UFOVIA - ANO 5 

   Via Fanzine   

 

 

Eu e os UFOs

 

 

Memórias:

O meu mundo e a ufologia

Um rápido retrospecto de minhas experiências pessoais e meus contatos com a ufologia.

Por Pepe Chaves*

de Contagem-MG

Para UFOVIA

 

 

Aos quatro anos

 

O homem ainda não tinha descido na Lua. Foi no início de 1969, não sei precisar o mês, mas sei que minha mãe estava grávida de meu terceiro e último irmão, Marco, que nasceu em novembro daquele ano. Em outubro daquele mesmo ano eu completaria cinco anos. A noite acabara de cair e eu estava brincando com meu irmão Joel, um ano mais novo que eu, no quintal. Eu me lembro que estávamos brincando com carrinhos e miniaturas de homenzinhos e minha mãe estava dentro de casa. Meu pai viajava naquela época e creio que ele deveria estar em viagem naquele dia.

 

Eu me lembro que, ao cair a noite, o céu estava bastante estrelado e negro. Morávamos na rua Marcelino Corradi, no centro de Itaúna, Minas Gerais, Brasil. De súbito, vi algo passar lentamente no céu e mostrei ao meu irmão (hoje, ele tem vagas lembranças) e chamei minha mãe para ver. Gritei para ela vir ver algo que estava passando no céu e falei “não é avião”. Minha mãe, uma mulher humilde, também nascida e criada nesta cidade, ocupada com alguma coisa, gritou para mim lá dentro: “Deve ser estrela cadente”. Não discuti, mas sabia que não era. Aquilo não era um avião, nem meteorito, disso eu tinha certeza, só não sabia o que era. Assim, me restou ficar assistindo aquilo passar - hoje eu sei - de Leste para Oeste, lenta e silenciosamente.

 

Era algo branco, pouco menor que meia lua. Sua frente era arredonda seu dorso seguia em linha reta, e sua traseira se fechava num ângulo de 90 graus. O formato lembra uma porta de igreja gótica e aquilo era de um branco que nunca mais vi igual.

 

Ocorre que no dia seguinte, o tal objeto que avistei foi assunto em toda a imprensa de Minas Gerais. Pela altura que passou, o objeto foi avistado em diversas cidades e por milhares de pessoas. Eu me lembro bem que muitos o descreveu como uma espécie de “bacia”, mas do ângulo e da forma que vi aquele objeto voador não identificado, nada tinha a ver com bacia. Minha mãe se arrependeu amargamente de não ter ido para o quintal quando eu a chamei naquele dia.

 

A partir daí, os discos voadores, OVNIs, UFOs e ETs entraram para a minha vida. Com menos de cinco anos, eu já me atentei para a possibilidade de que civilizações desconhecidas pudessem estar nos visitando a bordo dos seus discos voadores. Mas, nunca me considerei um estudioso do assunto, mas, desde então, passei a ser uma pessoa interessada nele.

 

Pouco depois, me lembro de ter assistido pela tevê, a chegada do homem à lua, transmitida via satélite, em cadeia internacional. Poucos dias antes, lembro de meus pais, meus tios e meus avós no quintal da casa destes, à noite de uma bela lua cheia, refletindo o feito lunar. Me lembro que eles falavam sobre a ida à lua; se encontrariam vida lá; se de fato estava mesmo acontecendo; uns acreditavam, outros não.

 

'Eu já sabia o que era uma sonda, uma nave-mãe,

Roswell, Mantell, gray e todo o beabá da ufologia'

 

A Ufologia

 

Até hoje, nunca mais eu vi aquele UFO, mesmo tendo avistado alguns objetos insólitos no céu ao longo de minha vida, mas de origem incerta. Contudo, outras passagens, que podem ser associadas à Ufologia ocorreram em minha vida e tentarei colocar aqui, de forma sintética as mais significantes. Devo dizer antes, que jamais vi um ET de perto, apesar de crer na existência e possibilidade de estarmos recebendo visitas de criaturas vindas das mais diferenciadas civilizações, originárias de impensáveis plagas siderais. Porém, não sei se por efeito deste avistamento aos quatro anos, sempre sonhei com UFOs (somente objetos voadores), jamais com seres e não sei qual seria a sensação de me encontrar com um deles. No entanto, em meus sonhos, que foram muitos e em épocas distintas de minha vida (inclusive, recentemente), a visão de objetos no céu sempre remontou lugares que não existiam na minha vida real, mas que nos sonhos me pareciam bastante familiares ou ainda, lugares inexistentes fundidos com lugares que marcaram minha vida. A visão e a constatação de UFOs nos céus, grandes ou pequenos (tipo sondas) sempre era fator de transtorno. Nestes sonhos, sempre houve uma insegurança, da minha parte quanto àquilo, bem como de outros personagens que figuravam nestes enredos; sempre havia uma apreensão quanto à natureza e a pretensão de tais objetos voadores de tão distintas formas, nos respectivos contextos dos sonhos.

