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 Ciência

 

 

Maior experiência da Física é iniciada:

O Universo é feito de quê?

Para recriar em laboratório os primeiros momentos da criação do Universo, a física de partículas utiliza, principalmente,

os aceleradores de partículas. Em busca do Bosón de Higgs, dentre outras respostas, uma estrutura quilométrica foi

montada no coração da Europa e numa parceria entre diversas nações, será executada uma peta experiência física.

 

Por J. Ildefonso P. de Souza *

De Taubaté-SP

Para Via Fanzine

 

Visitantes em frente ao detector ATLAS durante o Large Hadron Collider Open Day, do CERN, em 06 de Abril de 2008.

EPA/SALVATORE DI NOLFI

 

LHC, o Senhor dos anéis, contagem regressiva

 

Na quarta-feira (10/09/2008), o maior acelerador de partículas do mundo entrará em regime operacional. Está terminada a fase de testes e avaliações. O que realmente começará a colidir no LHC, são os quarks e glúons, pois em altíssimas velocidades, os prótons se comportam como quarks e glúons livres, isto é, quarks e glúons que praticamente não interagem uns com os outros.

 

Na colisão, os quarks e glúons se espalham para fora da direção do feixe, e rapidamente formam várias novas partículas: mésons pi em sua maioria, mas também muitos kaons e neutrinos. O produto da reação é então visualizado nos detectores do Centro European Organization for Nuclear Research (CERN).

 

O LHC pode destruir o mundo?

 

Alguns cientistas que não participam do projeto acreditam que este experimento pode provocar uma catástrofe de dimensões cósmicas, como um buraco negro que acabaria por destruir a Terra. Apesar das alegações "catastróficas", físicos teóricos de notável gabarito internacional como Stephen Hawking e Lisa Randall, além de vários outros físicos e engenheiros, afirmam que tais teorias são meramente absurdas e que as experiências foram meticulosamente estudadas e revistas, estando tudo sob controle.

 

Afinal, o que o LHC está procurando? O porta-voz do CERN, James Gillies, afirmou: "Nós conhecemos cerca de quatro por cento do Universo. O LHC pode nos ensinar sobre os 96% restantes, que os cosmologistas chamam de matéria escura. Assim que o LHC começar a funcionar, deve levar provavelmente um ano para que uma 'nova física' surja".

 

O CERN

 

Em 06 de abril de 2008, o CERN, situado na fronteira entre a Suíça e a França, e fundado em 1954, abriu as suas portas ao público, oferecendo uma oportunidade única para visitação ao seu mais novo e maior acelerador partículas, o Large Hadron Collider (LHC), antes de torná-lo operacional, em meados do ano.

 

O CERN é o maior centro de pesquisas do mundo, com uma verba de mais de US$ 8 bilhões, cujo objetivo é estudar o choque de partículas atômicas em alta velocidade.

 

Seus membros efetivos são os seguintes países europeus: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Países Baixos, Hungria, Itália, Noruega, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Eslováquia, Suécia e Suíça.

 

São membros observadores, a Federação Russa, EUA, Japão, entre outros. Os países não membros, porém envolvidos nos programas e nas pesquisas são, a África do Sul, China, Canadá e Brasil.

 

Um dado histórico: o centro foi o único lugar em que trabalharam norte-americanos e soviéticos, lado a lado, durante o período da Guerra Fria. Este centro científico está instalado em um túnel circular subterrâneo, a 100 metros da superfície, com 27 quilômetros de perímetro, com um total de 9300 ímãs dentro. Todos os ímãs serão pré-esfriados a -193,2°C (80 K), utilizando 10.080 toneladas de nitrogênio líquido, antes de serem cheias com cerca de 60 toneladas de hélio líquido para baixar a temperatura a -271,3°C (1,9 K).

 

A existência do CERN só foi possível, principalmente, pelo apoio do físico italiano Edoardo Amaldi e do físico francês Pierre Auger. Amaldi foi o homem que sugeriu a filosofia de comportamento do CERN, seguida desde a origem: “um laboratório aberto a todos os países, com trabalhos científicos amplamente divulgados, sem nenhuma atividade secreta e nenhuma influência militar”.

 

A idéia de se fazer um laboratório internacional foi logo apoiada por eminentes físicos europeus, entre eles: Enrico Fermi - grande amigo de Amaldi -, que trabalhava na Universidade de Chicago, Niels Bohr, da Dinamarca, Patrick Blackett, da Inglaterra, Werner Heisenberg, da Alemanha, H. Casimir, da Holanda e Louis Leprince-Ringuet, da França.

 

O local para instalação do centro foi escolhido a dedo, em Genebra, porque a cidade já tinha grande experiência em acolher organizações internacionais, dispondo de um aparelhamento jurídico para o funcionamento dessas instituições.
 

O CERN tem três línguas oficiais: francês, inglês e alemão, nas quais são redigidos os documentos oficiais.

 

Existe um núcleo de funcionários que é permanente, principalmente da parte administrativa e da técnica. Já os pesquisadores, dos vários países, preparam o equipamento para as experiências em seus laboratórios, depois o levam para Genebra. Executam a experiência no CERN, no entanto, estão radicados em seus respectivos laboratórios de origem.

 

Em 24 de Novembro de 1959, o Proton Synchrotron acelerou partículas a 24 GeV (giga-eletron-volt).

Johhn Adams, líder da equipe de construção, anunciou o feito no Auditório Principal.

Ele segurava em suas mãos, uma garrafa vazia de Vodka, presente de Nikitin*, com a mensagem

de que era para ser bebida quando o CERN quebrasse o record mundial de energia de Dubna**,

que era de 10 GeV. A vodka foi bebida e no interior da garrafa foi colocada uma foto Polaroid

do pulso de 24 GeV, pronto para ser enviado à União Soviética.

 

*Nikita Kruschev - Líder do Partido Comunista Soviético de 1953 a 1964.

