fotos: Yes World / Wikipedia / Roger Dean /Arquivo Via Fanzine.

 

 +  YES!

 

Site oficial do Grupo Yes:

http://www.yesworld.com/

 

Participe da comunidade Yes/Orkut:

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=7165532

 

Site oficial de Roger Dean:

http://www.rogerdean.com/

 

Yes na Wikipedia:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Yes

 

Blog - especial Yes:

http://www.sinfoniasideral.hpg.ig.com.br/yes.html

 

Yes - letras traduzidas

http://yes.letras.terra.com.br/letras/422306/

 

Floating Islands em Via Fanzine:

http://www.viafanzine.jor.br/cinema.htm

 

Entrevista exclusiva de Roger Dean a Via Fanzine:

http://www.viafanzine.jor.br/entrevistas5.htm

 

- Produção: Pepe Chaves.

  © Copyright 2004-2006.

 

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Led Zeppelin:

Mais pesado que o chumbo 

Sucesso e tragédias marcam a história de uma das maiores bandas de rock do mundo.

 

Por Antônio Siqueira*

Do Rio de Janeiro

Para Via Fanzine

Plant e Page: alma e coração de um mesmo zepelim.

 

O NASCIMENTO DE UM MITO - Em meados do ano de 1968 o rock passava por um período de mudanças fundamentais. O descompromisso do início dos anos de 1960 passava a dar espaço a músicas e letras mais elaboradas, representadas, entre outros, pela banda Yardbirds, de Eric Clapton e Jeff Beck.

 

Naquela época James Patrick Page era um guitarrista de sessão que já havia gravado com os Rolling Stones, The Who, Pretty Things, entre outros e foi chamado para substituir Eric Clapton quando este abandonou o Yardbirds (Eric Clapton viria mais tarde a formar o Cream, um outro grupo expressivo daquela década). Foi a primeira vez que Page participou de uma banda de renome, mas o que viria depois seria muito mais importante...

 

No final de 1968 a banda Yardbirds se desfaz e Page tratou de montar um novo grupo. Um amigo o levou a procurar Robert Plant, vocalista da pequena Band of Joy. Da Band of Joy vem também o baterista, John Bonham, juntamente com Chris Deja. A banda resolve se chamar New Yardbirds. O baixista Chris Deja não se encaixa ao som da banda e é logo substituído por John Paul Jones, também músico de sessão, que já havia gravado - entre outros - com os Rolling Stones. Jones chegou ao New Yardbirds através de um anúncio em uma revista de música.

 

Obviamente, o nome New Yardbirds não agradava. O baterista do The Who, Keith Moon, achou que a banda de Page era pesada e voava, e sugeriu o nome Lead Zeppelin (Zepelim Pesado ou “de Chumbo”). Mais tarde o nome foi mudado para Led Zeppelin a fim de que os norte-americanos não tivessem problemas com a pronúncia.

 

Os ingleses Jones, Plant, Bonham e Page formavam

uma das mais completas bandas de rock da história.

 

TRAGETÓRIA - No início de 1969 a banda grava seu primeiro disco, auto intitulado Led Zeppelin. O som era bastante original, com raízes óbvias no blues, mas pesado de uma maneira geral. Agradou ao público, embora a crítica inglesa o tenha estraçalhado. O destaque era a música Dazed and Confused, em que Page solava a sua guitarra com um arco de violino. Uma turnê americana se seguiu ao disco. Seria a prova de fogo para a banda. Iniciaram a turnê abrindo para bandas maiores e terminaram como atração principal dos shows.

 

O primeiro disco já havia levado a banda ao topo das paradas em todo o mundo, apesar de não terem sido lançados singles (isso revolucionaria o mercado musical dali para a frente, pois se passou a considerar mais importante cada disco como um todo ao invés de lançar as músicas separadamente em singles). Sem interromper as turnês a banda gravou ainda em 1969 o segundo álbum. Led Zeppelin II foi um sucesso de vendas ainda maior. Whole Lotta Love se tornou o primeiro grande hit da banda. Apesar de ser uma banda inglesa, só com o segundo disco a banda foi aceita na sua terra natal e desbancou os Beatles no gosto da crítica.

