Intolerância Religiosa:
O credo e seu sistema de sustentação
Em mais de 10 mil religiões pelo mundo,
apenas oito são mais conhecidas e populares: o Espiritismo,
o Judaísmo, o Sekhismo, o Budismo, as
Tradicionais Chinesas, o Hinduísmo, o Islamismo e o Cristianismo.
Por Rita
Shimada Coelho*
De
São Paulo-SP
Para Via
Fanzine
17/03/2013
Krishna, Buda, Jesus e
Maomé são somente quatro ícones espirituais, entre tantos outros. Com
quem está a verdade absoluta?
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A necessidade de uma crença
Desde os tempos mais remotos a crença existe. Seja apenas
como religião ou como parte de uma cultura. Ela reflete o modo como um
grupo compreende o mundo, a humanidade e a existência. Surge quando
indivíduos se identificam com uma visão ou ideia e passam a segui-la. É
através da religião que o ser humano lida com a espiritualidade dentro
de uma filosofia que determina a existência como um resumo do próprio
corpo e a vida que se vive, crendo-se então em outras vidas após esta e
outros lugares. Então, a crença - aquilo que se acredita como resultado
das buscas impulsionadas por questões - passa a ser religião quando um
grupo de indivíduos segue uma mesma crença sob uma mesma perspectiva.
No homem primitivo e nos nativos da Terra observa-se como a
crença é algo remoto. Sem compreender como a Natureza agia ao seu redor
e a si mesmo, o homem passou a questionar tudo e buscar respostas.
Aquilo que não podia ser explicado ou compreendido foi determinado como
ação de forças superiores como “deuses” despertando ações positivas e
demônios ou espíritos malignos reinando sob as ações negativas. Ao mesmo
tempo, isto reflete a incapacidade humana de confrontar e assumir a
própria tendência natural de praticar o Bem ou o Mal, atribuindo a seres
celestiais resultados que desencadeiam da própria ação humana. A partir
do momento que foi atribuído a estes seres um poder maior, eles passaram
a ser cultuados para evitar punições e merecer dádivas. Portanto, dos
questionamentos surgiram as crenças e, dessas crenças, as religiões.
Conforme o intelecto humano se desenvolveu, as religiões
foram se tornando cada vez mais complexas ao estabelecer leis, doutrinas
e dogmas. Provavelmente, após Constantino, o uso da religião como objeto
para influência política e comportamental passou a ser mais evidente –
mas, não que esta tática jamais tivesse sido utilizada antes.
Estatísticas
Não há como especificar exatamente quantas e quais são as
religiões existentes no mundo, mas, estima-se que sejam mais de 10 mil.
Em 2001 uma edição da World Christian Encyclopedia publicou que existem
33.830 denominações cristãs. Outro dado foi a distinção entre as
religiões ocidentais e orientais.
No ocidente é observado que o elevado número de
denominações cristãs se dá as ramificações, isto é, de uma religião uma
outra surge com quase as mesmas características mas, com algumas
singelas reformas. Um exemplo é a variedade de ministérios das igrejas
Assembleias de Deus no Brasil. Não há dados de quantos são, mas sabe-se
que todas elas são ramificações da primeira fundada em 19 de novembro de
1910 por dois suecos - Gunnar Vingren e Daniel Berg - na capital do
Pará. Desde então, surgiram os ministérios Madureira, Belém, Santo
Amaro, Penha entre tantos outros, cujos nomes fazem referência ao local
onde foram fundadas. Todas possuem uma mesma organização denominacional,
mas, se divergem em alguns pontos, em torno das leis internas chamadas
de Doutrinas.
Outro exemplo é o casal de bispos Estevan e Sonia Hernandes
que eram membros da Igreja Cristã Pentecostal da Bíblia de onde saíram -
provavelmente por divergências quanto a doutrina - e fundaram a Renascer
em Cristo.
Já o Bispo Edir Macedo Bezerra nasceu em lar católico
praticante e anos depois se converteu a uma igreja evangélica chamada
Igreja Nova Vida. Já como pastor criou o Ministério Cruzada para o
Caminho Eterno pregando ao ar livre. Em 1977 fundou a Igreja Universal
do Reino de Deus.
O tão conhecido R.R. Soares - nascido Romildo Ribeiro
Soares - desistiu da carreira de médico mesmo com uma bolsa de estudos
garantida na Universidade Patrice Lumumba, em Moscou, para fundar com
seu cunhado - Edir Macedo - o Ministério Cruzada para o Caminho Eterno.
Também foi fundador da Igreja Universal do Reino de Deus de onde saiu
por causa de divergências na doutrina. Em 1980 ele fundou a Igreja
Internacional da Graça de Deus.
Outro conhecido líder religioso no Brasil, o pastor
Valdomiro Santos de Oliveira foi integrante da Igreja Universal do Reino
de Deus por quase 20 anos. Desentendeu se com a liderança -
provavelmente também por divergências quanto a doutrina - e fundou dias
depois a Igreja Mundial do Poder de Deus levando consigo muitos membros
da IURD.