** Dubna é uma pequena cidade da área central da Rússia, situada aproximadamente 125 Km ao norte de Moscou,

que é  conhecida por causa do Joint Institute for Nuclear Research (JINR).

 

Basicamente, o complexo de pesquisas conta com nove aceleradores de partículas, sendo eles:

LINAC2

LINAC3

LEIR – Low Energy Íon Ring

PSB – Proton Synchrotron Booster

PS – Proton Sinchrotron Division

AD – Anti-proton Decelerator

SPS - Super Proton Synchroton

CTF3 – Clic Test Facility 3

ISOLDE

 

Nesses aceleradores são desenvolvidos 3 importantes projetos:

LHC - Large Hadron Collider

CNGS - Cern Neutrinos to Gran Sasso

CLIC - Compact Linear Collider

 

Mas, sem dúvidas, o projeto mais importante para a comunidade científica se trata do LHC. O LHC não é um acelerador de partículas, mas sim dois aceleradores construídos em um mesmo aparelho. Nele, feixes de prótons caminharão em direções opostas e irão se chocar em seis experimentos diferentes instalados ao longo do túnel.

 

O projeto Large Hadron Collider contempla seis experimentos:

 

- A Large Ion Collider Experiment at CERN LHC – ALICE 

- A large Toroidal LHC ApparatuS – ATLAS 

- The Compact Muon Solenoid an Experiment for the Large Hadron Collider at CERN–CMS 

- Large Hadron Collider beauty experiment – LHCb 

- Total Cross Section, Elastic Scattering and Diffraction Dissociation at the LHC – TOTEM 

- Large Hadron Collider forward – LHCf

 

Mapa mostra a posição dos nove aceleradores.

 

A “Grande Colisão”

 

Dois dos aceleradores, o CMS e o Atlas, competem entre si para detectar o Santo Graal da física: o bóson de Higgs, uma partícula descoberta por dedução, em 1964, cuja existência ainda não foi demonstrada. O ALICE é um detector dedicado a exploração de interações núcleo-núcleo a altíssimas energias e pesa 7000 toneladas. A energia criada nas colisões irá chegar a 1150 TeV. Esse valor equivale a mais informação do que circula atualmente no mundo. Seu objetivo é o estudo da física da interação extremamente forte da matéria, com alta densidade de energia, em que é esperada a formação de uma nova fase da matéria, o plasma quark-gluon.

 

Supõe-se que o início do Universo esteja ligado diretamente a esta transição de fase. A existência dessa fase e as suas propriedades são questões-chave na Cromodinâmica Quântica (QCD), para a compreensão do confinamento e restauração da simetria quiral (chiral).

 

A QCD é uma parte importante do Modelo Padrão da física das partículas. O nome "cromodinâmica" vem da palavra grega "chromos" (cor). Usualmente a carga dos quarks é referida como ‘cor’, embora não esteja relacionada com a percepção visual da cor. Para este efeito, a intenção será realizar um estudo minucioso dos hadrons, elétrons, múons e fótons produzidos na colisão de núcleos pesados.

 

O detector ALICE também estudará colisões próton-próton, para comparar com colisões chumbo-chumbo em áreas da física onde o detector é competitivo com outras experiências do LHC.

  

Dessas colisões, uma partícula em especial interessa aos cientistas, o bóson de Higgs. O Higgs é uma das poucas peças que faltam no quebra-cabeça das partículas fundamentais - os chamados “tijolos” com que se constroem pró­tons, nêutrons, elétrons e, com eles, todos os átomos conhecidos.

 

O gigantesco ALICE, que pesa 7000 toneladas.

 

Como já dito, encontrá-lo, hoje, é o ‘Santo Graal’ da física de partículas e também da cosmologia. Proposto há mais de 30 anos, o bóson de Higgs seria o responsável por dar massa às outras partículas, como elétrons e quarks. Embora extremamente maciços, os Higgs são difíceis de detectar, porque só existem por brevíssimos instantes.

 

Para ver um Higgs, os físicos têm de produzir um, colidindo partículas umas contra as outras a velocidades próximas à da luz, através de campos magnéticos gerados por ímãs supercondutores. A energia da colisão se converte em matéria e, se a energia for alta o suficiente, um Higgs de verdade pode surgir. Em seguida, prediz a teoria, decai em uma variedade de outras partículas.

 

Esta perspectiva causa preocupação entre as pessoas que temem que a experiência faça o planeta desaparecer numa espécie de grande buraco negro. “Recebemos muitas ligações de pessoas preocupadas”, explica Sophie Tesauri, da assessoria de imprensa do CERN. “Mas não há nada a temer: a quantidade de matéria escura criada será ínfima”, acrescenta.

Centro de dados CERN e nova internet

O CERN está conectado a quase 100 centros de pesquisas em todo mundo que participam na análise dos dados. Quando o LHC estiver funcionando plenamente, o CERN registrará um por cento de todas as informações geradas no planeta, ou seja, 15 milhões de Gigabytes (15 Petabytes) de dados por ano.


Para conseguir lidar com esse volume de dados, o centro está criando a próxima geração de Internet: a Grid (Grade, em português).  A Hewlett Packard
foi a primeira empresa comercial a colaborar com o CERN Openlab para desenvolvimento de software e hardware para a Grid.


Com base na mesma idéia que a World Wide Web, que foi inventada no centro, na década de 1990, a Grid vai partilhar não só informação, mas também capacidade de computação e armazenamento. Isto significa que os cientistas podem se ligar à Grid através do seu computador pessoal e obter os cálculos feitos por máquinas em todo o planeta.


O princípio é simples: criar um sistema em que os usuários ‘alugam’ potência de processamento com base nas suas necessidades, a partir de um local remoto em vez de o possuírem eles próprios, como se dá convencionalmente.

 

Igualmente grandioso é o centro de informática do CERN e seus 3.000 computadores

que deverão selecionar um bilhão de informações enviadas a cada segundo pelos aceleradores.