 

Durante o ano de 1970 a banda tirou "férias" dos shows e se encerrou em uma cabana na escócia para gravar e compor o álbum mais acústico do Led Zeppelin. O nome da cabana era Bron-Y-Aur, que viria se tornar uma das músicas do disco. O disco Led Zeppelin III deixava claras as raízes da banda no blues e na música folclórica celta. O disco foi sem sombra de dúvidas diferente, mostrando muita musicalidade, mas sem a emoção forte que era a sua característica. Foi um fracasso de vendas. Os shows da banda tornaram-se verdadeiras demonstrações de resistência. Os improvisos que se seguiam a Dazed and Confused chegavam a durar mais de 45 minutos.

 

Já em 1971 sairia o divisor de águas da carreira do Led Zeppelin, o álbum sem título, comumente chamado de Led Zeppelin IV, donde, entre outras músicas se destacou Stairway to Heaven, a canção de rock mais executada e conhecida de todos os tempos (apesar de não ter sido lançado em single). Stairway to Heaven era uma mistura única de música acústica e rock pesado. A música Rock and Roll passou a ser a abertura dos shows da banda. O sucesso deste álbum foi tão grande que mentes doentes chegaram cogitar um pacto satânico onde banda teria vendido suas almas em troca da fama.

 

O álbum Houses of The Holy, lançado em 1973, decepcionou aos que esperavam outras músicas como Stairway to Heaven. Era um álbum mais denso e difícil de ser ouvido. A banda neste disco adotou influências de soul e reggae, como pode ser facilmente observado na faixa Dyer Maker. Parte do público detestou. A música The Song Remains the Same viria a ser o título do vídeo sobre a história da banda. De uma forma ou de outra o Led Zeppelin continuava lotando estádios ao redor do mundo e vendendo discos como nenhuma outra banda de rock na época.

 

Em 1975 foi lançado o álbum duplo Physical Graffiti, um trabalho disperso e extenso demais. A única faixa a adicionar algo mais à sonoridade do Led Zeppelin foi Kashmir, que se tornaria uma das marcas registradas da banda. Logo após o lançamento de Physical Graffiti um acidente automobilístico com Robert Plant levou a banda a tirar férias forçadas durante mais de um ano, em meio aos boatos de dissolução.

 

Mas o Led ressurge com álbum Presence, lançado em 1976. Foi um reflexo da fase ruim por que passava o grupo: nenhuma música se sobressaíra. O cenário do rock mudava com o punk e o Led Zeppelin não conseguia mostrar criatividade. No meio da turnê que se seguiu, ocorre um novo acidente e desta vez, a morte do filho de Plant, leva a banda a pausar novamente. Neste intervalo foi lançado o vídeo The Song Remains the Same (no Brasil foi lançado com o título ridículo de Rock é Rock Mesmo).

 

Em 1978 o álbum In Trhough the Out Door marcou a volta do Led Zeppelin aos estúdios e também aos palcos. Apesar da falta de novidades, a banda continuava a maior do mundo. Após uma reunião de planejamento da turnê americana, na casa de Jimmy Page, o baterista John Bonham falece em um quarto, em virtude de uma overdose alcoólica (sufocado pelo próprio vômito enquanto "dormia"). Após mais este triste incidente, a decisão de acabar com a banda foi aceita pelos membros restantes.

 

Jones, Plant e Page, no início da carreira.

 

Curiosidades:

 

O "Swan Song", símbolo que o Led Zeppelin adotou como logotipo de sua gravadora, foi inspirado num quadro pintado em 1851 por William Rimer intitulado Evening Fall Of Day, que representa Apollo, o Deus grego do Sol. Há também uma canção instrumental inacabada com este título, que depois resultaria em Midnight Moonlight, gravada pelo The Firm.