Nestes três últimos nomes, fica evidente como surgem as
ramificações das denominações. Embora sejam igrejas com doutrinas
diferentes, percebe-se nitidamente semelhanças entre elas no que diz
respeito a organização e o sistema. Imagina-se que as divergências entre
R.R. Soares e pastor Valdomiro com Edir Macedo sejam doutrinárias, uma
vez que vieram de denominações pentecostais que se dividem em
tradicional e reformada, apesar de a IURD ser denominada
Neo-Pentecostal.
Embora sejam diversas as religiões no ocidente, todas elas
possuem características similares que sugerem um mesmo fundamento. As
religiões cristãs, por exemplo, mesmo distinguindo-se como pentecostal,
neo-pentecostal, ortodoxa, tradicional ou não, católica ou evangélica,
terão entre si, dogmas e doutrinas diferentes, mas seu sistema será
sempre semelhante. Em todas percebe-se muitas semelhanças no sistema com
a mais antiga e influente, a católica. Entre igrejas evangélicas é
comum algum integrante rebelar-se por divergir da doutrina, sair e abrir
nova igreja com doutrinas que ele considera como as mais corretas.
Em novembro de 2009, um artigo da Folha de S.Paulo levantou
uma questão hoje esquecida. O articulista Hélio Schwartsman assina o
artigo e, juntamente com uma equipe do jornal, gastou R$418,00 - entre
despesas de cartório e uma taxa - para fundar uma instituição religiosa,
incluindo aí o seu CNPJ. Assim, Hélio fundou a Igreja Heliocêntrica do
Sagrado Evangélico. Bastaram dois dias úteis para que a nova igreja
surgisse, permitindo que seus três fundadores abrissem uma conta
bancária e fizessem aplicações financeiras livres de IR e IOF.
A reportagem conclui que, apesar de tudo estar dentro da
lei, não é exigido requisitos teológicos, doutrinários e -
diferentemente da institucionalização de partidos políticos - não é
exigido sequer um número mínimo de fiéis para se criar um culto no
Brasil. Basta o registro de sua assembleia de fundação e estatuto social
num cartório. Melhor ainda, o Estado está legalmente impedido de
negar-lhes fé. Como reza o parágrafo 1º do artigo 44 do Código Civil:
“São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o
funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público
negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e
necessários ao seu funcionamento”. Talvez, a facilidade para se abrir
uma igreja ou fundar uma religião justifique a quantidade e variedade
dos cultos. Quanto aos fieis para lotarem seus espaços, o mundo está
repleto de pessoas necessitando de ajuda de todo tipo e prontas para
ouvir e adorar tudo aquilo o que seja de importância para elas.
A disputa pela
posse da Verdade Absoluta
Talvez não há como determinar qual seja a primeira religião
do mundo. Depois das religiões cristãs, todas as religiões mais antigas
passaram a ser denominadas pagãs e há uma grande variedade
Talvez, através da Arqueologia pode-se declarar, até o
momento, qual seria supostamente o primeiro templo até que nova
descoberta desminta a declaração.
Em 2008 arqueólogos descobriram o que acreditam ser as
ruínas da primeira igreja cristã. Datada de cerca de dois mil anos, foi
descoberta debaixo de onde é hoje a Igreja de São Jorge, em Rihab,
Mafrag, Norte da Jordânia. A Igreja de São Jorge data de 230 d.C. e era
considerada até a sua descoberta como a mais antiga do mundo.
Arqueólogos consideram haver indícios suficientes para crer que a igreja
abrigou os 70 primeiros discípulos de Jesus. Mas a descoberta não
determina qual seja a primeira religião do mundo.
O Xamanismo que é considerada por muitos uma religião pagã,
se declara uma 'filosofia de vida' muito antiga e que possuí
ensinamentos milenares. Pelas descrições, podemos supor que estes
ensinamentos tenham fortes laços com as crenças de povos nativos.
O Espiritismo argumenta que ela é a única crença com
embasamento científico e comprovações resultantes de experimentos
registrados.
A Igreja Apostólica Romana declara ser a primeira igreja
cristã e, portanto, a única que possuí as verdadeiras ordenanças de Deus
através do Papa e tem como sede o Vaticano onde estaria sepultado São
Pedro. Pedro - cujo nome significa 'pedra', ouviu de Jesus que sobre ele
- em analogia a pedra - seria edificada sua igreja. Este trecho bíblico
tornaria a igreja católica a representante do próprio Deus na Terra já
que seria detentora dos restos mortais de Pedro. Por outro lado, esta
representação divina é contestada por alguns cristãos protestantes que
declaram - também inspirados em um verso bíblico - que Jesus seria a
pedra fundamental da igreja, portanto, protestantes seriam
representantes de Deus.