 

O Brasil e o LHC

 

Com apoio da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), o Brasil se destaca como importante parceiro na área de física de altas energias. Segundo o CNPq, a parceria visa a promover a participação dos pesquisadores brasileiros nos experimentos do CERN nas áreas de física de partículas, engenharia de detectores e aceleradores.

 

Além dos pesquisadores brasileiros, da USP, Unicamp, UFRJ, UERJ e do CBPF que participam de todos os experimentos do LHC, o Brasil ainda fornece peças fabricadas pela indústria nacional ao centro.


A principal delas é a placa eletrônica que faz a soma dos sinais das células do detector gigante, usado para registrar o choque entre os prótons. Desde 2006, programas de simulação do LHCb – experimento do CERN do acelerador de partículas LHC – rodam nos computadores do Instituto de Física (IF) da UFRJ.

 

A quantidade de dados gerados pelo experimento é tão extensa, que são necessários 20 mil computadores funcionando 24 horas por dia para analisá-los. A iniciativa da UFRJ já compartilha os resultados de simulações do LHCb com os mais de 20 países participantes desse experimento, considerado pela comunidade científica, como um dos mais importantes da história.

 

Através da (RNP) e da Cooperação Latino-Americana de Redes Avançadas (Clara), o IF/UFRJ está conectado ao projeto de cooperação entre América Latina e Europa (Eela), que utiliza a tecnologia de grades computacionais (grid) para aplicações avançadas.

 

Chefes da equipe de colaboradores do projeto ALICE.

Representam 29 países, 86 institutos de pesquisas e mais de 1000 técnicos.

 

A iniciativa Eela (Europe and Latin American) reúne 10 países e 21 instituições da América Latina e Europa e conta com o financiamento da União Européia. No Brasil, além da RNP e da UFRJ, participam do projeto a Universidade Federal Fluminense (UFF) e o Cederj, consórcio de universidades públicas do Rio de Janeiro.

 

A partir da rede Ipê, infra-estrutura multigigabit da RNP, o Brasil se destaca como importante parceiro do CERN e ganha visibilidade na área de física de altas energias.

 

* José Ildefonso Pinto de Souza é bacharel e licenciado em Física.

 

- Fotos: CERN / EPA / Salvatore di Nolfi.

 

- Vídeos indicados pelo autor:

 

- Esquema animado da Grande Colisão:

http://www.lip.pt/Maos-nas-Particulas.html/ani/acc_lhc/lhc_atlas.swf

 

- Site de duas webcam do LHC (dos detectores ATLAS e do CMS):

 http://www.lhc.ac.uk/web-cams.html

 

- Produção: Pepe Chaves.

   © Copyright 2004-2008, Pepe Arte Viva Ltda.

 

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100 anos da Teoria da Relatividade:

Faz 100 anos, Einstein apresentou a Teoria da Relatividade*

Seu estudo, que inaugurou uma nova era nas ciências exatas

 

Albert Einstein

 

Cem anos atrás, no dia 21 de setembro de 1909 - que se completam exatamente nesta segunda-feira -, o jovem Albert Einstein apresentou pela primeira vez em público, em Salzburgo (oeste da Áustria), sua revolucionária teoria da relatividade, que havia sido publicada em 1905.

 

Seu estudo, que inaugurou uma nova era nas ciências exatas, foi recebido friamente por seus colegas na época.

O físico Albert Einstein, em foto de 1955; há cem anos, o cientista apresentou pela primeira vez em público sua teoria da relatividade

 

A célebre fórmula E=Mc² - significando que a energia é igual à massa multiplicada pela velocidade da luz ao quadrado - não causou muito impacto nos pesquisadores das ciências naturais que estavam reunidos no ginásio da escola Andrae, onde acontecia a reunião científica.

 

Após a intervenção de Einstein, que havia discorrido detalhadamente sobre a natureza da matéria e da radiação, o físico alemão Max Planck, um dos mais respeitados da época, deu início a uma animada discussão em meio à plateia de futuros ganhadores do Prêmio Nobel.

 

Planck conhecia o trabalho de Einstein - que viria, ele mesmo, a ganhar um Nobel em 1921 -, pois havia analisado sua teoria, na época da publicação, há quatro anos, em Berlim.

 

Apesar das discussões, Einstein, que então contava apenas 30 anos e participava de seu primeiro congresso, permaneceu à margem do reconhecimento internacional.

 

Naquele tempo, o jovem cientista trabalhava em um escritório de patentes em Berna, capital suíça, onde acabara de ser nomeado professor. Pouco depois, foi chamado para dar aulas em Zurique, também na Suíça, de onde voltou para Berlim para continuar seus estudos. Em 1933, imigrou para os Estados Unidos para escapar da perseguição nazista.

 

* Informações da France Presse, com Folha Online.

- Foto: Arquivo VF.

- Colaborou: Vitório Peret (RJ).

 

- Clique aqui para assistir vídeo

 

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Belo Horizonte:

Pesquisador da UFMG 'batiza' abelha atleticana*

Professor atleticano da UFMG presta homenagem ao Clube Atlético Mineiro.

 

Abelha tem similaridade com as cores e as listras da camisa do centenário atleticano.

 

A publicação de matéria na revista Zootaxa, publicada na Nova Zelândia, sobre o biólogo da UFMG André Nemésio,  de 38 anos, especialista em abelhas da subtribo Euglossina, que identificou sete novas espécies de abelha da mata atlântica, denominando uma delas como Eulaema atleticana, ganhou repercussão em diversos outros veículos de comunicação de todo o mundo.

 

A pesquisa faz parte do trabalho de doutorado do biólogo, que é torcedor do Clube Atlético Mineiro. Ele foi entrevistado pela equipe da revista Zootaxa, uma das publicações mais conceituadas no tema taxonomia - ciência que descreve espécies.

 

O padrão de listras pretas e douradas do corpo da abelha lembra o padrão de listras da camisa do Galo. Daí o nome mineiro - apesar de a espécie ter sido descoberta na Bahia, justifica.

