Brasília:
Debate sobre Rio+20 reúne 26 estados e o DF*
O ciclo de debates é
uma ação em parceria com as secretarias de Assuntos
Estratégicos (SRI) e
de Relações Institucionais (SAE) da Presidência da República.
Nos dias 3 e 4 de maio, acontece o II Diálogo Federativo
Rumo à Rio+20 com o tema “Desenvolvimento Sustentável nos Biomas
Brasileiros”. Durante dois dias, participantes das áreas de Planejamento,
Fazenda, Desenvolvimento Social e Meio Ambiente de todos os estados
dialogarão sobre desenvolvimento sustentável sob a perspectiva dos biomas
que fazem parte.
O Ministério do Meio Ambiente (MMA), com o apoio do Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID), coordena o processo que contará
ainda com uma síntese de iniciativas de economia verde em andamento em
estados e municípios para subsidiar os debates. Grupos de trabalho
promoverão uma discussão integrada sobre arranjos regionais para o
desenvolvimento sustentável.
O ciclo de debates é uma ação em parceria com as
secretarias de Assuntos Estratégicos (SRI) e de Relações Institucionais
(SAE) da Presidência da República. O primeiro Diálogo Federativo foi
realizado em 19 de abril, em Brasília, no Palácio do Planalto. O processo
de Diálogos Federativos culminará em evento na Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho.
O II DIÁLOGO FEDERATIVO RUMO À RIO+20: “Desenvolvimento
Sustentável nos Biomas Brasileiros” acontece nos dias 3 e 4 de maio, na
Escola Superior de Administração Fazendária-ESAF, Rodovia DF-001 km 27,4,
Setor de Habitações Individuais Sul, Lago Sul - Brasília/DF.
* Informações da
Assessoria de Comunicação do Ministério do Meio Ambiente
02/05/2012
* * *
Recife:
Caravana Antinuclear
parte para o Sertão
A Caravana terá
atividades integradas como exposições, debates, feira de ciências,
apresentação de teatro, cantadores e poetas populares.
No período de 28 a 31 de outubro a Caravana Antinuclear
estará percorrendo os municípios pernambucanos de Belém do São Francisco,
Floresta, Itacuruba e Jatobá.
O objetivo é levar para estas cidades sertanejas
informações sobre os impactos que ocorrerão com a instalação de uma usina
nuclear em Itacuruba. O ônibus conduzindo seus integrantes sairá da frente
da Reitoria da UFPE, às 17 horas desta quinta-feira, dia 27. Nele vão
embarcar integrantes do MESPE - Movimento Ecossocialista de Pernambuco, do
Greenpeace e da Articulação Anti Nuclear Brasileira, acompanhados de
professores universitários, jornalistas, artistas e ambientalistas daqui e
de outras partes do país, que vieram apoiar essa mobilização.
A Caravana terá atividades integradas como exposições,
debates, feira de ciências, apresentação de teatro, cantadores e poetas
populares, para ajudar a população a compreender os riscos de uma usina
nuclear na região, assim como as possibilidades de gerar energia elétrica
a partir do sol, dos ventos, de outras fontes renováveis de energia que
não destroem a natureza e nem causam danos às pessoas.
“A Caravana Antinuclear espera alertar as populações para
os riscos da instalação dessa usina. O governo decidiu e planeja instalar
a usina nuclear, mas não faz um diálogo com o povo da região para que ele
fique ciente dos riscos, principalmente à saúde e ao meio ambiente. A
Caravana vem para cumprir esse papel, para isso organizações locais ajudam
a mobilizar o maior número de pessoas”, afirma o coordenador da Caravana,
físico e professor Heitor Scalambrini Costa.
A primeira parada será nesta sexta-feira, em Belém do São
Francisco, no sábado a Caravana aporta em Floresta, no domingo em
Itacuruba, local onde está prevista a instalação da usina. A última cidade
a receber os manifestantes antinucleares será Jatobá, com a programação
prevista para segunda-feira. Todas as atividades da Caravana serão
gratuitas. Associações, sindicatos, igrejas, escolas e várias outras
organizações sociais da região estão se mobilizando para participar do
evento.
- Mais informações em
Recife:
- Heitor Scalambrini
Costa – 9964.4366
- Jornalista/Assessor
de Imprensa: Gerson Flávio – 8649.8759 ou 7812.0080
* * *
Brasília:
Ibama concede licença
para usina de Belo Monte *
A empresa assinará
ainda um termo de cooperação técnico-financeira de outros
100 milhões de reais
com as prefeituras envolvidas e o governo do Pará.
O Ibama informou nesta quarta-feira que concedeu à empresa
Norte Energia a licença de instalação que autoriza a construção integral
da usina hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingu, no Pará.
Segundo o Ibama, entre as condicionantes estabelecidas,
está o investimento de 100 milhões de reais pela Norte Energia em unidades
de conservação na bacia do Xingu.
A empresa assinará ainda um termo de cooperação
técnico-financeira de outros 100 milhões de reais com as prefeituras
envolvidas e o governo do Pará para fortalecer a segurança pública e
atender o aumento da população.
A usina de Belo Monte terá potência de 11,2 mil megawatts,
o que fará dela a terceira maior do mundo, atrás de Itaipu (divisa do
Brasil com Paraguai) e Três Gargantas (China).
As principais acionistas do consórcio Norte Energia são as
estatais Chesf e Eletronorte, do sistema Eletrobras, além da própria
holding, com participação combinada de 49,98 por cento.
* Informações de Leonardo Goy/Reuters.
* * *
Brasília:
Câmara aprova novo
Código Florestal
Emenda contraria a
posição defendida pelo Planalto em relação à atualização do código.
A Câmara dos Deputados aprovou por ampla maioria na
terça-feira o texto que altera o Código Florestal, depois de intensas
negociações entre o relator, deputado Aldo Rebelo (PCdoB), o governo e
parlamentares.
O texto básico foi aprovado por 410 votos a favor, 63
contrários e uma abstenção. O relatório de Rebelo mantém as exigências de
Reserva Legal (porção de mata nativa que varia de 20 a 80 por cento da
propriedade) e também as faixas de matas que devem ser preservadas ao
longo de cursos d'água - as Áreas de Preservação Permanente (APPs) em
beiras de rios.
Isenta, no entanto, pequenas propriedades, de até 4 módulos
fiscais (medida que varia de 20 a 400 hectares), a recuperar a Reserva
Legal.
Os deputados ainda devem votar em separado uma emenda do
PMDB acertada na semana passada entre líderes da base e da oposição, com
exceção do PV, do PT e do PSOL.
A emenda contraria a posição defendida pelo Planalto em
relação à atualização do código. Dentre outras medidas, retira do
Executivo federal a exclusividade de regularizar ocupações em APPs em
beiras de rios.
Também amplia os tipos de atividades admitidos nessas
regiões e permite ocupações em APPs que tenham ocorrido até julho de 2008.
"O problema da emenda não é só conceder aos Estados poder
para legislar sobre meio ambiente, ela também abre brecha para consolidar
todas as áreas desmatadas irregularmente, o que significa anistia para os
desmatadores", afirmou o líder do governo na Câmara, deputado Cândido
Vaccarezza (SP), antes de ser iniciada a votação.
Depois da tramitação na Câmara, o texto será encaminhado ao
Senado. Se for modificado pelos senadores, volta à Câmara. Se aprovado,
segue para sanção presidencial.
