Mensalão:
Determinadas as prisões de mais quatro
Ministro Joaquim Barbosa manda prender
mais quatro réus condenados no mensalão.*
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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim
Barbosa, determinou nesta quinta-feira a prisão de mais quatro réus
condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão. Os mandados de
prisão foram encaminhados para a Polícia Federal. No dia 15 de novembro,
Barbosa determinou a prisão de outros 12 condenados.
Com a decisão, tiveram a prisão decretada: deputado Federal
Valdemar Costa Neto (PR-SP), condenado a sete anos e 10 meses, por
corrupção passiva e lavagem de dinheiro , em regime semiaberto; Pedro
Corrêa, ex-deputado federal (PP-MT), condenado sete anos e dois meses de
prisão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro; Bispo Rodrigues,
ex-deputado federal do PL (atual PR), condenado a seis anos e três
meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro; e Vinícius
Samarane, ex-diretor do Banco Rural, condenado a oito anos e nove meses
de prisão por lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta.
Somente Samarane cumprirá a pena em regime fechado por ter
recebido pena maior de oito anos. Os demais, com penas abaixo de oito,
ficarão em regime semiaberto. De acordo com a Lei de Execução Penal,
condenados em regime semiberto podem trabalhar dentro do presídio, em
oficinas de marcenaria e serigrafia, por exemplo, ou externamente, em
uma empresa que contrate detentos.
Os réus João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara dos
Deputados e deputado federal (PT-SP), condenado a nove anos e quatro
meses de prisão; o ex-assessor parlamentar do PP João Claudio Genu,
condenado a quatro anos; e o ex-sócio da corretora Bônus Banval Breno
Fischberg, condenado a três anos e seis meses, ainda poderão recorrer em
liberdade, por terem direito aos embargos infringistes, outra fase de
recursos do processo.
Bispo Rodrigues e Costa Neto se entregam na Papuda**
O ex-deputado Bispo Rodrigues e o deputado Valdemar Costa
Neto se entregaram no nesta quinta-feira, 05, à polícia. Os dois se
apresentaram diretamente à Penitenciária da Papuda, em Brasília. Com
isso, os quatro condenados no processo do mensalão que tiveram a
determinação de prisão expedida hoje pelo Supremo Tribunal Federal (STF)
já se apresentaram à Justiça.
Mais cedo, o ex-deputado Pedro Corrêa e o
ex-vice-presidente do Banco Rural Vinicius Samarane se entregaram à
Polícia Federal também em Brasília. Os réus do mensalão devem ainda
passar por exame no Instituto Médico Legal (IML).
*
Informações da Agência Brasil.
**Informações
de Andreza Matais | Estadão Conteúdo.
05/12/2013
-
Foto: Divulgação.
* * *
Brasília:
STF expede mandados
de prisão a 'mensaleiros'
Superintendências
Regionais da Polícia Federal serão
as responsáveis
pela execução das prisões.
Da Redação*
Via
Fanzine
BH-15/11/2013
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julgaram o mensalão: julgamento arrastado e desgastante.
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Após uma intensa
batalha judicial, fechou-se mais um capítulo da história política
contemporânea brasileira. Nesta data, o presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF) expediu à Polícia Federal (PF) na tarde da sexta-feira,
15/11 os mandados de execução penal a 12 réus no processo do mensalão.
Numa data
comemorativa, em pleno feriado nacional da Proclamação da República, e o
relator do processo do mensalão, o ministro Joaquim Barbosa, ordenou que
a PF coloque atrás das grades, alguns dos políticos de maior destaque no
cenário contemporâneo, praticamente todos eles, ligados diretamente ao
PT.
A partir de agora,
a data se tornará também conhecida com o dia da prisão dos chamados "mensaleiros".
Nas próximas horas, a PF encaminhará os mandados às Superintendências
Regionais, responsáveis pela execução das prisões. Os nomes dos réus que
tiveram mandado de prisão expedidos em 15/11 ainda não foram divulgados.
Enquanto muitos acreditam que a prisão
significa reescrever a Justiça no Brasil, os réus contestam as
acusações, e sustentaram tais posições até se esgotar todos os recursos
jurídicos. Ainda que muitos critiquem as penas - consideradas brandas -
para os crimes constatados durante o período do mensalão, as prisões
parecem colocar no prumo o verdadeiro papel da Justiça brasileira, no
que a democracia tange ao "doa a quem doer".
Jornal publica lista
extraoficial
Segundo informou a
Folha de S.Paulo, fontes da PF teriam informado que foram expedidos
mandados de execução a 12 condenados:
O ex-presidente
do PT José Genoino -
Foi condenado a seis anos e 11 meses de prisão em regime inicial
semiaberto. Excluída a pena de formação de quadrilha, o tempo de prisão
fica em quatro anos e oito meses de reclusão, também em regime
semiaberto. Caso a pena aumente após o novo julgamento sobre quadrilha,
poderá descontar o tempo já cumprido para progressão de regime.
O ex-ministro
da Casa Civil José Dirceu -
Foi condenado a 10 anos e 10 meses de prisão em regime inicial fechado.
Mas como questionou o crime de quadrilha, cumpre inicialmente pena de
sete anos e 11 meses, por crime de corrupção ativa, o que dá direito ao
regime semiaberto, quando o preso trabalha de dia e dorme em cadeia
específica. Para configurar regime fechado, o tempo de prisão precisa
superar oito anos.