 

A ideia da homenagem era antiga. Só que todas as abelhas novas que surgiam não tinham a coloração adequada. Quando surgiu esta, preta com finas listras amareladas, pensei: É agora ou nunca. Procurei o então presidente Ziza Valadares (renunciou ao cargo no ano passado), que não deu muita bola. Ainda brinquei com ele que o nome da abelha vai durar por toda a eternidade. Não deu outra. Daqui a mil anos, mesmo que não exista mais futebol, sempre que alguém se deparar com o nome dessa abelha na literatura especializada e quiser saber a origem do nome, vai encontrar a história do Galo” - afirmou Nemésio, em entrevista ao Jornal Estado de Minas.

 

Pelas regras científicas, que são internacionais, o nome passa a valer quando publicado em revista especializada. No caso, a neozelandesa Zootaxa, que registra a nova espécie em sua edição lançada nesta terça-feira. Na descrição oficial da abelha, o autor a explica aos cientistas de todo o mundo a origem do batismo.

 

Para Nemésio, “O nome específico homenageia o glorioso Clube Atlético Mineiro, um dos mais consagrados times de futebol do Brasil, que completou seu centenário em 2008, conhecido por ter a mais fanática torcida no país, que ultrapassa seis milhões de pessoas”.

 

Mesmo com a homenagem prestada, André Nemésio sabe que o tradicional Galo nunca vai perder seu posto de mascote oficial do clube. “O galo é insubstituível. A abelha vem, no máximo, para fazer companhia - disse o biológo, que, sempre que as pesquisas permitem, acompanha o time nos estádios, até mesmo fora de Belo Horizonte”.

 

Para Nemésio, os torcedores são como “embaixadores” do Alvinegro e devem divulgar o nome do clube. “Se fosse astronauta, levaria a bandeira do Galo para o espaço, para a Lua. Como sou biólogo, fiz minha parte batizando uma espécie em homenagem ao Atlético-MG. E isso é muito bacana, pois estamos vivendo um momento de crescimento da consciência das pessoas pela conservação da natureza. As crianças hoje aprendem essas noções na escola, desde novinhas”, concluiu Nemésio.

 

* Informações do Centro de Comunicação da UFMG e jornal Estado de Minas.

 

- Leia mais: Atlético retribui a homenagem de Nemésio.

 

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Tempestades geomagnéticas:

INPE estuda tempestades geomagnéticas severas*

Há quatro anos, as tempestades geomagnéticas severas são objeto

de estudo no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

 

Tempestades geomagnéticas acontecem quando partículas muito energéticas e campos magnéticos muito intensos emitidos pelo Sol atravessam o meio interplanetário e interagem com o campo geomagnético da Terra, podendo causar danos no espaço e na superfície terrestre. Dependendo da intensidade, o fenômeno pode causar graves prejuízos nas telecomunicações e na estabilidade de grandes sistemas, como usinas nucleares.

 

Há quatro anos, as tempestades geomagnéticas severas são objeto de estudo no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Resultados importantes destas investigações serão apresentados de 4 a 10 de outubro, em Ubatuba (SP), durante um congresso que trará ao Brasil os mais importantes cientistas da área. O evento é coordenado em conjunto pelo INPE e pela NASA. A programação está na página http://www.dge.inpe.br/maghel/ilws.

 

Walter Gonzalez, da Divisão de Geofísica Espacial do INPE, que estuda as tempestades geomagnéticas há mais de duas décadas, conta que atualmente os pesquisadores estão mais atentos às perturbações consideradas como “severas” devido a repercussões tecnológicas, como os danos nas telecomunicações.

 

“Durante as tempestades geomagnéticas ocorrem auroras nas regiões polares e a aceleração de partículas carregadas. A intensificação de correntes elétricas na magnetosfera e na superfície terrestre causa prejuízos em satélites e danos ao Sistema de Posicionamento Global (GPS), nas telecomunicações e até mesmo perigo para astronautas”, explica o pesquisador do INPE.

 

Atualmente é possível prever esse tipo de acontecimento com apenas uma hora de antecedência, o que tem ajudado um pouco a evitar acidentes e interrupções nas telecomunicações e no sistema nuclear. Para melhorar esta previsão, já foram lançadas missões com instrumentos capazes de medir campos bem próximos ao Sol e assim antecipar, de um a três dias, a ocorrência de tempestades geomagnéticas intensas.

 

Efeitos das erupções intensas observadas no Sol são percebidos pelos magnetômetros na superfície terrestre pelo menos 30 horas depois. Mas nem toda erupção solar significa ocorrência de tempestade geomagnética. Isto depende da direção do campo magnético solar/interplanetário, parâmetro de difícil medição.

 

Muito rara, uma tempestade geomagnética considerada severa fica entre 600 e 700 nT. Em 2003, por exemplo, aconteceram duas tempestades de 400 nT. Já o fenômeno de maior intensidade registrado ocorreu há 150 anos e atingiu 1.600 nanoteslas (nT). “Naquele ano de 1859 não havia nada de especial no Sol. Então acreditamos que um fenômeno muito intenso possa acontecer a qualquer momento”, diz o Dr. Walter Gonzalez.

 

Recentemente, a NASA divulgou que uma tempestade geomagnética como a de 1859, considerando a tecnologia moderna, causaria nos Estados Unidos um prejuízo dez vezes maior que o relacionado ao furacão Katrina, principalmente pela extensão do colapso na energia elétrica.