Segundo Vaccarezza, a presidente Dilma Rousseff irá vetar
qualquer artigo ou item que anistie desmatamento ou regulariza de forma
genérica propriedades com áreas degradadas.
* Reportagem de
Jeferson Ribeiro e Maria Carolina Marcello/Reuters.
* * *
ONU:
Camada de ozônio no
Ártico tem redução recorde *
Observações da terra,
de balões e de satélites indicam que a região sofreu uma perda de cerca de
40 por cento na coluna de ozônio desde o começo do inverno até o final de
março.
Uma redução recorde na camada de ozônio, que protege os
seres vivos dos raios solares, foi observada no Ártico nos últimos meses,
informou nesta terça-feira a Organização Meteorológica Mundial (OMM).
"A degradação da camada de ozônio... atingiu um nível sem
precedentes acima do Ártico nesta primavera (do hemisfério norte), por
conta da presença prolongada de substâncias na atmosfera que provocam a
degradação e de um inverno muito frio na estratosfera", disse a OMM em
comunicado.
Observações da terra, de balões e de satélites indicam que
a região sofreu uma perda de cerca de 40 por cento na coluna de ozônio
desde o começo do inverno até o final de março, segundo a agência da
Organização das Nações Unidas.
A maior perda de ozônio registrada anteriormente sobre o
Ártico, de cerca de 30 por cento, ocorreu diversas vezes nos últimos 15
anos, aproximadamente, disse a porta-voz da OMM.
"Se a área com menor índice de ozônio se afastar do pólo em
direção a latitudes mais baixas, pode-se esperar um aumento na radiação
ultravioleta (UV) em comparação com os índices normais para a estação",
disse a OMM.
Mas qualquer aumento na radiação UV em latitudes mais
baixas, distantes do Ártico -- o que poderia afetar partes do Canadá, os
países nórdicos, a Rússia e Alasca nos Estados Unidos -- não seria da
mesma intensidade que aquela sofrida nos trópicos, disse a agência.
Raios UV-B já foram relacionados ao câncer de pele,
catarata e danos ao sistema imunológico humano. "Algumas plantações e
formas de vida marinha também sofrem de efeitos adversos", informou.
* Informações de
Stephanie Nebehay /Reuters.
* * *
Brasília
Justiça Federal exige mais
informações sobre Belo Monte *
A determinação partiu do juiz
federal Ronaldo Desterro, que analisa
a ação civil pública proposta pelo
Ministério Público Federal do Pará.
A Justiça Federal do Pará informou hoje, 29/01, que o
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a empresa concessionária
Norte Energia serão notificados para prestar esclarecimentos, até o fim da
próxima semana, sobre a licença ambiental que autoriza a construção do
canteiro de obras da usina de Belo Monte, no rio Xingu (PA).
De acordo com a Seção Judiciária do Pará, a determinação
partiu do juiz federal Ronaldo Desterro, que analisa a ação civil pública
proposta pelo Ministério Público Federal do Pará (MPF-PA). O MPF-PA
solicitou ontem a suspensão imediata da licença parcial concedida na
última quarta-feira (26) pelo Ibama. O processo está tramitando na 9ª Vara
Federal.
As notificações foram feitas por meio de cartas
precatórias, instrumento processual que autorizada um outro juiz, fora do
Estado, a recolher as informações e remetê-las à Justiça Federal em Belém.
A notificação do Ibama será feita em Belém. Já o BNDES será notificado no
Rio de Janeiro e a Norte Energia, responsável por construir a usina, em
Brasília (DF).
Somente depois que receber as explicações é que a 9ª Vara
vai decidir se concede ou não a liminar. Na ação, o MPF alega que a
licença expedida pelo Ibama é ilegal, porque não foram atendidas as
pré-condições estabelecidas pelo próprio instituto para o licenciamento do
projeto, tais como a recuperação de áreas degradadas, preparo de
infraestrutura urbana, iniciativas para garantir a navegabilidade nos rios
da região, regularização fundiária de áreas afetadas e programas de apoio
a indígenas.
* Informações de
Rafael Bitencourt/Valor.
* * *
Brasil:
Mesmo com queimadas,
desmatamento cai 48% *
A expectativa da
ministra é que os dados divulgados, que já confirmam
a forte tendência de
queda, devam ser confirmados pelo Prodes.
Uma nova queda do desmatamento em julho, registrada pelo
Deter (Sistema de Detecção em Tempo Real) e divulgada pelo Inpe em meio à
onda de incêndios pelo país, pode indicar não haver mais uma relação tão
forte entre queimadas e desmatamento na Amazônia. A avaliação foi feita
nesta terça-feira (31/8) pela ministra Izabella Teixeira em entrevista
coletiva no Ministério do Meio Ambiente. Os novos números relativos a
agosto de 2009 e julho de 2010, se comparados ao mesmo período 2008/2009,
apontam uma queda de 48%, “a menor das menores”, segundo a ministra.
Desta vez os resultados estão bem mais próximos de refletir
a realidade. A cobertura de nuvens chegou a 29%, mas foi detectada fora
das áreas críticas, onde vêm ocorrendo os maiores focos de desmatamento há
vários anos. Foi desmatada uma área total de 485 Km2, dos quais mais da
metade no estado do Pará, que perdeu 237 Km2 de sua cobertura vegetal.
Comparado com o igual período anterior, a área desmatada caiu de 4,4 mil
hectares para 2,3 mil.
A expectativa da ministra é que os dados divulgados, que já
confirmam a forte tendência de queda, devam ser confirmados pelo Prodes.
Nesse sistema de monitoramento aparecem áreas menores, de até 2,5
hectares, que são consolidados, dando um quadro mais fiel do desmatamento.
O Deter foi aprimorado com a entrada em operação de imagens de um novo
satélite, que não depende da cobertura de nuvens para detectar focos de
incêndio. Mas tem limitações, por ser destinado a direcionar as ações de
controle do desmatamento e não captar áreas menores.
O governo tem razões de sobra para comemorar as sucessivas
quedas. Até mesmo nas regiões de Novo Progresso, em 80%, e na Flona
Jamanxim, com queda de 93%. O resultado é atribuído ao sucesso das
operações Boi Pirata 1 e 2, que retirou mais de três mil cabeças de gado
que eram criadas em área da reserva e ao combate à extração de madeira na
área. O que ainda preocupa são as margens das rodovias que estão em fase
de pavimentação. Enquanto o desmatamento cai em vários estados, apresenta
tendência de alta no Amazonas. Agora o desmatamento cresceu em Apuí,
município às margens da BR319, que liga Porto Velho a Manaus.
* Informações
fornecidas pela Assessoria de Comunicação do Ministério do Meio
Ambiente/Brasil.
* * *
Código Florestal Brasileiro:
Revisão sem
sustentação científica *
Nova legislação apresenta mudanças 'para
pior'.
A revisão do Código Florestal brasileiro, em votação no
Congresso Nacional, está provocando sérias preocupações na comunidade
científica e suscitando diversas manifestações no Brasil e no exterior.
Com uma possível aprovação do relatório que propõe mudanças
na legislação ambiental, o Brasil estaria “arriscado a sofrer seu mais
grave retrocesso ambiental em meio século, com consequências críticas e
irreversíveis que irão além das fronteiras do país”, segundo carta
redigida por pesquisadores ligados ao Programa Biota-FAPESP e publicada no
dia 16 de Julho, na revista Science.