 

Whole Lotta Love foi a última música que John Bonham, baterista do Led Zeppelin, tocou ao vivo. Isso aconteceu em 07 de julho de 1980. Em 25 de setembro, Bonham morreu sufocado pelo próprio vômito.

 

A edição em LP inglesa do Led Zeppelin III possuía grafada entre os sulcos e o selo do disco a célebre frase "Do What Thou Wilt" (faça o que quiseres), de autoria do famoso bruxo Aleister Crowley.

 

A fascinação do guitarrista Jimmy Page pelos temas ocultos era tão grande que ele chegou a ser proprietário da maior loja de livros de ocultismo da Europa, a The Equinox. Sua curiosidade sobre a obra de Crowley o levou a adquirir, além de milhares de objetos pessoais, livros e manuscritos, além da própria mansão de Crowley, chamada Boleskine, localizada às margens do Lago Ness. Segundo contam as lendas, Crowley praticara rituais satânicos na casa. Depois que Jimmy Page comprou a mansão um caseiro se suicidou inexplicavelmente e um outro ficou louco.

 

A rádio WKRL na Flórida, EUA, quando foi inaugurada, tocou a música Stairway To Heaven do Led Zeppelin por vinte e quatro horas seguidas.

 

Após uma apresentação do Led Zeppelin em 18 de agosto de 1969 na cidade de Toronto, no Canadá, a banda decidiu fazer um set acústico do lado de fora do clube. Entretanto, como ainda não eram muito conhecidos, praticamente ninguém reparou naqueles cabeludos que tocavam na calçada...

 

Considerada a quintessência musical do Led Zeppelin pelos próprios integrantes da banda, a canção Kashmir, nitidamente de inspiração oriental, foi originalmente chamada de Driving To Kashmir (um território da Índia, disputado pela China, situado a oeste do Himalaia), e sua letra refere-se à longa viagem que a banda fez entre as cidades de Goulimine e Tantan, no sudoeste do Marrocos, região chamada de Saara espanhol. Segundo Robert Plant, toda a inspiração para a música veio do fato de que "A estrada não terminava nunca... E era de mão única, entre dunas de areia, parecendo um canal sem fim". A estrutura central da música baseia-se num antigo riff gravado por Jimmy Page em suas fitas caseiras. Na verdade, este riff é oriundo de testes de afinação sobre acordes cíclicos. A faixa foi desenvolvida inicialmente por Page e John Bonham, enquanto esperavam por John Paul Jones, que estava atrasado para a sessão de gravação. Então, Plant chegou e criou o miolo da música. Jones acabou ficando fora dos créditos.

 

Em 1975 Peter Grant, empresário do Led Zeppelin, esteve no Brasil mantendo contato com determinados organizadores no sentido de agendar uma apresentação da banda, que só não aconteceu, pois os "empresários locais" chegaram à conclusão que a banda não era "suficientemente conhecida" e que haveria pouco público.

 

Plant em apresentação ao vivo

 

Em todos os box-set e relançamentos do Led Zeppelin desde o ano de 1990 consta um crédito para Anne Bredon na canção Babe I'm Gonna Leave You, obscura cantora de folk, autora do original. Quem descobriu este fato foi seu filho, ao ouvir a mãe, já bastante idosa, cantarolando esta canção, bastante conhecida através da versão do Led. Entretanto, Jimmy Page desconhecia o original, pois se valeu de uma versão registrada por Joan Baez para fazer sua adaptação; aliás, foi justamente esta canção que Page e Plant tocaram juntos pela primeira vez, quando este último foi ao encontro de Page, no intuito de ingressar no Yardbirds ou montar uma nova banda.

