Belo Horizonte:
Atlético não renova e Marques encerra
carreira
'É só gratidão', diz ao torcedor.*
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Marques fez
história
no Galo.
Dia 19 de maio de 2010.
Chega ao fim a carreira profissional de Marques Batista de Abreu, ídolo
da torcida do Atlético. Após uma conversa com Vanderlei Luxemburgo, o
xodó da massa, aos 37 anos, foi informado que seu contrato com o clube
não seria renovado. O treinador disse que conta, no restante da
temporada, com outras opções para o ataque da equipe. Marques não vai
nem mesmo cumprir o restante de seu contrato, que se encerra no final de
junho, segundo o Boletim Informativo da CBF.
Marques estava em sua
terceira passagem pelo Galo. Chegou ao clube em 1997. Nos anos
seguintes, tornou-se um dos mais importantes jogadores do time. No final
de 2002, deixou o Atlético e foi para o Vasco. Três anos depois, estava
de volta, mas, com o rebaixamento do time no Campeonato Brasileiro,
transferiu-se no ano seguinte para o futebol japonês. O retorno final
foi em 2008, ano do centenário alvinegro. Foram 386 jogos com a camisa
atleticana.
É o recordista de
partidas pelo clube em Campeonatos Brasileiros, com 192 participações. É
o nono maior artilheiro da história do Galo, com 133 gols, o último
marcado na final do Campeonato Mineiro deste ano, conquistado em cima do
Ipatinga. Na lista dos maiores artilheiros do Atlético, ele estava a
dois de Ubaldo, o oitavo colocado. O líder é Reinaldo, com 255 gols.
Em entrevista exclusiva
ao Superesportes, o xodó da massa não escondeu a decepção com a
antecipação de sua aposentadoria. Leia alguns trechos:
Conversa com
Luxemburgo
“Tive hoje (conversa
com Luxa). Foi tranquila. Ele me colocou que está querendo trazer outros
jogadores. E que não ia renovar comigo para o segundo semestre. Pra mim
foi uma surpresa, como eu te falei. Porque já tinha colocado para todo
mundo que eu queria continuar, mas é a opinião dele, ele é o treinador”
Decepção
“Eu fiquei
decepcionado, porque eu dava como certa a renovação, como sempre foi a
minha vida aqui no Atlético, nunca teve problema. Mas o Vanderlei vetou,
e agora é seguir minha vida, tenho outros projetos”
Opção do treinador
“Ele tem o direito
dele, como treinador, de fazer essa opção. Futebol é um meio que, às
vezes, o negócio fala mais alto que a paixão. Do atleta com o clube, do
torcedor também. Olhando pelo lado profissional, ele como treinador, tem
direito. O lado sentimental da coisa que é meio difícil de você
entender. Porque o torcedor já esperava essa renovação, mas ela não
aconteceu”
Política
“Mantenho minha
candidatura (a deputado estadual). Isso (a candidatura) não pode pesar
de jeito nenhum (na não renovação), porque eu sempre me dediquei ao
Atlético. Minha dedicação sempre foi completa e ia ser assim até o final
do ano. É a opção dele de estar querendo fazer uma outra coisa, não vejo
outros motivos, não”
E a carreira
profissional?
"Estou aposentado"
Jogo de despedida e
mensagem ao torcedor
“Isso é tudo novo,
aconteceu hoje. A gente vê com tranquilidade depois, o caminho (para um
jogo de despedida). O torcedor é e sempre foi o meu grande olhar. Foi
por ele que, por tantas vezes, eu abri mão de dinheiro aqui no Atlético.
Eu joguei machucado. Então, é só gratidão”
* Por Daniela
Mineiro e Rodrigo Fonseca - Portal Uai (BH).
- Foto: Uai/EM.
* * *
Minas:
MP vai investigar escala de árbitros pela
FMF
Após pedido do Ipatinga para averiguação
de fraude no Campeonato Mineiro, promotor se manifesta e dá aval.