 

MAGHEL

 

No INPE, a Linha de Pesquisa Magnetosfera e Heliosfera (MAGHEL) pertence à Divisão de Geofísica Espacial (DGE). Seu objetivo é o estudo dos processos básicos da interação Sol-Terra através de observações e abordagem teórica e simulação computacional. A obtenção de dados envolve observatórios geomagnéticos e satélites, mediante colaborações com instituições do exterior, como o JPL de Pasadena, Califórnia, o SEL/NOAA de Boulder, Colorado, a Universidade da Califórnia e outras. Mais informações em http://www.dge.inpe.br/maghel

 

Clima Espacial

 

O Programa de Clima Espacial do INPE tem um site para monitorar a atividade solar, o meio interplanetário, o campo magnético terrestre e as condições ionosféricas. É possível ver imagens da atividade solar atualizadas quase em tempo real e observar a intensidade do campo magnético terrestre minuto a minuto, verificando a densidade da ionosfera sobre o Brasil e o nível de cintilação do sinal do sistema de navegação GPS. Confira em http://www.inpe.br/climaespacial.

 

* Informações fornecidas pelo INPE.

- Colaborou: J. Ildefonso P. de Souza (SP).

 

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Exploração subaquática:

Robô submarino ajuda a mapear o fundo do mar

Imagens de vídeo são capturadas em tempo real a partir de equipamento

controlado por um operador que fica a bordo da embarcação

Por J. Ildefonso P. de Souza *

De Taubaté-SP

Para Via Fanzine

www.viafanzine.jor.br

 

Cabos, o robô e o gabinete de comando, com monitor.

  

O Instituto Oceanográfico (IO) da USP começou a testar o uso de um ROV (Remote Operated Vehicle), que transmite imagens de vídeo do fundo do mar em tempo real.

 

A primeira missão do veículo teve por destino o Arquipélago de Abrolhos, no sul da Bahia. O complexo é formado por cinco ilhas: Santa Bárbara, Guarita, Sueste, Siriba e Redonda. Todas de origem vulcânica. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a região é a principal zona de pesca da Bahia.

 

O robô revelou bancos calcários de areia bem fininha, situados a mais ou menos 40 metros de profundidade, difíceis de serem observados sem ajuda desse tipo de equipamento. Com o ROV a equipe do IO-USP detectou também uma população nativa de gorgônias (um tipo de coral mole). É o tipo de informação que, quando associada a outras, como imagens de satélite e de sonar, permite conhecer a extensão dos habitats, requisito na criação de mapas.

 

O robô submarino foi comprado como parte dos investimentos previstos para o PRO-ABROLHOS. O objetivo é usar o equipamento para verificar como o fundo do mar da região está organizado. Com imagens de satélite de alta resolução, fornecidas pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), é possível fazer o mapeamento das áreas de superfície dos corais.

 

As análises de sonar, equipamento que mede distâncias no fundo no mar, que são realizadas pela CI (Conservation International), dá a extensão da área. Já o ROV do IO-USP, mostra o que tem naquela área. A idéia por trás da elaboração dos mapas de habitats é contribuir com os planos de gestão ambiental para a área.

  

O ROV do IO-USP

 

O robô submarino usado pelo IO é um modelo comercial adquirido do fabricante norte-americano Seabotix. Tem duas câmeras de vídeo (uma para captação de imagens em cores e outra para imagens em preto e branco), preparadas para movimentação em 270 graus de ângulo.

 

A filmagem conta com o apoio de um sistema de iluminação, alimentado pela energia do barco que chega até o equipamento pelo chamado “cabo umbilical”. Com 250 metros de comprimento, esse cabo é responsável pela comunicação física entre o robô e a embarcação.

 

Através dele, também são transmitidas as imagens captadas e os sinais de comando para a operação remota do equipamento, via fibra óptica. O robô dispõe, ainda, de dois feixes de laser que projetam dois pontos vermelhos de luz que, por manterem distância de cinco centímetros entre si, servem de escala.

 

A configuração se completa com quatro propulsores; uma garra pequena na lateral para coletas simples; caixa de comando com tela por onde a equipe assiste às imagens, além do joystick para movimentação e controle.

 

- Assista o vídeo demonstrativo do ROV (Remote Operated Vehicle):

http://br.youtube.com/watch?v=y0sPDS90044

 

* José Ildefonso Pinto de Souza é bacharel e licenciado em Física.

- Fotos: USP-IO/Seabotix.

 

- Produção: Pepe Chaves.

   © Copyright 2004-2008, Pepe Arte Viva Ltda.

 

 

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Exploração espacial:

As sondas Voyager

Objetos são os mais longínquos lançados pelo homem.

Por Isaac Bigio*

De Londres/UE

Para Via Fanzine

 

Voyager: além do sistema solar.

 

Completaram 30 anos que foram lançadas as sondas Voyager (Viagem), da Nasa. Estes são os objetos fabricados por nossa civilização que mais longe chegaram no Universo. A Voyager II – cujos sinais ficaram perdidos por longo tempo - navega a 12.500 milhões de quilômetros e a Voyager I se localiza a 3.000 milhões de quilômetros da Terra. Suas velocidades são de 40.000 quilômetros por hora, ainda que sejam movidas por uma potência equivalente a três lâmpadas comuns.

 

Elas foram os primeiros objetos a atingir a região dos quatro grandes planetas do nosso sistema solar, região onde se situa cerca de 95% das luas e de toda massa que gira em torno do Sol.

 

Graças a estas sondas, descobrimos que em torno desses gigantes de gás, como Júpiter e Saturno, existem diversos anéis e super tormentas, além de muitas luas que, até então, eram desconhecidas. Também nos inteiramos de que algumas delas são excepcionais: Io têm uma atividade vulcânica 100 vezes maior que a Terra; Europa tem uma superfície de gelo que cobre um mar interno, onde poderia haver vida; Tritão tem uma densa atmosfera de metano.

 

* Isaac Bigio é o analista político latino-americano mais citado na Internet. Seu site é www.bigio.org.

 

- Tradução: Pepe Chaves.

- Foto: Nasa.

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O pai da aviação:

De Minas para a Lua

Há 100 anos o homem voou pela primeira vez,

sob as rédeas do 'Comandante' Santos Dumont.

 

Por Antônio Siqueira*

Do Rio de Janeiro-RJ

Para Via Fanzine

 

Santos Dumont, quando de seu retorno definitivo ao Brasil.

