Cinema:
‘Faroeste Caboclo’
em longa metragem
Ópera Rock de
Renato Russo recebe adaptação cinematográfica
e o 'herói bandido' João
de Santo Cristo ganha vida nas telas.
Por
Pepe Chaves*
De Belo
Horizonte-MG
Para
Via Fanzine
Renato Russo e Isis
Valverde: o autor do enredo e a mocinha do mundo nada santo de João.
Quando foi lançada no ano de 1986, a canção “Faroeste
Caboclo” se sobressaia no terceiro álbum da banda brasilense Legião
Urbana. Não bastasse ser a mais longa, com mais 9:03 minutos de duração – e ainda assim, se emplacar como hit nas rádios da época –
superando todos padrões vigentes da indústria fonográfica -, ela trazia em
si uma inovadora forma de se passar uma mensagem de vida.
A letra, composta por Renato Russo, remonta um personagem,
o João de Santo Cristo, que deixou uma vida pacata em Salvador para se
virar na capital federal. Em pouco tempo, João se tornara um atuante
traficante da região, travando, por vários motivos, uma verdadeira
guerra com o também traficante Jeremias.
Entre os dois se situa uma personagem feminina: Maria
Lúcia, cujo coração pende entre os protagonistas. Com suas vidas levadas
em meio a drogas, sexo, amor e crimes, a rivalidade entre João e
Jeremias culmina num literal duelo em público.
Interpretada por Renato Russo que cantava (e não contava) a
tortuosa história de João de Santo Cristo, “Faroeste Caboclo”, mais que
uma simples canção de tocar em rádio - a exemplo de "Domingo no Parque",
de Gilberto Gil e "Geni e o Zepelin", de Chico Buarque - se
extrapolou e tornara mais uma destacada ópera da música popular
brasileira. Com a Legião Urbana, sob uma produção
musical apurada e muitas
passagens progressivas que diversificaram o clima da música, a letra remonta
um universo de políticos
corruptos, do submundo que envolve o tráfico de drogas em Brasília e
nas cidades satélites do
Planalto Central.
A história cantada por Renato Russo reunia exatos 159
versos e foi apresentada pela primeira vez
em 1983,
num show da Legião Urbana no Morro da Urca, no Rio. Naquela
época, quando o país vivia o final da ditadura e por causa de alguns
palavrões proferidos na Letra, "Faroeste Caboclo" foi vetada pelo
departamento de censura, juntamente com “Conexão
Amazônica”, do mesmo álbum - esta por abordar o tráfico de drogas. A
radiodifusão de “Faroeste” somente pôde ser feita após alguns palavrões
da letra serem apagados por edições sonoras ou sobreposições. A chegada
dessa inusitada música às rádios nacionais causou certo furor nos mais conservadores e abriu espaço
para que uma série de palavras "amordaçadas" pela ditadura brasileira
pudessem ser "liberadas" em outras canções que surgiriam nos anos seguintes,
após a volta da democracia ao
país.
Renato Russo, compositor, instrumentista e
vocalista da banda Legião Urbana foi um dos nomes mais atuantes da cena
Rock no Brasil dos anos de 1980 e 90. Russo nasceu no Rio de Janeiro, em
27 de março de 1960 e faleceu na mesma cidade em 11 de outubro de 1996.
O músico deixou um preciso legado musical, incluindo suas composições,
bem como, interpretações de clássicos populares em inglês e italiano.
Fabrício Boliveira, soteropolitano, 28
anos, interpreta João de Santo Cristo.
Ísis Valverde, belorizontina, 23 anos,
interpreta Maria Lúcia.
Felipe Abib, carioca, 28 anos, interpreta
Jeremias.
Do alto-falante para as telas
E passados mais de 25 anos do lançamento de "Faroeste
Caboclo", a Gávea Filmes
lança uma produção cinematográfica adaptada na história de João de Santo
Cristo. Evidentemente, a trama se passa nos arredores de Brasília e
obedece a cronologia proposta pelo enredo de Renato Russo.
No elenco, dentre alguns atores
desconhecidos do grande público, estão pelo menos três bem populares:
Fabrício Boliveira (João de Santo Cristo), Ísis Valverde (Maria Lúcia) e
Felipe Abib (Jeremias).