 

Embora se pense que os vocais da canção Walter's Walk do Led Zeppelin tenham sido gravados em 1982 para o lançamento do álbum Coda, na realidade esta faixa instrumental gravada em 1972 foi "overdubada" com vocais durante as sessões de gravação do In Through The Out Door no final de 1978, pois a idéia inicial era de editá-la neste LP.

 

Jason Bonham, filho de John Bonham, baterista do Led Zeppelin, é o menino que aparece espancando peles com o pai no filme Rock é Rock Mesmo (The Song Remains The Same), e terminou virando um bom baterista. Tocou inclusive com o Led Zeppelin, substituindo o pai ao vivo. Ele tem uma banda chamada Bonham e participou do filme Rockstar como baterista da banda do protagonista.

 

Na música Stairway to Heaven existem várias mensagens que alguns grupos dizem ouvir ao tocar a música ao contrário. As mais comuns são "Here's to my sweet Satan" e "The one will be the path who make me sad whose power is Satan". Embora trate-se provavelmente apenas de uma coincidência, esta mensagem pode realmente ser ouvida.

 

No verso da capa do primeiro álbum do Led Zeppelin, a música How Many More Times está listada como tendo apenas três minutos e meio de duração, quando na realidade têm oito minutos e meio. Mas não se tratou de um erro de impressão, e sim uma estratégia adotada pela gravadora para que os disc-jóqueis programassem a faixa na programação radiofônica, pois sendo assim ela se enquadrava no tempo padrão de um "hit radiofônico".

 

O "ariano orgulhoso" a que Robert Plant se refere em All My Love é o seu filho, Karac. A morte do menino em 1977, foi o início do fim do Led Zeppelin.

 

O Led Zeppelin se apresentou em Copenhage (Dinamarca) no dia 21/02/1970 sob o nome "The Nobs", pois Eva Von Zeppelin, descendente do idealizador do famoso dirigível, entrou com uma ação que impedia a banda de se apresentar usando o sobrenome de sua família. De acordo com as palavras da aristocrata: "eles podem ser famosos mundialmente, mas um grupo de macacos cabeludos não pode usar um sobrenome famoso sem permissão".

 

Provavelmente a música mais longa tocada ao vivo num concerto de Rock até hoje é a versão de Dazed And Confused que o Led Zeppelin registrou na última turnê americana de 1975, mais precisamente no The Forum, Inglewood, California, em 25/03/1975. A música tem exatos 44 minutos e meio! Evidentemente, trata-se de uma longa "jam" com vários trechos de outras canções inseridas.

 

Robert Plant era para ser uma das principais atrações do Rock In Rio II, mas o mesmo declarou que uma faringite o impediu. Além desta causa, surgiu uma outra: ele estaria com medo de viajar de avião por causa de possíveis atentados terroristas. O substituto, por sua própria indicação, foi Billy Idol - um ótimo castigo!

 

Jimmy Page e Robert Plant

 

Moby Dick, o lendário solo de bateria de Bonham, imortalizado nas versões ao vivo e na de estúdio editada no Led Zeppelin II a partir de uma longa sessão (mais de 20 minutos), originalmente se chamava Pat's Delight, em homenagem à esposa de John Bonham. O baterista afirmou numa entrevista que algumas partes foram inspiradas no solo de bateria de George Suranovich em Doggone de Arthur Lee. Entretanto, o riff original utilizado na canção não é o registrado na versão de estúdio de Moby Dick. Riff este que aparece numa canção que o Led tocou na BBC em 1969, nunca editada oficialmente, chamada The Girl I Love; em vez do original, a banda resolveu se inspirar numa canção de Bobby Parker, bluesman que Jimmy Page mais tarde tentaria trazer para a gravadora Swan Song. A canção se chama Watch Your Step, e pode ser encontrada no álbum Bent Out Of Shape. E o mais curioso é que nas notas explicativas do álbum, Parker diz que se valeu da levada de Mantecna de Dizzy Gillespie, que, inclusive, serviu de inspiração para o riff de guitarra de Day Tripper, dos Beatles.