O ex-tesoureiro
do PT, Delúbio Soares -
Foi condenado a
oito anos e 11 meses de prisão em regime inicial fechado. Como
questionou o crime de quadrilha, começa a cumprir a pena de seis anos e
oito meses de prisão em regime semiaberto, por corrupção ativa.
O operador do
esquema Marcos Valério -
Foi condenado a 40 anos, quatro meses e seis dias de prisão, além de
multa de R$ 3,062 milhões. Apresentou embargos infringentes para o crime
de quadrilha, o que reduziria em dois anos e 11 meses a pena total. O
desconto não é suficiente para livrar o réu do regime fechado.
Ramon
Hollerbach (sócio de Valério) -
Condenado a 29 anos, sete meses e 20 dias de prisão em regime fechado,
entrou com embargos infringentes para questionar todos os crimes, mesmo
sem ter os votos favoráveis necessários para parte deles. Dessa forma,
fica em liberdade até a análise do cabimento ou não dos recursos.
Cristiano Paz
(sócio de Valério) -
Situação parecida com a de Marcos Valério. Foi condenado a 25 anos, 11
meses e 20 dias de prisão. Descontados os dois anos e três meses do
crime que questionou (formação de quadrilha), permanece em regime
fechado.
Dona do Banco
Rural, Kátia Rabello -
Apresentou embargos pelo crime de quadrilha. Sua pena reduziria de 16
anos e oito meses de prisão para 14 anos e cinco meses. Continua no
regime fechado.
Ex-funcionária
de Valério, Simone Vasconcelos -
Foi condenada a 12 anos, sete meses e 20 dias de prisão em regime
fechado, mas entrou com embargos infringentes questionando a definição
da pena dos crimes de evasão de divisa e lavagem de dinheiro. A defesa
afirma que a ré recebeu quatro votos por penas menores, o que daria
direito ao recurso. Dessa forma, cumpriria inicialmente quatro anos e
dois meses em regime semiaberto até o julgamento dos recursos.
Ex-tesoureiro
do PL (atual PR) Jacinto Lamas -
Condenado a cinco anos de prisão em regime semiaberto, não apresentou
mais recursos e deve ir para o semiaberto.
Ex-deputado
Romeu Queiroz (PTB-MG) -
Foi condenado a seis anos e seis meses de prisão em regime inicial
semiaberto e não apresentou embargos infringentes.
Ex-diretor de
marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato -
Foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão em regime inicial
fechado, mais R$ 1,31 milhão de multa. Como não tem embargos
infringentes pendentes, cumprirá pena na cadeia.
José Roberto
Salgado, ex- vice-presidente do Banco Rural
- Condenado a 16 anos e oito meses de prisão em regime fechado, também
apresentou embargos infringentes para todos os crimes. Dessa forma, fica
em liberdade até a análise do cabimento ou não dos recursos.
Penas**
De imediato, réus
como José Dirceu, que cumprirá - pelo menos por enquanto - pena em
regime semiaberto, ficarão no Centro de Detenções Provisórias do
Distrito Federal. Quatro réus iniciarão o cumprimento já em regime
fechado. São eles: Marcos Valério, Kátia Rabello, Cristiano Paz e
Henrique Pizzolato. O Complexo Penitenciário da Papuda, no DF, já
reservou celas individuais em duas unidades para eles. Posteriormente,
os réus poderão solicitar transferências para unidades próximas de seus
domicílios.
O mensalão do
PT
Em
2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no
suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto
Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele,
parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar
de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o
escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da
Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e
perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.
No relatório da
denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como operadores do
núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do
PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e o ex-
secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de
quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção
ativa.
Em 2008, Sílvio
Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não
ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que
fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser
um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também
deixou de figurar na denúncia.
O relator apontou
também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era
composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso,
Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B
Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três
crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
A então presidente
do Banco Rural, Kátia Rabello, e os diretores José Roberto Salgado,
Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de
quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda
Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por
lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de
Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O
ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi
denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O ex-presidente da
Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato,
corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda
parlamentares do PP, PR(ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio
delator, Roberto Jefferson. Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da
República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse
36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação
Social Luiz Gushiken e o irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL)
Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas. A ação penal
começou a ser julgada em 2 de agosto de 2012. A primeira decisão tomada
pelos ministros foi anular o processo contra o ex-empresário argentino
Carlos Alberto Quaglia, acusado de utilizar a corretora Natimar para
lavar dinheiro do mensalão.
Durante três anos,
o Supremo notificou os advogados errados de Quaglia e, por isso, o
defensor público que representou o réu pediu a nulidade por cerceamento
de defesa. Agora, ele vai responder na Justiça Federal de Santa
Catarina, Estado onde mora. Assim, restaram 37 réus no processo.
No dia 17 de
dezembro de 2012, após mais de quatro meses de trabalho, os ministros do
STF encerraram o julgamento do mensalão. Dos 37 réus, 25 foram
condenados, entre eles Marcos Valério (40 anos e 2 meses), José Dirceu
(10 anos e 10 meses), José Genoino (6 anos e 11 meses) e Delúbio Soares
(8 anos e 11 meses). A Suprema Corte ainda precisa publicar o acórdão do
processo e julgar os recursos que devem ser impetrados pelas defesas dos
réus. Só depois de transitado em julgado os condenados devem ser presos.
* Da Redação VF, com agências.
** Informações da Folha de S.Paulo.
- Foto: Folha
de S.Paulo.
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