 

Em 1981, em Itaúna, fui apresentado por um amigo, Marcus Elísio Silva ao então ufólogo J.A. Fonseca, que mais tarde viria a se dedicar ao estudo da Teurgia. E assim, por duas ocasiões pude freqüentar a casa da mãe de Fonseca, onde ele guardava todo o seu “arsenal ufológico”. Estivemos o visitando com em grupo de amigos e ele nos mostrou parte de seu acervo e biblioteca especializada em UFOs. Eu me lembro que ele exibiu alguns slides de casos clássicos da ufologia no Brasil e no mundo. Naquele já distante ano de 1981, eu tomaria consciência de inúmeros casos, até então ainda não compreendidos, envolvendo objetos voadores não identificados e possíveis alienígenas.

 

A partir daí, aos 16 anos de idade, comecei a comprar as novas e ler as antigas revistas Planeta, que era a única publicação que abordava ufologia no país. Eu já sabia o que era uma sonda, uma nave-mãe, Roswell, Mantell, gray e todo o beabá da ufologia. Ainda que até então eu não voltasse a ver UFOs, passei a me atentar mais para o céu e a realizar vigílias em inúmeros acampamentos que pude fazer.

 

'As luzes esbranquiçadas e fortes, contrastando com a escuridão, desciam em paralelo ao ribeirão,

num balé incrível naquela grota escura. Todos ficaram temerosos, mas eu quis descer e ir ao encontro delas'

 

Aterrador e falso - o aprendizado

 

Mas, em 1982, ocorreria um fato que, talvez, viria esfriar meu interesse por UFOs e alienígenas. Eu e alguns amigos da época, fomos procurados por um cidadão de Itaúna, de nome Giovani, que afirmava ver UFOs todas as noites num certo local, no bairro Itaunense, em Itaúna. Ele chegou até nós, indicado pelo jornaleiro da praça da matriz, já que comprávamos, quase sempre, a revista Planeta naquela banca.

 

Confesso que Giovani era um sujeito “muito estranho”; loiro, baixo, olhar vidrado, calado, mas de um jeito paranóico, eu diria. Trazia também um sotaque de que fora criado em uma das roças da região. Mesmo todos nós sentindo uma cisma com relação a ele, marcamos de pegá-lo um dia de carro e irmos ao local que ele dizia ver UFOs. Assim foi feito e fomos, num fusca, eu e mais três amigos. Pegamos Giovani em sua casa no bairro Garcias e subimos uma serra em direção ao bairro Itaunense, lugar ermo e alto, completamente sem iluminação. Lá descendo, o céu estava de brigadeiro e começamos a observar pra ver se víamos alguma coisa. Giovani, seguro do que falava, dizia que a gente ia ver, pois ele via toda vez que ia naquele local.

 

Mas, ocorre que, Giovani começa a apontar para aviões passando ao longe, afirmando que eram UFOs. Dissemos pra ele que aquilo era avião, mas ele teimava em dizer que era UFO. Aí, compreendemos que realmente ele, além de estranho devia não ser mesmo “certo da cabeça”. Anteriormente, ele havia dito também, sobre umas luzes que via descendo o ribeirão, situado em um dos flancos dessa serra. Mas, depois dessa dos aviões, a gente já tinha dado tudo como caso perdido.