Religiões orientais declaram-se milenares, portanto,
existem muito antes das igrejas cristãs e, a julgar por isso, estas se
tornariam detentoras da “Verdade Absoluta” embora esta afirmação só é
manifestada por ocidentais fanáticos e convertidos as religiões
orientais. Inclusive, em algumas crenças orientais o fanatismo é uma
característica marcante.
Em mais de 10 mil religiões pelo mundo, apenas oito são
mais conhecidas e populares: o Espiritismo, o Judaísmo, o Sekhismo, o
Budismo, as Tradicionais Chinesas, o Hinduísmo, o Islamismo e o
Cristianismo. Entre mais de 10 mil crenças, porque apenas uma seria a
detentora da Verdade?
Embora em confrontações diretas com religiosos haja uma
negação, sempre é possível observar um sentimento de posse ou de
'salvação prévia' nas argumentações em debates onde sempre são citados
os livros referentes às crenças. O Livro do Judaísmo é o Torá. O Alcorão
é o livro oficial dos Muçulmanos, enquanto o dos cristãos é a Bíblia. Do
Espiritismo vem a Codificação Espírita. Os Budistas seguem o Tripitaka.
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e o Livro dos Mórmons. E assim, cada religião
declarada independente e única em sua filosofia possui seu próprio livro
oficial de referência, onde estão estabelecidas todas as suas
respectivas leis, doutrinas, dogmas e objetivos.
Pelo uso para argumentação e a defesa de seus livros por
cada religião, pensa-se nestes livros como objetos sagrados. E através
deste estigma de sagrado, parece haver uma intenção em determinar a
posse da Verdade Absoluta. A própria História narra muitos eventos de
grupos em busca de objetos sagrados, pois, de posse deles a soberania
sobre as outras crenças seria legítima. Algumas histórias contam que as
Cruzadas - iniciadas no século XI - tinham além das missões ordenadas
pela igreja, a função de encontrar objetos sagrados. Outra teoria diz
que Hitler tinha um grupo de pesquisadores que determinava onde objetos
sagrados poderiam ser encontrados. A intenção seria sempre a mesma: a
posse de objetos sagrados que poderiam ter algum poder sobrenatural para
que a nação que os encontrassem predominasse entre as demais.
Provavelmente, seria sido esta a tática usada pelos EUA ao deixar que a
suposta captura de um alienígena e sua possível tecnologia avançada se
propagasse pelo mundo, inibindo assim as investidas da antiga URSS. A
posse - ou a pretensa posse - de algo além dos conhecimentos humanos
inibiria a ação dos oponentes.
Livros Sagrados
Os livros sagrados são obras literárias. Estão presentes
nas principais religiões e seriam inspirados por revelações divinas a
pessoas iluminadas. São considerados nas religiões como objetos
sagrados. O termo 'livro sagrado' geralmente é designado ao Alcorão,
livro do Islamismo.
A devoção ao objeto sagrado beira ao fanatismo a ponto de
qualquer calúnia ou dano provocado a um dos livros seja interpretado
como afronta direta a própria religião, resultando em punições severas e
ondas de violência.
Em 22 de dezembro de 2012 um homem foi queimado vivo no
Paquistão por uma multidão revoltada por saber que supostamente ele
teria ateado fogo no Alcorão. A lei da blasfêmia é muito rígida no
Paquistão e mesmo sob suspeita apenas, o homem em questão foi
sentenciado a morte. No mesmo ano, uma adolescente com problemas mentais
chegou a ser detida sob uma falsa acusação de ter queimado o livro,
correndo o risco de ser punida com prisão perpétua. O caso foi
solucionado depois que testemunhas acusaram o imã local de plantar
provas para espantar os cristãos da vila. Os imãs - líderes muçulmanos -
são os principais acusadores de blasfêmia e muitas vezes são eles quem
faz falsas acusações e plantam provas com a intenção de impor a crença
com o medo.
Ainda no mesmo ano, o clérigo Abu Islam rasgou e queimou
uma Bíblia na frente de milhares de pessoas diante da Embaixada
Americana juntamente com outros muçulmanos simplesmente por causa da
divulgação do filme feito por um copta americano e que foi considerado
anti-islã. Abu ainda ameaçou urinar em outras cópias do livro sagrado
cristão.
O modo como o Alcorão é tratado não é apenas ritualístico,
mas também devocional. O livro só é tocado depois de um ritual de
purificação e normalmente, é guardado em uma prateleira alta no quarto
como um símbolo de que o livro está acima de tudo na vida de seu
possuidor.
De acordo com uma tradução feita de um livro chamado “Nobre
Alcorão”, “Uma vez que os muçulmanos tratam o livro com reverência,
consequentemente é proibido reciclar, reimprimir ou descartar cópias
velhas do Alcorão para o lixo. Como solução alternativa, os volumes do
Alcorão devem ser enterrados ou queimados de uma maneira respeitosa. É
considerado um pecado gravíssimo modificar, cortar, excluir ou adicionar
as palavras do Alcorão. Também é considerado ilícito vender este livro”.