 

Na canção In My Time Of Dying do álbum Physical Graffiti, o Led Zeppelin se apropriou de boa parte da letra e até do ritmo da canção homônima registrada por Bob Dylan em 1962, sem nenhuma referência dos créditos no álbum; entretanto, em alguns shows da turnê da banda em 1975, Plant introduziu a canção mencionando a influência de Bob Dylan - que por sua vez, provavelmente se inspirou em Hellhound On My Trail de Robert Johnson, cuja estrutura e temática é praticamente a mesma.

 

Os acordes da canção Thank You do Led Zeppelin, composta por Robert Plant para sua então companheira, Maureen, possuem bastante similaridades com Dear Mr. Fantasy do Traffic, que supostamente teria contado com a participação de Jimmy Page, na época guitarrista de estúdio. E muitas frases inteiras da letra são idênticas a If Six Was Nine de Jimi Hendrix. Robert e Maureen se divorciaram em 1983.

 

Ao que consta, Jimmy Page e Keith Richards gravaram juntos em 1975 uma canção inédita chamada Scarlet, que conta ainda com a participação de Rick Grech.

 

John Paul Jones é creditado como o responsável pelo arranjo de cordas da canção She's A Rainbow do álbum Their Satanic Majesties Request dos Rolling Stones, editado em 1967; o mesmo disco possui outra canção com um arranjo de cordas semelhante, 2000 Light Years From Home, que, provavelmente, também foi de autoria do então futuro integrante do Led Zeppelin, mas nenhuma edição do álbum menciona crédito para John Paul Jones.

 

Considerados dois dos maiores bateristas da história do Rock, John Bonham e Keith Moon (The Who) dividiram o palco numa apresentação do Led Zeppelin ocorrida em 23 de junho de 1977 no "The Forum" em Inglewood, Califórnia. Além das duas gravações de áudio feitas por fãs que estavam na platéia, há um registro em vídeo também feito de forma amadora.

 

O festival Live Aid foi realizado paralelamente nos dois lados do Atlântico, e devido à diferença no fuso horário, iniciou em Londres (Inglaterra) terminando na Filadélfia (USA) com transmissão ao vivo pela MTV e ao menos uma estação de rádio FM em cada país. Estima-se uma audiência de um milhão e meio entre as pessoas presentes nos dois estádios e as transmissões de rádio e televisão. O show ficou marcado por ter sido a primeira vez em que, tanto o Led Zeppelin como o The Who, voltavam a tocar depois de haverem encerrado suas atividades. O The Who se apresentou com sua última formação oficial, com Kenny Jones no lugar de Keith Moon (falecido baterista), e o Led Zeppelin teve a participação especial de Phil Collins (ex-Genesis) na bateria. Curiosamente, Collins foi o único artista a tocar nos dois palcos intercontinentais, para tanto, teve de pegar um jato e cruzar o Atlântico entre sua apresentação individual em Londres e sua participação ao vivo junto ao Led na Filadélfia (EUA). Os Rolling Stones foram convidados, mas recusaram o convite, então Mick Jagger acabou fazendo uma apresentação para promover o seu então recém lançado She's The Boss. Irritados, Keith Richards e Ron Wood acabam se oferecendo para tocar com Bob Dylan. Seria o estopim da diferença entre Mick e Keith que duraria o resto da década. Mas, esta já é outra história...

 

* Antonio Siqueira é pesquisador musical, cronista e representante de Via Fanzine no Rio de Janeiro/RJ.

 

- Imagens: rocumentaries.wordpress.com e www.nme.com/news/led-zeppelin/23341

                 

- Produção: Pepe Chaves.

  © Copyright 2004-2007.

 

*  *  *

 

Rock progressivo:

Genesis, um marco do Rock inglês

Collins e Gabriel, vozes e almas diferentes, mas fadadas ao sucesso.