 

Mas ocorre que, olhando para baixo, na direção do tal ribeirão, eu vejo luzes. Chamo a atenção de todos que passam também a observar. Giovani falava: “Eu falei com vocês, eu já vi aquilo”. Lá do alto, nós observávamos três luzes, como que, lançadas de baixo para cima, dançavam na copa das árvores, desciam pelo leito do ribeirão. Na época, nós todos já havíamos assistido “Contatos Imediatos do Terceiro Grau” e eu disse pra eles: “parecem sondas”. As luzes esbranquiçadas e fortes, contrastando com a escuridão, desciam em paralelo ao ribeirão, num balé incrível naquela grota escura. Todos ficaram temerosos, mas eu quis descer e ir ao encontro delas. Falei: “Aquilo não pode ser gente com lanterna, como alguém no meio daquele escuro, vai andar tanto assim com as lanternas apontadas para cima?”. Eu sempre quis ver algo sobrenatural. Naquele instante, minha adrenalina foi a mil com aquilo, e as luzes seguiam descendo lentamente. Eu disse para eles: “Eu vou lá”. Não sentia medo, minha curiosidade, até mesmo para provar a mim mesmo que aquilo era algo de outro mundo, não deixou lugar para o medo.

 

Eu desci a serra correndo e bufando e meus amigos Levy e Adilson ficaram lá no alto com Giovani e somente o Beto veio comigo. Eu corria muito e desci de forma paralela ao riacho, a algumas dezenas de metros dele, de forma afunilada, para me encontrar com as luzes, mais abaixo. Era uma descida íngreme, mas nossos olhos haviam se acostumado com o escuro daquela noite negra. Beto atrás de mim, dizia somente “Calma, calma”. Eu suava feito um louco e dizia “Eu sempre quis ver isso de perto, agora nós vamos ver...” e ele continuava a dizer, “Calma, calma”...

 

Nós fomos nos aproximando do riacho e saímos num ponto pouco abaixo de onde as luzes estavam e lá vinham elas... Em nossa direção... Elas não apontavam mais para cima, mas agora iluminavam para os lados, nos mostrando as penumbras das diversas árvores e arbustos que nos separavam delas. Quando se aproximaram, creio, a uns 20 ou 30 metros de nós, pudemos ver, sem muitos detalhes, a silhueta de três homens. Parados e imóveis ficamos a observar aquilo e eles pararam e ficaram nos fitando. Um deles disse: “Opa!”. E o Beto me cochichou: “São pescadores”. E respondemos: “Opa!”.

 

Eu nunca me senti tão frustrado em toda a minha vida. Nós demos meia volta, fingimos que nada estava acontecendo, domamos a tensão que tomava conta e tomamos o caminho de volta, serra acima, mais ou menos na direção por onde viemos. Chegamos lá, dissemos que eram pescadores e daí, tivemos certeza que o Giovani era mesmo um desatinado. Mas, aquela longa noite ainda não havia acabado.

 

Na volta, havia um cruzamento com a linha do trem (antiga RFFSA, hoje FCA) e Giovani insistiu para pararmos por ali, pois naquele local ele garantia ter visto algo deferente dos aviões que acredita ser UFOs. Sem a mínima fé nele, descemos já avisando que não íamos demorar. Na verdade, ninguém mais acreditava nele. Mas eis que, não me lembro qual dos meus três amigos, chamou a atenção de todos, apontando o indicador: “Olhem a luz!”. Olhamos na direção de uma serra, à nossa direita, e esta passou a ser clareada por uma luz que parecia estar se aproximando... A luminosidade foi se intensificando e se expandindo por aquela região, notamos que ela saia por detrás de outra serra. À medida que foi clareando, cada vez mais, pensamos que sairia um disco voador por detrás daquela serra. Na mesma noite, a adrenalina foi a mil e pela segunda vez, o sentimento de que, Giovani poderia estar certo! Pasmem agora, aquela silenciosa luz foi se tornando cada vez mais forte e prestes a sair detrás da montanha que a cobria e já começou a pairar um sentimento tipo dos que descrevi nos sonhos. Mas, ocorre que aquela era a luz de um trem que, ao longo de uma curva, sua potente luz despontou sobre a serra. Quando vimos que era um trem, tivemos uma frustração ainda mais forte que a primeira e, aí sim, concluímos que o tal Giovani era mesmo um “lunático”.

 

A partir daí, me tornei descrente com o assunto ufologia. Parei de ler a revista Planeta e passei a me dedicar a outras coisas, tais como artes plásticas e música. Passei a ser bastante cético quanto à ufologia depois daquela noite, pois não é qualquer um que paga mico duplo daqueles. Numa única noite eu pude sentir por duas vezes, a adrenalina subir até no talo e logo a seguir, sentimentos de frustração do tamanho do Universo. Assim, por diversos anos, passei a duvidar de relatos ufológicos e costumava dizer que só acredita em vida extraterrestre se visse o ET dar tchau da janela do disco voador.