Da
Redação
Do site
Justiça Desportiva
Depois das contínuas críticas à arbitragem no Campeonato
Mineiro, o Ministério Público decidiu acatar o pedido do Ipatinga para
averiguação de uma fraude nos sorteios dos árbitros das partidas da
competição. Segundo o promotor José Antônio Baeta de Mello Cançado, a
solicitação apresentada pelo Tigre será analisada e as devidas medidas
serão tomadas, como uma possível investigação.
“A lei diz que é direito do consumidor que a arbitragem dos
eventos esportivos seja imparcial, transparente e insuspeita. Então, nós
vamos analisar e autuar esse expediente que foi encaminhado e, se for o
caso, vamos pedir impugnação em caráter de urgência para a Federação
Mineira de Futebol para ver como se procede o sorteio dos árbitros em
Minas Gerais”, explicou, em entrevista à Radio Itatiaia.
O presidente do time mineiro, Iatir Machado explicou o que
o motivou a questionar a arbitragem. Segundo ele, tudo começou quando
ele fez um pedido de mudança de árbitro em uma partida que seu time iria
disputar. "Eu estava inseguro devido a várias denúncias e pedi a troca
dos árbitros para a semifinal. Mas o Paulo Schetino disse que não podia
mais alterar a escala de árbitros. O problema é que ele fez o sorteio
sem comunicar os clubes, pelo menos, não o meu clube”, disse. “Como
torcedor número um do Ipatinga, usei o artigo n°30 do Estatuto do
Torcedor para solicitar ao Ministério Público que sejam feitas as
investigações necessárias”, encerrou.
Entenda o caso
Depois de sair em uma coluna do jornal “O Estado de Minas”
que o técnico Vanderlei Luxemburgo, do Atlético/MG, estaria manipulando
a escolha dos árbitros para as partidas do Campeonato Estadual, a
diretoria do Ipatinga decidiu entrar com um pedido para averiguação do
caso. Com isso, encaminho um ofício ao Minestério Público no qual pedia
a investigação dessas denúncias.
O Tigre enviou também vídeos com possíveis erros de
arbitragem em jogas da equipe do Vale do Aço, além de reportagens
envolvendo a atuação do chefe dos árbitros mineiros, que foi bastante
criticado pelo América/MG durante os confrontos com o Galo, nas partidas
válidas pelas quartas-de-final do torneio regional.
* * *
A tecnologia no futebol:
Você aprova o uso de recursos eletrônicos
no futebol?
Chip na bola, bandeira eletrônica, ponto
eletrônico, placa eletrônica e até ondas de rádio
para comunicação em campo. Estes são
alguns recursos tecnológicos que já estão seduzindo o futebol.
Por
Benjamin Schmal*
De Mairiporã-SP
Para
Via Fanzine
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A
"bola espacial" foi testada em um Mundial de Clubes do Japão. Sensores
magnéticos dentro da bola
permitem determinar com precisão se ela ultrapassou ou não a linha do
gol. Um microchip interno manda
um
sinal de rádio quando a bola passa a linha. O sinal é transmitido por 12
antenas posicionadas
nas
extremidades do campo diretamente para um computador. A novidade não foi
aprovada pela Fifa.
A cada ano que se passa, são questionadas as atuações dos
árbitros de futebol. E são também questionadas as mudanças de regras e a
implantação de recursos tecnológicos numa partida de futebol. A idéia
muitas das vezes é ventilada por jornalistas esportivos, técnicos e
muitos outros que jamais fizeram um curso de arbitragem de futebol.
Em meio à discussão sobre o uso de recursos tecnológicos
como a bandeira eletrônica, ponto eletrônico (rádio), chip na bola e
placa de substituição eletrônica, se discute também sobre a
possibilidade de incluir mais dois árbitros, posicionados atrás das
linhas de fundo. O intuito é reduzir os erros de arbitragem.
A implantação de recursos eletrônicos tem ocasionado uma
grande ajuda aos árbitros. Sobretudo, no que se refere à bandeira
eletrônica. Este recurso é ativado quando o assistente levantar a
bandeira e apertar o botão que emitira um sinal para informar o árbitro
sobre uma situação de impedimento, falta, ou seja, qualquer o motivo.