O texto é assinado por Jean Paul Metzger, do Instituto de
Biociências da Universidade de São Paulo (USP), Thomas Lewinsohn, do
Departamento de Biologia Animal da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp), Luciano Verdade e Luiz Antonio Martinelli, do Centro de Energia
Nuclear na Agricultura (Cena), da USP, Ricardo Ribeiro Rodrigues, do
Departamento de Ciências Biológicas da Escola Superior de Agricultura Luiz
de Queiroz (Esalq) da USP, e Carlos Alfredo Joly, do Instituto de Biologia
da Unicamp.
As novas regras, segundo eles, reduzirão a restauração
obrigatória de vegetação nativa ilegalmente desmatada desde 1965. Com
isso, “as emissões de dióxido de carbono poderão aumentar
substancialmente” e, a partir de simples análises da relação
espécies-área, é possível prever “a extinção de mais de 100 mil espécies,
uma perda massiva que invalidará qualquer comprometimento com a
conservação da biodiversidade”.
A comunidade científica, de acordo com o texto, foi
“amplamente ignorada durante a elaboração” do relatório de revisão do
Código Florestal. A mesma crítica foi apresentada em carta enviada por
duas das principais instituições científicas do país, no dia 25 de junho,
à Comissão Especial do Código Florestal Brasileiro na Câmara dos
Deputados.
Assinada por Jacob Palis e Marco Antonio Raupp,
respectivamente presidentes da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e da
Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC), a carta defende que
o Código Florestal, embora passível de aperfeiçoamentos, é a “peça
fundamental de uma legislação ambiental reconhecida com uma das mais
modernas do mundo”.
A reformulação do código, segundo o texto, baseia-se na
“premissa errônea de que não há mais área disponível para expansão da
agricultura brasileira” e “não foi feita sob a égide de uma sólida base
científica, pelo contrário, a maioria da comunidade científica não foi
sequer consultada e a reformulação foi pautada muito mais em interesses
unilaterais de determinados setores econômicos”.
Entre as consequências de uma aprovação da proposta de
reformulação, a carta menciona um “aumento considerável na substituição de
áreas naturais por áreas agrícolas em locais extremamente sensíveis”, a
“aceleração da ocupação de áreas de risco em inúmeras cidades
brasileiras”, o estímulo à “impunidade devido a ampla anistia proposta
àqueles que cometeram crimes ambientais até passado recente”, um
“decréscimo acentuado da biodiversidade, o aumento das emissões de carbono
para a atmosfera” e o “aumento das perdas de solo por erosão com
consequente assoreamento de corpos hídricos”.
No dia 16 de junho, as lideranças da Câmara dos Deputados
também receberam carta do geógrafo e ambientalista Aziz Nacib Ab’Sáber –
professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da
USP e pesquisador do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP –, que
fez duras críticas ao relatório de reformulação da legislação.
Reconhecido como um dos principais conhecedores do bioma
amazônico, Ab’Sáber defendeu que, “se houvesse um movimento para aprimorar
o atual Código Florestal, teria que envolver o sentido mais amplo de um
Código de Biodiversidades, levando em conta o complexo mosaico
vegetacional de nosso território”. Segundo o geógrafo, a proposta foi
apresentada anteriormente ao Governo Federal, mas a resposta era de que se
tratava de “uma ideia boa mas complexa e inoportuna”.
No documento, Ab’Sáber afirma que “as novas exigências do
Código Florestal proposto têm um caráter de liberação excessiva e
abusiva”. Segundo ele, “enquanto o mundo inteiro repugna para a diminuição
radical de emissão de CO2, o projeto de reforma proposto na Câmara Federal
de revisão do Código Florestal defende um processo que significará uma
onda de desmatamento e emissões incontroláveis de gás carbônico”.
Mudanças para pior
De acordo com Joly, que é coordenador do Biota-FAPESP, caso
a reformulação seja aprovada, o Código Florestal mudará para pior em
vários aspectos. “Essas manifestações da comunidade científica vão
continuar, porque a situação é muito grave. Se essas mudanças forem
aprovadas teremos um retrocesso de meio século na nossa legislação
ambiental, com consequências profundamente negativas em diversas
dimensões”, disse à Agência FAPESP.
Segundo ele, as mudanças terão impacto negativo sobre a
conformação das Áreas de Proteção Permanente (APP) e Reservas Legais (RL)
e sobre o funcionamento da regularização de propriedades em situação
ilegal. Atualmente, explica, os proprietários que não possuem RL ou APPs
preservadas estão sujeitos a multas caso se recusem a recuperar as áreas
degradadas, ou quando realizarem desmatamento ilegal. Nessas condições,
podem até mesmo ter sua produção embargada.
“Mas se a proposta de mudança for aprovada, os Estados
terão cinco anos, após a aprovação da lei, para criar programas de
regularização. Nesse período ninguém poderá ser multado e as multas já
aplicadas serão suspensas. Aqueles que aderirem à regularização poderão
ser dispensados definitivamente do pagamento de multas. Ficarão livres
também da obrigação de recuperar as áreas ilegalmente desmatadas”,
explicou.
Em relação às APPs, a legislação atual protege no mínimo 30
metros de extensão a partir das margens de rios, encostas íngremes, topos
de morros e restingas. Quem desmatou é obrigado a recompor as matas.
Se a nova proposta for aprovada, a faixa mínima de proteção
nas beiras de rios será reduzida a 15 metros. Topos de morro e áreas acima
de 1.800 metros deixam de ser protegidas. As demais áreas, mesmo
formalmente protegidas, poderão ser ocupadas por plantações, pastagens ou
construções, caso tenham sido desmatadas até 2008 e forem consideradas
“áreas consolidadas”.
“As principais candidatas a se tornar áreas consolidadas
são justamente as áreas irregularmente ocupadas, que sofrem com enchentes,
deslizamentos, assoreamento e seca de rios. Como não haverá recuperação e
as ocupações permanecerão, essas áreas serão condenadas a conviver
eternamente com esses problemas, perpetuando tragédias como as de Angra
dos Reis, do Vale do Itajaí e Alagoas”, disse Joly.
No que diz respeito à RL, a lei atual impõe um mínimo de
vegetação nativa em todas as propriedades: de 20% do tamanho dos imóveis
situados em áreas de Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Pampas
e, na Amazônia Legal, 35% nas áreas de Cerrado e 80% nas de floresta. Quem
não tem a área preservada precisa recuperar espécies nativas ou compensar
a falta de reserva no imóvel com o arrendamento de outra área preservada
situada na mesma bacia hidrográfica.
Com a nova proposta, as propriedades com até quatro módulos
fiscais (20 a 440 hectares, dependendo da região do país) não precisam
recuperar a área caso o desmatamento tenha ocorrido até a promulgação da
lei. Nas demais propriedades será preciso recuperar a vegetação, mas o
cálculo não será feito com base na área total do imóvel: a base de cálculo
é a área que exceder quatro módulos fiscais.
Além disso, as compensações poderão ser feitas com áreas
situadas a milhares de quilômetros da propriedade, desde que no mesmo
bioma. O proprietário terá também a opção de fazer a compensação em
dinheiro, com doação a um fundo para regularização de unidades de
conservação.
“Como mais de 90% dos imóveis rurais têm até quatro módulos
fiscais, boa parte deles concentrados no Sul e Sudeste, haverá grandes
áreas do país em que simplesmente não haverá mais vegetação nativa, pois
são essas áreas também que abrigam o maior número de APPs com ocupação
‘consolidada’. Há ainda um grande risco de que propriedades maiores sejam
artificialmente divididas nos cartórios para serem isentas da obrigação de
recuperação – algo que já está ocorrendo”, destacou Joly.