A direção é de René Sampaio que é brasiliense, além disso,
grande parte do elenco é do Distrito Federal. O roteiro é assinado por
Paulo Lins (autor de “Cidade de Deus”). A produção comprou
um fonograma da música-tema com a voz de Russo que, com novos arranjos
e inserções instrumentais deverá compor uma nova versão de “Faroeste Caboclo”.
A produção divulgou
pouco material do filme, mas de acordo com declarações do diretor à imprensa, “O filme mostrará os contrastes
sociais da época e que, infelizmente, ainda são muito atuais. É um filme
que se passa tanto no ambiente e na cena rock dos anos 1980, como nos
forrós e soul music que agitavam a periferia e as cidades satélites.
Estamos retratando o encontro desses dois mundos. Mas focado na história
de amor de João do Santo Cristo e Maria Lúcia. Um bandido encantador que
se apaixona e tenta largar o crime por amor a uma menina forte, mas pura
e sonhadora”.
A previsão de lançamento não foi anunciada oficialmente.
Especula-se que seja ainda para 2011.
*
Com informações das agências e da produção.
- Imagens: divulgação.
- Links associados:
Clique
aqui para assistir clipe de “Faroeste Caboclo” - ao vivo MTV, com Legião Urbana
Cinema:
Produções nacionais buscam o mundo – exclusivo VF
Clique aqui
para ler sobre outras produções cinematográficas
-
Produção:
Pepe
Chaves.
* * *
Do outro lado da vida:
Produção espírita ‘Nosso Lar’ chega aos
cinemas
Longa metragem é baseado na obra homônima
do espírito André Luiz, psicografada por Chico Xavier.
Da Redação*
Via Fanzine
Cenário do mundo espiritual mostrado em
"Nosso Lar".
Depois do lançamento de “Chico Xavier, o filme”, a
indústria cinematográfica brasileira continua investindo em produções de
cunho espírita. Já está sendo exibida nos cinemas, à partir do dia
03/09, a super produção nacional “Nosso Lar”, ou “Our Home: The Astral
City”, no inglês.
O longa metragem vem consolidar a recente tendência do
cinema nacional de abordar o tema da espiritualidade. A produção é
baseada no livro homônimo ditado pelo espírito de André Luiz,
psicografado pelo médium mineiro Chico Xavier, que vendeu quase três
milhões de exemplares no Brasil e se tornou bastante
difundido em todo o mundo nestas últimas décadas.
Dirigido e roteirizado por Wagner de Assis, o filme mostra
personagens e paisagens a partir da convenção espiritual, descrevendo
locais e condições em que se dirigem os espíritos desencarnados,
expiando situações e sentimentos inerentes à suas vidas
outrora
passadas na Terra.
De acordo com informações da produção, "são mostrados
desenhos minuciosos e detalhados do mapa da cidade espiritual 'Nosso
Lar', assim como detalhes da arquitetura das edificações, ministérios e
casas".
Os cenários foram criados com tecnologia digital, a partir
de observações da médium Heigorina Cunha, realizadas durante suas saídas
do corpo físico (chamadas também de “desdobramento”), em março de 1979,
quando teria sido conduzida pelo espírito Lúcius ao reino espiritual.
Os desenhos feitos por Heigorina Cunha serviram de
inspiração para criar o visual arquitetônico da cidade em que se passa o
filme, remontando com tecnologia de ponta as diversas características do
“mundo dos mortos”. Conforme a produção, seus desenhos foram confirmados
por Chico Xavier que afirmou se tratar realmente da cidade “Nosso Lar”,
para onde se dirigiam os espíritos de pessoas falecidas.
O filme é uma ficção e para dar realismo à
perspectiva mostrada no mundo espiritual, a produção nacional importou
do Canadá recursos audiovisuais de última geração.
Renato Prieto é o ator que representa André Luiz,
protagonista da história. O elenco conta com alguns atores e atrizes
bastante conhecidos da teledramaturgia brasileira, entre eles, Othon
Bastos, Ana Rosa e Paulo Goulart.