 

Ainda assim, em 07 de abril de 1994 eu fundava o jornal Via Fanzine em Itaúna, trazendo já em sua primeira edição, uma pequena coluna dedicada à Ufologia, assinada pelo hoje instrutor de xadrez Marco Elísio Silva – o mesmo que me apresentou ao J.A. Fonseca. O assunto ufologia ainda cresceria em Via Fanzine e ganharia uma página especial em todas as edições, chamada “3º Milênio”. Tal crescimento e aprofundamento no assunto em meu trabalho jornalístico, ocorreu, sobretudo, por eu ter vivido experiências de ordem pessoal que, estas sim, vieram me colocar novamente na “rota dos UFOs”.

 

'Ao ver aquela luz, pensei mais em ser algo de ordem espiritual, quem sabe do tipo elemental;

algum tipo de inteligência desconhecida, emanada de elementos dos reinos mineral ou vegetal ou mesmo espiritual...'

 

Luz Dourada

 

A primeira delas, ocorrida em 1996, me arrebataria a um sério reencontro com assuntos que envolviam os UFOs e a possibilidade de que, pelo menos uma inteligência desconhecida deva estar interagindo em nosso mundo. Em verdade, esta experiência que vivenciei em 1996 viria me transformar num sedento pesquisador de campo das chamadas “sondas”, aparato que hoje prefiro nomear de “periféricos”, por razões óbvias.

 

Porém, para eu voltar a crer em tais possibilidades nada convencionais, a ponto de pesquisar, de fato, foi preciso que eu avistasse, a poucos metros de mim, algo inexplicável dentro da lógica humana que, até hoje, não consegui uma explicação ou discernimento racional daquilo, apesar de buscá-los de todas as formas, como devo continuar buscando até os últimos dias da minha vida.

 

Tudo se deu num mês de 1996, que não consigo me lembrar qual era, pois na época eu não associei o ocorrido à ufologia e nem desejei tornar aquilo público, por diversas razões. Eu me encontrava cortando atalho por uma trilha, no meio do mato, para atingir o bairro que residia na época. Já havia contado centenas de metros e faltavam uns 300 para adentrar às luzes do bairro. Eram cerca de umas 23h, quando, num escuro total, vi, a poucos metros à frente uma pequena bola de luz, pairando sobre um lago. Ela estava no meu caminho e pensei logo se tratar de alguém com uma lanterna pescando. Sabia que aquele lago era pequeno e raso apra alguém pescar, mas não poderia ser outra coisa. Segui em frente e ao chegar naquele local em que ela estava, havia sumido. Atravessei a pinguela (tronco) sobre o pequeno lago e continuei meu caminho. Eu estava sentindo que estava sendo observando, pensei que alguém apagou a lanterna e poderia me atacar ali. Fiquei pronto para o embate. Mas, eis que após dar os primeiros passos, observo que a tal luz reapareceu do meu lado esquerdo, a mais de 100m de mim e a cerca de 1,5 metros acima do chão.

 

Foi como se ela tivesse corrido de mim, ao notar minha aproximação. A distância em que estava não poderia ser coberta por um ser um ser humano normal, além do mais, o terreno era de mato. No entanto, lá estava ela, me observando, de longe. Era uma luz meio dourada, cujo brilho não saia dela como o foco de uma lanterna, senão ficava só nela, como o brilho de uma luz fosca. Eu fiquei muito espantado com aquilo, mas não tive medo. Continuei seguindo meu caminho e a luz, a cerca de 100 metros de mim, me seguia em paralelo, rente a uma cerca de arame farpado que havia do outro lado do pasto que nos separava.

 

Quando seguia, ainda no escuro, pouco mais de 100 metros me separava dela, e naquele instante, cheio de curiosidade, nem pensei ser algo associado a ufologia, como uma “sonda”, ou a chamada “mãe do ouro”, apesar de já saber da existência desses casos. Ao ver aquela luz, pensei mais em ser algo de ordem espiritual, quem sabe do tipo elemental; algum tipo de inteligência desconhecida, emanada de elementos dos reinos mineral ou vegetal ou mesmo espiritual... Continuei seguindo, mas, no meio do caminho, eu parei e a encarei. Senti uma vontade de correr pelo pasto, até perto dela, mas ela, naquele instante, parece ter entendido o que senti e quase apagou sua luz por completo, foi incrível! Foi como que sentisse minha intenção de querer se aproximar e se ocultou. Ela foi se pagando, apagando... Como você apaga um abajur regulável bem devagar... Ela foi se camuflando no escuro da noite, mas não sumiu de tudo, ficou quase invisível, mas eu ainda a via, pois tenho uma visão excelente.