A proposta de reformulação proíbe a fragmentação das
propriedades. Mas, segundo Joly, a fiscalização e coibição é extremamente
difícil e, por isso, a anistia não ficará restrita às pequenas
propriedades. “Os poucos que forem obrigados a recompor áreas desmatadas
poderão fazer isso com espécies exóticas em até metade da propriedade, ou
optar por arrendar terras baratas em locais distantes, dificultando a
fiscalização”, disse.
Desproteção e
impacto nas águas
Ricardo Ribeiro Rodrigues, que coordenou o programa
Biota-FAPESP de 2004 a 2008, criticou o principal argumento para a defesa
da reforma do Código Florestal: a alegação de que não existe mais área
disponível para expansão da agricultura brasileira.
“O principal erro desse código novo é que ele não considera
as áreas que foram disponibilizadas para a agricultura historicamente, mas
que são de baixa aptidão agrícola e por isso são subutilizadas hoje, sem
papel ambiental e com baixo rendimento econômico, como os pastos em alta
declividade”, afirmou.
Segundo ele, o entorno das rodovias Dutra e D. Pedro, na
região da Serra da Mantiqueira e Serra do Mar, são exemplos de áreas de
uso agrícola inadequado que poderiam ser revertidas para florestas
nativas, para compensação de RL de fazendas com elevada aptidão agrícola.
“Se isso não for feito, essas áreas continuarão sendo mal utilizadas.
Podemos encontrar exemplos semelhantes em todo o território brasileiro”,
disse.
Outro impacto negativo da proposta de modificação do Código
para a restauração, segundo Rodrigues, é a anistia proposta para as APPs
irregulares. “Quem degradou as APPs não vai precisar recuperar e, pior,
poderá continuar usando a área desmatada. Quem preservou vai ser punido”,
explicou.
Segundo ele, um inventário produzido pelo Biota-FAPESP este
ano mostra que mais de 70% dos remanescentes florestais no Brasil estão
fora das Unidades de Conservação e se localizam em propriedades privadas.
“Se não tivermos mecanismos legais para a conservação dessas áreas – como
a RL e APP do código atual – elas vão ser degradadas depois da moratória
de cinco anos determinada na proposta de alteração do Código”, afirmou.
A reformulação do Código Florestal deverá diminuir a
eficiência dos mecanismos legais de proteção ambiental. Uma das
consequências mais graves será o impacto na qualidade da água. De acordo
com José Galizia Tundisi, do Instituto Internacional de Ecologia, de São
Carlos (SP), com o solo mais exposto, haverá um aumento da erosão e do
assoreamento de corpos d’água, além da contaminação de rios com
fertilizantes e agrotóxicos.
“A preservação de mosaicos de vegetação, florestas ripárias
– ou matas ciliares – e de áreas alagadas é fundamental para a manutenção
da qualidade da água de rios, lagos e represas. Essa vegetação garante a
capacidade dos sistemas para regular o transporte de nutrientes e o
escoamento de metais e poluentes. Esses processos atingem tanto as águas
superficiais como as subterrâneas”, disse à Agência FAPESP.
O processo de recarga dos aquíferos, segundo Tundisi,
também depende muito da cobertura vegetal. A vegetação retém a água que,
posteriormente, é absorvida pelos corpos d’água subterrâneos. Com o
desmatamento, essa água escoa e os aquíferos secam.
Tundisi criticou também a diminuição da delimitação das
áreas preservadas em torno de rios. “Essa delimitação de faixas marginais
é sempre artificial, seja qual for a metragem. Não é possível estabelecer
de forma geral uma área de preservação de 15 metros dos dois lados do
leito dos rios. Seria preciso delimitar caso a caso, porque a necessidade
de preservação varia de acordo com a ecologia do entorno e os padrões de
inundação do sistema. A delimitação deve ter caráter ecológico e não se
basear em metragens”, ressaltou.
A modificação na legislação, para Tundisi, vai na contramão
das necessidades de preservação ambiental. “Seria preciso preservar o
máximo possível as bacias hidrográficas. Mas o projeto prevê até mesmo o
cultivo em várzeas, o que é um desastre completo. Enquanto existem
movimentos mundiais para a preservação de várzeas, nós corremos o risco de
ir na contramão”, afirmou.
Para Tundisi, com o impacto que provocará nos corpos d’água,
a aprovação da modificação no Código Florestal prejudicará gravemente o
próprio agronegócio. “Se não mantivermos as áreas de proteção, a qualidade
da água será afetada e não haverá disponibildade de recursos hídricos para
o agronegócio. Fazer um projeto de expansão do agronegócio às custas da
biodiversidade é uma atitude suicida”, disse.
A agricultura deverá ser prejudicada também com o aumento
do preço da água. “Trata-se de algo cientificamente consolidado: o custo
do tratamento da água aumenta à medida que diminui a proteção aos
mananciais”, disse o cientista.
Argumentação desmontada
Luiz Antonio Martinelli, pesquisador do Cena-USP e
professor convidado da Universidade de Stanford, afirma que o Código
Florestal, criado em 1965, de fato tem pontos que necessitam de revisão,
em especial no que diz respeito aos pequenos agricultores, cujas
propriedades eventualmente são pequenas demais para comportar a presença
das APPs e a RL.
“Mas, qualquer que seja a reformulação, ela deve ter uma
base científica sólida. Essa foi a grande falha da modificação proposta,
que teve o objetivo político específico de destruir ‘empecilhos’
ambientais à expansão da fronteira agrícola a qualquer custo”, disse
Martinelli.
Segundo ele, o argumento central da proposta de
reformulação foi construído a partir de um “relatório cientificamente
incorreto encomendado diretamente pelo Ministério da Agricultura a um
pesquisador ligado a uma instituição brasileira de pesquisa”.
“O relatório concluía que não haveria área suficiente para
a expansão agrícola no país, caso a legislação ambiental vigente fosse
cumprida ao pé da letra. O documento, no entanto, foi produzido de forma
tão errônea que alguns pesquisadores envolvidos em sua elaboração se
negaram a assiná-lo”, apontou.
O principal argumento para as reformas, segundo o
pesquisador, baseia-se na alegação de que há um estrangulamento da
expansão de terras agrícolas, supostamente bloqueado pelas APPs e RL. Para
os proponentes da mudança, esses mecanismos de proteção ambiental tornam a
legislação atual excessivamente rigorosa, bloqueando o avanço do
agronegócio. Esse bloqueio, no entanto, não existe, afirma. “A falácia
desse argumento foi cientificamente desmontada.”
Martinelli cita estudo coordenado por Gerd Sparovek,
pesquisador da Esalq-USP, que usou sensoriamento remoto para concluir que
a área cultivada no Brasil poderá ser praticamente dobrada se as áreas
hoje ocupadas com pecuária de baixa produtividade forem realocadas para o
cultivo agrícola.
“Melhorando a eficiência da pecuária em outras áreas por
meio de técnicas já conhecidas, não há qualquer necessidade de avançar
sobre a vegetação natural protegida pelo Código Florestal atual”, disse.
As pastagens ocupam hoje, segundo Martinelli, cerca de 200
milhões de hectares, com aproximadamente 190 milhões de cabeças de gado.
“Caso dobremos a lotação de uma para duas cabeças de gado, liberamos cerca
de 100 milhões de hectares. A área ocupada pelas três maiores culturas –
soja, milho e cana – cobrem uma área aproximada de 45 milhões de hectares.