Por Antônio Siqueira*

Do Rio de Janeiro

Para Via Fanzine

Peter Gabriel, Tony Banks, Phil Collins, Steve Hacket

 e Mike Rutherford: Genesis em sua melhor formação.

 

O INÍCIO - Os Genesis gravaram o seu primeiro álbum From Genesis to revelation em 1968, depois de fazerem um acordo com Jonathan King, um compositor e produtor que teve um single nas alturas, chamado Everyone’s gone to the moon. A banda gravou uma série de músicas refletindo o estilo pop-soft dos Bee Gees, de quem King era grande admirador.

 

King então juntou estas músicas num pseudo-álbum conceitual acrescentando arranjos de cordas. O álbum foi um terrível fracasso, sobretudo, porque, graças ao nome da banda, foi confundido com bandas evangélicas nas lojas de discos da Inglaterra. A banda, sentindo-se manipulada por King e se separou dele, quebrando o contrato. Até hoje King é abominado pela banda e seus fãs, no mais, pelo fato de dizer que foi ele quem nomeou o grupo e por lutar pelos direitos do primeiro álbum para regravação.

 

A marcha dos Genesis continuou, apresentando-se ao vivo onde conseguiam e acabaram por fazer outro contrato, então com a Charisma Records. Devido às atuações ao vivo a banda começou a ser conhecida por melodias hipnóticas, que eram muitas vezes, escuras, assombradas e com uma sonoridade medieval.

 

PRIMEIRAS MUDANÇAS - O guitarrista Anthony Philips deixou a banda em 1970, logo depois do lançamento de Trespass, devido a discordâncias quanto ao rumo que a banda estava a seguir e por episódios ligados ao seu “medo do palco”. A partida de Phillips foi bastante traumática para Banks e Rutherford que, devido ao fato de Phillips ser um membro fundador, tinham dúvidas sobre se deveriam ou não continuar sem ele.

 

Eventualmente os membros restantes reuniram-se e renovaram o compromisso com os Genesis e afastando John Mayhew do acordo. Steve Hackett e Phil Collins juntaram-se ao grupo, após terem respondido a anúncios no Melody Maker e realizado audições com sucesso. Em 1971 produzem o antológico Nursery Crime.

 

Em 1972 lançam o álbum Foxtrot contendo a faixa de 23 minutos Supper’s ready e Watcher of the skies, inspirado em Arthur C. Clarke. A reputação dos Genesis como compositores e intérpretes foi solidificada. A presença em palco era extravagante e teatral e o vocalista Peter Gabriel envolvia numerosas mudanças de vestuários e histórias surreais contadas como introdução para cada música.

 

Eles inovaram e fizeram da banda uma das mais comentadas no princípio dos anos de 1970, principalmente no que se refere às apresentações ao vivo. Selling England by the Pound é produzido em 1973 e aplaudido tanto pela crítica como pelos fãs por quem é normalmente considerado o melhor trabalho da banda.

Clássicos como Firth of fifth e Cinema Show seriam peças fundamentais nos concertos da banda durante muitos anos. Eles depressa se aventuraram num projeto muito mais ambicioso: o álbum duplo conceptual The lamb lies down in Broadway, lançado em novembro de 1974.

 Apresentações traziam performances teatrais de Peter Gabriel.

NOVA PERSONALIDADE - Peter Gabriel deixou a banda em 1975, após a tour de divulgação de The lamb lies down in Broadway. Sua saída se deu por se sentir cada vez mais alienado da banda, tendo o seu casamento e o nascimento do primeiro filho, contribuído para aumentar essa tensão pessoal. Os outros membros do grupo escreveram praticamente todas as músicas do álbum, tendo Gabriel se limitado a escrever a história e as letras sozinho. O primeiro álbum solo de Peter Gabriel, de 1977, traz Solsbury Hill, composta em alegoria à sua saída dos Genesis.