 

Armava uma forte chuva e gotas grossas (daquelas de machucar a pele) começavam a me atingir. Apertei mais o passo e continuei a subir. A luz voltou a brilhar como antes e me seguiu paralelamente até que eu adentrasse às luzes urbanas. E até hoje estou impressionado com aquela luz. Calculo que ela tinha uns 15cm de diâmetro (ou pouco mais)  e não subiu mais que dois metros do chão durante todo o tempo em que a vi.

 

Nenhum cientista do mundo poderia me dizer o que era aquilo. Inclusive, a maioria ia rir na minha cara se eu contasse o que presenciei, em perfeito estado físico e psíquico. E a partir daí, fui levado a crer que poderia ser uma espécie de sonda de algum tipo de inteligência desconhecida e comecei a manter contato com pessoas que pesquisavam UFOs e as chamadas “sondas ufológicas” em todo território nacional. Ampliei o espaço ao assunto ufologia em Via Fanzine e passei a colher e colecionar dados, me especializando na pesquisa destes objetos menores, que chamo de “periféricos” (www.viafanzine.jor.br/perifericos.htm).

 

Assim, pude colher centenas de relatos de testemunhas de avistamentos similares na região Centro-oeste de Minas Gerais e noutras partes do estado e do país. Eram casos fantásticos, evolvendo luzes semelhantes a que eu vi: em alguns deles, a luz perseguia as pessoas, noutros se aproximava sem reagir; inflava até ficar enorme; espreitava pessoas; adentrava casas... Tudo era contado pelas testemunhas, da forma mais simples possível e, até mesmo, quase folclórica, eu diria. Todos os entrevistados, pessoas humildes do meio rural mineiro, acreditavam que a “mãe do ouro” fosse uma esfera de fogo que percorria os locais onde havia jazida de minerais. Sua função seria espantar os curiosos e possíveis saqueadores de ouro. Esta é uma história que passa de geração em geração, não somente no interior de Minas, mas de diversos estados brasileiros, dando conta do que seja a tal luz misteriosa, avistada por muitos milhares de pessoas nos sertões brasileiros.

 

Durante o tempo em que pesquisei estas ocorrências, pude fazer amizade com alguns exímios pesquisadores do assunto, algumas das quais, nutro até hoje. Em 1998 fundei o Grupo de Estudos Ufológicos de Itaúna (GEÚNA) e editei um boletim ufológico chamado UFOMANIA, impresso em jato de tinta e que circulou em diversos estados do Brasil. O UFOMANIA foi o embrião do atual portal UFOVIA e contava com a colaboração de destacados colaboradores de várias cidades do país. Alguns companheiros da ufologia ainda guardam alguns destes raros exemplares daquela modesta publicação. Buscando intercâmbio, tentei contato também, com alguns dos “caciques” da ufologia daquela época, nenhum me respondeu e alguns fizeram até questão de ignorar por completo ou pedir que seus “funcionários” respondessem minhas missivas.

 

'Parecia ser alguém andando com uma lanterna no meio do pasto,

tanto que eu achei que fosse isso quando falei para ele ver 'a sonda' em tom de brincadeira'

 

Luz branca

 

Mas, voltando aos avistamentos, eu ainda veria algo que me deixaria, também, intrigado, até então. Também era algo que parecia “não ser desse mundo”. Nessa oportunidade, eu estava acompanhado pelo Levy (o mesmo do “Caso Giovani”, acima), pessoa que considero das mais idôneas e que testemunhou o fato comigo. Costumeiramente, saíamos de bicicleta todas as tardes, percorrendo um bom trecho da MG-431, que corta Itaúna. Estávamos voltando, ao anoitecer, a poucas centenas de metros da entrada da cidade. Isso ocorreu em 2002, portanto, eu já pesquisava periféricos e UFOs.