Portanto, com medidas simples de manejo poderemos devolver para a
agricultura uma área equivalente ao dobro ocupado pelas três maiores
culturas brasileiras”, afirmou.
A operação não seria tão simples, segundo o pesquisador, já
que envolve questões de preço da terra e mercado agrícola, por exemplo.
Mas a aproximação dá uma ideia de como é possível gerar terras
agriculturáveis sem derrubar nenhuma árvore.
Para o pesquisador do Cena-USP, a maior parte das
reformulações propostas tem o único propósito de aumentar a área agrícola
a baixo custo. “O mais paradoxal é que as mudanças beneficiam muito mais
os proprietários de grandes extensões de terra do que pequenos
produtores”, disse.
Martinelli afirmou ainda que não acredita que as mudanças
no Código Florestal possam beneficiar o desenvolvimento da produção de
alimentos no Brasil. Segundo ele, se houvesse preocupação real com a
produção de alimentos, o governo deveria ampliar e facilitar o crédito ao
pequenos produtores, investir em infraestrutura – como estradas e
armazenamento – para auxiliar o escoamento desses produtos e,
principalmente, investir maciçamente em pesquisas que beneficiassem essas
culturas visando a aumentar sua produtividade.
“Quem sabe com um aumento considerável na produtividade
pequenos agricultores pudessem manter suas áreas de preservação permanente
e suas áreas de reserva legal, gerando vários serviços ambientais que são
fundamentais para a agricultura”, disse.
Novos debates
No dia 7 de julho, a SBPC reuniu em sua sede em São Paulo
um grupo de cientistas ligados à temática do meio ambiente para iniciar
uma análise aprofundada sobre o assunto, do ponto de vista econômico,
ambiental e científico.
O evento teve a participação de Raupp, Ab’Sáber, Joly,
Martinelli, Rodrigues, além de Ladislau Skorupa, da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Carlos Afonso Nobre, do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e João de Deus Medeiros, do
Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Os cientistas formaram um grupo de trabalho para emitir
pareceres sobre as mudanças do Código Florestal. Na Reunião Anual da SBPC,
que será realizada em Natal (RN) entre 25 e 30 de julho, uma mesa-redonda
discutirá o tema.
Outra reunião, prevista para a segunda quinzena de agosto,
deverá sistematizar todas as sugestões do grupo em um documento a ser
divulgado nos meios de comunicação e encaminhado aos congressistas.
No dia 3 de agosto, o programa BIOTA-FAPESP realizará o
evento técnico-científico "Impactos potenciais das alterações do Código
Florestal Brasileiro na biodiversidade e nos serviços ecossistêmicos". Na
oportunidade, especialistas farão uma avaliação dos possíveis impactos que
as alterações do Código terão sobre grupos taxonômicos específicos
(vertebrados e alguns grupos de invertebrados), bem como em termos de
formações (Mata Atlântica e Cerrado) e de serviços ecossistêmicos (como
ciclos biogeoquímicos e manutenção de populações de polinizadores). Além
de reforçar a base cientifica sobre a importância das APP e de RL para
conservação da biodiversidade, o evento visa a subsidiar a ABC e a SBPC no
posicionamento sobre essa temática.
* Por Fábio de Castro.
- Fonte: Agência FAPESP.
* * *
Xingu-PA:
Liberada licença prévia para 2ª maior hidrelétrica *
Ibama concede licença
ambiental prévia para a usina hidrelétrica de Belo Monte.
O Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) concedeu na segunda-feira (1º/02) licença ambiental
prévia para o projeto da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu
(PA). No documento, apresentado à imprensa nesta tarde, o Ibama elenca 40
condicionantes que deverão ser atendidas pelos futuros empreendedores,
para que a obra possa começar. De acordo com o ministro do Meio Ambiente,
Carlos Minc, as condicionantes são “ações de mitigação aos impactos do
empreendimento” e podem chegar a R$ 1,5 bilhão.
“Esse licenciamento tem um simbolismo muito forte, porque
[a usina de] Belo Monte é a principal obra do PAC [Programa de Aceleração
do Crescimento], e será a terceira maior hidrelétrica do mundo”, disse
Minc, durante coletiva à imprensa. O ministro explicou que as
condicionantes são os investimentos exigidos como contrapartida ambiental,
e incluem medidas socioambientais, como saneamento, melhoria das condições
de vida da população impactada ou atingida pelo empreendimento,
monitoramento de florestas e adoção de áreas de conservação. “Esse valor
não inclui a compensação ambiental, que também deverá ser feita pelo
empreendedor”. Posteriormente, 0,5% do valor total do empreendimento será
destinado para compensação ambiental.
Com a LP, o governo pode preparar o leilão da usina, que
ficará a cargo do Ministério de Minas e Energia. Depois do leilão, a obra
precisará receber, também do Ibama, a Licença de Instalação (LI). A
previsão é que a usina produza 11 mil mega-watts (MW), aproximando-se do
total produzido pela usina binacional de Itaipu, que é de 14 mil MW. A
área alagada será de aproximadamente 500 km². De acordo com Carlos Minc,
parte dessa área já sofre alagamentos todos os anos, devido às cheias do
rio Xingu.
Na opinião do ministro Carlos Minc, a concessão da licença
prévia à usina Hidrelétrica de Belo Monte foi um dos maiores “desafios” de
sua gestão no MMA. ?Eu diria que os dois maiores desafios da minha gestão
foram a queda no desmatamento da Amazônia e o licenciamento a Belo Monte,
porque esse foi um processo lento, complicado, polêmico?, disse aos
jornalistas.
O ministro destacou, ainda, as mudanças por que o projeto
inicial passou, até o licenciamento ambiental prévio ser assinado. Segundo
Minc, pelo projeto original, seriam quatro usinas, e uma área alagada de
1.500 km². “Isso inviabilizaria a vida na região. Agora, é um
empreendimento e área alagada de 500 km²”, comparou.
Minc também descartou a possibilidade de que o valor
estimado para a contrapartida ambiental afaste investidores no leilão que
deve ocorrer em breve. “Eu já ouvi falar em valores entre R$ 20 bi e R$ 30
bi. Então, R$ 1,5 bi é um percentual relativamente pequeno”.
De acordo com o diretor de Licenciamento Ambiental do
Ibama, Pedro Alberto Bignelli, as 40 condicionantes são “difíceis
obrigações ao empreendedor, mas todas exeqüíveis”. Entre as condições que
terão de ser cumpridas pelo vencedor do leilão estão a construção de
escolas e postos de saúde na região da usina e a execução de obras de
saneamento básico em municípios próximos à área da barragem. Também é
exigido um plano de conservação dos ecossistemas aquáticos e terrestres na
região da usina. E o presidente do Ibama, Roberto Messias garante que a
população da região continuará a ser ouvida, em todas as etapas da obra.
Para Minc, o licenciamento de Belo Monte “tem um simbolismo
muito forte”, pois também se alinha aos compromissos assumidos pelo país,
de redução nas emissões de CO2 até 2020, com a ampliação de fontes
renováveis e limpas de energia.
Por Maiesse Gramacho, da Assessoria de Comunicação
Ministério do Meio Ambiente.
* * *
Poluição global:
Ministro lamenta
atitude de EUA e China
Minc se diz frustrado
com posição dos EUA e China sobre conferência do clima.