Outro item que se adaptou bem, mas ainda há controvérsias é
o ponto eletrônico. Através dele, o árbitro comunica com seus
assistentes e com o 4° árbitro, via sinal de rádio. Esta tecnologia,
além de ter dado certo, facilita muito na comunicação entre o trio de
arbitragem, especialmente, em caso de lances confusos, quando ocorre
agressões passíveis das aplicações de cartões, entre outras situações. O
ponto eletrônico também agiliza a partida.
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Kit de
bandeira eletrônica é vendido no site Zona Livre Sports.
Entretanto, através de muitos jogos em que assisti e
baseado naquilo o que vivenciei como árbitro de futebol, sou contra o
fato de o 4° árbitro possuir o ponto eletrônico. Este fato poderá gerar
interferência externa em determinadas situações de penalidades ou de gol
em que o árbitro e os assistentes não conseguiram ver.
Bons exemplos disso, ocorreram no jogo do Brasil x Egito,
pela última Copa das Confederações e a famosa cabeçada de Zinedine
Zidane em Materazzi na final da Copa do Mundo em 2006 no jogo Itália x
França
Cabe ao 4° árbitro interferir em situações
em que o jogador agrediu o outro fora da disputa de bola, fez uma falta
fora da disputa de bola
ou alertar para o fato de um jogador já possuir um cartão
na partida que está jogando.
Já a instalação de chip eletrônico na bola foi proibido
pela FIFA e pelo País de Gales (que é um dos membros da International
Board), pois como dita a regra: para ser considerado gol é
necessário que a bola ultrapasse totalmente a linha do gol para que se
possa validá-lo. Em determinadas ações, os recursos eletrônicos podem
ser falhos e fossem implantados, nesse caso, dilui a essência do
futebol, fazendo acomodar os árbitros nas partidas de futebol. Trocando
em miúdos, vão correr menos, pois sabem da vantagem que têm a seu favor.
A placa de substituição eletrônica é outro item que ajuda
muito na agilização de uma substituição, porém ela pode ser adaptada de
uma forma melhor, para que se possa fazer duas substituições simultâneas
com uma placa eletrônica. Outra sugestão seria a implantação de uma
placa eletrônica fixa e padrão, com maior dimensão, para que se possa
fazer até quatro substituições simultâneas.
Na verdade, o maior de todos os erros é o pouco respaldo
que se é dado aos árbitros. Um árbitro treinado, que apita todo fim de
semana a nível profissional, além de estar com ótimo ritmo de partida e
com uma seqüência boa, praticamente não terá erros como se é visto numa
partida de futebol. Outro item é a situação de gol ou não gol, aquele
lance em que a bola bate no travessão e dentro do gol ou o lance em que
o jogador ou o goleiro tira a bola de dentro do gol. São lances em que o
árbitro deve estar procurando o melhor posicionamento dentro da grande
área (pois muitos estão na limitação da linha da área penal) e,
principalmente, ter uma condição física muito invejável para que possa
estar o mais perto possível em jogadas cruciais da partida.
Toda experiência que venha engrandecer e mesmo “esclarecer”
o espetáculo do futebol, deve ser largamente analisada e muito bem
testada, para que tais iniciativas não destruam a originalidade desse
esporte bretão.
* Benjamin Schmal é formado
em Educação Física na UniFMU em 2004. É formado pela escola de
árbitros Flávio Iazzetti (FPF) e árbitro profissional pela Federação
Paulista e Futebol (FPF).
- Leia outro artigo do autor: "O
segredo da diagonal".
- Fotos: Arquivo VF.
- Produção:
Pepe
Chaves.
* * *
Europa:
UEFA
testa três árbitros em campo
Campeonato Europeu sub-19 utilizou mais
dois árbitros posicionados nas linhas de fundo dos gramados.
Por
Benjamin Schmal*
De
Mairiporã-SP
Para
Via Fanzine
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Uma reportagem da UEFA em Portugal, publicada no dia
23/11/08 pelo site
http://pt.uefa.com comenta um teste realizado no Campeonato Europeu
sub-19. Durante a experiência foram colocados mais dois árbitros
assistentes trabalhando atrás da linha de fundo do gramado. O objetivo,
é que ocorram menos erros de arbitragem e mais vantagens para os
árbitros.