  

14 vezes Bis - Os estadunidenses vão discordar por toda a eternidade, pois a arrogância e a prepotência dos “irmãos do Norte” não os permite filtrar esta realidade mais que comprovada. Contudo, afirmar que o “pai da aviação” é um mineiro de Palmira não é mera patriotada. Assinam em baixo centenas de autoridades e curiosos presentes ao Campo de Bagalette, em Paris, no dia 23 de outubro de 1906, quando o 14-Bis voou por mais de 50 metros e garantiu a seu inventor, Alberto Santos Dumont, um prêmio e um lugar na história.

 

Em contraste com os irmãos Wilbur e Orville Wright, que afirmaram ter voado em 1903 com um biplano, o avião do brasileiro foi o primeiro aparelho mais pesado que o ar a sair do chão com recursos próprios, enquanto o dos estadunidenses, conforme eles próprios reconheceram, foi impulsionado por uma catapulta. Mas a polêmica, provavelmente, jamais terá fim: as brechas deixadas pela historia (esta ciência longe de ser exata) são, especialmente, o que torna o seu estudo fascinante.

 

Imperdoável seria permitir que a polêmica tirasse o brilho desse brasileiro nascido em 20 de julho de 1873. Seu pai, Henrique Dumont, era um rico plantador de café. Palmira, mais tarde rebatizada com o nome do seu filho mais ilustre, na época fazia parte de um Brasil pouco propício ao surgimento de inventores, apesar da paixão do Imperador Dom Pedro II pela ciência: era um país essencialmente agrário, com suas elites voltadas para as práticas bacharelescas.

 

Se o filho de um fazendeiro sonhasse em se transformar em aeronauta, cometeria um verdadeiro pecado social”, afirmou Santos Dumont, mais tarde, já na França, aonde chegou em 1891 para desenvolver seus principais projetos. Na ótima formação obtida com professores e cientistas franceses - complementando o estudo em bons colégios de São Paulo, quando a família já morava em Ribeirão Preto - incluiu-se a leitura das obras de Julio Verne, o escritor das aventuras impossíveis, que lhe deu, literalmente, asas à imaginação.

 

'Nunca patenteou seus inventos e deu liberdade

a qualquer um para copiá-los e melhor desenvolvê-los'

 

Um inventivo Dumont  - Toda época tem o seu centro de convergência. Se hoje é Nova Iorque e um dia foi Roma, no final do século 19, não havia melhor lugar para ficar famoso do que Paris. Foi lá que aquele brasileiro, de estatura baixa e franzino, que gostava de se vestir bem e falar pouco, começou a conquistar os céus. Primeiro com balões, depois com os dirigíveis e, por fim, com os aeroplanos.

 

Após estudar os automóveis, Santos Dumont construiu os primeiros veículos aéreos de combustão e chegou a escapar da morte algumas vezes. Em agosto de 1901, o dirigível nº 5 bateu em um hotel e ele ficou preso nas cordas, na ocasião, foi salvo pelos bombeiros parisienses.

 

Dumont arriscava a vida em suas invenções.

Foi uma prévia do que aconteceria mais tarde com alguns pioneiros da aviação num período em que acidentes de avião, mais ou menos graves, se tornariam comuns. Antes que seu nome figurasse no obituário de algum matutino francês, era preciso que o inventor brasileiro, se lançasse, enfim, a um grande desafio e a oportunidade surgiu com o Prêmio Deustch.

 

É curioso que muita gente, ao falar sobre Santos Dumont, mencione apenas dois fatos: o vôo do 14-Bis e o suicídio. O primeiro, grande feito, porém, o tornou famoso, valendo-lhe o reconhecimento e os elogios de destacadas personalidades mundiais como o inventor Thomas Alva Edson. A façanha ocorreu em 1901, quando Santos Dumont, saindo campo de Saint-Cloud, contornou a Torre Eiffel com seu dirigível nº 6 e retornou em 30 segundos. Era a primeira pessoa a dirigir um veículo aéreo num percurso previamente determinado - um avanço tão importante para a aviação quanto seria para a indústria automobilística, a invenção do arranque automático em 1911, invenção essa, que abriria caminho para a produção de carros em massa.

 

Aclamado pela multidão que acompanhou o vôo, Santos Dumont recebeu o prêmio de 100 mil francos instituído por Deutsch de la Meurthe, o maior importador de petróleo da França na época. Assim como nunca patenteou seus inventos, inclusive, dando liberdade a qualquer um para copiá-los e melhor desenvolvê-los, Santos Dumont preferiu dividir o prêmio entre os mecânicos que trabalhavam em seus projetos e os desempregados de Paris.

 

'Recebeu homenagens diversas, inclusive, nos monumentos de Saint-Cloud

e em Bagatelle, palcos parisienses de suas maiores façanhas'

 

O 14-Bis recebeu esta nomenclatura, porque, nos testes iniciais, o aeroplano era lançado a partir do dirigível nº 14 por repetidas vezes, daí a expressão "Bis". Até então, Santos Dumont aterrissava com seus estranhos dirigíveis nas ruas de Paris, levava passageiros, inclusive crianças, e ia aperfeiçoando os seus modelos.

Num desses passeios, em 1903, a jovem cubana Aída Costa - que muitos acreditam ter tido um romance com o brasileiro -, tornou-se a primeira mulher a pilotar um veiculo aéreo.

14 Bis: o primeiro avião que voou

Enquanto isso, no Brasil, as pessoas fugiam da vacina e o avanço científico encontrava pouco estímulo numa economia exportadora de matérias-primas.

 

Inventor premiado - Pelo badalado vôo do 14-Bis, realizado em 23 outubro de 1906, Santos Dumont recebeu o Prêmio Archdeacon, de 3 mil francos - curiosamente, valor menor do que embolsara pelo vôo com dirigível nº 6. No mês seguinte, em 12 novembro, ele voaria ainda mais longe, percorrendo além de 200 metros no mesmo campo de Bagatelle e conquistando o prêmio de 1.500 francos oferecido pelo Aeroclube da França.