Por Carlos Américo
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse, nesta
segunda-feira (16/11), que ficou frustrado com a posição dos Estados
Unidos e da China de não levar compromissos numéricos de redução de
emissão na Convenção do Clima (COP-15), que acontece em dezembro, em
Copenhague. Segundo Minc, o Brasil já está articulando com outros países
para fazer pressão e tentar que esses países mudem de posição, e a COP-15
não seja um desastre. “A notícia foi uma ducha de água quente, elevando
ainda mais a temperatura do planeta”.
Durante a 4ª reunião Extraordinária do Conselho de
Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), em que foi apresentado o apoio
à ação brasileira de definir o compromisso de redução de emissão, Minc
destacou que a meta do Brasil é ousada. Ele argumentou que, no entanto,
sem a participação dos dois países responsáveis por metade da emissão
global, não haverá um acordo consistente. “Depois da lufada de oxigênio
com as metas apresentadas pelo Brasil, agora foi um tiro no pé e outro no
peito”.
O governo brasileiro apresentou, na última sexta-feira
(13/10), o compromisso de reduzir entre 36,1% e 39% as estimativas de
emissões previstas para 2020. Minc espera que a população e a opinião
pública dos Estados Unidos e da China pressionem os governos para mudarem
de posição. “O relógio está andando e a temperatura aumentando. Acho que a
população desses países deve se manifestar fortemente e não aceitar essa
posição como inexorável”, destacou o ministro.
O ministro ainda salientou que a lógica que funciona em uma
negociação comercial, em que um produto pode ser substituído por outro,
não terá sucesso no debate climático. “Se há problema com o algodão, por
exemplo, pode procurar uma outra fibra. Já quando o debate é o clima, nós
não temos um outro planeta”, avaliou Minc. Para ele, os líderes mundiais
não têm “o direito de frustrar a população do mundo”.
Minc destacou para os conselheiros da CDES que o Brasil fez
o dever de casa e tem um compromisso forte de ações de mitigação até 2020.
Segundo ele, todos os estados, a exemplo de São Paulo, farão seus planos
do clima, e comemorou que em ano pré-eleitoral o discurso é para quem é
mais verde e não para quem desmata mais.
* Informações fornecidas por Daniela Mendes - Assessoria de
Comunicação Ministério do Meio Ambiente.
* * *
Água:
Fluxo do São
Francisco cai 35%, diz estudo *
Um estudo realizado
por cientistas norte-americanos constatou que
o fluxo de água na
bacia do rio São Francisco caiu 35% nos últimos 50 anos.
O rio nasce em Minas Gerais, corta Estados do Nordeste e
deságua no mar no litoral de Sergipe. Os pesquisadores do National
Center for Atmospheric Research (NCAR), que fica no Estado americano
do Colorado, analisaram dados coletados entre os anos de 1948 e 2004 em
925 maiores rios do planeta.
Vários rios, não só o São Francisco, em regiões mais
populosas estão perdendo água. No território brasileiro, a bacia do São
Francisco foi a que apresentou maior queda no fluxo de águas.
No mesmo período, os pesquisadores observaram uma queda de
3,1% no fluxo de águas na bacia do Amazonas. Já o rio Paraná, que deságua
na Argentina, apresentou uma elevação de 60% no fluxo de águas e a bacia
do Tocantins registrou um acréscimo de 1,2% em sua vazão.
As alterações nos últimos 50 anos estariam diretamente
relacionadas com o aquecimento e a diminuição das chuvas. O fenômeno
meteorológico El Niño, que eleva a temperatura das águas do Oceano
Pacífico pode ter contribuído para as mudanças.
O cientista Aiguo Dai, o líder da pesquisa, explica que
entre 1948 e 2004, a região da bacia do rio São Francisco apresentou uma
leve queda nos níveis de precipitações e um grande aumento de temperatura.
“O aumento das temperaturas eleva a evaporação, e assim, reduz o fluxo de
água do rio”.
Os rios Amarelo, na China, Niger, na África, e o Colorado,
nos Estados Unidos, estão entre os que apresentaram uma queda
significativa nos fluxos de água no período estudado. Em contrapartida, os
pesquisadores constataram um aumento considerável na vazão de rios em
áreas pouco habitadas no Oceano Ártico.
* Informações do site
Apollo 11.
* * *
Brasília:
A cobrança do uso da
água*
MMA e ANA assinam
acordo com a Caixa pela cobrança do uso da água.
O Ministério do Meio Ambiente (MMA), por meio da Agência
Nacional de Água (ANA), assina nesta quarta-feira (03/09), às 10h, na Sala
Multimídia (5º andar), sede do MMA, Acordo de Cooperação Técnica com a
Caixa Econômica Federal.
O acordo permitirá que o dinheiro arrecadado pelo uso de
recursos hídricos sirva como garantia para o financiamento de ações de
recuperação das bacias dos rios Paraíba do Sul e Piracicaba, Capivari e
Jundiaí.
Assinam o documento o ministro do Meio Ambiente, Carlos
Minc, o presidente da ANA, José Machado, e a presidente da Caixa, Maria
Fernanda Ramos Coelho.
* Informações
fornecidas pela Assessoria de Comunicação do Ministério do Meio Ambiente –
Brasil.
* * *
Desertificação:
O avanço dos desertos
ONU lança esforço
para popularizar tema da desertificação na América Latina.*
A Convenção das Nações Unidas para o Combate à
Desertificação (UNCCD, na sigla em inglês), amparada por organizações
não-governamentais, iniciou um trabalho de comunicação para massificar o
tema da desertificação na América Latina. Depois da África, o continente é
o que mais sofre com os efeitos do fenômeno, sempre associado à pobreza e
ao subdesenvolvimento.
Mais do que miséria, a desertificação provoca
imigração em massa, degradação do solo, perda de biodiversidade e,
conseqüentemente, redução das riquezas do país, desigualdade social e
aquecimento global.
Para alcançar a opinião pública da América
Latina, a ONG argentina Fundacion del Sur, integrante da Rede
Internacional de ONGs sobre Desertificação (RIOD), reuniu esta semana
em Buenos Aires jornalistas de países da região para participar de
workshops. As apresentações e debates fizeram parte da 5ª Sessão do Cric
(Comitê de Revisão da Implementação da Convenção), realizada desde o dia
12 de março em um centro de convenções montado nas dependências da
Sociedade Rural Argentina (La Rural).
Estiveram presentes profissionais do Chile,
Honduras, Peru, Argentina e Brasil. De acordo com o coordenador-técnico do
Programa de Combate à Desertificação do Ministério do Meio Ambiente, José
Roberto Lima, a popularização do tema proporcionará benefícios não só à
América Latina, mas a todo o mundo. "Dentro de 60 anos, estima-se que
50% da população mundial estará convivendo diretamente com a
desertificação. Para que não existam os chamados 'exilados ambientais',
que provocariam gravíssimos problemas populacionais e de recursos naturais
nas áreas úmidas, a desertificação precisa ser combatida em todo o mundo
imediatamente", diz. "E a melhor forma é conscientizar toda a
opinião pública desde já", afirma o coordenador.
No Brasil o tema obteve destaque na mídia nos
anos 1980, quando o sertão nordestino foi assolado por uma seca de cinco
anos. Após investimentos que minimizaram seus efeitos, o assunto nunca
mais retornou à mídia com a devida importância, mesmo que hoje vivam 31
milhões de brasileiros em regiões áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas.
Em outros países da América Latina, onde o problema é mais grave,
jornalistas estrangeiros disseram que existe uma certa "acomodação" em
relação ao tema.