Só é considerado Alcorão a versão original em árabe.
O Alcorão está organizado em 114 capítulos, denominados
suras, divididas em livros, seções, partes e versículos. Considera-se
que 92 capítulos foram revelados ao profeta Maomé em Meca, e 22 em
Medina. Os capítulos estão dispostos aproximadamente de acordo com o seu
tamanho e não de acordo com a ordem cronológica da revelação. Sua
estrutura lembra a mesma da Bíblia, mas, o Alcorão dita regras não
apenas dentro da crença, mas embutidamente dentro da cultura e das
tradições.
Pela influência do Alcorão, presenciamos guerras,
assassinatos e atos de violência sob pretexto de 'justiça divina' até
mesmo por ocidentais convertidos. Os prováveis benefícios de se seguir o
livro sagrado só devem ser conhecidos mesmo por seus seguidores, já que
as notícias relacionadas a ele que chegam ao Ocidente costumam ser
sempre negativas.
Já a Bíblia não é tratada com tanta devoção assim. Embora
chamada de "Palavra de Deus" consideram que, aberta é a 'a boca de Deus
falando'. Nos lares cristãos encontra-se em criados mudos ou - para
cristãos não praticantes - empoeiradas nas prateleiras. Muitos
exemplares são distribuídos gratuitamente - principalmente em igrejas em
momento de evangelização ou conversão de um indivíduo. Dependendo da
religião, reconhece-se um cristão por carregar a Bíblia consigo debaixo
do braço ou de frente do corpo como um escudo.
Segundo os cristãos, a Bíblia foi escrita também por
inspiração divina - o que não significa que o próprio Deus a tenha
escrito. Esta é a versão mais divulgada. Uma outra - não tão divulgada
assim - é que a Bíblia embora seja antiga como livro, não existe no
formato que a conhecemos a tanto tempo quanto se imagina.
A Bíblia é um conjunto de livros cujos originais foram
escritos em rolos. O Velho Testamento é parte do Torá - livro sagrado
dos judeus - e também o maior documento histórico e arqueológico do
mundo, pois relata a trajetória de um povo de geração por geração. Era
tradição do povo judeu repassar as histórias do seu povo de pai para
filho oralmente. Em determinado momento, a história do povo começou a
ser registrada por escrita em papiros para que se tornasse mais fácil
repassá-las, ao mesmo tempo que garantiria que nenhuma delas se
perdesse. Já o Novo Testamento é uma coleção à parte. Reúne livros
escritos por diversas pessoas, muitos anos depois da morte de Jesus, o
principal personagem do cristianismo. O Velho Testamento possui autores
específicos para vários livros. Já o Novo, possui - para a maior parte
dos livros - um escritor para cada livro, com exceção dos livros
escritos pelo Apóstolo Paulo, que na verdade eram cartas que ele enviava
a diferentes localidades. Grande parte das cartas foi escrita quando ele
estava preso, perseguido por sua conversão ao cristianismo.
Dentro das religiões cristãs há várias traduções, várias
versões e várias interpretações da Bíblia que se alteram de acordo com a
denominação. Boa parte de seus originais foi perdida ou deteriorou-se
não somente pela ação do tempo, mas também por causa de guerras e
incêndios propositais. Isto justificaria muitas frases em versões mais
próximas aos originais terminarem em ponto e vírgula ou vírgula e não em
um ponto final. A isto se deve a infindável variedade de argumentações,
interpretações e 'verdades' declaradas que na maioria das vezes diz
respeito ao comportamento do indivíduo e sua moral. Toda argumentação é
baseada em trechos bíblicos, não se levando em conta na maioria das
vezes o que o capítulo em que o trecho pertence esteja dizendo de fato.
Ao mesmo tempo em que algumas passagens são levadas à risca de modo
radical - como é o Alcorão -, por outro lado, transformam algumas
passagens em analogias (ou metáfora) para aquilo que consideram a
interpretação real do que foi escrito. Acreditando que a escrita foi
inspirada por Deus, muitos consideram que a interpretação também se deve
a interferência do Espírito Santo.
Há uma teoria dizendo que a Bíblia, assim como a conhecemos
hoje, teria sido criada como manobra política. Seria no ano de 313, no
império de Constantino, em um período em que Roma era inimiga dos
cristãos. A população de cristãos era crescente e os romanos eram
adeptos das religiões romanas que devotavam muitos deuses mitológicos.
Havia certa dificuldade em manter uma política com uma população que
tinha uma crença que influenciava diretamente sua cultura e estilo de
vida.
Como bom estrategista, Constantino observou esta influência
da crença na cultura e na vida dos cristãos e elaborou uma tática
política tão perfeita que perdura até os dias de hoje. Pressionou os
líderes cristãos mais influentes que se reuniram em 325, no que foi
chamado de Concílio de Nicéia. Nesta reunião, eles criaram uma lista
oficial de livros que foram declarados como realmente inspirados por
Deus e que deveriam ser seguidos. Este grupo de líderes - denominados
cristãos apostólicos – era de religiosos que se aliaram ao governo e
ganharam poder político em troca dessa aliança.
