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 ENTREVISTA MUSICAL

 

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Entrevista com Roger Troyjo

Vocalista e professor de canto. 

Por Pepe Chaves

Para Via Fanzine

www.viafanzine.jor.br

 

 

O músico paulista Roger Troyjo iniciou seus estudos de canto aos 14 anos de idade. Começou a cantar profissionalmente em casas noturnas e clubes em São Paulo. Em 1988, desempenhou o papel principal na ópera-rock Jesus Cristo Superstar. Em 1990, gravou com o conjunto Studium Musical, de Curitiba, cantando músicas dos séculos XIII e XIV. Graduou-se em Técnicas Vocais em 1992 e fez recitais com sua professora Mariuccia Lourenção. Gravou jingles para TV e rádio. Apresentou-se nos programas Matéria Prima (TV Cultura) e Verão Vivo com o conjunto Zeppelin Cover. Em 1999 esteve no México e nos EUA acompanhando a cantora Marianne Hertz. Sua canção A Seu Tempo foi uma das classificadas no Festival da Música Brasileira da Rede Globo. Em 2004, participou da gravação do álbum “Trova di Danú” da banda mineira Tuatha de Danann. Em 2006, interpretou o personagem Pinball Wizard na montagem da Banda Sinfônica do Estado/SP da ópera-rock Tommy do The Who. Roger chegou a ser cogitado por Chris Squire e Alan White para integrar uma possível nova formação da banda inglesa YES, no início de 2007. Nesse mesmo ano foi convidado a se apresentar na ONU, em Nova Iorque, no lançamento da campanha do Cristo Redentor como uma das “Sete Novas Maravilhas do Mundo”. Atualmente leciona Técnicas Vocais e integra a banda Nave, em São Paulo. Paralelamente, integra as bandas Genesis Live, Soul Chic e Rota 369. A Nave estará realizando diversos shows de lançamento do CD em 2008. Já estão agendados: Livraria da Esquina (SP), dia 1º/03/2008 (sábado); São Caetano do Sul - Dia 09/03/2008 (domingo); Centro Cultural de São Paulo e Fundação Cultural de Jacareí, ambos aguardando ainda a confirmação da data. Nesta entrevista por e-mail, Roger Troyjo nos fala um pouco de sua formação musica e de seu incansável trabalho no rock popular brasileiro e de seus flertes com algumas vertentes da MPB.

 

 

Via Fanzine: Roger, como se deu o seu acentuado gosto pelo rock progressivo e a música inglesa em geral?

Roger Troyjo: Da mesma forma que outros garotos da minha época, fui apresentado ao progressivo e ao rock, em geral, pelos irmãos mais velhos. Certo dia, depois da escola, meu irmão chegou em casa com vários LPs debaixo do braço e disse: “Agora, a gente vai virar roqueiro”. Dentre os discos, estavam o Classic Yes (lançamento), o Selling England by the Pound do Genesis, o volume IV do Led e o Deepest Purple (lançamento). De início, curti mais os mais pesados, mas Heart of the Sunrise e Firth of Fifth sempre me faziam voltar ao Yes e ao Genesis.

 

Via Fanzine: A banda Nave surgiu em 1993 e integrou a coletânea “Tales of Brazilian Rock”, lançamento da Record Runner em 1997. E agora, como está sendo o clima de lançamento deste segundo trabalho, Segredos do chão?

Roger Troyjo: Na verdade, no final de 1996, saiu o nosso primeiro disco e foi esse que obteve mais destaque. Segredos do Chão foi inteiramente produzido por nós. Fizemos uma primeira tiragem pequena para enviar para produtoras, distribuidoras e amigos. Uma nova “fornada” já está em vias de sair. Temos a intenção de divulgar nosso trabalho ao maior número de pessoas possível e esperamos que todos gostem.

 

Via Fanzine: Roger, por favor, faça um comparativo entre os dois CDs da banda Nave, o primeiro homônimo e Segredos do chão, lançado recentemente.

Roger Troyjo: O primeiro CD trazia composições com letras em inglês e tinha uma intenção bem mais progressiva. Segredos do Chão tem letras em português e explora nossas raízes e influências da música brasileira, sobretudo, dos músicos mineiros do Clube da Esquina. A intenção agora é de criar algo como um “Trem Azul com asas”, ou seja, uma música que mescle essas influências com as das bandas inglesas clássicas dos anos 70.

 

Via Fanzine: Em que consistem os “segredos do chão”, termo que intitula o novo álbum da Nave?

Roger Troyjo: Naquilo que colhemos, aprendemos e pudemos transformar em música, conforme nossas “viagens” e inspirações vindas de várias fontes, mas principalmente, da natureza.

 

Via Fanzine: Quais são as principais influências musicais da banda Nave?