As gravações foram feitas durante os meses de julho, agosto
e setembro de 2009, em locações nas cidades do Rio de Janeiro e
Brasília. A direção de fotografia é assinada por Ueli Steiger ('O dia
depois de amanhã' e '10.000 a.C.'), a trilha sonora é de Philip Glass
('O Show de Truman', 'Kundun').
Sinopse
Ao despertar no Mundo Espiritual, André Luiz se depara com
criaturas assustadoras que, juntamente com ele, se encontravam num lugar
escuro e sombrio. O personagem se assusta ao perceber que apesar de ter
"morrido" ele ainda continua vivo e ainda sente fome, sede, frio e
outras sensações materiais.
Após um longo período de sofrimento, André Luiz é recolhido
por espíritos do bem dessa zona de sofrimento e purgação de falhas do
passado. Ele é levado para a Colônia Espiritual Nosso Lar, que intitula
o filme. A partir desse momento ele começa a conhecer melhor a vida no
além-túmulo, a aprender lições e adquirir conhecimentos que mudarão
completamente o seu modo de enxergar a vida.
Tendo então tomado consciência de que está desencarnado
(morto fisicamente, mas vivo em espírito), sente imensa vontade de
voltar à Terra para visitar e rever parentes próximos de quem guarda
imensa saudade. Isso acontece para que ele perceba “a grande verdade e
que a vida continua para todos”, após o encerramento da vida corporal.
*
Com informações e imagem da produção de “Nosso Lar”.
- Foto: Ana Rodrigues e Daniel Chiacos.
-
Produção:
Pepe
Chaves.
* * *
Brutalidade:
Este é o tema central de 'A Fita Branca'
São
reações e ações muito complexas para serem tratadas em poucas linhas.
Beto
Canales*
De Porto Alegre-RS
Para
Via Fanzine
Antes de comentar o filme, porém, vou atrever-me a
dissertar sobre a sinopse, que fala de "estranhos eventos que acontecem
num pequeno vilarejo ao norte da Alemanha, pouco antes do início da
Primeira Guerra Mundial". Estranhos eventos? Fui ao cinema na
expectativa de presenciar tais eventos e medir suas estranhezas. Fiquei
lá, angustiado por 144 minutos e nada. O filme terminou e absolutamente
nada que não fosse comum, trivial. A obra desfila o tempo todo o quanto
os habitantes de uma pequena aldeia, como uma amostragem, representando
claramente todas as instâncias de uma sociedade, são rudes, estúpidos,
ruins, sádicos, egoístas, brutos e por aí afora. Causa alguma estranheza
esses adjetivos aplicados para nossa parva civilização? Não! Claro que
não. Mas ruim, limitado e errado somente a sinopse.
O filme, preto e branco, um excelente artifício que ajuda a
construir o clima austero e de pobreza absoluta (material e
"espiritual"), tem um aspecto interessantíssimo: ele é feito de cenas
entrecortadas e dispostas durante toda a exibição, quase isoladas uma
das outras, com começo, meio e fim bem delineados, ao contrário do todo.
Um pequeno fio invisível, nutrido pelo que se vê em comum em todas elas,
nada além de sentimentos doentios e dos adjetivos descritos acima,
costura tudo de maneira magnífica, instaurando uma boa noção de
conjunto.
Usando essa inovadora técnica, possivelmente A Fita
Branca seja o filme que trata de maneira mais crua a imbecilidade e,
principalmente, a brutalidade das relações familiares. Fosse uma aldeia
mostrando canibalismo, sendo isso um hábito cultural e tradicional,
chocaria menos do que, por exemplo, uma das excelentes cenas onde se vê
uma porta fechada e ouve-se apenas o som de um pai/pastor espancando os
próprios filhos. Ou ainda uma criança baixar a cabeça e os olhos com
medo de encarar um adulto. Sabem por quê? Simples, porque nós todos,
exceto aquela pequena tribo africana, não somos canibais, porém,
espancamos, subjugamos e humilhamos crianças por vários motivos, entre
eles, o prazer e o sadismo.