Entre todos os rolos existentes, os quatro evangelhos foram
mantidos por representar a biografia da vida de Jesus, embora alguns
cristãos da atualidade os declarem como os livros da propagação do
Evangelho. Livros e textos que poderiam abrir brechas no sistema
político e de influência que eles pretendiam estabelecer foram retirados
da lista oficial. Os excluídos foram denominados 'apócrifos' ou seja,
'que foi ocultado'. Muitos deles foram perdidos, pois, sem haver um
interesse relevante sobre eles, não foram mantidos, muito menos
copiados. Mas, com o surgimento da Arqueologia no século 19, muitos dos
textos perdidos foram encontrados no Oriente Médio. Um deles, descoberto
no Egito, em 1886, causou polêmica. Seria o livro de Maria que muitos
acreditam ser Maria Madalena - personagem tão importante quanto Pedro
dentro do cristianismo. Este livro, assim como os recém achados
Manuscritos do Mar Morto não são aceitos pelas religiões cristãs.
Entre os séculos 4 e 5, o teólogo Eusebius Hyeronimus -
canonizado mais tarde com o nome de São Jerônimo - traduziu a Bíblia a
pedido do Papa Damaso. Depois de 17 anos aprendendo hebraico em
Jerusalém, fez a primeira tradução do Velho Testamento diretamente do
hebraico para o latim e não da tradução grega que resultou na
Septuaginta (primeira tradução das escrituras para o grego). A tradução
de São Jerônimo foi chamada Vulgata Latina, usada pela Igreja Católica
por séculos e ainda fonte de diversas traduções. A maioria das primeiras
traduções da Bíblia foi sob influência católica.
Hoje em dia, pelas ações dos religiosos cristãos, parece
haver uma tentativa de transformar a Bíblia em um livro que determine
cultura e comportamento social/individual assim como é visto nas
religiões orientais sendo que, no Oriente, a cultura e as tradições são
tão antigas quanto as suas crenças religiosas e muitas até tiveram
origem quase que juntamente ao surgimento do povo.
Guerra Santa
Por muitos anos foi declarado por pensadores que uma
Terceira Guerra aconteceria sutilmente, quase que invisível. Seria uma
Guerra Santa?
Uma Guerra Santa é uma guerra causada por diferenças entre
religiões. E pode envolver nações inteiras, cujas crenças sejam também
sua parte cultural e tradicional contra crenças contrárias, mas, pode
ocorrer também entre grupos. Nos dias atuais é muito noticiado a
ocorrência destas guerras no Oriente, seja pela posse de “terrenos
sagrados” ou autonomia.
Mesmo com esta qualificação, ao longo da história humana
foram percebidas muitas guerras santas, cujo objetivo era impor a
predominância de uma crença.
Aqui no Brasil, tem-se observado verdadeiras guerras entre
crenças até mesmo de uma mesma denominação dentro de um mesmo
seguimento, inclusive, na tevê aberta. Em dias, quatro notícias foram
assunto na rede gerando debates, discussões e troca de ataques entre
religiosos - ou não - levantando questões que nunca chegam a um
consenso, uma vez que toda opinião se baseia na própria crença.
Notícias polêmicas
As notícias a seguir correspondem aos assuntos mais
discutidos na Internet nas últimas semanas, embora não sejam as únicas.
Todas as informações sobre cada uma delas assim como as fontes de onde
foram extraídas muitas informações deste artigo já foram publicadas na
web em sites de conteúdo confiável.
"Gosto de gay como gosto de bandido". Silas Malafaia,
ex-vice presidente da Igreja Assembléia de Deus da Penha e hoje
presidente da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo gerou polêmica
após ser considerado pela revista Forbes o terceiro pastor mais rico do
Brasil com uma suposta declaração de renda anual estimada em R$ 300
milhões, ficando atrás do Bispo Edir Macedo e do pastor Valdomiro
Santiago.
Filho de um pastor e militar da Aeronáutica e uma educadora
também evangélica, Malafaia é genro do falecido pastor José Santos,
presidente da igreja que hoje dirige e também é irmão do deputado Samuel
Malafaia. É pastor há mais de 30 anos, ou seja, desde 1984. Mudou o nome
da igreja que antes era 'da Penha' substituindo por 'Vitória em Cristo'
que é o mesmo nome de seu programa que está no ar há quase 30 anos.
Malafaia contesta as alegações da Forbes e declarou: "Vou
ferrar com esta revista!". Sempre envolvido em polêmicas, foi convidado
para ser entrevistado por Marília Gabriela no programa “De Frente com
Gabi” que vai ao ar aos domingos pelo SBT. O líder religioso cuja
infinidade de vídeos no Youtube revela um homem que não 'engole sapos' e
não dá a outra face pra bater, gerou ainda mais polêmica do que o
esperado.