 

Subíamos pela rodovia, tendo ao nosso lado, lá em baixo, o terreno do fazendeiro Sr. Olimpinho. Olhando para baixo ao nosso lado eu vi uma luz andando, num pasto, bem abaixo de nós e a uns 300 m de distância. Já estava escuro, mas não completamente, por isso, ao ver aquilo pensei se tratar de uma pessoa com uma lanterna na mão, atravessando o pasto e falei, brincando ao Levy: “Veja a sonda”. Ele olhou e viu a luz, o escuro não nos permitiu ver quem carregava a dita lanterna, mas pela velocidade de locomoção, parecia ser alguém andando com uma lanterna no meio do pasto, tanto que eu achei que fosse isso quando falei para ele ver “a sonda” em tom de brincadeira. Mas, ao falar "veja a sonda" e Levy olhar para aquela luz, logo ela procedeu de maneira incrível. Ela desaparecia onde estava, e reaparecia a dezenas de metros dali, instantaneamente! Isso por umas três vezes no mínimo. Enlouquecemos com aquilo!

 

Esta era uma luz mais esbranquiçada, de tamanho similar à que narrei antes e seus movimentos pareciam coisa de física quântica: ela praticamente ocupava dois lugares ao mesmo tempo, por frações de segundo. Desaparecia aqui e se materializava acolá e vice-versa. Ao constatarmos o inusitado, nos perguntamos mutua e simultaneamente: “você viu aquilo?”... Imediatamente, largamos as bicicletas, pulamos a cerca da fazenda e tentamos nos aproximar, sempre observando a luz, que apesar das “demonstrações” continuou em sua rota, paralela ao rio, em direção à sua nascente. Fomos descendo desesperadamente rumo ao pasto, mas, infelizmente, tivemos que voltar em desabalada carreira, pois ouvimos uma matilha de cães fila brasileiro (famosos nessa fazenda) latindo ferozmente e se aproximando em nossa direção...

 

Fato foi que voltamos e, frustrados, perdemos a luz de vista do ponto em que estávamos na rodovia. Mas eu tenho relatos de vários casos ocorridos naquela região em que avistamos dessa luz são tidos como coisas comuns e corriqueiras, até mesmo na atualidade.

 

'A Ufologia é um campo onde, geralmente, a princípio, o que você pensa que é, não é...'

 

Periféricos

 

Estas experiências pessoais e os inúmeros relatos que colhi de testemunhas de avistamentos luminosos integram meu livro “Os UFOs e seus Periféricos” (Ed. Pepe Arte Viva Ltda.), que reúne 10 anos de pesquisas sobre este assunto.

 

E assim, em julho de 2004 fundei o portal UFOVIA, dentro de Via Fanzine (que havia sido fundado em abril do mesmo ano) e abri espaço para que, de forma responsável, diversos outros pesquisadores e autores brasileiros trouxessem à tona seus trabalhos, pesquisas e pensamentos acerca da ufologia e dos mais diversos assuntos que, de alguma forma a permeia. Levado por uma experiência pessoal, conforme narrei aqui, em 1996, me voltei, ainda que contra minha vontade (eu diria...) novamente a estes assuntos e creio, deve haver alguma forte razão para isso.

 

Em 2005 e 2006 pude promover em Itaúna, contando com o apoio de vários amigos, as duas versões do UFO UNA, um congresso de ufologia misto com evento artístico que reuniu, além de palestras, mostras de artes plásticas & gráficas e shows musicais. Também em 2005, juntamente com o pesquisador paulista residente em Araxá-MG, Fábio Bettinassi, fundamos um grupo de pesquisas com o nome de Operação Trilha, que veio realizar uma aprofundada visitação aos casos e “personagens” relacionados com a chamada Operação Prato. Todas as informações levantadas foram liberadas ao público e se encontram no site da Operação Prato em Via Fanzine. Os trabalhos de pesquisa deste grupo contaram com a contribuição de poucos e bons pesquisadores brasileiros, dos menos apaixonados possíveis.

 

Enfim, a ufologia me trouxe pessoas diversas; amigos que se transformaram em inimigos e inimigos que se tornaram amigos... É um campo onde, geralmente, a princípio, o que você pensa que é, não é... Pude ver e conhecer uma área onde palpita o ego de muita gente, onde há traições, muitíssima inveja e muita gente sem nada fazer ou entender o básico do assunto se dizendo ufólogo.