 

Após considerarem vários substitutos para Gabriel, decidiram que Phil Collins ocuparia o cargo, mudando assim, a forma da banda que passou de quinteto a quarteto. Para surpresa de muita gente, Collins provou ser o vocalista ideal para a banda, já que havia quem achasse que cairiam na miséria com a ausência de Gabriel.

 

Os álbuns A trick of the Tail e Wind and Wuthering foram lançados com um ano de intervalo um do outro, e recebidos com generosidade pelo público, demonstrando que os Gênesis, afinal, era mais do que uma banda de suporte do seu ex-líder. O exímio baterista Bill Bruford, co-fundador de outro monstro progressivo, o grupo inglês Yes, na época, havia acabado de sair do King Crimson e juntou-se ao Genesis na tour de 1976 e mais tarde, Chester Thompson veterano dos Weather Report e ex-Frank Zappa,  tomaria para si as baquetas dos Genesis em suas apresentações, deixando Collins livre para o spotlight. Além disso, Thompson e Collins faziam um bloco do show tocando com duas baterias e quando Brufford esteve presente, tocaram usando três baterias simultaneamente – como mostram os memoráveis vídeos dessa turnê.

 

Apresentação com Phil Collins nos vocais.

 

MAIS MUDANÇAS - Em 1977 Steve Hackett deixou o grupo, passando Rutherford a ocupar-se, além do contrabaixo, das guitarras do grupo, sobretudo em estúdio. O Genesis  continuou como um trio, fato que se refletiu no título do álbum seguinte And then there were three (Agora somos três). Este álbum iniciou também outra grande alteração, trazendo uma fase onde a banda afastou-se das músicas longas e passou a entrar no formato mais curto e “amigável” para execução nas rádios. Este álbum conseguiu o primeiro single de êxito nos Estados Unidos com Follow you follow me.

 

Seguiu-seo álbum Duke que atingiu a platina e que trouxe mais dois grandes êxitos para a banda, Turn it on again e Misunderstanding. O êxito dos Genesis pelos anos de 1980 estava assegurado, embora muitos fãs da ‘Era Gabriel’ se sentissem alienados e negarem a nova formação. Cada álbum tornava-se mais e mais comercial e as audiências e público nos shows aumentavam na mesma proporção.

 

Vieram álbuns de sucesso como o Home bye the Sea, que incluia o sucesso mundial Mama e logo em seguida lançaram Invisible Touch, que além da canção homônima, traz The Brazillian, uma instrumental em homenagem ao povo brasileiro.

 

Em fins dos anos de 1980 e princípios de 1990, a banda tocava regularmente em grandes estádios por todo o mundo e em Julho de 1987, tornaram-se os primeiros a tocar quatro noites seguidas no famoso Estádio de Wembley, na Inglaterra.

 

Os concertos da banda aumentaram consideravelmente devido à sua aderência e tecnologia de ponta empregada em suas produções. Os Genesis foram a primeira banda a usar Vari Lites, ecrãs gigantescos e o sistema de som Prism, recursos estes, considerados normais em qualquer espetáculo de grande porte na atualidade.

 

Entretanto, Collins tornou-se inevitavelmente um “superstar”, ao manter paralelamente uma carreira a solo de enorme sucesso. Inclui-se também sua carreira como ator televisivo, designadamente, na série Miami Vice, ou tocando como convidado de músicos como Robert Plant e Eric Clapton, entre outros.

 

Gabriel: a raposa da tour de Foxtrot.

SAI PHIL COLLINS - O seu sucesso de seus vôos solos pode ter influenciado a direção musical dos Gênesis nos anos seguintes. Muitos terão visto o dobrar dos sinos dos Genesis, quando Collins abandonou o grupo em 1996. Banks e Rutherford continuaram e elegeram o ex-Stiltskin Ray Wilson para substituir Collins.