“Safado, sem vergonha, bandido, pastor, jornalista tem tudo
em que é lugar. Eu vivo de pessoas que acreditam em mim para darem
ofertas. Quando eles falam isso, subtende-se que eu estou roubando as
pessoas. Meu imposto de renda está aqui e meu patrimônio é de R$ 4
milhões” - disse ao revelar seu patrimônio declarado. Além de mostrar
seu rendimento anual, esclareceu que R$ 2 milhões são capital de sua
empresa, a Central Gospel, que vende livros, DVDs de suas conferências e
pregações, CDs de música gospel - muitos produtos são de sua própria
autoria. Também declarou ter uma casa, seis apartamentos, sendo que em
três moram seus filhos, e fechou negócio na compra de um apartamento nos
EUA avaliado em R$ 140 mil dólares.
Ressaltou que há 25 anos não recebe o salário de pastor e
vive de ofertas dadas muitas vezes por pessoas que ele nem conhece.
Teólogo e psicólogo formado, ele vive de suas Conferências e dos lucros
de sua editora. Demonstrou-se preocupado que a opinião pública o
considerasse um ladrão de fieis por causa da matéria da revista Forbes
e, em certo momento da entrevista, disse, “fieis que se deixam roubar
são um bando de otários”.
A jornalista Marília Gabriela perguntou se ao pregar sobre
prosperidade, ele não acaba induzindo os fieis a acreditarem que se
oferecer o dízimo a vida deles irá melhorar. O pastor argumentou sobre o
que é prosperidade e que esta não envolve apenas finanças. Destacou,
“Não sou eu quem diz isto, a Bíblia diz” e que “Prosperar é obedecer às
leis de Deus”. Acrescentou que “um pastor que diz que prosperidade é só
dinheiro está cometendo um erro gravíssimo”.
Depois de dizer que “Deus trabalha com uma lei de
recompensa”, Gabriela insistiu: “Não chega a ser herético você viajar de
avião... A igreja tem seu próprio avião... Não dá a entender que você
foi mais beneficiado ou é mais merecedor do que muitos fieis?”. Ele
respondeu: “É que você não conhece a vida dos fieis...”.
Termos como 'otário', 'sem vergonha', 'lixo moral',
'vagabundo' parecem fazer parte do vocabulário cotidiano do pastor. A
entrevista foi polêmica, mas não foi a primeira, e sobre o mesmo tema.
No You Tube são inúmeros os vídeos com direito de respostas de Malafaia,
que sempre acabam sendo replicados pelo outro lado resultando numa
sequência de vídeos que revela discussões infindáveis. Uma dessas
discussões - verdadeiros bate bocas - é do pastor com o pregador Caio
Fábio, conferencista, escritor e psicanalista Clínico. Foi bem sucedido
em seus projetos evangelísticos quando se viu envolvido em um escândalo,
onde alguns de seus fieis afirmam ser armação para freá-lo devido a
grande influência que exercia atrapalhando o empenho de outras
religiões. Sobre o que Caio Fábio achou das afirmações de Malafaia na
entrevista com Marília Gabriela, nem é necessário repetir diante a
desavença entre ambos. Mas para responder ao que foi dito sobre a
homoafetividade, depois de declarar que “Ele odeia sim. Tudo nele é
ódio. Até para falar de amor ele odeia”, baseou-se em um verso bíblico
de Mateus 19:12 que publicou em seu site: “Porque há eunucos que
nasceram assim; e há eunucos que pelos homens foram feitos tais; e
outros há que a si mesmos se fizeram eunucos por causa do reino dos
céus. Quem pode aceitar isso, aceite-o”.
O ódio e o sarcasmo parecem evidentes no tom de voz de
Malafaia e não há como ser confundida com a euforia e o entusiasmo
percebidos no tom de voz de outros pregadores evangélicos. Em
19/05/2012, o site “Ultimo Segundo” do Ig publicou entrevista com o
título: “Tenho pastores que ganham entre R$ 4 mil e R$ 22 mil". Sobre
homofobia disse: “Homofobia é falácia de ativista gay para manter verbas
para suas ONGs para fazer propaganda de que o Brasil é um país
homofóbico. Homofóbico uma vírgula, amigo”. E segue, “É uma aberração!
No Brasil, pode-se criticar presidentes, políticos, ministros, pastores,
padres, o diabo. Se criticar homossexual, é homofobia. Manda esses caras
verem se eu ‘tô’ na esquina!". Perguntado qual seria sua postura se seu
filho fosse gay disse: “Amaria 100% e condenaria sua prática 100%. Não
deixaria de amá-lo, mas garanto que ia condenar”. Não odiar alguém, mas
odiar suas atitudes é um tanto contraditório para alguém que apoia
movimentos políticos que tentam interferir na escolha pessoal dos
homoafetivos.