Primeiramente, eu como árbitro assistente profissional,
estou apresentando o conceito, ou seja, definindo esta mudança com base
em minha experiência. Portanto, não estou “achando”, palavra esta que
significa julgar, supor e situar-se.
Como árbitro de futebol eu entro no jogo para definir
qualquer situação penal de uma partida e só volto atrás, se o jogo não
foi reiniciado por mim ou se os outros árbitros assistentes que estão no
campo viram algo que eu não tenha visto durante determinado lance. Nós,
árbitros, somos obrigados a discernir a realidade pura e assim, definir
o que “é ou não” em cada lance do futebol.
Como árbitro de futebol da Federação Paulista de Futebol (FPF)
eu tenho um conceito contrário à iniciativa de postar dois árbitros a
mais no campo de jogo, neste caso, posicionados atrás das linhas de
fundo ou ainda, mais dois assistentes nas linhas laterais. Sabemos que
foram realizados muitos testes nos últimos anos, todos com o intuito de
diminuir os erros de interpretação da arbitragem.
Em meu conceito pessoal, o árbitro deve ter como principal
requisito, saber se expressar perante os jogadores, técnicos e demais
atuantes em uma partida de futebol. E isso somente será possível, se ele
tiver um bom conhecimento do significado das palavras e frases, além de
saber expressá-las de acordo com cada situação.
O árbitro que quiser ter vantagem e não incidir em erros
deve possuir total conhecimento das regras do jogo, requisitos físicos,
técnicos e, principalmente, psicológicos. O elemento deve possuir uma
grande quantidade horas de atuação para ser um verdadeiro árbitro,
árbitro Assistente ou 4° árbitro. E isso não ocorre com muitos árbitros
federados de países europeus ou de outros continentes.
Eu e muitos colegas de arbitragem temos a oportunidade de
atuar, anualmente, no mínimo de 32 a 35 jogos oficiais pela Federação
Paulista de Futebol. Sem contar os jogos amadores que não são promovidos
pela FPF e que nós também atuamos. Atuar em muitos jogos favorece para
melhorar o posicionamento em campo, marcar as infrações corretas e etc.
O árbitro Wolfgang Theis, meu amigo da Federação Austríaca
de Futebol disse estar admirado pela quantidade de jogos de futebol que
é promovida em São Paulo. Ele tem o costume de passar as suas férias
aqui no Brasil, onde atua como árbitro em jogos amadores para exercitar
o seu desempenho na função de árbitro de futebol em seu país.
Na arbitragem estamos aprendendo a todo o momento e só
assim buscaremos não errar. A profissionalização e o respaldo aos
árbitros é muito importante, pois se um árbitro marcar vários tiros
penais durante um jogo e chegar a expulsar vários jogadores de uma mesma
equipe, até que a partida não possa ser mais realizada por não haver o
número mínimo de sete jogadores, ele, além de ser considerado “louco”
acaba sendo discriminado para atuar em mais jogos, simplesmente por ter
cumprido e aplicado à regra.
Recentemente, ouvi de um aluno que trabalha no departamento
de jornalismo esportivo de uma grande emissora de tevê, que ele “acha”
que devia ser implementado o método que já se utiliza no futebol
americano, onde os recursos de tevê e de outros árbitros de fora do
gramado, venham influenciar o árbitro que atua em campo.
Enfim, o futebol com a quantidade de árbitros que tem está
excelente e se acrescentar mais, poderá até diluir a sua essência.
* Benjamin Schmal é formado
em Educação Física na UniFMU em 2004 e exerce a função de professor de
futebol em um projeto idealizado por ele em Mairiporã-SP. É instrutor de
musculação em uma academia em Mairiporã-SP. É formado pela escola de
árbitros Flávio Iazzetti (FPF) e árbitro profissional pela Federação
Paulista e Futebol (FPF).
-
Clique aqui para ler mais sobre a experiência da UEFA.
-
Foto: Arquivo VF.
- Produção: Pepe
Chaves.
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