Roger Troyjo: A música popular, produzida no mundo nas décadas de 60 e 70. No Brasil, os músicos do Clube da Esquina, 14 Bis, A Cor do Som, Secos e Molhados, Guilherme Arantes, etc. As bandas clássicas inglesas: Yes, Gênesis, Led. Mais algo da música antiga, erudita, World Music e Jazz.

 

Via Fanzine: Notei no som de vocês, sonoralidade que relembra o Moto Perpétuo de Guilherme Arantes e até mesmo, o progressivo elaborado do Som Nosso de Cada Dia, para citar somente dois expressivos grupos nacionais. Você acredita que a Nave tenha vindo preencher a lacuna contemporânea deixada por estas grandes bandas progressivas?

Roger Troyjo: É muito bom saber que o nosso som pode fazer lembrar esses trabalhos que também apreciamos muito. Não temos, necessariamente, a finalidade de preencher essa lacuna, que também reconhecemos, mas de apresentar nossa música e procurar fazer com que ela chegue e seja capaz de encantar muita gente.

 

A banda Nave: Roger Troyjo (voz e percussões), Ricardo Stuani (Bateria), Estevão Kalaany (Guitarras,

violões e voz), Benigno Sobral Jr. (Baixo e voz) e  Marcos Vita (Teclados e voz).

 

Via Fanzine: Grande parte das composições do álbum Segredos chão é assinada pelo guitarrista Estevão Kalaany. Por favor, sintetize um pouco da história musical e do trabalho de Estevão na Nave.

Roger Troyjo: Estevão é um músico talentoso e inspirado, além de ser um grande amigo. Já estudou e trabalhou com muita gente boa, sendo que um de seus trabalhos recentes mais interessantes foi sua dupla com o lendário guitarrista Lenny Gordin. Estevão é um dos maiores entusiastas das nossas composições. Quando ele pega algum instrumento, é legal ter um gravador por perto.

 

Via Fanzine: Qual é o endereço de acesso para download de algumas músicas da Nave? Você pode nos falar dessas músicas disponíveis?

Roger Troyjo: Estamos com uma página no www.myspace.com/navebr. Lá ficam disponíveis algumas músicas que são alternadas, de tempos em tempos, para que todas sejam apresentadas. “Sobrevôo”, “Vertigens”, “D’Alma”, “Arcabuzes” e a própria “Segredos” têm sido as mais procuradas lá. Em breve, todas as músicas estarão disponíveis na íntegra no nosso site www.navemusic.com.br.

 

Via Fanzine: Quais são os planos atuais e projetos futuros da banda Nave?

Roger Troyjo: Uma segunda “fornada” de Segredos deve sair antes do final do ano. Vamos continuar divulgando o trabalho por meio do CD e dos shows em 2008. Também estamos arranjando as músicas em formatos acústicos para poder apresentá-las em lugares diferenciados. Com o site, esperamos manter um contato mais próximo e freqüente com as pessoas que já apreciam e que venham a apreciar o trabalho.

 

Via Fanzine: Como tem sido para você, interpretar as canções em português, vez que em seus trabalhos anteriores você cantava somente em inglês?

Roger Troyjo: A experiência nas bandas de baile e em outros trabalhos com MPB que tive, ajudaram bastante. Além de sempre curtir muito a Bossa Nova, a Tropicália, Chico Buarque e o pessoal de Minas. Procurei trazer essas inspirações para o trabalho da Nave.

 

Via Fanzine: Como você vê a atual cena do rock progressivo e da música underground no Brasil?

Roger Troyjo: Acho-as bastantes restritas e restringentes no mundo todo. Alguns dos conceitos correntes do que seja fazer música estão muito enviesados, com vaidades, modismos, posturas, atitudes, segmentos, tribos, etc. Em minha opinião, fazer música tanto com a intenção de obter fama, quanto para ser alternativo, não é fazer música. Fazer música é sentir-se inspirado para criar melodias e harmonias que expressem criatividade, sentimentos, visões de mundo, e até, de outros mundos. A música e os músicos que mais me encantam e inspiram, na maioria, são aqueles que não se importam com o “estilo” da música que estão fazendo, mas se o que estão fazendo pode ser expresso com música.

 

Via Fanzine: Você se afastou recentemente da banda Yessongs, considerada a melhor cover do grupo Yes no Brasil. Fale um pouco do seu trabalho nesta banda e do que levou vocês a se especializarem na “yes music”.