 

Alguns dos maiores nomes da aviação estavam na disputa, como os franceses Voisin e Blériot, que, com problemas mecânicos na ocasião, tiveram que aguardar mais alguns anos para escreverem seus nomes na história da aviação. Os ausentes do encontro foram os irmãos Wrigth, que, ao que tudo indica, “amarelaram”. Isso fez que com que pairassem  no ar as mais fortes suspeitas sobre a veracidade do vôo que afirmam ter feito em 1903, na Carolina do Norte, vôo este que, os estadunidenses consideram o primeiro da história - mas que não foi testemunhado por nenhuma alma, a não ser a dos próprios interessados, Wilbur e Orville.

 

Retorno ao Brasil - Santos Dumont ainda construiria no final de 1907, o modelo Demoiselle, uma grande sensação por suas pequenas dimensões e fácil dirigibilidade.

 

Em 1910, no entanto, o brasileiro abandonaria de vez os projetos da aviação - apenas um ano depois da primeira feira de produtos aeronáuticos do mundo, em Reims, na França.

 

A esclerose múltipla, doença que o acompanhava havia alguns anos, estava se manifestando fortemente. E a partir de então, Santos Dumont se dedicaria - entre uma ou outra internação -, aos estudos astronômicos.

 

Recebeu homenagens diversas, inclusive, nos monumentos de Saint-Cloud e em Bagatelle, palcos parisienses de suas maiores façanhas. Fez algumas viagens ao Brasil, até a volta definitiva em 1928. Dois anos antes, tinha pedido em casamento a filha de Gabriel Voisin, mas o pai vetou suas pretensões, devido à diferença de idade. O brasileiro contava com 53 anos e jovem Janine Voisin apenas 17. Atualmente, Janine está viva e reside no interior da França com seus 96 anos.

Dirigível: sucesso em Paris.

'Chegou a presenciar um desses violentos bombardeios na sua fazenda

em São Paulo e, segundo pesquisadores, teve uma crise violenta'

 

À medida que o século 20 firmava-se, intensificava uma escalada de violência. Santos Dumont se recolhia a seus estudos e aos discursos pela paz, além de se dedicar a invenções revolucionárias para a época, como um original chuveiro de água aquecida (graças ao uso de álcool), instalado na excêntrica casa que construiu em Petrópolis - que chamava de “A Encantada” -, cujos degraus foram planejados para que o visitante só pudesse entrar com o pé direito.

 

Os aviões, já então transformados em eficientes armas de guerra, tinham criado mitos, como o alemão Manfred Von Richtofen, o Barão Vermelho, vitorioso combatente na Primeira Guerra Mundial. No Brasil, aviões foram utilizados na Revolução Constitucionalista de 1932, em São Paulo.

 

No dia 23 de junho daquele ano, aos 59 anos, Santos Dumont se enforcou com uma gravata num hotel em Guarujá, no litoral paulista. Se sua morte foi motivada pelo uso bélico dos aviões (como foi popularmente disseminado) ou se foi simplesmente em conseqüência de sua terrível doença, nunca se soube com certeza.

 

No inicio do século, ele chegara a autorizar que seus balões fossem usados para fins militares pela França, mas com certeza, não imaginava o poder de destruição que seu invento alcançaria pouco tempo depois. Ele chegou a presenciar um desses violentos bombardeios na sua fazenda em São Paulo e, segundo pesquisadores, teve uma crise violenta, se sentindo ao mesmo tempo, culpado e traído.

 

Dumont morreu antes de ouvir falar em nomes como Spitfire, kamikazes, Enola Gay, B52, U2 ou os mais recentes modelos de aeronaves equipadas com recursos diversos, como o da tecnologia stealth (que as tornam invisíveis a radares convencionais); porém, todos, transformados em incrementadas “máquinas de fazer morte”.

 

Em homenagem e em reconhecimento ao seu trabalho para a aviação mundial, desde 1976, o nome desse destacado pesquisador e inventor mineiro batiza uma das crateras da Lua.

 

* Antônio Siqueira é cronista e representante de Via Fanzine no Rio de Janeiro/RJ.

* Pesquisa: Larrousse Cultural / Museu Aeroespacial / Space.com.

- Fotos: Arquivo do autor /Arquivo VF.

- Colaborou: Sandra Brito (RJ).

- Produção: Pepe Chaves.

   © Copyright 2004-2006 Pepe Arte Viva Ltda.

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Genética:

A primeira menina

Esqueleto mais antigo que se tem notícia é de uma menina.

Isaac Bigio*

De Londres

Tradução:

 Pepe Chaves

 

Recentemente foi revelada a existência do esqueleto mais antigo que possui nossas características ancestrais. Trata-se de ‘Salem’ (que em  árabe quer dizer ‘Salam’ e em hebreu ‘Shalom’, que significam ‘paz’ em várias línguas etíopes). Ela foi uma menina australopiteco afarensis que morreu aos três anos de idade por volta de 3.300.000 anos atrás.

 

Apesar que todos seus ossos caibam dentro de uma bola de futebol, trata-se do esqueleto mais completo de qualquer antepassado do homem atual, encontrado a mais de 300.000 anos. Através deste esqueleto foi possível saber que ela caminhava em dois pés, porém, soube-se também que passava muito tempo pendurada em árvores. Foi encontrado um osso da língua, demonstrando que ela não podia falar e que seu cérebro e corpo, eram mais similares aos dos chimpanzés do que aos nossos.

 

Cerca de 6,5 milhões de anos separam nossos ancestrais dos chimpanzés. Havia, a cerca de 5,8 de anos, o Orrorin Tugenesis, o primeiro bípede pré-humano; fazem 4 milhões de anos, o australopiteco (homem-símio); e, recentemente, fazem 2,4 milhões de anos, o primeiro homem (habilis, que tinha um cérebro equivalente 50% do nosso).