Há vários transtornos, além dos mencionados até aqui,
explorados na película. Os mais chocantes e mais visíveis, como incesto,
abuso de poder e crueldade, tornam tudo muito forte e marcante. Mas
também há uma espécie de sub-texto, uma mensagem sublimar, algo pouco
visível e tão surpreendente quanto os fatos, que são as reações das
pessoas frente as atrocidades. Só isso certamente já vale o filme.
Na verdade, são reações e ações muito complexas para serem
tratadas em poucas linhas. Para justificar, nada melhor que mencionar as
quase duas horas e meia que passam rapidamente. Ele realmente não
poderia ser menor.
Todas as cenas, repito, possuem seu próprio fechamento, ao
contrário do filme que não tem uma finalização formal, além de deixar em
aberto muitos pontos que, fosse uma obra hollywoodiana, seriam vitais,
mas que não fazem falta alguma para o cinema europeu. E essa ausência do
tão desejado "the end" certamente foi planejada, afinal, continuamos os
mesmos em pleno 2010. Essa história, infelizmente, parece não ter fim.
Não acho que tenha sido injustiça A Fita Branca não
ter ganhado o Oscar de melhor filme estrangeiro.
Mas tenho certeza que ele mereceria um também.
|
FICHA TÉCNICA:
Diretor: Michael
Haneke
Elenco: Christian
Friedel, Ernst Jacobi, Leonie Benesch, Ulrich Tukur, Ursina Lardi,
Burghart Klaußner, Steffi Kühnert, Josef Bierbichler
Produção: Michael
Katz
Roteiro: Michael
Haneke
Fotografia:
Christian Berger
Duração: 144 min.
Ano: 2009
País:
Alemanha/Áustria/França/Itália
Gênero: Drama
Cor: Preto e
Branco
Distribuidora:
Imovision
Estúdio: Canal+ /
X-Filme Creative Pool / Wega Film / Les Films du Losange / Lucky Red
Classificação: 16
anos |
|
*
Beto Canales é editor
do blog
Cinema e bobagens.
- Imagem:
divulgação.
- Mais cinema em
VF:
www.viafanzine.jor.br/cinema.htm
* * *
Oscar 2010:
'Guerra ao Terror' é o grande vencedor*
O longa sobre uma
unidade antibombas do exército norte-americano no Iraque
também levou as
estatuetas de melhor roteiro original, montagem, som e edição de som.
Kathryn Bigelow viveu a glória
cinematográfica no Oscar 2010.
Com seis estatuetas, "Guerra ao Terror" foi o grande
vencedor do Oscar 2010. O longa venceu as principais categorias da 82ª
edição da maior festa do cinema mundial, realizada no Teatro Kodak, em
Los Angeles, incluindo as de melhor filme e direção para Kathryn Bigelow,
a primeira mulher a levar o prêmio.
O longa sobre uma unidade antibombas do exército
norte-americano no Iraque também levou as estatuetas de melhor roteiro
original, montagem, som e edição de som. "Eu gostaria de dedicar isto às
mulheres e aos homens no serviço militar que arriscam suas vidas
diariamente no Iraque, Afeganistão e ao redor do mundo", disse Bigelow.
Já o principal concorrente do filme, "Avatar", acabou
vencendo apenas em categorias técnicas. O blockbuster em 3D de James
Cameron - ex-marido de Bigelow - foi premiado por efeitos visuais,
fotografia e direção de arte.
Um dia depois de levar o trófeu Framboesa de Ouro de pior
atriz por "Maluca Paixão", Sandra Bullock recebeu o Oscar de melhor
atriz, por sua performance em "Um Sonho Possível". A atriz dedicou o
prêmio às "mães que cuidam de seus bebês e crianças independentemente de
onde eles vieram".
Grande favorito, Jeff Bridges sagrou-se o melhor ator.
Fortemente aplaudido, Bridges fez um discurso emocionado. "Obrigado mãe
e pai por terem me levado para uma profissão tão bacana", disse.
Entre os coadjuvantes, o ator austríaco Christoph Waltz
venceu por "Bastardos Inglórios, enquanto a comediante Mo'Nique ganhou
uma estatueta por "Preciosa".