Roger Troyjo: Acho que a música do Yes diz muito, e por isso, encanta muitas pessoas por motivos diferentes. Para alguns, pode cativar pelas técnicas, pela riqueza das composições, dos arranjos, mas também, pelo encanto, pela magia, pela criatividade e pelo “sei lá o quê”. Acho todas essas formas de apreciar essa música, extremamente válidas e enriquecedoras. Eu vou sempre procurar divulgar a música do Yes pelo que ela me encanta, me inspira e me faz sentir de bom. Ouvir Yes me ensinou muito a gostar, ouvir e viver a música. Nunca me afastarei desse som, e vou sempre incentivar e buscar pessoas (All Good People) que queiram compartilhar disso comigo, com paz e harmonia.

 

Jon Anderson e Roger Troyjo se encontraram em São Paulo.

 

Via Fanzine: Certa vez, você se encontrou pessoalmente com Jon Anderson, vocalista do Yes. Pode nos contar um pouco desse encontro e da influência exercida por esse músico em sua carreira?

Roger Troyjo: Esse encontro se deu em SãoPaulo, no hotel Transamérica, quando o Jon Anderson esteve aqui, se apresentando no British Rock in Concert. O Fernando Cardoso (tecladista do Violeta de Outono e, na época, integrante do Yessongs) e eu estávamos esperando por ele no saguão do hotel, em um horário meio “inusitado”. Estávamos quase desistindo, quando ele e a Jane (esposa) apareceram. Humildemente, fomos ao encontro deles, nos apresentamos e fomos muito bem recebidos por eles. Eu fiquei um pouco “travado” na ocasião, queria dizer muitas coisas, mas pude agradecer por toda inspiração, bons sentimentos e boas “trips” que a música dele me trouxe. Jon Anderson me ensinou que fazer uma bela melodia, simples, inspirada e criativa, pode exigir de um músico muito além de uma técnica apurada.

 

Via Fanzine: Quem conhece, sabe que realmente as músicas do Yes e de Jon Anderson têm algo de especial. Como você define a musicalidade e ainda, os poemas e letras criados por esses músicos ingleses?

Roger Troyjo: Acho um trabalho muito rico e pluralizado. Um dos melhores exemplos, na música, da técnica a serviço da criatividade, da alma e do coração. Na música, acho que a poesia deve sempre estar a serviço da canção. Elas devem dizer a mesma coisa. Devem ser sinceras e cantar juntas, em princípio, sem se importar com a gramática, com regras, e abusando da licença poética. Percebo muito disso na música do Yes. A música é uma expressão em si que já diz muito e é possível de ser interpretada de infinitas formas, em se abrindo os braços, os ouvidos, a alma e o coração.

 

Via Fanzine: E como você vê este panorama, onde a música de qualidade é quase que totalmente deixada de lado pelas grandes gravadoras e em seu lugar aparece uma enxurrada de músicas ‘descartáveis’ na mídia em geral?

Roger Troyjo: Vejo a música e muitos outros valores sendo transformados em mercadorias, descartáveis mesmo, a serviço do lucro e da fama. Acho que isso advém de uma historicidade de quando alguns viram na música uma forma de ganhar muito dinheiro, com grande menosprezo à arte. Isso, somado a prática consumista atual, é um atentado às culturas. Acho que a arte e a música popular nunca estiveram tão distantes, uma da outra, quanto agora. A maioria dos responsáveis pelas grandes gravadoras não é de músicos, e muito menos, pessoas que se sensibilizam com música. Tudo hoje é custeado, o espaço nas gravadoras, nas rádios, na mídia. Para que algo faça sucesso, basta comprar e vender esse sucesso com dinheiro por meio da massificação. Talento, inspiração e criatividade, infelizmente, parecem ser coadjuvantes distantes nessa história.

 

Via Fanzine: Roger, agradecemos pela entrevista e pedimos para deixar seu toque final aos nossos leitores.

Roger Troyjo: Agradeço muito a atenção e o espaço aos leitores e a todo Pessoal do Via Fanzine, em especial, ao amigo Pepe Chaves. Gostaria muito de convidar todos a conhecerem o nosso trabalho pelos sites www.navemusic.com.br e www.myspace.com/navebr.

Meu toque final seria o de sugerir a todos que procurem ouvir música não só como um “fundo” para outras atividades, mas com o carinho e a atenção que ela merece, em diferentes situações. Sem preconceitos, mas procurando reconhecer algo que lhes encante a alma e o coração. Dessa forma, é possível ampliar os sentidos e os horizontes por meio da música.

 

- Imagens: Divulgação.

 

- Visite o site oficial:

www.navemusic.com.br

 

- Ouça as músicas da Nave:

www.myspace.com/navebr

 

- Contatos para shows e aquisição de CDs:

- E-mail: comuni3@uol.com.br

- Comuni3 Assessoria de Comunicação

- Adriana Faria - (11) 7574-5090

 

- Produção: Pepe Chaves para Via Fanzine.

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