 

Os Genesis, sem Gabriel e Collins nos vocais lançaram então o álbum Calling all Stations que vendeu bem em toda a Europa, mas não teve grande sucesso na América, onde o hip-hop, o rock alternativo e o teen pop suplantavam o rock clássico nas tabelas de vendas. E por causa disso, o grupo cancelou uma tour que estava planejada para aquele país.

 

Para todos os efeitos, a banda dispersou-se, mas os seus membros individualmente (incluindo Phillips e Hackett, exceto Gabriel) continuam a manter contactos regulares.

 

Tony Banks afirma que a banda está a descansar e Collins, que, começou a perder a audição de um ouvido, diz estar esperançado que a formação original, incluindo Gabriel, para que possam vir a tocar juntos outra vez.

  

ARCHIVE - A formação clássica gravou em 1999 uma nova versão de Carpet Crawlers (do álbum The lamb lies down in Broadway), embora o fizeram separadamente, para um greatest hits e a maioria dos membros originais envolveram-se na edição de Archive, uma compilação em 2 caixas de CDs trazendo reedições de quase todos os álbuns originais.

 

Minhas primeiras audições do Genesis foi no começo dos anos de 1980. Ganhei de um velho amigo, Robson Amaral, um dos maiores flautistas que já vi e hoje reside e toca no Japão, o vinil Selling England By The Pound e Firth of Fifth que fizeram minha cabeça instantaneamente. Aquela introdução no piano de Tony Banks está registrada na memória do rock progressivo e virou tema de peça no colégio que eu estudava, onde 4 meninas talentosas, coreografadas por uma talentosa Daniana Fontenelly, emocionavam pelo talento e beleza plástica.

 

Enfim, o Genesis passou por várias formações, Peter Gabriel seguiu uma alternativa carreira solo e Phil Collins assumiu os vocais para depois, também seguir vitoriosa carreira solo e atualmente deixar o Genesis num marasmo, quanto às novas apresentações ao vivo.

 

Principais músicos que passaram pelo Genesis:

 

- Peter Gabriel (voz, flauta, percussão) 1967-1975

- Tony Banks (teclas, guitarra 12, coro) 1967-1998.

- Mike Rutherford (baixo, guitarras, coro) 1967-1998

- Anthony Phillips (guitarras, coro) 1967-1970

- Chris Stewart (bateria) 1967-1968

- Jonathan Silver (bateria) 1967-1969

- Jonathan Mayhew (bateria, percussão, coro) 1970

- Phil Collins (bateria, voz, coro) 1970-1996

- Steve Hackett (guitarras) 1970-1977

- Ray Wilson (voz) 1997-1998

 

Discografia - ao vivo

 

1973 Genesis Live

1977 Seconds Out

1982 Three Sides Live

1992 The Way We Walk, Vol. 1: The Shorts e Vol. 2: The Longs

2003 Live at Wembley Stadium

 

Compilações 

 

1998 Genesis Archive - 1967-1975

2000 Archive #2 - 1976-1992

 

Trabalhos relacionados

 

1975, Voyage of the Acolyte é um álbum a solo de Steve Hackett, mas para muitos é quase um álbum dos Genesis. Participam Hackett, Rutherford e Collins juntamente com John Hackett (flauta, sintetizador ARP, sinos), Nigel Warren-Green (violoncelo), Robin Miller (oboé, cor inglês), John Acock (Mellotron, acordeom, piano) John Gustafson (baixo) e Sally Oldfield (voz).

 

Videografia

 

1976, Genesis in Concert (Filme)

1982, Three Sides Live

1984, The Mama Tour

1992, The Way We Walk - Live in Concert

 

* Antonio Siqueira é pesquisador musical, cronista e representante de Via Fanzine no Rio de Janeiro/RJ.

- Com informações da BBC.

 

- Imagens: Arquivo Via Fanzine.

                 

- Produção: Pepe Chaves.

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