Para Juan Luis Merega, da Fundacion del Sur,
o assunto precisa ganhar importância. Entre outros motivos, porque a
utilização sustentável do solo e recursos naturais dessas áreas poderá
representar um impactante crescimento econômico nos países da região,
gerando aquecimento do mercado consumidor e maior vigor comercial no
bloco. No Peru, por exemplo, cerca de 80% da população vive em áreas
desertificadas ou suscetíveis à desertificação.
A inclusão social desses 22 milhões de
habitantes terá como conseqüência um aumento significativo no mercado
consumidor, avaliam estudos. Segundo o diretor-executivo da organização
peruana Proterra, Carlos Andaluz Westreicher, na América Latina
poucos países executam medidas satisfatórias de combate ao problema, sendo
que alguns sequer possuem projetos de mitigação. "O desmatamento
desenfreado, a contaminação do solo e a agricultura predatória agravam
ainda mais o processo de desertificação. É urgente articular programas
nesse setor articulados com outras convenções da ONU, como a de Mudanças
Climáticas e a da Biodiversidade", diz Westreicher.
Das convenções da ONU, a UNCCD é a que conta com
o maior suporte de ONGs do mundo todo. A RIOD, Rede Internacional de
ONGs sobre Desertificação, no Brasil tem apoio da Articulação no
Semi-Árido, que sozinha reúne cerca de mil organizações e entidades.
Essa malha de organizações tem dado condições para a UNCCD atuar em todos
os continentes e, a partir de agora, trabalhar para mobilizar os meios de
comunicação e sensibilizar a opinião pública.
* Release enviado pelo
Ministério do Meio Ambiente - Assessoria de Comunicação Social.
www.mma.gov.br
- Foto:
www.uesb.br
* * *
Norte do Brasil
Em Defesa da Amazônia
Território brasileiro volta
a ser cobiçado no exterior.
Por
Kelly Lima*
De
Brasília/DF
Para
Via Fanzine
Floresta amazônica
AMAZÔNIA À VENDA -
Mais uma vez estão circulando pelos meios de comunicação mensagens
alertando para o interesse internacional em “comprar” a Amazônia. O pivô
da questão foi uma declaração do Ministro britânico do Meio Ambiente,
David Miliband, de que o governo inglês teria intenção de criar um fundo
internacional para financiar a compra de terras na região. Não é de hoje
que vemos mensagens como estas. Normalmente elas aparecem seguidas de
outras mensagens falando que se trata de um “hoax” (boato) ou de um
“mal-entendido”, como foi o caso desta. Mas até que ponto essa não seria
uma maneira de “despistar” a opinião pública?
É de
conhecimento geral que a Amazônia é a maior fonte de riqueza ambiental do
planeta. De acordo com a ADA – Agência de Desenvolvimento da Amazônia,
órgão ligado ao Ministério da Integração Nacional, a região “detém 80% da água doce disponível no território
brasileiro - a grande riqueza deste novo milênio, pela sua gradativa
escassez - ou 6,4% daquela disponível no Planeta, considerando que o
Brasil detém 8% da água doce existente na Terra”, isso sem contar a biodiversidade, o potencial
energético, etc. Apenas estes dados seriam suficientes para que o Brasil
desse a esse assunto a importância e até mesmo a popularidade que ele
merece.
PROTEÇÃO -
Muitos dos partidários da intervenção internacional na Amazônia utilizam
como argumento a falta de políticas públicas para a proteção e o
desenvolvimento sustentável da região. De acordo com matéria publicada no
site do IPAM – Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia em 2004, “No
Brasil, a localização de áreas protegidas muitas vezes é selecionada por
oportunidades políticas, em lugar de sua relevância para conservação. Não
raro, cabeceiras de rios são deixadas de fora das unidades”. No
entanto, nada pode garantir que mudando-se a administração, mude-se também
as políticas adotadas. Além do mais, podemos dizer que atualmente há um
maior interesse em se preservar o patrimônio que representa a floresta
Amazônica. Podemos, para tanto, citar a Lei n.º 11.284/06, que versa sobre
a gestão de florestas públicas, estabelecendo parâmetros para a exploração
dos recursos das áreas florestais.
UMA LUTA DOS BRASILEIROS -
É de
extrema importância, para o bem das gerações futuras e para a garantia da
soberania do Estado Brasileiro, que a sociedade se envolva nessa luta, não
permitindo que o governo, seja ele qual for, à revelia dos interesses
sociais, assine a transferência de propriedade da floresta amazônica para
quem quer que seja, sobre quaisquer objetivos que possam iludir a opinião
pública e a sociedade brasileira. Este é um direito legítimo do povo do
Brasil e tem ele dever moral e social de fazer com que seja cumprido
perante as outras nações.
Se continuarmos com o nosso “autismo político”,
é bem provável que um belo dia vejamos publicado nos jornais um documento
oficial “transferindo a propriedade” da floresta amazônica para governos
“mais preocupados com as políticas de preservação do patrimônio biológico
e dos recursos hídricos e energéticos da região” (leia-se, “ávido por
explorar todo o potencial econômico da floresta”).
Por mais que as declarações sejam sempre
desmentidas, é imperioso que nos mantenhamos alertas. Os países que
demonstram interesse pela Amazônia têm seus partidários entre os nossos
políticos que, interesseiros que são, podem entregar de mão beijada o
patrimônio natural brasileiro. E no futuro, com certeza, serão nossos
descendentes que pagarão a conta.
* Kelly Lima
é articulista de
Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br).
- Foto:
LBA –
Site do Ministério do Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
-
Fontes:
Agência de
Desenvolvimento da Amazônia – ADA (www.ada.gov.br)
Instituto de
Pesquisa Ambiental da Amazônia – IPAM (www.ipam.org.br)
Ministério do
Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
- Produção:
Pepe Chaves.
* * *
Meio ambiente:
Transposição do Rio
São Francisco
ainda gera polêmica*
Ambientalistas temem que p rojeto
venha causar forte impacto ambiental.
O projeto de transposição de águas do rio São
Francisco, apontado como a grande obra pública do governo Lula, vem
gerando bastante polêmica entre segmentos políticos dos estados
envolvidos. Enquanto os estados Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará,
beneficiados pelo projeto, são favoráveis à proposta, Minas Gerais, Bahia,
Alagoas e Sergipe preocupam-se com possíveis efeitos negativos em seus
estados. O São Francisco nasce na Serra da Canastra/MG e desemboca no
oceano Atlântico, entre os estados do Sergipe e Alagoas, totalizando 2.800
km de extensão.
O projeto que prevê a utilização das águas do
rio para a perenização de rios e açudes do Nordeste brasileiro durante os
períodos de estiagem encontra oposição no Comitê da Bacia Hidrográfica do
Rio São Francisco e em vários segmentos da sociedade. A idéia, surgida
pela primeira vez no império de Dom Pedro II, é hoje avaliada como um
projeto que pode tornar-se extremamente caro, tanto financeiramente quanto
no que diz respeito às suas intervenções no meio ambiente, uma vez que o
projeto não dá respostas claras sobre os impactos ambientais inerentes.
De acordo com o Gerente de Dados e Informações
da Fundação Biodiversitas, Cássio Soares Martins, que também participa do
CBHSF (Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco), o projeto é
autoritário. “Neste projeto, o governo federal ignora críticas de
profissionais e acadêmicos respeitáveis, além da legítima resistência de
uma numerosa população atingida”, afirma.