No mesmo site, em 2011, a Marcha para Jesus - caminhada
realizada por várias denominações cristãs - foi noticiada como uma
marcha que se transformou em um ato contra as relações homoafetivas. Um
trecho da notícia diz: “A multidão, estimada pela Polícia Militar em um
milhão de pessoas - e pelos organizadores em cinco milhões - foi ao
delírio e respondeu com gritos de ‘não, não’ com os braços levantados
para o céu. Malafaia ameaçou orientar seus fiéis a não votarem em
parlamentares que defendem o Projeto de Lei 122/2006, que criminaliza a
homofobia no País.
“Ninguém aqui vai pagar de otário, de crente, não. Se for
contra a família não vai ter o nosso voto”, ameaçou. Malafaia
classificou como "lixo moral" as pessoas que questionam a interferência
das igrejas em assuntos do governo e, embora tenha dito que não tem
objetivo de instaurar um estado evangélico no Brasil, “os países mais
práticos e as democracias mais evoluídas do mundo têm”.
Nadando entre tubarões e baleias
“Na TV, pastor vende tijolo ‘para obra de Deus’ por R$
200”. “Apóstolo Valdemiro Santiago pede que fiéis deem dízimo conforme
gostariam de ter de renda”.
O primeiro título é destaque de uma notícia. O segundo é um
vídeo que circulou na rede semana retrasada. O “apóstolo” Valdomiro
Santiago - líder da Igreja Mundial - tem demonstrado muita criatividade
quando o assunto é arrecadar doações para 'a obra de Deus'. Miniaturas
da Arca da Aliança e lenços encharcados com o suor do apóstolo já foram
adquiridos por muitos fieis além das facilidades do pagamento de dízimo
por débito automático. Talvez esta criatividade justifique a segunda
posição no ranking de pastores mais ricos do Brasil.
Um vídeo com um trecho gravado do culto do dito apóstolo
circulou não apenas na rede, mas em vários noticiários. Nele, Valdomiro
anuncia a venda do “Tijolo da Obra de Deus” - uma miniatura em plástico
de um bloco baiano - cujo valor é de R$ 200,00 cada. Além de adquirir
uma lembrança até engraçadinha, o fiel estaria investindo na construção
da “obra de Deus” e também na própria vida, já que Deus recompensaria
este ato generoso: “Você não pode ficar de fora. Você já investiu em
tanta coisa nessa vida...”, clama o pastor.
Valdomiro ainda declara que 100 mil tijolinhos foram
separados para esta causa. Se todos eles forem vendidos pelo valor
sugerido a igreja poderia arrecadar R$ 20 milhões de reais. Alguns
jornais fizeram um levantamento e um pacote com 100 unidades dos
tijolinhos custa R$ 55,00 em média para o pastor. Qual seria essa “obra
de Deus”, ainda não se sabe ao certo, mas, ele sempre lembra seus fieis
de que para comprar seus horários na TV ele precisa pagar R$ 15 milhões
por mês e que ainda comprou a Rede CNT, pretende comprar o Canal 21,
garantindo que é 'negócio certo'. O apóstolo é dono de várias rádios. No
fim do ano passado ele vendeu a 'colher de pedreiro ungida' pelo valor
de R$ 153,00.
Valdomiro Santiago, assim como o seu principal concorrente,
está sempre envolvido em polêmicas e é muito noticiado pela mídia. Em
18/03/2012 o “Programa de Domingo” da Rede Record – rede de tevê de
propriedade de seu concorrente, Edir Macedo - denunciou Valdomiro
chamando-o de “ladrão e mentiroso' por adquirir duas fazendas avaliadas
em R$ 50 milhões com o dinheiro arrecadado dos fiéis. Nas fazendas
usadas para atividade pecuárias, estão cinco mil cabeças de gado.
Segundo a reportagem, o rebanho é avaliado em R$ 6,5 milhões. Também foi
denunciada a aquisição de jatinhos, helicópteros e carros de luxo com a
arrecadação da igreja, além de enriquecimento ilícito e lavagem de
dinheiro. Segundo o jornal eletrônico Gospel Prime “Como no Brasil as
igrejas são isentas de impostos e não precisam prestar contas ao governo
de suas arrecadações, aparentemente a IMPD precisou usar ‘laranjas’ para
adquirir esses e outros bens”.
A denúncia não ficou por aí, afirmando que Valdomiro e sua
esposa são os sócios majoritários da empresa WS Music, cujo procurador é
Nicanor de Oliveira, irmão do apóstolo e administrador das fazendas. A
WS Music tem como valor declarado de seu capital R$ 50 mil reais, além
das duas propriedades rurais, custando uma R$ 29 milhões e a outra R$ 20
milhões.
Em 2003, o apóstolo Valdomiro foi preso durante uma blitz
por porte ilegal de armas. No portamalas do carro havia uma escopeta e
duas carabinas. Em 2010, três pastores da sua Igreja Mundial foram
presos pela Polícia Rodoviária Federal, acusados de tráfico
internacional de armas. Com eles estavam fuzis vindos do Rio de Janeiro.