 

* Isaac Bigio é Analista Internacional em Londres – Inglaterra. www.bigio.org. 

 

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Cibernética:

Cientistas criam ‘ciberinsetos’*

Insetos serão enxertados com microchips para detectarem componentes

de explosivos, além de transmitir informações em tempo real.

imagem ilustrativa - arquivo VF.

 

Segundo informações da BBC de Londres, o Pentágono planeja disseminar um exército de insetos cibernéticos (ciberinsetos). Através da introdução de um chip poderá se dirigir um inseto por controle remoto para localizar explosivos ou transmitir conversas à distância.

 

Os cientistas de uma das agências do Pentágono enxertaram microchips na fase de crisálida (puberdade), que é o momento em que estes artifícios podem ser tolerados pelo corpo dos insetos.

 

O projeto está sendo executado pela Agência de Projetos de Investigação Avançada do Departamento de Defesa (Darpa).

 

Os cientistas da agência acreditam que poderão aproveitar-se da evolução dos insetos na fase da crisálida. Nesta fase o corpo do inseto passa por um processo de renovação, onde se pode curar feridas e reposicionar os órgãos internos ao redor de objetos implantados, assegura o documento da agência estadunidense.

 

Os chips vão permitir aos insetos detectar componentes químicos e transmitir informações. Teoricamente, estes chips implantados permitirão aos insetos detectar certos componentes químicos, inclusive, aqueles presentes em explosivos e também realizar transmissões de informações.

 

Não foi a primeira vez

 

O Darpa já havia testado experimentos similares em vespas no passado, porém os instintos alimentício e reprodutivo dos insetos foram forças impossíveis de controlar. A maioria dos entomólogos consultados pela BBC se mostraram céticos acerca das possibilidades de êxito desse projeto e alguns deles classificaram tais idéias como "ridículas".

 

* Fonte: BBC (Londres) / 20 Minutos (Espanha).

- Tradução: Pepe Chaves.

- Colaborou: Ester Virginia (EUA).

 

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Base brasileira na Antártida:

Estação brasileira recebe primeira reforma

 Marinha liberou R$ 2,7 milhões para a obra da sucateada Estação Comandante Ferraz, instalada em 1984

 Por Ricardo Westin *

O Ary Rongel partiu para mais uma viagem à Antártida.

 

O Ary Rongel, navio oficial do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), zarpou do Rio de Janeiro para sua viagem anual ao continente gelado. Os 22 cientistas a bordo, que farão pesquisas ligadas principalmente às mudanças ambientais e climáticas do planeta, encontrarão um gigantesco canteiro de obras.

 

Os operários da Marinha, na Estação Comandante Ferraz desde o início do mês, são um alento para a ciência nacional. A presença do País na Antártida estava seriamente comprometida por causa da falta de verbas.

 

Erguida em 1984, a base nunca havia passado por uma grande reforma. Os problemas se acumularam: o piso está cedendo, as paredes estão sendo corroídas pela ferrugem, as duas câmaras frigoríficas são insuficientes, os veículos são danificados pela neve porque não existe garagem, os laboratórios estão obsoletos e o sistema de aquecimento tem sérios defeitos.

 

Esse sucateamento levou a Marinha a iniciar uma reforma de emergência. Mesmo com o Orçamento apertado, adiantou R$ 1,2 milhão das verbas do ano que vem, que se juntará ao R$ 1,5 milhão deste ano.

 

Esses R$ 2,7 milhões serão aplicados na primeira fase das obras, que se estenderão até março. Se não começassem agora, só poderiam ocorrer daqui a um ano. O período de trabalhos externos vai de outubro a março, quando o clima é menos frio.

 

A preocupação com as condições da estação se justifica. A principal condição para que um país se fixe na Antártida é a realização de pesquisas científicas.

 

O orçamento do Proantar neste ano foi de R$ 3,5 milhões, para infra-estrutura e pesquisas. Para engrossar essa verba 'carimbada' do Orçamento federal, a Marinha (que cuida da infra-estrutura) e o Ministério da Ciência e Tecnologia (responsável pelas pesquisas) são obrigados a tirar dinheiro de suas próprias contas e a firmar convênios, por exemplo, com o Ministério do Meio Ambiente.

 

A Marinha liberou o dinheiro mesmo não estando o Proantar sob sua responsabilidade exclusiva - é um programa interministerial. Iniciada a obra, a Ciência e Tecnologia acenou com a possibilidade de usar seus fundos setoriais para, a curto prazo, ressarcir a Marinha e, a longo prazo, reforçar as pesquisas.

 

Apesar de as dificuldades se arrastarem por anos, o aceno foi dado na semana passada. Pesou a pressão das deputadas Maria Helena (PSB-RR) e Ann Pontes (PMDB-PA), da Comissão da Amazônia, que voltaram horrorizadas de uma visita à estação.

 

Em busca de verba, procuraram toda a Esplanada dos Ministérios e até o Planalto. A expectativa é que a Ciência e Tecnologia libere R$ 10 milhões anuais até 2008. E que, a partir de 2009, com os problemas resolvidos, sejam dados R$ 6 milhões por ano, para manutenção. Além disso, o ministério estuda construir um navio-laboratório, para substituir o desgastado Ary Rongel, cuja manutenção anual custa R$ 2 milhões.

 

Programa Antártico Brasileiro - Informações especiais

http://www.defesanet.com.br/reportagens/antardida.htm

 

Entrevista com o Subsecretário para o Programa Antártico Brasileiro,

Capitão-de-Mar-e-Guerra José Eduardo Villanova

http://www.defesanet.com.br/reportagens/antardida_1.htm

 

O 5º Vôo de Apoio à Missão Antártida

http://www.defesanet.com.br/reportagens/antardida_2.htm

 

- Foto: Universidade Federal de Santa Maria/RS - www.ufsm.br/ antartica/46.html

* Fonte: Defesanet/Brasil - http://www.defesanet.com.br/reportagens/antardida_3.htm

 

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