Após reunião plenária do CBHSF, realizada em
outubro de 2004, o comitê entregou ao Governo Federal uma declaração
acerca de seu posicionamento diante do projeto de transposição das Águas
do Rio São Francisco. O documento declara que “a análise dos Projetos de
Transposição das águas do Rio São Francisco deverá se dar no âmbito do
Plano de Recursos Hídricos da Bacia”.
Também em reunião plenária (julho/2004), o
comitê aprovou o Plano Decenal de Recursos Hídricos, que abrange desde os
cenários de desenvolvimento, estudos de alocação de água, enquadramento,
fiscalização integrada e cobrança pelo uso dos recursos hídricos, até
estratégias para revitalização, recuperação e conservação hidro-ambiental
e programas de Investimento e estratégia para implementação do Plano de
Recursos Hídricos da Bacia do São Francisco. Apesar de disposto a apoiar
iniciativas ambientais sócio-economicamente sustentáveis para resolver o
problema de abastecimento de água para as regiões envolvidas, o CBHSF
decidiu que o desvio das águas do São Francisco só é autorizado para
consumo humano e dessedentação animal.
Felizmente, sem a realização de audiências
públicas que avaliem os impactos ambientais do projeto, o IBAMA (Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) não pode
autorizar o início das obras. Inicialmente, a intenção do governo federal
era reunir o Conselho Nacional de Recursos Hídricos em novembro de 2004
para obter o aval para o início das obras, mas, devido a uma liminar da
Justiça Federal, acatando o mandado de segurança movido pelos Ministérios
Públicos Federal e do Distrito Federal, o encontro não ocorreu. Somando-se
a isso, o fato de o processo de licenciamento ambiental do projeto ter
sido suspenso por liminar concedida pela 14ª Vara da Justiça Federal.
Apesar da paralização do projeto de
transposição, o governo federal deverá retornar com o processo em breve. É
necessário que os diversos setores da sociedade civil - ONGs, comitês de
bacia, associações, dentre outros - se mobilizem contrários à transposição
do rio São Francisco e favoráveis à revitalização da Bacia, com o intuito
de orientar as ações governamentais e privadas pela sustentabilidade
sócio-ambiental.
Fonte:
www.biodiversitas.org.br/rio_sao_francisco.htm
Fotos: Arquivo VF.
Colaborou:
www.mineiros-uai.com.br
* * *
Maremotos: terrorismo telúrico
Por
Isaac Bigio
Analista internacional
www.bigio.org
Tradução de
Pepe Chaves
Uma
semana após o incidente do sismo sul-asiático
é que
o premiê
britânico
decidiu
encerrar
suas férias. Não considerou necessário interromper as férias
frente
à
magnitude
da
morte
de 150.000 pessoas, produzida diante ao grande
centro
humanístico da “Mancomunidade”
Britânica
de Nações.
O
paradóxico é
que
Blair tem viajado pelo mundo, procurando sempre mais
aliados a
cada
vez
que os
EUA deseje se vingar do assassinato de vários de seus compatriotas. O
tsunami,
que
matou mais gente do
que
uma
bomba atômica,
pode
repetir-se.
Em 1746 um maremoto arrasou ao Callao (então
o principal porto do hemisfério sul) assassinando a 95% de seus
habitantes.
A
inevitável erupção do vulcão das
Palmas,
nas Ilhas
Canárias,
poderia gerar ondas
que
sepultesse
Nova Iorque.
Os
serviços de inteligência gastam
bilhões
para vigiar e perseguir células
terroristas.
Mas, o
sismo asiático demonstrou
que não
se
investe
muito
em “espionar”
as
mudanças geológicas e
que não
existe
nenhuma
organização global
que
coordene
a
luta
contra o ‘terrorismo telúrico’ e
possa
se mobilizar imediatamente, recursos em massa
para
socorrer aos prejudicados.
* * *
Catástrofe:
Terremoto na Ásia
modificou eixo da Terra *
O forte terremoto que atingiu no domingo o
sudeste da Ásia modificou a inclinação do eixo de rotação da Terra,
afirmou no dia 28/12 a Agência Espacial Italiana (ASI). "Os pesquisadores
do Centro de Geodesia Espacial, localizado em Matera, sul da Itália e que
elaboram em tempo real os dados mundiais telemétricos enviados por laser
dos satélites, constataram que as informações registradas mostram uma
modificação do eixo de rotação da Terra", afirma um comunicado da AEI.
Os cientistas italianos calculam que a
modificação foi de cerca de 2 milésimos de segundo, o que corresponde de 5
a 6 centímetros em linha reta. A modificação foi verificada na direção do
epicentro do terremoto e nas primeiras análises não se detecta nenhum
efeito na direção do meridiano de Greenwich, explicaram fontes do centro
espacial.
"A análise dos dados continua rapidamente, de
maneira que possam obter confirmações posteriores para nossas observações,
apesar de estarmos quase seguros da modificação", afirmou Giuseppe Bianco.
Os cientistas consideram que a variação é muito pequena, por isso não terá
repercussões sobre o clima.
* Fonte:
http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/
- Colaborou:
Patrícia Campos.
* * *
A Terra está viva e se mexe
Por Pepe Chaves*
Uma pequena sacudida no mar levantando uma onda
de cerca de 10 metros foi suficiente para dizimar quase 100 mil pessoas na
costa do Índico, na Ásia. Tsunami, a grande onda formada a partir de um
terremoto no mar foi traiçoeira e silenciosa, visto que os países daquela
região não detinham tecnologia para detectá-la com antecedência.
Estes movimentos tectônicos têm causado diversas
vítimas em partes distintas do globo. Estudos mostram, que desde que a
Terra tomou a forma intercontinental que tem hoje, ela vem se remexendo e
alteando-se geograficamente. O deslocamento de grandes placas tectônicas
subterrâneas acaba causando profundas alterações na superfície, esculpidas
por terremotos e abalos.
A Terra é um planeta de vida mediana e deve,
ainda, por motivos naturais ou não, sofrer conseqüentes alterações em sua
superfície nos próximos séculos. O já cientificamente denunciado
aquecimento das geleiras polares é fato e poderá, bem antes do que pensam
os cientistas e a opinião pública, vir a mudar, através do aumento do
nível do mar, o contorno e a geografia dos litorais em todo o planeta.
Neste caso, as geleiras estão a derreter em tempo suficiente de todos se
salvarem do aumento do nível do mar, que sobe ínfimos milímetros a cada
dez anos.
O que urge são sistemas de prevenção, socorro e
resgate das vítimas em casos de catástrofes naturais. No caso da
catástrofe asiática, os EUA foi acusado de “displicência”, pois foram
capazes de detectar o nascimento da tsunami no mar e, no entanto, não
informaram o fato aos países costeiros, sob o pretexto de que “não havia a
quem avisar”. Para completar, a maior potência do mundo e seus asseclas,
do alto de seu poderio, prestam uma ajuda ridícula e mínima aos povos
flagelados pela catástrofe.
Se uma onda de apenas 10 metros mata perto de
100 mil pessoas, o que poderíamos esperar de outras catástrofes, tais como
àquelas associadas a choques de asteróides, como aqueles acontecidos no
passado desse planeta? Parece sim, um aviso, ao estilo de profecias das
grandes seitas apocalípticas e trágico-apoteóticas, de que algo maior
estaria mesmo por vir.
Se você atira uma pequena pedra ao mar, o
movimento causado por ela na água irá interferir no movimento marítimo de
todo o planeta... Estamos a descobrir que Terra está viva. E o ser humano
é muito frágil.
*
Pepe
Chaves
é editor
de Via
Fanzine.
* * *
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