Na categoria de melhor filme estrangeiro, o argentino "O
Segredo de Seus Olhos" desbancou o favorito "A Fita Branca". Já a
produção da Pixar "Up - Altas Aventuras" foi premiado como a melhor
animação.
Apresentada por Steve Martin e Alec Baldwin, a cerimônia
deste ano foi marcada pelo ritmo acelerado. Dono de um dos melhores
momentos da noite, o ator Ben Stiller arrancou risadas ao parodiar o
filme "Avatar" durante a entrega da estatueta de melhor maquiagem, que
ficou com "Star Trek".
Entre as homenagens, os atores Matthew Broderick e Molly
Ringwald lembraram a carreira do falecido diretor John Hughes, famoso
por seus filmes adolescentes na década de 1980. Já os atores Kristen
Stewart e Taylor Lautner, protagonistas da "Saga Crepúsculo", celebraram
os filmes de terror.
*
Informações e imagem da Redação Yahoo! Brasil, com Reuters.
- Leia também:
O melhor estrangeiro do Oscar
2010: El Secreto de sus Ojos
* * *
Lançamento:
Avatar se
torna nova referência sci-fi
Depois de 14 anos, superprodução do
diretor de Titanic, James Cameron,
é aguardada com ansiedade pelos amantes
da ficção científica.
Por
Márcio R. Mendes*
De
Dois Córregos-SP
Para Via Fanzine
Em Avatar é montado
um universo diferenciado e bem convincente.
“Mérito”
Na infância, logo que aprendi a ler, como quase todos os
meninos e meninas da minha época, tinham como obrigação a presença na
missa matinal, aos domingos, conforme o costume cristão. Apesar de a
ideia ser de repassar os ensinamentos da doutrina de forma mais eficaz
aos de tenra idade, isso raramente funcionava. Pelo menos comigo, a voz
do Padre parecia-me algo distante. Contudo, havia um boa recompensa em
passar aquela hora ouvindo murmúrios distantes: o Mérito.
Era um pequeno bilhete de papelão verde. Bem ao centro,
vinha impresso "Mérito". Numa época em que vídeos, antenas parabólicas e
programações televisivas pagas ainda era ficção científica, o Mérito
dava direito a uma pequena sessão, logo após o final da missa, no único
cinema da cidade, de dez ou quinze minutos do filme que passaria na
sessão da tarde. Não havia muita escolha; passasse o que passasse, era
um acontecimento e tanto para criançada. Quanta expectativa para aquele
momento...
Avatar de Cameron
Em outra escala, recentemente, o mundo viveu a expectativa
do "Mérito", pois 15 minutos do esperado Avatar, de James
Cameron, foi exibido em diversas salas nos EUA. Além da publicidade, há
quem diga que outra intenção foi a de incentivar os cinemas a investirem
no recurso da projeção 3D.
James “Jim” Cameron iniciou o curso de Física, mas o Cinema
acabou roubando-lhe a atenção, de forma bastante singular. Sua reputação
sempre foi a de ir além do permitido pela tecnologia vigente. Muito além
de usar os altos recursos disponíveis, Jim sempre buscou entender o
funcionamento de suas "ferramentas", alterando-as, inclusive, para
obtenção de melhores efeitos.
Uma impressão que fica é a de que Cameron sabe esperar pelo
momento certo para realizar o seu projeto, a fazê-lo com o que há
disponível no momento. É o que a crítica tem argumentado com relação à
Avatar, um projeto que se iniciou a 14 ou 15 anos, tendo gasto somente
em sua produção, os últimos quatro anos. Há quem se arrisque em dizer
que é o "projeto de sua vida".
James Cameron tem sua memória garantida na história do
Cinema, atraés de sucessos como, True Lies; Aliens ( a
continuação de Alien de Riddley Scott ); Exterminador do Futuro (
1 e 2 ); O Abismo e o badaladíssimo Titanic, que arrastou
multidões para o Cinema em todo o globo. Quanto a Avatar, o projeto foi
iniciado anos atrás, mas, convencido de que na época não havia
tecnologia a contento, optou pela espera. E se passaram longos 14 anos.