Valdomiro negou que os três detidos fossem pastores de sua igreja.
Em janeiro deste ano o governo autorizou os líderes da
Igreja Mundial do Poder de Deus a receberem passaporte diplomático do
Ministério das Relações Exteriores. Tradicionalmente, o documento é dado
aos cardeais da Igreja Católica. Por isso, o Itamaraty também concede o
benefício aos representantes de outras religiões. Em 28 de fevereiro, a
Folha de S.Paulo publicou que o Ministério Público Federal investiga a
concessão do referido passaporte diplomático.
Em um especial no site “Gospel Mais” há um trecho
mencionando que em seu testemunho, o apóstolo conta ter sido resgatado
por anjos após nadar por sete horas e meia, envolto a tubarões e baleias
até atingir a costa a 20 quilômetros de distância do barco pesqueiro em
que se encontrava. Na época - pesava 153 kg distribuídos em seu 1,90m.
Nesse episódio, ele ainda representava a IURD e estava na África, quando
saiu para pescar com outros pastores no Mar de Moçambique e teve seu
barco “sabotado por muçulmanos”. Antes do episódio do naufrágio teria
ele, também, escapado da explosão de minas terrestres.
Em entrevista a revista Eclésia, conta sua conversão: “Eu
era católico como a maioria aqui no país: não queria nem saber de ir à
igreja. Na verdade, eu era menino ainda. Com a morte de minha mãe, saí
da casa de meu pai. Tinha 12 anos. Perder minha a mãe foi um golpe duro,
ela era rígida, mas nos fazia sentir protegidos. Não conseguia conviver
com as famílias de meus irmãos mais velhos, casados. Estava machucado,
era rebelde. Com 14 anos fui embora. Vivi momentos difíceis. As más
companhias que encontrei, trataram de me afundar de vez. Passei fome,
dormi na rua, tornei-me um viciado e contraí diversas doenças. Meus
irmãos até vieram atrás de mim, mas eu não deixava que me ajudassem.
Maltratava-os. Um dia, depois de passar a noite em claro, estava na
frente de uma igreja e o pastor, rapaz novinho, convidou-me para entrar.
Estava tão cansado que aceitei, claro. Só queria fechar os olhos e
descansar, mas Deus tinha outros planos e naquela reunião me alcançou”.
Entre as curas atribuídas por intermédio de Valdomiro, na
mesma entrevista ele conta a cura mais marcante: “Uma delas foi de um
homem que morreu. Como se diz no Nordeste, ‘estava na pedra’. A família,
inclusive, já tinha recebido o atestado de óbito. A filha dele chegou em
mim na igreja, abraçou-me e disse: ‘Se o senhor disser que ele está
vivo, ele viverá’. O que houve ali foi pela fé dela. Comovido, respondi:
‘Então, está vivo’. Quando ela voltou para casa, estavam se preparando
para velar o corpo e receberam a notícia de que o homem havia voltado à
vida. Os médicos tentaram justificar, mas não conseguiam entender como o
coração voltou a bater. Foi uma ressurreição”, afirmou o religioso.
Santiago converteu-se aos 16 anos, foi obreiro, pastor,
bispo e membro da cúpula da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).
Cerca de 30% de seus pastores também foram membros da IURD. Ele
declara-se um homem de origem simples e que não se importa com a falta
de sofisticação em seus cultos.
Recentemente, num vídeo gravado em 2012, o apóstolo causou
mais polêmica em cima da polêmica: criou uma campanha de arrecadação
inusitada, que promete um ganho de renda conforme o desejo do fiel, numa
espécie de plano monetário firmado com Deus. Diz ele, “Durante o
programa, Santiago pede que os fiéis entreguem um ‘dízimo’ que
represente o valor que eles desejam ter como salários ou renda. A
sugestão é que se o fiel desejar ter um salário de R$ 6.220,00, deve
ofertar R$ 622,00 como ato de fé e profecia”.
Como recompensa, os fiéis terão o nome escrito no “Livro
dos dizimistas”, que seria levado ao Monte Carmelo, em Israel, no final
do mês de dezembro.
“Durante dois meses, vai entregar o dízimo. ‘Essa é a renda
que eu vou ter’. Se é de R$ 5 [mil], então vai devolver R$ 500,00. Se é
de R$ 3 [mil], então vai devolver R$ 300,00. Se é de R$ 1 [mil], então
vai devolver R$ 100,00” – afirma o líder da Igreja Mundial do Poder de
Deus.
Se for um fato, justifica a quantidade de fieis que
acredita em suas palavras. Se for uma fraude, seus fieis parecem não
estar interessados nisso...
* Rita Shimada Coelho é
artista plástica, articulista e correspondente de
Via
Fanzine
em São Paulo.
Seu blog é
http://projetoadao.blogspot.com.br/.
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Imagem: Divulgação/Fotomontagem VF.
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