 

Por outro lado, descobri na ufologia, mentes brilhantes, pessoas maravilhosas com corações de ouro, almas de brilho único. E estou certo de que, cada qual que está metido nisso, o está por alguma forte razão pessoal, certamente, semelhante a que me conduziu a este campo de estudos tão mal compreendido pelas disciplinas acadêmicas tradicionais. E seja qual for a razão de cada um, ela deve ser respeitada.

 

Por Pepe Chaves é editor do jornal Via Fanzine e do portal UFOVIA.

 

- Fotomontagem: Ilustração de Pepe Chaves, em aquarela de Gláucio Bustamante.

 

- Produção: Pepe Chaves.

   © Copyright, Pepe Arte Viva Ltda.

 

 

 

A vida no Cosmos:

À mesma imagem e semelhança

 A possibilidade de que a vida humana tenha sido “fabricada” por uma outra inteligência,

muito superior a ela, tanto pode estar perto de ser uma grande verdade universal,

como também de ser um gancho perfeito para que oportunistas arrebanhem discípulos

atraídos pela busca das grandes verdades cósmicas.

                                                                                                                                                                            Por Pepe CHAVES*

 

 

MISTURANDO – A idéia de que a Teoria da Evolução Darwin tenha caído por terra, já seduz a muitos. Cada vez mais cresce o número de pessoas que passam a crer que a vida humana foi planejada e criada mecanicamente, por seres bem mais evoluídos que nós, em todos os sentidos. Sendo assim, graças a clonagem, poderia se chegar um tempo em que os humanos também criariam seres semelhantes a si.

 

E para alguns humanos, este tempo já começou. Dentre os defensores da idéia de que nossa humanidade foi criada em laboratório por uma civilização mais evoluída, e logicamente, mais antiga, estão os Raelianos, a polêmica religião criada pelo francês Claude Vorilhon, que se denominou “Rael” após um alegado contato com um ser extraterrestre no início dos anos 70. Rael anunciou em 2003, ainda que sem provas concretas, o nascimento do primeiro clone humano. A notícia explodiu no mundo e no Brasil repercutiu através de uma matéria no programa “Fantástico” da Rede Globo de Televisão, no final de 2003. A emissora carioca entrevistou Rael com exclusividade e o líder dos raelianos confirmou o nascimento do primeiro clone humano, afirmando que um segundo já está a caminho da vida. Declarou também que desejaria em breve, trabalhar a engenharia genética no Brasil, mais precisamente no Rio Grande do Sul.

 

A professora geneticista Brigitte Boisselie portadora da novidade, levou, mesmo que sem provas, ‘a grande nova’ à comunidade científica mundial. Boisselie dirige a Clonaid, empresa criada pelos raelianos a qual “fabricou o primeiro clone humano”, que teria custado cerca de US$ 500 mil ao seu “dono”. A notícia não foi bem aceita no meio científico, pois não havia provas concretas e parecia mais ser um jogada de marketing para atrair a atenção à religião Raeliana.

 

DAVID UZAL FALOU CONOSCO - A notícia de que nasceria o primeiro clone humano havia sido veiculada em Via Fanzine nº 89, de 20/07/2001, através de artigo nos cedido cordialmente pelo autor, o jornalista Willy Silva, do jornal “Correio da Manhã”, de Goiânia/GO. Em nossa edição seguinte, datada de 24/08/2001, trouxemos entrevista exclusiva, feita via-e-mail, com o representante dos raelianos no Brasil, Sr. David Uzal, que reside na cidade do Rio de Janeiro. Nesta época o projeto do primeiro clone estava ainda em andamento e David Uzal nos expôs o perfil da seita raeliana, respondendo todas as nossas perguntas.

 

O Sr. Uzal afirma que a religião raeliana possui mais de 50 mil adeptos espalhados em diversos países do mundo. Para ele, a nossa civilização foi mesmo criada por seres, fisicamente e fisionomicamente, à nossa imagem e semelhança, graças ao conhecimento do DNA e o controle da Engenharia Genética que tais seres detêm. Uzal citou a palavra “Elohim”, usada no Gênesis da Bíblia para designar nossos criadores (sua raiz grega significa “Deuses”). Segundo ele, esta civilização a qual teria nos criado tem 25.000 anos de avanços sobre nós, e este fato, aos olhos humanos, lhes dariam a aparência de verdadeiros deuses.