Refletindo o mito norte-americano da relação entre o
colonizador inglês e a nativa Pocahontas, Cameron leva para o espaço
sideral um romance semelhante; agora entre um humano, veterano de guerra
paraplégico e uma alienígena. Com a ajuda de biólogos, antropólogos,
linguistas e o máximo da tecnologia para efeitos especiais existentes
atualmente, Cameron literalmente criou um "universo" bastante
convincente e complexo. Como já foi dito, talvez o famoso Titanic
não vá passar de um "pequeno piquenique" ante o farto Avatar, a ser
degustado pelos mais exigentes expectadores.
No elenco, nomes como Michelle Rodrigues (a Ana Lúcia, de
Lost), Stephen Lang (um coronel), Sam Wortington, Zoe Saldana (de
Star Trek de JJ Abrams ), Sigourney Weaver (dos diversos Alien
), Wes Study, C.C. H. Pounder e Laz Alonso. Algumas informações
oficiosas apontam um orçamento de US$ 190 milhões, ficando, contudo,
abaixo dos orçamentos de Piratas do Caribe e de Homem Aranha 3.
Cameron se diz um apaixonado pelo mundo da ficção
científica, tendo entre suas preferências, as obras de Arthur C. Clarke,
Robert Heinlein, A. E. Van Vogt como os autores que mais influenciaram.
É audacioso ao afirmar o desejo de que Avatar se torne um marco, como
foi 2001, uma odisseia no espaço e Star Wars. Conforme
declarou Cameron, "Talvez pareça um exagero meu, mas acho que será o
filme mais importante da minha carreira. Sinto que ele está mudando a
percepção visual que eu tenho das coisas. E o estou fazendo com tempo e
a liberdade que desejo".
Em última análise, baseando-se em rumores que circulam
antes de sua estreia (provavelmente pouco antes de Natal de 2009 ),
Avatar pretende ser um filme ecológico, exaltando o mundo Sci-Fi
com a liberdade de criar um mundo diferente, mas convincente.
Trata-se de um filme sobre as relações humanas e das
culturas, assim como nossas influências no meio ambiente, aliás, um tema
bastante oportuno para o momento vivido por nossa civilização, ante as
constantes mudanças que temos proporcionado à natureza planetária.
Com essas preliminares, há, de fato, muita expectativa. Os
apreciadores do Cinema já tiveram o seu “Mérito” e aguardam agora a
“grande festa”. E James Cameron aguarda o seu. Tomara que o consiga.
Márcio Rodrigues Mendes é físico, astrônomo
amador e professor em Dois Córregos-SP. É consultor em astronomia e
astronáutica para o jornal
Via Fanzine.
-
Fotos:
Divulgação.
- Outros artigos do
autor:
www.viafanzine.jor.br/mmendes.htm
-
Produção:
Pepe
Chaves.
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Produção:
Duas jornadas a
caminho do público
Paramount dá sinal verde para 12º longa
de 'Jornada nas Estrelas', antes mesmo do 11º ser lançado.*
A Enterprise
está de volta.
Clique aqui
para assistir ao primeiro trailer da nova Jornada nas estrelas
A 11ª aventura de "Star Trek" sequer chegou às telas de
cinema e a Paramount já deu o sinal verde para a produção de um 12º
filme estrelado pelas versões jovens dos personagens Kirk, Spock e cia.,
criados por Gene Roddenberry, divulgou nesta terça-feira a revista
Variety.
A nova versão de "Star Trek", sob a batuta de J.J. Abrams,
tem estréia prevista para 8 de maio, mas os executivos do estúdio
apostam no sucesso do renascimento da franquia com novos atores e
efeitos especiais cada vez mais sofisticados.
"Star Trek" (Jornada nas Estrelas) nasceu como série de TV
em 1966 e desde então ocupa um lugar privilegiado na cultura pop
americana, além de ter conquistado uma verdadeira uma legião de fãs em
todo mundo conhecidos como "trekkers".
J.J. Abrams, por sua vez, é o conhecido criador de séries
de sucesso como "Alias-Codinome perigo" e "Lost".
Segundo a Variety, a Paramount já contratou uma equipe para
escrever a 12a. continuação da série para cinema, que também contará com
Abrams como produtor, e com estréia prevista para 2011.
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Informações da AFP.
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