 

DEUS E DEUSES - Falando sobre Deus, afirmou Uzal: “Deus não existe. ‘Deus’ ou ‘deuses’ era a explicação para tudo o que nossos antepassados não podiam entender. Hoje a ciência nos abre os olhos e nos permite ver as coisas racionalmente. Nos permite entender e não acreditar, como fizeram nossos antepassados nos últimos ciclos e milênios. Ninguém criou a vida por primeira vez. A vida existe desde sempre e sempre existirá. Ela não aparece, mas se espalha pelo universo infinito. Não há início nem final no universo infinito. Nem existe tempo, mas unicamente, ciclos que, infinitamente, começam e acabam”.

 

Esta visão, se comprovada verdadeira, faria despencar antigos conceitos e crenças das milhares de religiões e seitas existentes no planeta. A idéia de Deus não existir nos moldes pregados pelos credos mais tradicionais, notadamente os cristãos, seria certamente, uma das maiores gafes do pensamento humano em sua história. Enquanto as religiões convencionais pregam um Senhor Único como criador da espécie humana; cientistas acreditam que esta teria evoluído a partir de bactérias pré-históricas que surgiram a partir da água; a seita raeliana - e ainda milhares de pessoas em todo o mundo, não ligadas a essa seita – acredita que fomos realmente criados por uma raça mais antiga, e logicamente, mais evoluída em vários aspectos.

 

Para se ter uma breve idéia temporal, lembremos que a raça humana pouco se desenvolveu espiritualmente nos últimos 2.000 anos de ciência - mesmo considerando que, os últimos 100 anos tenham sido revolucionários no campo da tecnologia e dos saberes. para atestar tal afirmação, vale dizer que o motivo que se fazia guerra há 2.000 anos ainda é o mesmo que se faz hoje em dia.

 

CRIADORES DE RAÇAS - Caso venha proceder o pensamento dos raelianos e simpatizantes, o tempo levaria, inevitavelmente, nossa humanidade a repetir os gestos de nossos antepassados no futuro, ou seja, semear a vida criada em laboratório por diversos outros planetas de condições atmosféricas e climáticas semelhantes ao nosso. Seguindo este pensamento, a engenharia genética seria então, a porta de entrada para uma grandiosa possibilidade: criar a vida como se cria uma obra de arte! Criar máquinas, porém agora não mais frias, como aquelas feitas de material inerte, como metal ou acrílico; mas máquinas feitas de material biológico e pensante. Máquinas humanas! Programadas para pensar, criar, sobreviver e, é claro, reproduzir e assim, se refazer infinitamente... Será que tal odisséia aguardaria mais à frente nossa contrastante humanidade dos dias atuais?

 

ENGENHARIA ESPIRITUAL - A clonagem é apenas uma ínfima parte de um grande processo criativo. Caso esta hipótese seja de fato de uma realidade futurística da missão humana na Terra, a engenharia genética e os processos – até então teóricos - de clonagem humana dos dias atuais, se configurariam apenas como um ensaio para que o homem venha descobrir o verdadeiro mistério de se criar Vida inteligente. A verdade é que, em tempos atuais, os meandros da alma humana são ainda por demais sofisticados para se criar uma nova civilização de laboratório ou uma nova raça a partir de uma espécie, por exemplo. Os mais sábios seres humanos ainda desconhecem por completo o mecanismo científico de ligação da alma (espírito, centelha de vida, etc...) ao corpo. Nossos mais evoluídos cientistas ainda não sabem “colocar almas em corpos”. Aliás, eles ainda nem descobriram se 'alma' existe de fato... Mas, caso dominem um dia tal processo espiritual (ponto esclarecedor de toda a verdadeira fonte da Vida nos seres animas deste planeta), o homem estaria se portando como um verdadeiro deus. Acontece que nesse terreno, cientificamente e conscientemente falando, como seres humanos, ainda somos completamente leigos e não conseguimos galgar além de hipóteses e suposições! E no mais, nestes nossos tempos, a Engenharia Espiritual ainda nem foi inventada! Na verdade, nem mesmo este termo havia citado... Então, melhor que fiquemos por aqui, na companhia dessas nossas maquininhas frias mesmo!

 

* Pepe Chaves é editor do jornal Via Fanzine e UFOVIA.

 

- Ilustração: "Híbrida", por Fábio Vieira.

 

- Produção: Pepe Chaves.

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  UFOVIA - ANO 5 

   Via Fanzine   

 

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